contos sol e lua

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sábado, 31 de maio de 2014

As faces menos conhecidas da Deusa.

Mirella Faur. O aspecto menos compreendido da Grande Mãe - e, por isso, o mais temido - é a Deusa Negra, a Face Ceifadora. Assim como a Donzela, a Mãe e a Anciã regem etapas do eterno ciclo da vida - do nascimento (plantio), amadurecimento (florescimento e frutificação) e do inevitável declínio, a Deusa Negra encerra o ciclo e representa a decomposição e a morte. Como Ceifadora, ela é a destruidora de tudo que esgotou seu tempo, de tudo que cumpriu sua finalidade e não serve mais. É ela quem limpa a terra após a colheita para o repouso necessário à germinação de novas sementes. Seu poder é da Lua Negra, dos mistérios ocultos na escuridão, do vazio e do silêncio que antecedem o surgimento da luz, o raiar do dia e o começo de um novo ciclo. Ela ensina que sem morte não há renascimento, sem fim não pode haver um novo começo, sem dissolução do velho não há a renovação. Como mestra da escuridão, ela orienta e conduz ao encontro da “sombra”, o aspecto perturbador e renegado do próprio ser. Se você pedir sua ajuda e tiver a coragem de mergulhar nas profundezas de seu mundo interior para descobrir, encarar, reconhecer e aceitar sua sombra, você encontrará sua autêntica identidade, livre das máscaras da personalidade. Confrontar, contemplar e assimilar o poder da sombra representam a verdadeira iniciação nos mistérios da Deusa Escura e da Lua Negra, iniciação que exige, como preço, mudanças, transformações e novos rumos. "Abraçar a sombra" significa aceitar-se assim como você realmente é - mescla de dor e alegria, medo e coragem, conquistas e perdas, sucessos e fracassos, acertos e erros, luz e sombra. Somente assim encontrará seu verdadeiro e completo poder de mulher e a integração de sua totalidade. São manifestações da Deusa Negra: Hécate, Kali, Baba Yaga, Lilith, Cailleach, Morrigan, Hel, Ran, Sekhmet, Ereshkigal, Coatlicue. Outro aspecto que foge da costumeira manifestação da Deusa Tríplice, relacionada à lua crescente, cheia e minguante, é a Rainha, conhecida como a Imperatriz e as rainhas dos naipes do Tarot. Esta face da Deusa corresponde à fase da lua balsâmica, entre a lua minguante e a negra. Ela rege a maturidade, entre os 40 e os 50 ou mais anos, da mulher que ultrapassou ou negou a fase da maternidade, que está no auge e plenitude de sua expressão, afirmação e realização, mas que ainda não atingiu a sabedoria da Anciã. Nessa fase, chamada de pré-climatério, ocorrem mudanças no corpo físico, a mente torna-se inquieta, os pensamentos são voláteis e tumultuados, a percepção é aguçada, a sensibilidade exacerbada, as emoções em conflito. É um período de inquietação e aparentes contradições, de mudanças de gostos e atitudes, de busca de “algo” vago ou indefinido no campo espiritual, profissional ou afetivo. Surgem temores em relação ao futuro, o medo do desconhecido, a preocupação com o envelhecimento, ainda mais em uma sociedade que enaltece o valor e o viço da juventude. Dependerá da mulher passar por esta fase com dor ou com a alegria de quem já venceu batalhas, cumpriu deveres, plantou e colheu e está se aproximando de um tempo de paz e realização interior, com a segurança da experiência e as promessas de futura sabedoria. Abençoar esta fase, rever o passado e transmutar os resíduos com o auxílio da Deusa Negra, agradecer à Donzela e à Mãe pelo plantio e a colheita, são medidas recomendáveis que abrem as portas para a Grande Mudança, quando seu sangue não mais será vertido, mas retido em seu ventre, e quando o tempo assinalará sua coroação - não mais como Rainha, mas como uma Sábia Mulher Coroada, herdeira das Matriarcas e das Mães de Clã do passado ancestral.

O Simbolismo dos Morcegos.

Os morcegos são símbolos do renascimento – o enfrentamento dos medos e renascer. Através deles aprendemos a liberar o medo e qualquer coisa que não se encaixa com o nosso crescimento. Os morcegos, infelizmente, desenvolveram uma série de simbolismo negativo. Os chineses foram uma das poucas exceções, pois para eles, o morcego simboliza boa sorte e muita felicidade. Eles também afirmaram que o morcego voa de cabeça para baixo por causa do peso dos seus cérebros. Na Babilônia, os morcegos eram símbolos dos mortos. Maias viam como símbolos de iniciação e renascimento. Os morcegos também têm sido vistos como dragões em miniatura. Porque era magicamente poderoso por si mesmo, o morcego, muitas vezes serviu como um amuleto de proteção ou amuleto contra as forças do mal, e como amuleto da sorte. Entre os Hessians na Alemanha, foi aceita uma crença de que o coração de um morcego ligado ao braço de um jogador por um fio vermelho garantia o sucesso nas cartas – uma crença comum também no sul dos Estados Unidos. No Tirol austríaco, o possuidor do olho de um morcego poderia tornar-se invisível. O morcego se tornou não só o animal totem dos homens de uma tribo aborígine em Novo Gales do Sul, mas também seu símbolo sexual. Uma associação de idéias similares levaram meninas do centro europeu a seduzir seus relutantes amantes por meio da adição discreta de algumas gotas de sangue de morcegos a cerveja do seu amado. Os morcegos têm ocasionalmente sido homenageados com o status de deuses, a divindade suprema de alguns dos índios da costa do Pacífico americano sendo Chamalkan o morcego. Os poderoso deus morcego de Samoa, invariavelmente, assumiu a liderança quando as tribos marcharam para a guerra. Nas lendas de diversas tribos norte-americanas ao morcego é dado o inesperado papel de herói e campeão cavalheiresco da humanidade em perigo. Um livro chamado “Popol Vuh’’ foi descoberto no século 17. Dentro dele é um conto de dois irmãos que estavam sendo testados. Um teste levou-os a um enorme labirinto de morcegos supervisionado por Camazotz, o deus dos morcegos. Ele tinha o corpo de um ser humano, a cabeça e asas de morcego, e carregava uma grande espada pela qual ele iria decapitar negligentes andarilhos. É uma história simbólica, com imagens que refletem a transição. Ela implica uma perda das faculdades, se alguém está incauto das mudanças de transição. Ele também mantém a promessa de renascimento e saída das trevas. O morcego é um símbolo do desafio de abandonar o velho e criar o novo – morte e renascimento. Para muitos isso é angustiante, há muita negatividade em torno disso. Eles simbolizam o enfrentamento dos temores – de entrar no escuro, no caminho para a luz. Uma antiga crença européia era de que as almas humanas assumem a forma de um morcego quando saem do corpo durante o sono. Isto levou à crença de que os pagães mortos podem tornar-se morcegos, procurando os meios de renascimento ou do sangue de vida (claro, sendo um link para a imagem do vampiro). Arte cristã européia deu a demônios asas de morcego, um eco de imagens anteriores. Um afresco 1350 em Campo Santo, em Pisa, mostrou a deusa da morte como uma mulher de cabelos compridos com uma foice, voando sobre o mundo nas asas de morcego. A descrição dela era “velha sombra da Terra, a sombra antiga do inferno”. Morcegos como totens representam uma capacidade de discernir a mensagens ocultas e as implicações das palavras de outras pessoas. Ouça tanto quanto o que não está sendo dito. Confie nos seus instintos. O nariz é o órgão de discriminação, e com o seu sonar localizado no seu nariz, o morcego reflete a capacidade de discriminar e discernir a verdade das palavras de outras pessoas.