sexta-feira, 14 de maio de 2010

Incubus Sucubos.


O Incubus é uma figura demoníaca intimamente associada ao vampirismo. É conhecida pelo hábito de invadir o quarto de uma mulher à noite, deitar-se sobre ela para que seu peso fique bem evidente sobre seu peito e então força-a a fazer sexo. O Succubus, a sua contraparte feminina, ataca os homens da mesma maneira. A experiência do ataque do incubus/succubus varia de extremo prazer ao absoluto terror. É, como já assinalou o psicoterapeuta Ernest Jones, o mesmo espectro de experiências descritas na moderna literatura entre o sonho erótico e o pesadelo. O incubus/succubus se parece com um vampiro na medida em que ataca as pessoas durante a noite enquanto dormem. Freqüentemente ataca uma pessoa noite após noite, como o vampiro dos ciganos, deixando suas vítimas exaustas. Entretanto é diferente do vampiro na medida em que não sugava sangue nem roubava a energia da vida.
O incubus parece ter se originado da antiga prática de incubação, onde uma pessoa ia ao templo de uma divindade e lá repousava. No decurso da noite a pessoa teria um contato com a divindade, muitas vezes esse contato envolvia relações sexuais, ou na forma de sonho ou com um dos representantes da divindade, bem humano. Isso estava na raiz de diversas práticas religiosas, incluindo a prostituição nos templos. A religião de incubação mais bem sucedida estava ligada a Esculápio, um deus da cura que se especializara, entre outras coisas, em curar a esterilidade. O cristianismo, que equiparou as divindades pagãs aos seres demoníacos, encarava essa prática de relações com uma divindade como forma de atividade demoníaca.
Através dos séculos, duas principais correntes de opinião sobre as origens dos incubi e dos succubi competiam uma com a outra. Alguns a viam como sonhos, invenções de uma vida fantasiosa da pessoa que experimentava tais visitações. Outros argumentavam a favor da existência objetiva dos espíritos malignos; eram instrumentos do demônio. No século XV os líderes religiosos, especialmente os que estavam ligados à Inquisição preferiam essa última explicação, ligando a atividade demoníaca dos incubi e succubi à bruxaria. O grande instrumento dos caçadores de bruxas, Malleus Maleficarum, "O Martelo das Bruxas", supunha que todas as bruxas se submetiam voluntariamente aos incubi.
A existência objetiva do incubus/succubus foi sustentada por Tomás de Aquino no século XIII. Argumentava que crianças poderiam mesmo ser concebidas pelas relações entre uma mulher e um incubus. Acreditava que um espírito maligno poderia mudar de forma e aparecer como um succubus para um homem ou um incubus para uma mulher. Alguns pensadores argumentavam que o succubus coletava sêmen e, depois, na forma de um incubus, depositava-o numa mulher. As freiras parecem ter sido um alvo especial dos incubi pois os espíritos malignos pareciam ter prazer em atormentar aqueles que haviam escolhido uma vida santa. A idéia da existência objetiva dos incubi e succubi permaneceu até o século XVII quando uma tendência para a compreensão mais subjetiva se tornou perceptível.
Jones, um psicólogo freudiano, juntou o sucubus/inccubus e o vampiro como expressões de sentimentos sexuais reprimidos. O vampiro era visto como o mais intenso dos dois. Em virtude das semelhanças entre vampiros e os incubi/succubi, muitas das formas deste último aparecem freqüentemente nas listas de vampiros diferentes pelo mundo afora, como follets (francês), duendes (espanhol), alpes (alemão), e folletti (italiano). Intimamente ligado ao incubus estava o mare (teutônico antigo), mara (escandinavo) ou mora (eslavo), o espírito maligno de um pesadelo.
Jan L. Perkowsi assinalou que as histórias do vampiro eslavo também incluíam elementos do que parecia ser o mora. Ele os considerou no cômputo de vampiros que tinham experimentado uma contaminação demoníaca. Distinguiu cuidadosamente o vampiro (um cadáver reavivado) e o mora (um espírito de forma esférica) e criticou vampirologistas como Montague Summers, Dudley Wright e Gabriel Ronay por confundir as duas coisas. Também criticou Jones pelo mesmo motivo. Conquanto conhecesse que o vampiro e o mora compartilhavam o mesmo tipo de vítima (alguém dormindo), o fenômeno do vampiro precisava ser diferenciado na medida em que estava centrado em um cadáver enquanto o fenômeno mora não tinha essa referência e estava centrado inteiramente na vítima que havia sobrevivido a um ataque de espíritos malignos.
O Livro dos Vampiros, A Enciclopédia dos Mortos Vivos - J. Gordon Melton.

Bruxas e Gatos Pretos.


Os gatos sempre foram associados à Bruxaria e à Magia em todas as crenças populares, especialmente os gatos pretos. Nenhuma representação artística de uma cabana de bruxa dos tempos antigos poderia estar completa sem um gato por perto. A verdade é que toda raça felina tem um certo ar de mistério que lhes confere magia e estranhamento.
Desde o Egito, até Roma e o Norte europeu, eles aparecem como criaturas mágicas. Durante os julgamentos das bruxas no século XVII, era comum a acusação de que elas se transformavam em gatos. Os gatos pretos sempre possuíram um simbolismo ligado ao oculto e frequentemente eram tidos como guardiões ou espíritos familiares das bruxas. A grande verdade é que muitas delas deveriam acolher os felinos que perambulavam pelas ruas, dando-lhes abrigo e comida, e por esse motivo passaram a ser associadas a eles nos manuais de acusações.
Em muitos rituais pagãos de diversas culturas era comum o uso de máscaras de animais para simbolizar o guardião daquele mago em questão. Mesmo as bruxas na Idade Média podem ter usado máscaras semelhantes, pois o simbolismo é direto. Porém, não só relacionado a gatos – também lebres, cavalos, bodes, enfim, animais que faziam parte de seu cotidiano. O propósito era invocar as características daquele animal, o que é uma forma de homenagem.
As bruxas frequentemente eram acusadas de transformarem-se com o propósito de molestar as pessoas, ou para correrem sem alarde durante a noite, enquanto faziam algo misterioso. Oras, a Igreja Católica sempre foi perita em chamar de demônios tudo aquilo que não era particularmente cristão. Com as bruxas e os gatos não foi diferente. E, assim, foi-se criando um senso comum a respeito dos gatos e sua ligação com o “demônio”, o que não passa de uma ideia absurda.
Uma das estórias era que o demônio aparecia nos sabás das bruxas na forma de um enorme gato preto. ¬¬ Talvez a Igreja tenha lhe dado essa atribuição em função do antigo culto de veneração aos gatos no Egito Antigo. Além disso, diversos deuses pagãos tinham formas de animais. Chamar tudo de demônio era a solução ideal para afastar os pagãos.
Os egípcios, por exemplo, associavam os gatos à Lua e consagravam-nos às deusas Ísis e Bast. No Museu Britânico há inúmeras imagens de gatos sagrados egípcios, assim como animais cuidadosamente mumificados.
Os gatos domésticos foram levados para a Inglaterra através dos romanos (e sim!, eles vieram do Egito). Os celtas tinham diversas lendas sobre os gatos sith das montanhas e os cath paluc de Gales. O gato na tradição gaélica-escocesa é descrito como sendo tão grande quanto um cachorro (isso suscita lendas de panteras negras até hoje na Bretanha). Em Macbeth, o gato não é preto, mas listrado, e mia insistentemente.
O poder da Igreja Católica na manipulação do imaginário popular foi tamanho, que até hoje há pessoas que temem quando um gato preto atravessa seu caminho, por exemplo, mesmo sem saber toda a história por trás disso.
No entanto, os gatos pretos também são associados à boa sorte! Existe uma velha rima popular inglesa que diz:
Sempre que o gato da casa é preto,
O amor das jovens moças não irá faltar!
Muitas pessoas usam broches e amuletos em forma de gatos pretos; nos anos 20 e 30 do século passado havia uma moda de chaleiras no formato de gatos pretos, como existem também abajures nesse formato, além de vários itens de decoração, para ficarmos somente em um campo.
Com relação à Magia, é muito interessante o que bruxas e bruxos relatam a respeito dos gatos. Muitos já viram seus gatos na cozinha, por exemplo, mesmo sabendo que eles estavam no quarto, dormindo, o que é um exemplo de viagem astral. Esse tipo de relato é comum. Outro fato comum é a atração que os gatos sentem pelo círculo mágico – eles sempre dão um jeito de entrar e sair, ficar por perto. Ou então, quando você vai ler o tarô. Lá está o gatinho curioso, rondando as cartas (isso quando não deita sobre elas!). Enfim, o que acontece é que muitas dessas pessoas também disseram que tentavam tirar o gato de perto e ele sempre voltava! Resumindo, eles gostam mesmo, o que é bastante engraçado e gostoso de vivenciar.
Seja como for, a crença nos poderes ocultos associados aos gatos é uma das mais antigas e sólidas vivências nos antigos – e recentes – conhecimentos das bruxas e bruxos que possuem – e adoram – seus gatinhos.F.P.Wikepédia.