contos sol e lua

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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

BILHETE DE ENTRADA PARA O MISTERIOSO MUNDO DAS PLANTAS.


Na cidade dos Celtas, Citânia de Briteiros, próximo da cidade, berço de Portugal, Guimarães, cujas ruínas, tal como essa antiga civilização, estão envoltas em algo misterioso, viviam dois jovens adolescentes, muito amigos, bastante atentos a tudo o que os rodeava e bem conhecidos nessa antiquíssima cidade, cerca de 800 anos antes de Cristo. Um deles, de nome Altino, era um moço alto, forte, de olhos esverdeados e cabelos loiros, o outro, de sexo feminino, era a bela Júlia, de olhos castanhos e de encantos tamanhos.
O Altino fazia anos no princípio de Fevereiro, era por isso do signo Aquário e como tal, de carácter progressista, amigo da Liberdade e da Fraternidade. Quanto à sua encantadora amiga comemorava o seu aniversário natalício em meados de Dezembro, portanto do signo de Sagitário, amiga do contacto com a Natureza e de Ideais Superiores. Não admira que, entre eles, houvesse entendimento e harmonia fisiológica, pois ele era dum signo de ar e ela dum de fogo e, como o fogo precisa de ar para se exprimir, eles eram amigos por natureza, mas leais e puros nas suas relações.
Perto dessa cidade vivia um sábio, de nome Siegfried ou Siguefredo, homem muito idoso, do qual ninguém sabia a idade, pois sempre o tinham conhecido assim. Morava numa quinta maravilhosa, onde as plantas cresciam e viviam por artes que pareciam mágicas.
Conhecedores deste fato, os dois jovens, sequiosos de saber, decidiram visitar o sábio.
Mal tinham andado duas centenas de metros, quando chegaram à entrada da quinta, onde encontraram Siguefredo, esperando por eles!
Entrem amiguitos - disse o sábio, perante a admiração dos dois jovens que lhe perguntaram:
Como sabe que nós desejamos visitá –lo?
Captei os vossos pensamentos, por isso já sabia que viriam - informou Siegfried.
Altino e Júlia olharam um para o outro e interiormente disseram:
Será isto telepatia? Quando será que teremos esse Poder?
O sábio, que leu novamente os seus pensamentos, esclareceu-os, dizendo-lhes:
Estudem e trabalhem, dentro das Leis Divinas, que esse é o caminho mais seguro e recto para obter esse Poder, que permite não só captar longe os pensamentos, como lê-los, o que é superior à telepatia. Mas deixemos isso e vamos ao que vos trouxe e vos interessa saber que é conhecer um pouco do mundo maravilhoso das plantas.
Sim, é precisamente isso que nós queremos aprender - disseram os jovens que lhe perguntaram:
Como é que consegue ter sempre plantas tão belas e tão vigorosas?
Saibam, meus amigos, que aqui tudo é semeado, plantado, transplantado, podado e colhido em dias e, por vezes, até horas apropriadas para o trabalho. Há dias bons para arrancar ervas daninhas, há dias bons para deitar à terra as sementes das flores de forma a que cresçam mais belas e exalem maior perfume, etc. Mas isso não é o suficiente, é necessário saber tratar dos terrenos e ter vivido de tal forma que não se esteja sujeito aos efeitos das pragas dos insectos. Estes têm a sua origem nos maus pensamentos, desejos e acções de cada qual e também no seu conjunto, ocasionando então destino colectivo. É necessário ainda tratá-las com carinho. Se as tratamos mal elas ressentem-se- disse o sábio, perante um silêncio atento dos dois jovens.
Então as plantas também gostam de Amor! – Exclamaram Altino e Júlia.
Precisamente, o Amor é a base de todas as relações, o entusiasmo e o carinho é o fio que as liga – Respondeu o sábio.
Ao lado do Altino e da Júlia estavam lindas rosas, que exalavam um perfume muito agradável.
Admirados com a sua beleza e embriagados com os seus perfumes, perguntaram a Siegfried:
Estas plantas devem sentir uma grande vaidade pelos seus lindos vestidos e pelos seus agradáveis perfumes?
Não – disse o sábio, que acrescentou: - Elas apenas sentem a sã alegria de poderem dar um pouco de prazer aos nossos olhos e ao nosso olfacto e de contribuírem para que os seres humanos sejam mais amigos da beleza natural do que da artificial. A vaidade é a glória das almas pequenas, das pessoas de pouco valor, que querem parecer grandes aos olhos do mundo.
Então nós não devemos vestir bem e andar limpos? – Perguntaram os dois jovens.
Vestir com gosto e higiene está correcto, o que está mal é a vaidade, o luxo, a moda extravagante, etc. – esclareceu o sábio, acrescentando:
Lembrem-se que, se o Criador veste a rosa com estas cores tão belas e lhes dá este perfume que nos delicia, muito melhor vestirá o ser humano que cumprir as Suas Leis. Então da sua cruz florescerão as rosas e sairá o perfume eterno.
Nesse caso deverá ser esse vestido que nós devemos procurar obter? – Perguntaram Altino e Júlia.
Sim, o que vos deve interessar é procurar o reino da Verdade, da Luz e do Amor Superior e tudo o resto vos será dado por acréscimo – esclareceu o sábio.
Júlia, ao sentir-se fortemente atraída por um botão de rosa, de cor branco – pérola, pediu ao mestre:
Posso apanhar este belo botão?
Sim, minha amiguinha, mas tem cuidado não te piques – respondeu o sábio, que acrescentou: - os picos servem para nos lembrar que para sermos dignos do perfume das rosas e de vestirmos tão belas cores, teremos de vencer os picos da nossa natureza inferior, os maus instintos que só ferem e nos fazem sofrer.
A Beleza da Rainha das Flores, símbolo de Amor, de Luz e de Virtude.
Esta ei-la já no estado de madura, abrindo os seus órgãos reprodutores em direcção ao Sol, onde estão, os masculinos e os femininos.
Depois de florirem eis a mutação final para a reprodução, formando um fruto onde estão as sementes, base para a criação de novos filhos.
PÉTALAS NUM FORMATO DE PENTAGRAMA.
Ao lado estava uma árvore frondosa, cheia de pequenitos frutos. Altino, quando os contemplava, perguntou: Mestre, como se faz a reprodução nas plantas?
Colhendo uma flor hermafrodita, o sábio começou a esclarecer:
Escutem com atenção o que vos vou dizer. A planta tem os seus órgãos sexuais voltados para o Sol e faz a reprodução com pureza, mas de forma inconsciente. Nós temo-los para baixo, e, como somos de sexo diferente, precisamos da outra metade ou lado para podermos reproduzir o que é feito com consciência. As plantas são, na sua maioria, hermafroditas, como é o caso desta flor, onde estão os órgãos masculinos, estames, que são estes, e os femininos, cujo conjunto são os carpelos.
Os órgãos masculinos são semelhantes aos do Altino, têm filamentos ou o filete e na ponta está uma cabeça, a que lhe deram o nome de antera, onde se encontra o pólen, que contem grãos, uns são esporos e outros têm células com esperma, as gâmetas, que, quando caiem nos órgãos femininos, semelhantes aos da Júlia, dão origem à reprodução.
Os femininos têm uma entrada, que se chama estigma, parecida com a vulva feminina, onde cai o pólen, grãos de semente com esperma. Esse estigma é viscoso, isto é, pegajoso, para que o pólen seja fixado, passa por este tubito que estais vendo, que se chama estilete, de função análoga ao canal entre a entrada e o útero da mulher, até que chega a esta zona, que, agora, acabo de abrir e que se chama o ovário, onde se encontram os óvulos. É então que tem lugar a fertilização com o nascimento das sementes e dum novo fruto. Isto nas plantas é feito sem mancha, de forma casta e só quando elas reúnem condições físicas para tal. O mesmo deverá ser no ser humano, que deverá saber aguardar e preparar-se para ter condições para isso.
O que é que acontece? – Perguntou Siegfried – se mexerem naquele botão de rosa e tentarem abri-lo antes do tempo de desabrochar por si?
Murcha e não será uma rosa – responderam Altino e Júlia.
Pois é isso o que acontece, quando se mexe em algum botão de rosa, ser humano, antes do tempo, ele ou ela murcha e perde o encanto – acrescentou o sábio.
Se bem percebi existe também para nós uma forma de fazer subir as energias sexuais, tal como nas plantas? – Perguntou Júlia.
Sim, esse tem sido o meu caminho – esclareceu Siegfried, que acrescentou: - É preciso amar em obras e em verdade toda a criação, inventar algo de original e útil para a humanidade e para todos os reinos, criar obras originais sejam literárias, musicais ou artísticas e fazer tudo com pureza. Então a energia que não é empregada na reprodução, sobe pela coluna vertebral, em forma serpentina, e vai activar a glândula pineal, localizada no cérebro, que se assemelha a um fruto, em forma de pinha.
Não se esqueçam, porém, que a maioria de vós deverá casar. A abstinência total é só para seres muito superiores. Esta não é sinónimo de castidade. Enquanto na abstinência absoluta, quando imposta por si ou por outras circunstâncias, pode não existir pureza nos pensamentos, na castidade ela existe, podendo até ter lugar a reprodução.
Mestre e jovens continuavam percorrendo a quinta até que, reparando no musgo duma árvore já secular, o Altino lembra-se de perguntar:
Mestre, quais são os seres adiantados e os atrasados no reino vegetal?
Os mais adiantados são as árvores. Quanto aos mais atrasados temos os musgos, os quais, contudo, exercem uma valiosa função para o meio ambiente. As formas em todos os reinos ou avançam ou degeneram e, neste caso, podem cristalizar. Então aparecem no reino mineral, como é o caso do carvão de pedra, que teve origem na madeira petrificada e da mica do granito que é o resultado da cristalização de flores pré-históricas! - ensinou o sábio.
Por isso há que progredir e não degenerar. Não é assim meus amiguitos? – Perguntou Siegfried.
Não há dúvida, responderam os dois jovens em uníssono.
Venham por aqui – disse o Mestre.
Umas dezenas de metros percorridos e o sábio parou e disse:
Estão vendo estas duas plantas?
Estamos, sim – responderam, acrescentando: - estão doentes! Na sua quinta parece impossível?
O que se passa é muito profundo – esclareceu o sábio, que acabou por explicar, dizendo: - a planta cujas flores nos fazem lembrar os órgãos sexuais masculinos dos seres humanos é do signo Escorpião, que rege os genitais, aquela é do signo de Leão. Esta é do signo de fogo; a outra, de água; logo fogo e água não se dão. Temos de separá-las.
Se quiser, fazemos isso – disseram os jovens.
Hoje, não é dia apropriado para esse trabalho. A Lua está no signo de Carneiro, só é bom para arrancar ervas daninhas. Obrigado, no entanto, pelo vosso espírito de colaboração, que prova o vosso desejo de progresso – respondeu o sábio.
Nesse caso, então, entre as plantas também há inimigos – disse o Altino.
Não é bem isso, mas sim desarmonias fisiológicas, electromagnéticas, como existe entre as pessoas. Há algo invisível em tudo, muito está por descobrir. A Vida está em toda a parte, tudo interpenetra. Por isso, sejam amigos das plantas, deitem sementes à terra, plantem árvores, flores, reguem-nas, tratem-nas com amor, tendo muito cuidado com o fogo. É um enorme crime deitar fogo às florestas, os incendiários cá as pagarão, nesta vida, ou quando reencarnarem, com provas de expiação, que poderão ser de demência. É que perante as Leis Divinas todos somos iguais, sejamos ricos ou pobres, soldados ou generais – esclareceu o sábio.
Bem, por hoje chega e muito obrigado por tudo – disseram os jovens.
Obrigado eu, por permitirem que vos fosse útil – respondeu Siegfried.
Altino e Júlia despediram-se com um forte e fraterno abraço, regressando à cidade.
Passaram anos, poucos, de vivo e alegre namoro, até que decidiram, juntos pelo matrimónio, seguirem os conselhos do sábio.
E os resultados foram excelentes para eles e para os 7 filhos que tiveram, quatro meninas e 3 meninos, todos belos e saudáveis, que faziam parar as pessoas para admirar tanta beleza.DOMINGO DE LA ROSA.

VIDA MAIS ABUNDANTE.


A grande mudança vulgarmente designada como “morte” não faz distinção de pessoas. Pode acontecer na juventude, na meia idade ou na velhice. Mas, em algum momento da vida, todos são chamados a deixar suas vestes físicas de lado e fixar-se novamente em reinos além da nossa esfera de conhecimento.
Sabendo que esta mudança é inevitável, certamente é imperativo que aprendamos, o máximo possível, sobre a grande transição. Para os menos esclarecidos, este fenômeno tem sido sempre uma questão que está além do entendimento e, comumente, quando somos chamados para enfrentá-lo, enchemo-nos de uma série de perplexidade e, no mínimo, de um reprovável terror. Esta apreensão, contudo, nem sempre existiu. No passado longínquo, quando a consciência do homem estava mais focalizada nos reinos espirituais do que no material, a perda de seu corpo físico era quase imperceptível. Ele se conhecia como espírito e sua veste física como algo adquirido, destinado para uma vida mais curta ou mais longa, e que, por fim, tal como uma folha de uma árvore, desprendia-se dele para ser substituída quando de novo fosse necessário.
Não foi senão quando o homem perdeu a visão de seu habitat celeste e de que era um espírito imortal ocupando de tempos em tempos um corpo físico, que ele começou a identificar-se com o veículo material e passou a considerá-lo como seu “Eu real” e, daí, o medo de uma possível existência sem ele. De fato, um grande número de seres tem suas consciências focalizadas no mundo material de tal forma, que chegam a acreditar que são apenas um corpo físico e que sua existência cessa no momento em que a morte aniquila este corpo.
Parece quase impossível, para o homem espiritualmente esclarecido, que tal condição ainda possa existir. Infelizmente, ainda temos evidência disto em torno de nós e por toda a parte. As pessoas, com desespero, vêem partir seus assim chamados mortos, pouco compreendendo que um Espírito liberto está retornando ao seu lar no mundo celeste para continuar uma ininterrupta existência.
Ainda que não houvesse nenhuma outra razão senão o conforto daqueles que conhecem os fatos relacionados à assim chamada morte, examinemos a verdade em relação a este peculiar fenômeno.
O homem, o “Eu real”, é puro Espírito, diferenciado no Corpo de DEUS, o qual é todo o Sistema Solar, ambos com aspectos visível e invisível. Seu destino é tornar-se um Deus como seu Divino Criador, segundo o Iniciado Paulo. A fim de desenvolver seu poder divino em potencial, o homem passa através de várias fases de evolução, desde a mais etérea à mais densa, deparando-se com experiências as quais, lentamente mas seguramente, desenvolvem suas capacidades latentes. Durante uma fase do seu desenvolvimento, ele habita este plano terrestre, de vez em quando, usando um corpo físico. Mas somente uma pequena parte de seu tempo é passada aqui. O resto é vivido nos reinos suprafísicos onde ele recebe outra instrução e lhe são dadas outras tarefas a realizar como exercício, todas com o objetivo de desenvolver suas forças potenciais latentes em energia dinâmica pronta para ser usada a qualquer momento e controlada diretamente por seu próprio Espírito que é o seu Eu real.
Cada vez que um indivíduo desce ao plano terrestre, torna-se prisioneiro de um corpo físico; e a duração desta vida na Terra depende do número de lições que ele tenha para aprender. Há Egos que vêm à Terra para aprender lições em construção pré-natal do corpo e que se descartam de seu veículo físico tão logo essa tarefa particular esteja completa, o tempo variando em cada caso, em dias, semanas, meses ou anos. Outros usam seus corpos físicos do nascimento à adolescência, outros até a idade adulta e ainda há os que alcançam avançada idade. Mas, note-se, a duração de cada vida terrena depende de certas lições necessárias à aprendizagem individual, a fim de que sua evolução possa ser favorecida. De modo algum, somos meros joguetes do destino.
Tendo-se uma determinada quantidade de livre arbítrio, é-nos possível no passamento de um Espírito, através de nossas lamentações e outros tipos de perturbação, frustrar temporariamente os planos da Natureza e causar a este Espírito a perda do panorama post-mortem, tão necessário ao seu progresso no mundo celestial. Nestes casos, o Espírito, comumente, retorna àqueles que foram responsáveis por esta sua perda, renascendo em seu lar e logo deixa a vida terrena, indo diretamente para o Primeiro Céu, onde retoma as lições contidas no panorama destruído. Na hora do passamento, todas as crianças, bem como os adultos, são aguardados por amigos queridos e, às vezes, até por Anjos, para conduzi-los ao Grande Além.
A vida das crianças no mundo celeste é de uma beleza indescritível. Quando os pais compreenderem a vida agradável que tais crianças levam e os grandes benefícios usufruídos por elas durante sua breve estada naquele mundo, sua dor será certamente bastante suavizada e as feridas de seu coração curar-se-ão muito mais rapidamente.
Aqueles que deixam seu Corpo Físico em condições normais estão liberados inteiramente assim que o panorama da vida é gravado no Corpo de Desejos, o qual eles levam ao mundo celeste. Três dias e meio de perfeita quietude devem ser permitidos ao Espírito no momento da transferência da gravação do panorama da vida recém finda do éter refletor do Corpo Vital para o Corpo de Desejos, veículo em que o Espírito funciona quando entra nos mundos superiores. As imagens assim transferidas para o Corpo de Desejos, o veículo da emoção e do sentimento, são a base do subsequente sofrimento durante a estada do Espírito no Purgatório, devido aos maus atos cometidos, e, no Primeiro Céu, a alegria sentida é por conta das boas ações realizadas em sua última vida terrena.
O tempo de permanência do Espírito no Purgatório pode ser grandemente abreviado se ele estiver perfeita e prontamente desejoso de reconhecer e desfazer-se de seus erros e faltas, quando estas imagens aparecerem no panorama da vida, ao invés de tentar desculpar-se ou deixar-se inflamar de novo pela cólera e pelo ódio do passado. Este desejo de cooperação do Espírito reduz grandemente o sofrimento relativo à purgação do post-mortem.
Tão logo o corpo físico se separa dos corpos sutis, os portais do reino elemental se abrem e as forças que impregnam a terra, a água, o fogo e o ar retiram-se da forma inanimada pertencente ao seu particular domínio, e a reintegram em seu próprio reino.
O peculiar ambiente que envolve uma câmara mortuária e o medo que a maioria das pessoas tem de um corpo morto são ambos causados pelo estreito contato, então existente, entre os ocupados seres elementais e as pessoas que se encontram em volta do corpo inanimado. Estas forças elementais estão sempre presentes e excessivamente ativas quando qualquer tipo de matéria orgânica tem de ser desintegrada, e suas partículas devem retornar às respectivas esferas.
Tristezas, lamentações, pensamentos de desespero e ânsias de que volte o ser que partiu tendem a tornar o Espírito preso à Terra, impedindo-o de participar das atividades pertencentes ao seu novo ambiente de vida. Por outro lado, pensamentos de amor, coragem, esperança, alegria e boa vontade são mais benéficos e de valor inestimável. Se, ao invés de entregar-se às nocivas práticas das lamentações que impedem o progresso do Espírito que partiu, alguém fizesse, à noite, precisamente antes de adormecer, uma oração fervorosa para lhe ser permitido ir ao encontro do seu ente querido, tão logo tivesse adormecido, tal desejo o transportaria quase imediatamente para onde estivesse o ser querido e poderiam passar horas juntos, o que seria proveitoso para ambas as partes. Na ocasião em que este alguém fosse capaz de voltar às Regiões Suprafísicas em plena consciência, muitas experiências seriam conseguidas nos planos invisíveis e, desta forma, poderia auxiliar os amigos que partiram e, com o método já mencionado, eles poderiam encurtar muito sua permanência na região purgatorial.
O tempo de permanência no purgatório é comparativamente curto, cerca de um terço do período vivido no Mundo Físico, mas a vida no Primeiro Céu dura, aproximadamente, centenas de anos. Esta região é um lugar de alegria, sem a menor dose de amargura. Doenças, tristezas e pesares são desconhecidos então, e todas as nobres atividades almejadas pelo Espírito são totalmente realizadas. Belas casas, flores, árvores, etc. lhe pertencem, tudo composto pela sutil substância do Mundo do Desejo. Apesar disso, todas as coisas são tão palpáveis para os habitantes do mundo celeste como nossas propriedades materiais o são para nós.
Esta gloriosa região é lugar de progresso e contém tudo o que é bom e desejável nas humanas aspirações. Aqui, o estudioso e o filósofo têm acesso instantâneo a todas as bibliotecas do mundo. O artista, pelo poder da imaginação, cria seus modelos perfeitamente em cores luminosas e vívidas, de cintilante beleza. O escultor modela com facilidade a matéria plástica deste mundo, produzindo obras cuja delicada beleza ele nunca imaginou durante sua vida na Terra. O musicista também é grandemente beneficiado, pois, nesta região, ele ouve os ecos de celestiais melodias, muito mais doces e mais duradouras que quaisquer que tenha ouvido na Terra, e seu Espírito se inebria em sua especial harmonia. O poeta encontra uma inspiração maravilhosa em imagens, música e cores as quais será capaz de usar em seu próximo renascimento. Os filantropos elaboram planos altruístas que serão empregados em vidas futuras. Nesta região, ele vê também a causa das falhas do passado, aprende a transpor os obstáculos e a evitar os erros que tornaram os planos que usou no passado impraticáveis. Assim, após uma curta estada de purificação na região purgatorial, este é o lugar onde os nossos entre queridos são encontrados, preparando-se para uma nova, melhor, mais eficiente, mais compreensível vida terrena em tempos vindouros.
Mensagem Rosa cruz.