segunda-feira, 10 de junho de 2024

As quatro aptidões......Fonte: Revista “O Pantáculo”, ano I, nº 1 – edição 1993.

Podemos chamar as Quatro Aptidões de edifício base, fundamento e alicerce de todo místico na Senda para que possa se qualificar como “Iniciado”, mais precisamente “Discípulo”. Cada Discípulo, por suas aspirações, seu desejo sincero de se elevar e progredir, dirige-se para a senda da maestria que um dia alcançará. Mas antes de chegar ao que nós místicos denominamos “domínio do Eu” ou “domínio da vida”, é primordial ter as quatro aptidões: determinar, ouvir, ver e falar. DETERMINAR – é importante considerar esta expressão em seu sentido esotérico, ou seja, a faculdade de resolver todos os problemas encontrados na senda com o máximo de eficiência e com o melhor critério possível. Mas qual será a ferramenta que encontraremos em nossa vida que vai nos permitir adquirir essa faculdade? É a “Sabedoria”. A Sabedoria Divina, aquela que se encontra na Tradição Primordial. Nesse nível é que encontramos a verdadeira Sabedoria. Sem consciência dela o que dispomos é de um punhado de coisas, talvez nada, quando se trata de benefícios úteis para a humanidade. OUVIR – primeiramente é preciso saber escutar, mas um ser que só escuta não ouve necessariamente. Para o místico, o êxito em ouvir é escutar a voz do nosso Guardião, a voz do nosso “Eu Interior”, para atingirmos o domínio do Eu. VER – não apenas no sentido físico como o compreendemos e que está entre os cinco sentidos objetivos. Ver, usando os olhos como canais da Alma, “as janelas da alma” como dizia Leonardo da Vinci. Na Tradição o olho sempre esteve presente como um símbolo do conhecimento. O olho é a consciência que interpenetra o universo, a Divina visão que tudo abrange. Para o Místico, Ver, é aspirar à LUZ. FALAR – é o quarto aspecto que definimos na introdução como aptidão. A palavra é verdadeiramente uma força muito poderosa que se manifesta através das coisas e o místico nunca fica indiferente ao poder da palavra. Segundo São João: “No início era o Verbo, e o Verbo estava com DEUS, e o Verbo era DEUS”. Analisando esta frase de grande profundeza esotérica compreendemos que a criação do universo foi através de uma ideia, um pensamento expressado e articulado em forma de palavras. O homem deve considerar que a palavra tem, de fato, um poder criador e espiritual. É por isso que a escolha da palavra correta transmitida a outrem é fundamental. O Discípulo deve proclamar a verdade que está no seu interior. Foi isto que fizeram os grandes Avatares e Iniciados da humanidade. Devemos sempre emitir palavras convenientes e construtivas. Ao utilizar o poder da palavra, devemos nos manter íntegros e éticos. Trabalhando estas quatro aptidões estaremos nos preparando para um tempo de que ainda não temos não temos consciência…”

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