contos sol e lua

contos sol e lua

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Poemas de Rumi.


Oh meu Amado!Leve-meLiberte minha almaMe preencha com seu amore liberte-me dos dois mundos.Se eu colocar meu coraçãoEm algo mais que não vocêOh fogo, me queime por dentro!Oh meu amadoLeve tudo o que eu queroLeve tudo o que eu façoLeve tudoe leve-me para você.Eu nada sei sobre os dois mundos -Tudo o que eu sei é sobre o Uno -Eu busco apenas o Uno,Eu conheço apenas o Uno,Eu encontro apenas o Uno,E eu canto apenas o Uno.Estou tão embriagadono vinho do Amadoque os dois mundosescorregaram para fora do meu alcance.Agora não tenho mais negócios aquiApenas alcançar o copo do meu Amado.

O Amante está embriagado de amor;Ele é livre, ele é louco,Ele dança em êxtase e delícia.Preso por nossos próprios pensamentosnos preocupamos com cada pequena coisa.Mas quando nos embriagamos neste amor,Aquilo que tiver de ser será, será.Meus olhos vêem apenas a face do Amado.Que gloriosa visão,pois esta visão é amada.Por que falar em dois? -O Amado está na visão,e a visão está no Amado.Uma baleia vive para o oceano,Uma pantera vive para a floresta,O avarento vive para a riqueza,O amante vive por uma visão de seu Amado.Sua doce água limpou minha almae removeu toda a tristezaAgora estamos unidos em perfeita união.Eles dizem que o amor abre a portade um coração para o outro;Mas se não existem paredescomo poderá haver uma porta?Quando você dançatodo o universo dança.Que maravilha eu vie agora não posso virar minha face!Leve-me ou nãoas duas coisas são a mesma -Pois enquanto houver vida neste corpo,eu sou seu escravo.Como o Amado preenche meu coração -Como um milhão de almas em um corpoUm milhão de colheitas em um feixe de trigo,Um milhão de céus girandono buraco de uma agulha.Sem Vocêeu plantei algumas flores;elas se tornaram espinhos.Eu vi um pica-pau, ele se transformou numa serpente.Eu toquei o rubah - nada, além de barulho.Eu fui para o mais alto dos céus;ele era um inferno queimando.Em um doce momentoVocê explodiu de meu coração.Ali, nos sentamos no chão,e bebemos um vinho vermelho como rubi.Encantado com sua beleza.eu vi e toquei -Toda a minha face se transformou em olhos,todos os meus olhos se transformaram em mãos.Meu coração é o rubah, seu amor é o arcoMinha alma geme quietamenteenquanto você me toca seu som.Toque, meu Amado!Não me deixe perdeu uma única nota de sua melodiae nem uma só batida de seu coração.Descrente é aquele que não se rejubila junto com você.O cadáver é aquele que não dança quando você dança.O maior sábio do mundo é um tolose ele não abre seu coração junto de você.Se eu rezoisso é apenas meu coração virando em sua direção.Seu eu olho para a Kaabaisso é apenas meus olhos virando-se em sua direção.De outra forma,eu me livraria do mundo da oração,eu lançaria fora a Kaaba.Eles dizem que é noite,mas eu nada sei sobre dia e noite.Eu apenas sei da face daqueleque preenche os céus de luz.Oh noite, você é escuraporque você não O conhece.Oh dia, vá e aprenda com eleo que significa brilhar.Seu amor me preencheucom uma loucuraque ninguém jamais pode conhecer.Contemplá-lo preencheu meu coraçãocom um poemaque ninguém jamais poderá escrever.Eu estive com Ele na última noite;com aquele que eleva minha alma ao céu.Tudo o que fiz foi rezar e me curvar.Tudo o que ele fez foi virar sua cabeça e sorrir.A noite terminou antes de nossa históriaMas não foi um erro da noite -foi o jogo que durou muito tempo.O amante veio, cheio de desespero -Não posso dizer nada mais além disso.Sua maneira era audaciosa e inflamada -Não posso dizer nada mais além disso.O Amado disse, "não faça"O amante disse, "não farei"Então, ambos se olharam e sorriram -Não posso dizer nada mais além disso.Rumi.

Lua.


Rasgando o negro véu da noite surge a lua
Eterna musa inspiradora do poeta
Que o acompanha pelas noites solitárias
Com seus intentos rapidamente se entrosa
Somente para ser cantada em verso e prosa.

Lua discreta que desponta sorrateira
E a face oculta da noite vai descobrindo
Com as estrelas tem grande cumplicidade
Flagram juntas o que é feito às escondidas
Enquanto o sol a sono solto está dormindo.

Lua silente, testemunha dos amantes
Ouvidora de suas juras e sussurros
Conhecedora de seus velados segredos
E de seus tantos devaneios incessantes.

Lua que brinca de se esconder do sol
E ao redor da terra gosta de viajar
Lua atraente que o homem busca alcançar
Para um por um de seus mistérios desvendar.

Lua que é tema de inesquecíveis canções
Violeiros por ela são inspirados
Há quem diga que ela acalenta sonhos...
Há que afirme que ela é dos namorados.

Irresistível tomar um banho de lua
Apreciar o belo luar do sertão
Dedilhar a viola enluarada
Deixar a lua se transformar em canção.

Lua que rege, que governa, que domina...
Que embriaga, que inspira e que seduz,
Seja crescente, cheia, nova ou minguante
Seja do ébrio, do poeta ou dos amantes.
Lurdes N.Cúrcio.

Poema.


Escuto o sonar doce de um vento frio,
Observo encantada a dama lua,
Que com sua doce luz, ilumina meu vivido olhar frio.
Sinto intensa a lama negra e úmida que me cerca,
E escuto o vivido pingar das rendas do vestido;

E tão intenso e estrondoso para meus ouvidos; que posso conta-los.
Veja que ironia; um bosque escuro frio e profundo, húmido e sujo;
Veja onde minha alma foi se esconder por culpa deles;
Sim deles, os fantasmas que me rondam, os mesmos que assombram minhas doces lembranças.
Por que a dor agora parece tão intensa, ela nunca foi tão profunda e desesperadora.

As gotas não se sessam;
Eu abraço meus joelhos... Mas eles não podem abraçar.
A solidão se torna o caos e a sua falta a ruina.
Sentes essa brisa, ela e inquietante, mas acalentadora.
O cheiro, o abraço, a voz sondando meus ouvidos, incrivelmente familiar.

Agora não a mais resistência, não a razão para isso;
Não a nem sequer forças.
Á apenas o som do seu sorriso, e dois olhos tolos que se fecham.
Agora me acalento e me escondo por entre seus braços;
Mas antes que meus pulmões se sessem; ainda sinto pela ultima vez a umidade da lama negra a minha volta;

Negra de desilusão, não só as que meu sangue insiste em deixar, mas as de folhas outonais;
Assim como morrem pelas mãos de quem lhes deu a vida, e vivem pelo simples motivo de esses existirem.
Talvez amar você por algum motivo, fosse fácil, fácil como respirar...
Mas agora já não faz sentido, não e preciso mais ser forte...
Você esta aqui, e vai ficar, para o meu abraço eterno...
Agora tudo se cessa, e a vida e apenas um farfalhar de folhas velhas...

Que por algum motivo tonto se torna o palco de mais, e mais vidas
impressionantemente apaixonadas.