contos sol e lua

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terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Hinduismo.


Embora nos últimos anos, as religiões, especialmente as recém-fundadas, estejam assumindo um valor salvífico mais material “do aqui e do agora”, a essência das religiões foi – e ainda é – a resposta essencial à vida e ao depois da morte. No homem, encerram-se medos e esperanças, alienações e liberdade, solidão e amor, superações e contradições. Pode-se negar o além, mas, no âmago da consciência humana, existirá sempre o anseio de saber se existe algo depois da vida.
Vedas, os seculares livros sagrados do hinduísmo.
As respostas aos enigmas da vida e do além tornam-se a finalidade das religiões e, conforme o tipo de salvação admitida, organiza-se a prática religiosa na vida terrena do fiel. As religiões oferecem os meios, os caminhos, os guias e os mediadores para se conseguir o status final. A salvação depois da morte pode ser entendida como uma libertação pessoal da vida terrena, de uma situação existencial provisória e passageira, ponto de chegada definitiva, como acontece no islã, no judaísmo e no cristianismo.
Pode ser considerada, como a liberação da história ou da existência individual, para se perder na divindade, como no hinduismo, no budismo, nas religiões orientais ou cósmicas. De qualquer maneira, percebe-se a busca incessante de felicidade que pode consistir na existência eterna, na anulação total ou no perder-se individualmente na divindade.
Salvação como libertação da angústia.
O hinduísmo atual é a religião da salvação individual e do perder-se na divindade, embora em sua origem, a salvação fosse um pouco diferente. Nos Vedas, os seculares livros sagrados do hinduísmo, encontra-se o desejo de continuação da vida humana na morada dos deuses, onde os virtuosos e os justos gozariam da imortalidade num reino de luz, enquanto os malvados sofreriam os tomentos do inferno. Sucessivamente, foram se infiltrando os conceitos dos ciclos e épocas cósmicas que modificaram totalmente o conceito primitivo.
O célebre mito da Bramavaivarta Puruna relata Vishnu mostrando a Indra, o rei dos deuses, uma miríade de formigas que são as reencarnações que sofreu e sofre o mesmo Indra, ao longo dos ciclos cósmicos. “Quem contará o número dos universos, tendo cada qual seus Vishnu e Brahma?... os universos nascem e desaparecem indefinitivamente... os universos flutuam nas águas puras e sem fundo que forma o corpo de Vishnu”.
Peregrinos hindus banham-se às margens do rio Ganges, considerado sagrado pelos indianos
Neste turbilhão de nascimentos e renascimentos cósmicos, surge a idéia da transmigração das existências dos corpos em outros, através dos tempos cíclicos. Os seres humanos e divinos reencarnam-se numa seqüência de vidas (Samsara), dentro da lei inexorável do karma, que amarra, indissoluvelmente, todo o peso dos atos realizados nas vidas anteriores e o transmite às vidas posteriores, até seu desaparecimento na divindade como forma de purificação.
O ciclo dos milênios.
Atualmente, estaríamos na idade de Kali-Kaliyuga que, por sua vez, foi precedida por três ciclos de yuga (idade): o Dvaparayuga, o Tretayuga e o Kritayuga, épocas felizes da humanidade. Essas quatro idades ou yugas formarão a grande idade de 4.321 milhões de anos, ao término da qual, Brahma, o criador, descansará, provocando uma dissolução cósmica. Ao seu despertar, o processo recomeçará e assim até o infinito.
Montados no touro, a deusa Parvati e o deus Shiva
Nesses ciclos de nascimentos e renascimentos cósmicos que acontecem de um corpo ao outro, concentra-se a angústia dos hindus e o desejo de fugir desses ciclos que, praticamente, fundamentam a vida religiosa seja dos eruditos mestres, dos gurus como do povo. A aspiração de se livrar destes ciclos infinitos e doloridos é o componente mais importante do hinduísmo.
A condição humana.
As escrituras sagradas do hinduísmo – Upanishad e Bhagavad-Gita – apontam as raízes da condição humana na ignorância, no desejo, no egoísmo. De tudo isto, brota um agir – karma – cheio de egoísmos e de paixões que proíbem ou retardam a chegada ao Brahma e seu aniquilamento nela. “A árvore do desejo nasce no coração da confusão mental; a ignorância é a sua raiz, a ira e o orgulho são o tronco e o fruto provém das ações realizadas nas vidas passadas”.
Indra, o rei dos deuses.
A solução, portanto, estaria na renúncia radical de todos os desejos que levam a essas ações más. “O homem, que está dominado pelas paixões, – diz o livro da Upanishad – por causa das ações, pode alcançar a finalidade de sua mente. Quando esgotou o efeito das obras que fez aqui, do outro mundo volta a esta terra para continuar a agir. Isso para quem é dominado pelos desejos. Mas, para quem está livre de desejos, quem já apagou seus desejos... ele já é brahma e se reúne com Brahma”.
Isso explica por que os cadáveres dos sadus, que já conseguiram chegar a esse estado de libertação, não são cremados, mas simplesmente abandonados às águas do rio Ganges e de outros rios sagrados. O invólucro dos seus corpos não é mais necessário, porque já se auto-identificaram com a realidade profunda de Brahma que é o termo final da salvação: “Quando todos os desejos do coração foram anulados, então o mortal se torna imortal e goza no Brahma.
Como a serpente que perde a pele morta, assim este corpo; permanece, porém, o espírito incorpóreo, imortal, puro Brahma, pura luz.”. Tornar-se Brahma significa tornar-se um ser puro e atingir a suprema felicidade de perder-se na divindade. Esse encontro com Brahma tem diferentes interpretações, conforme os mestres hindus: para alguns é chegar aos pés do Brahma, para outros a salvação é comparada ao amor dos esposos, para outros ainda é um aniquilamento na divindade.
Aliás, para alguns místicos, isso deveria acontecer já durante a vida e a interpretação dessa chegada final é o que diferencia os grandes caminhos místicos do hinduísmo: o do conhecimento, o das obras e o da dedicação amorosa. “Qualquer coisa que vocês façam – comer, sacrificar, dar uma esmola – ou qualquer sofrimento aceito, ofereçam tudo a mim. Trabalhem para mim, me amem lealmente, abandonem qualquer outro afeto, não cultivem ódio, porque todos os que assim agem, chegarão até mim” diz Krishna. Importante para a salvação, portanto, é não ter ou cultivar o egoísmo.
Os mediadores e os meios da salvação
Além do esforço pessoal e da ajuda divina, o hindu que busca a salvação pode contar com outros meios e mediadores como o avatar, o guru e o mantra. O avatar é a encarnação da realidade última – divindade – que se manifesta em forma humana, mas pode aparecer também sob a forma de outros seres, como nos animais sagrados, e desce à terra, quando há algum desvio ético, como está escrito na Bhagavad-Gita: “Eu sou imutável não gerado... Todavia, pela minha energia criativa, me associo à natureza que é minha e venho existir no tempo.
Todas as vezes que a lei da justiça é instável e triunfa a ilegalidade, então eu me encarno aqui na terra”. O guru é um componente importante na via da salvação, é o guia indispensável de quem procura encurtar os ciclos cósmicos. Verdadeiro mestre de espiritualidade com autoridade absoluta para seus seguidores, é o guru que escolhe para o seu discípulo a divindade a ser venerada, a meditação a ser feita, a invocação ou mantra, fórmula sagrada, cuja meditação e repetição freqüente facilita o encontro com o divino e com a salvação.
Ele pode receber, ainda em vida, honrarias e apelativos divinos de seus discípulos. O mantra, instrumento indispensável no caminho da salvação, é a repetição e a meditação de frases místicas que interligam profundamente o humano ao divino. O hinduísmo insiste também na importância da vida moral ensinada pelos mestres espirituais. Os pontos mais importantes dessa moral hindu podem ser resumidos em: domínio de si mesmo, compaixão pelos outros, pessoas ou animais, e a esmola.
No Bhramasutra, encontram-se outros conselhos, como a renúncia das coisas não reais deste mundo, uma nítida separação intelectual entre o eterno e o humano transitório, a prática das virtudes e o desejo intenso da salvação.
Ashram e devoção popular
Os preceitos da salvação são praticados, sobretudo, entre as classes religiosamente mais preparadas e no ashram, centro de espiritualidade que se forma ao redor de um guru. Às vezes, esses princípios são polêmicos, privilegiando a espiritualidade dos gurus e de seus discípulos. O povo, longe das discussões místicas, procura sua salvação nos templos, nos rios sagrados, nas romarias aos santuários das divindades mais populares, com orações, votos, na purificação das culpas, por meio de autopunições e penitências, numa mistura de ingenuidade e espontaneidade, criando práticas espirituais pessoais que desembocam numa magia de cores que são as da Índia.
O objetivo dos peregrinos hindus é o banho na confluência do rio Ganges e Yamuna: para eles, isso lava as culpas das pessoas, compensando até uma vida inteira de comportamentos pecaminosos e oferece a chance de uma existência mais nobre e em melhores condições na próxima reencarnação. É verdade que, todos os dias do ano, chegam peregrinos para se banharem nas águas dos rios sagrados e que para muitos, em qualquer dia, se consegue a purificação desejada.
Contudo, segundo alguns hindus ortodoxos, fazer isso no tempo do Kumbh Mela e no dia da lua nova, dá maior garantia de ter suas culpas lavadas e até pode garantir a salvação total, isto é, a liberdade de novas reencarnações depois da morte. Kumbh Mela é a maior das peregrinações indianas e a maior reunião de pessoas que uma confissão religiosa jamais conseguiu realizar no mundo inteiro. Milhões de peregrinos de todos os rincões da Índia e até do exterior, falando diferentes línguas, dos mais variados costumes e culturas, encontram-se para o santo mergulho nos rios sagrados.Wikepédia

A luz Astral.


A luz astral permite ao iogue ou à pessoa com dons parapsicológicos mobilizar ou fazer levitar objetos, ter pressentimentos e outras percepções extra-sensoriais. Um grande iogue é capaz de materializar ou desmaterializar objetos atuando a partir do interior da sua estrutura atômica. Ele pode fazer isso porque se reduziu à condição de um espírito universal. Ele nada mais é, além da lei eterna, e nada mais deseja, a não ser o bem absoluto. Antes de alcançar esse ponto, ele deve aprender a desidentificar-se totalmente do mundo físico tridimensional. Quando vence, ele atinge o nirvana e transcende o estágio atual de evolução humana. Alcança o chamado “adeptado”, a completa aptidão em matéria de sabedoria divina. Porém, segue aperfeiçoando-se em outros níveis, em direção a círculos cada vez mais amplos de consciência planetária e cósmica.
Esses seres de luz conservam seus corpos físicos. Podem viver bem mais de um século, e trabalham retirados do mundo, inspirando a evolução humana de “dentro para fora” e estimulando os impulsos mais elevados em nossos corações e mentes. Chamados de iogues perfeitos por Yogananda, tais seres são conhecidos como imortais pelo taoísmo, como rishis pelo hinduísmo e budas ou arhats pelo budismo.
No final do século 19, alguns desses mestres inspiraram a criação do movimento teosófico moderno. Em colaboração com eles, a escritora russa Helena Blavatsky fazia demonstrações de psicocinese, desmaterializações e materializações de objetos e outros fenômenos. O espiritualismo abriu uma profunda brecha no materialismo cego daquele momento. A revolução industrial estava no auge e se apoiava em um cristianismo dogmático e autoritário. Alfred Sinnett, um dos principais jornalistas da época, manteve correspondência durante anos com dois adeptos que viviam nos Himalaias. As cartas recebidas por Sinnett estão hoje depositadas no setor de manuscritos raros do Museu Britânico, em Londres, e os estudantes podem examiná-las. Além do seu conteúdo extraordinário, elas eram escritas mentalmente no Tibete e materializadas na Índia, muitas vezes aparecendo misteriosamente do nada diante dos olhos atônitos de pessoas da elite social. Sinnett descreveu muitos desses fenômenos, feitos diante de testemunhas cujos relatos foram publicados nos jornais da época e que estão reunidos hoje em livro. Em uma dessas cartas, um adepto explica os fenômenos de materialização e desmaterialização de objetos:O cérebro humano é um gerador inesgotável, e da melhor qualidade, que produz força cósmica a partir da energia baixa e bruta da natureza; o adepto completo se tornou um centro do qual se irradiam potencialidades que geram correlações e mais correlações durante épocas sem fim do tempo que virá. Esta é a chave do mistério pelo qual ele é capaz de projetar no mundo e materializar nele as formas que sua imaginação construiu no mundo invisível a partir da matéria cósmica. O adepto não cria qualquer coisa nova, mas apenas utiliza materiais que a natureza apresenta ao redor dele ” (O Mundo Oculto, a Verdade Sobre as Cartas dos Mahatmas, de Alfred P. Sinnett, Editora Teosófica).
A partir da segunda metade do século 20, a levitação, a materialização e outros fenômenos extraordinários que rompem os limites do mundo físico convencional vêm sendo abordados de muitas maneiras diferentes pela mente humana. A ciência avança em sua luta com os mistérios da mecânica quântica, da astrofísica e da criação do universo. Outro enfoque é o do sonho e da imaginação. Nas histórias em quadrinhos e filmes, super-heróis como o Capitão América, o Super-Homem e até o desajeitado Superpateta (o amigo de Mickey) lutam pelo bem e, para alcançar objetivos altruístas, são capazes de levitar e têm intuição, entre outros poderes ióguicos. Voam em altas velocidades, em nosso planeta ou fora dele. Ao mesmo tempo, preservam a sua identidade pessoal. O segredo é uma regra básica da sua atuação pelo bem da humanidade. Os anjos que ajudam pessoas em dificuldades, em seriados de televisão, são outro exemplo. O herói gaulês Asterix tem elementos desse arquétipo. Tais personagens são, na verdade, diferentes versões populares dos adeptos ou mahatmas. A presença protetora desses grandes seres está no centro do inconsciente coletivo humano, e é captada pela criatividade dos escritores de todas as nações.R.Planeta.

A ciência imita os místicos.


Nas últimas décadas, a ciência vem aprendendo a dominar parcelas cada vez maiores da luz astral, produzindo verdadeiros milagres sobre a matéria, façanha antes realizada apenas por místicos e grandes iogues.
Ter pensamentos, perceber o futuro, caminhar sobre as águas, levitar, mover objetos com a força da mente ou desmate- rializá-los e rematerializá-los no mesmo instante a grande distância. A força da mente parece infinita, e a história humana está repleta de relatos sobre os poderes extraordinários conquistados por santos e iogues adiantados.
De onde vêm esses poderes que tantos sábios (e mesmo pessoas comuns) têm demonstrado possuir ao longo da história? Qual o ponto de encontro desses fatos com o pensamento científico atual? Não se pode dizer que o progresso científico seja a única forma de ampliação da força mental humana. Há formas de expansão que o pensamento racional ainda não pode descrever com facilidade.
"A mente humana é um mistério”, escreve o cientista Adrian W. Clark, em um livro dedicado ao fenômeno da psicocinese (capacidade de movimentar objetos físicos com a força mental). “Quanto mais tentamos saber sobre o funcionamento da mente, mais misteriosa ela fica. Como ela funciona? O que são percepções extra-sensoriais e como ocorrem? Qual é o limite da inteligência do cérebro? Como os cérebros humanos se associam para produzir façanhas como o pouso de homens na Lua (...), a invenção da televisão, os radares, os automóveis e aviões? Há limites para os estranhos poderes da mente?” (Psycho-Kinesis, Moving Matter with the Mind, de Adrian V. Clark, Parker Publishing Company, Nova Iorque, 1973.)
Na verdade, o futuro da mente é de uma glória e de uma felicidade sem limites. O desenvolvimento humano apenas começou. Os sábios e iogues com poderes extraordinários são precursores da humanidade. Abrem caminho para que o resto da população expanda mais rapidamente sua consciência.
O iogue Paramahansa Yogananda discute em sua autobiografia a relação entre a ciência moderna e a sabedoria do Oriente. Com a conversibilidade da matéria em energia e da energia em matéria, os físicos de vanguarda redescobriram, segundo Yogananda, a antiga lei de maya, de acordo com a qual o universo físico é de certo modo uma ilusão sensorial que não tem existência de fato, exceto em um plano superficial da realidade.
E, se a matéria pode ser convertida em energia pura, temos a explicação para os “milagres”. Segundo Yogananda, “mestres capazes de materializar e desmaterializar seus corpos e outros objetos, de mover-se com a velocidade da luz e de utilizar os raios da luz criadora para produzir instantaneamente qualquer manifestação física têm, do ponto de vista da física, uma quantidade imponderável, ou infinita, de massa”. E ele acrescenta: “A consciência de um iogue perfeito identifica-se, sem esforço, não com um corpo limitado, mas com a estrutura do universo. A lei da gravitação (...) é impotente para obrigar um mestre a exibir a propriedade do peso, que é condição inerente a todos os objetos materiais. Quem tem consciência de ser espírito onipresente não está mais sujeito à solidez do corpo no espaço e no tempo.”
A “luz criadora” de que fala Yogananda é a luz astral, ou o akasha da filosofia esotérica, e constitui uma contrapartida sutil e invisível do mundo físico. Ela possui vários níveis de densidade e sutileza. Os seus níveis mais elevados são território do espírito imortal e controlam o que é externo e denso. Assim no céu como na terra, assim no espírito como na matéria. No livro O Universo Inteligente, o físico Fred Hoyle afirma que o universo evolui e é controlado do seu interior, e sua evolução flui sempre de dentro para fora (O Universo Inteligente, Fred Hoyle, Editorial Presença, Lisboa, 1993). O mesmo ocorre com cada um de nós. Nosso comportamento físico é guiado por nossas emoções, que são guiadas pelos nossos pensamentos, que são guiados pelas nossas intuições mais elevadas, algumas das quais são quase desconhecidas do nosso cérebro consciente.R.Planeta.