contos sol e lua

contos sol e lua

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

O silêncio da alma.


Sublime silêncio...
que repara os erros,
que enxuga as lágrimas,
que apara arestas,
que fecha ferida
que induz ao raciocínio,
e abre as portas
antes trancadas
pela escuridão da ignorância,
permitindo a entrada da luz,
e o despertar da confiança.
Silêncio
Que desativa todos os sentidos,
e querendo falar, não se fala.
e querendo ouvir, não se ouve.
e querendo ver, não se vê.
e querendo tocar, não se toca.
e querendo aspirar, não aspira,
não respira, não se sente,
apenas pressente,
todo o desejo latente e perdido,
de um coração triste e reprimido.
Silêncio
para que todo o pensamento flua,
e reconhecendo cada erro, cada falha,
a alma arrependida, se destila e depura,
concebendo o dom do perdão e da graça.
Silêncio
para que se faça tangível a razão,
reconhecendo os jardins dos desamores,
mas transformando-os em jardins de flores,
no templo puro e cristalino do coração.
Silêncio
para que todas as ofensas desapareçam,
todas as dúvidas em confiança se convertam,
e as esperanças perdidas sejam recuperadas,
na certeza de uma alegria docemente renovada.
Silêncio
para que eu me lembre de ti,
de cada momento,
de cada sentimento,
de cada beijo tímido,
que foram dados às escondidas,
mas que nada devem ao pudor,
e que nada devem à dor ou mesmo aos desatinos,
das nossas almas separadas por um curto destino.
Silêncio

para que vendo uma rosa vermelha
eu me lembre do teu coração cheio de Amor.
para que vendo a Lua cheia e luminosa,
eu me lembre da ternura viva dos teus olhos.
para que vendo o Oceano em repouso,
eu me lembre a suavidade e a doçura da tua Paz.
Para que vendo o manto suave das nuvens,
eu recorde a tua pele macia e sedosa.
Para que vendo o nascer do Sol,
eu me lembre do esplendor do teu Sorriso,
E quando sentir em minha volta o milagre da vida,
eu possa recordar que me fizeste sentir igual
quando nos seus braços, revivi no calor do teu Amor.
Silêncio
Para que recordando cada toque de tua pele
ainda sinta o perfume do teu corpo.
para que recordando do calor dos teus lábios,
ainda sinta o toque quente e úmido nos meus.
para que recordando cada diálogo contigo
ainda sinta a vibração amorosa da tua voz.
para que recordando cada lugar que juntos caminhamos,
ainda sinta a energia de tuas mãos, apertando as minhas.
Silêncio
Este silêncio
que devora cada dia, cada hora,
cada minuto e cada segundo,
de uma forma lenta, triste, inconsolável.
E aos olhos atentos do mundo,
a dor e a solidão não serão notadas,
a minha alma vertendo-se em lágrimas,
de uma saudade incontrolável,
recordará a tua doce existência
como um Sol brilhando em minha alma.
Hassin Ghannam