contos sol e lua

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terça-feira, 2 de março de 2010

VIVER COMO AS FLORES .


Mestre, como faço para não me aborrecer?
Algumas pessoas falam demais, outras são ignorantes.
Algumas são indiferentes.
Sinto ódio das que são mentirosas.
Sofro com as que caluniam.

- Pois viva como as flores! Advertiu o mestre.
Como é viver como as flores? Perguntou o discípulo.

- Repare nestas flores, continuou o mestre, apontando lírios que cresciam no jardim.
Elas nascem no esterco, entretanto, são puras e perfumadas.
Extraem do adubo malcheiroso tudo que lhes é útil e saudável, mas não permitem que o azedume da terra manche o frescor de suas pétalas.
É justo angustiar-se com as próprias culpas, mas não é sábio permitir que os vícios dos outros o importunem. Os defeitos deles são deles e não seus.
Se não são seus, não há razão para aborrecimento.
Exercite a virtude de rejeitar todo mal que vem de fora.
Isso é viver como as flores.
Recebido de Vera Helena Tanze.

A Voz dos Deuses.


Agora finalmente a caminho.
Fortes ventos nos levarão para casa.
Ninguém jamais obedecerá.
Mas nossos deuses todos sozinhos.
Os remos estão deslizando.
Pelo enegrecido mar nórdico.
E, induzidos pelo vento,
Pelas onde que devemos sobrejugar.

A voz que podemos ouvir é o velho chamado do norte.
Ainda nos guiando em nosso curso.
Esta canção no vento nascida num salão de guerreiro.
Leva-nos de volta para casa.

A chegada é uma festa.
Estivemos fora por tempo demais.
Lembrando os mortos.
Muitos irmãos nos deixaram.
Mas com suas espadas em mão.
E almas quietas dentro.
Retornaremos á terra
Em que foram enterrados.

Você sente a união quando nasce.
Onde montanhas tocaram o céu.
Gelo eterno e tempestades coléricas.
Acima, onde as águias voam.
Você ouve os cascos das pancadas do Sleipnir.
Lobos e corvos ao seu lado.
Com um olho nos assiste através das nuvens.
E nos leva enquanto morremos.
Aisha Jalilah.

Espinho da Rosa.


Pelo céu azul claro.
Não há nada a não ser nuvens.
E todas as árvores um dia verdes.
Deixaram suas folhas um dia cair.
Onde está a rosa mais negra.
A única que eu escolheria?
Sua florescência colorida é tudo de que preciso.
Para que meu ego negro se alimente.

À procura da flor desejada.
Encontro o caminho para ela.
Pelas sombras através de foto resplandecente.
Encontro o caminho.

A procura pela rosa negra terminou aqui.
Ela permanece bem á frente de meus olhos.
Ajoelho, para dissipar meu desejo,
Meu coração sangra enquanto a florescência perde todas as suas cores.
Meu dedo sangra quando um espinho pica.
Ela machuca outros por não se machucar.
Feridas saíram e verás.
Que uma rosa não é a única coisa a lhe machucar.

Além das nuvens cinza-escuras.
Não há nada a não ser a luz.
Á noite as estrelas brilharão claras.
Quando o vento empurra as nuvens cinzas para o lado.
Vejo rosas vermelhas em florescência.
Sua beleza e nada como a melancolia.
Apenas um tolo não conseguiria ver.
O que acabei de descobrir para mim.
Aisha Jalilah.

O Trono do Dragão.

A largura do ar é meu domínio.
Meu é o céu.
Meu são os olhos oniscientes.
Irmão da tempestade e do vento.
Mestre de tudo.

Voe alto para o céu.
Que tempestade e trovão guiem teu caminho, indandesça e brilhe.
Veja com olhos vigilantes.
Tenha em mente o juramento meu com verdade e luz.

Uma vez eu fui vítima da ganância.
Amaldiçoado para sempre.
Sedento pelo céu e pela luz.
Aprisionado pelo ouro além dos portões.
Até que uma luz,
Um lindo raio de luz, clareou mau caminho.

Governe com fôlego de fogo.
Procure além do sol a sua çuz.
Grite por meu nome.
Confie na minha chama pois eu virei.

Fogo é o trono da noite.
Confio em vós, enquanto meus poderes erguer-se-ão.
Quando retornarmos, vingança arderá.
Aisha Jalilah,

Lágrimas de Dragão.


As palavras foram pronunciadas pelo poder da sabedoria.
Fui amaldiçoado por deixar a luz.
O tesouro que tenho que preservar de você.
Incontáveis ricos aqui a jazer.
E ninguém ousa confrontar este meu poder.


Agora o matador de dragões põe-se á ribalta.
Sou eu, não tenho medo.
Estou cansado e velho, pegue o ouro além do portão.
Apenas me prometa uma coisa antes que se vá.
Mate-me pela sua dignidade.
Eu lhe levarei longe, a luz é o que eu quero ver.

Deixe-me voar para os céus novamente.
Deixe-me caçar pelas nuvens, pela terra.
Apenas uma vez mais antes que eu tenha que morrer.
Deixe-me levar você para alto no ar.
É a última chance de curar meu desespero.
A salvação para mim em todos os meios.
É apenas uma emoção distante.
Aisha Jalilah.