quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

ASPECTOS ESOTÉRICOS DA VIDA DE JESUS.


LEWIS, H. Spencer. A vida mística de Jesus/The mystical life of Jesus. 7ª ed. Traduzido, composto, revisado e impresso na Ordem Rosacruz, AMORC. Curitiba – Paraná: AMORC, 1997, pp. 191-2.
Muito se tem dito, muito se tem escrito e muito se tem especulado sobre a vida e a missão Daquele que foi o Logos Encarnado da Era de Peixes. Este texto não pretende acrescentar nenhum fato novo que não seja, pelo menos, do conhecimento dos ocultistas e dos iniciados. Sendo assim, as revisitações a seguir apresentadas, ainda que pouco conhecidas, tão-somente reviverão passagens e fatos relativos à vida de um dos mais veneráveis Mestres da Grande Loja Branca. Peço antecipadamente desculpas àqueles que porventura se magoarem com o que se seguirá. Entretanto, se alguns equívocos foram cometidos ao longo desta incompletíssima explanação, o intuito não foi o de iludir ou de provocar uma cizânia mental. Antes, pretendeu-se informar e abrir certas portas que, para muitos, ainda permanecem lacradas. Não se discutirá nenhum aspecto doutrinário ou teológico, nem se espera ou deseja o imprimatur da Igreja de Roma ou de qualquer outra. Muito menos se tomará partido desta ou daquela religião, nem das múltiplas controvérsias que perduram sobre a existência de Jesus — induvidosamente o mais iluminado personagem do signo zodiacal anterior, e que foi concluído em 5 de Fevereiro de 1962. Àqueles que entrarem em sintonia com as informações coligidas por este neófito, lembra-se: bate, e a porta será aberta. A ninguém é negada a luz do Conhecimento. Todos, entretanto, deveriam, como advertiu Shakespeare, ser amáveis no ouvir e bondosos no julgar, e ter como norma de vida a antiga exortação: em tudo que buscardes, buscai a compreensão.
O NASCIMENTO.
Sob o signo de Libra o Sol nasceu, e Ana, esposa de Joaquim, o Sacerdote Supremo do Templo Essênio de Hélios, deu à luz à uma menina: Maria. MaRiHâ. Aos treze anos foi Maria consagrada columba do Grande Templo, e, como determinava a tradição, foi colocada sob a tutela de um viúvo da comunidade essênia. A José coube o encargo de cuidar da jovem até que se cumprisse a Profecia dos Magos. Maria espera. Anunciação. Gabriel. Ramo de açucenas. Geração. No dia 4 de Outubro (calendário gregoriano) do ano 4 a.C., em uma gruta-hospital essênia na Cidade de Belém, Maria concebeu o VERBO, que não deve ser confundido com o Absoluto de Hegel (Ser e Não-Ser), com o Parabrahaman dos vedantinos ou com SAT – a Realidade Una. Esta data, segundo o Dr. Harvey Spencer Lewis (Frater Profundis XIII), está definida pela intercessão das linhas do piso da Câmara da Rainha com a linha do piso da Passagem Ascendente da Grande Pirâmide de Gizé, no Egito..
E assim a Profecia foi cumprida. E assim o Lótus germinou, frutificando segundo Sua espécie, cuja semente está Nele mesmo. E assim, também, cumpriu-se o Gênese I, 11. E por isso, e também por inspiração no antigo culto das Deusas Lunares, foi dado início à Mariolatria.
A DIVINA CONCEPÇÃO.
As fraternidades iniciáticas e os místicos desenvolvidos sabem que a imaculada conceição é uma necessidade cósmica insubstituível inerente à futura existência física dos avatares. Na vida de todo Grande Mestre isto é um acontecimento natural, pois é cosmicamente impossível que um homem humanamente concebido e nascido, possa tornar-se o Cristo de seu tempo. Esse mecanismo – essa Lei – todavia, permanece oculto e inviolado fora das altas esferas iniciáticas, sendo entendido profanamente como um acontecimento miraculoso e desprovido de um sentido (no mínimo) racional, quer no que concerne ao próprio processo místico em si, quer no que tange às Leis Cósmicas envolvidas. O outro lado deste entendimento é pura e simplesmente negar este desdobramento místico. Crassamente, ambas as convicções laboram em erro. Mas, não erramos todos nós?
Entretanto, ainda que nem todos aqueles que foram virginalmente concebidos tenham sido instrutores de ciclo, há uma linha predominante de coincidências, que não pode ser desprezada. Como Jesus, todos foram milagrosamente concebidos, nasceram de uma virgem e manifestações espetaculares da Natureza ocorreram por ocasião de seus falecimentos. Como Jesus, muitos foram supliciados. Alguns desses enviados foram: Hórus e Ra (Egito), Krishna e Buddha (Índia), Tammuz (Síria), Indra (Tibete), Quetzlcoatl (México), Lao-Tsé (China), Zoroastro e Ciro (Pérsia) e Pitágoras e Platão (Grécia). A própria Virgem Maria foi imaculadamente concebida por sua mãe, Ana, palavra cujo sentido esotérico – Umâ-Kanyâ – significa Virgem de Luz.
A Humanidade jamais esteve desamparada e deixada sem guias. Assim, todos os Avatares acrescentaram Leis e Princípios ao conhecimento já existente, para que o ser paulatinamente realize a comunhão com a Divindade, sendo Esta um fogo misterioso vivo (ou movente), e as eternas testemunhas desta Presença invisível são a Luz, o Calor e a Umidade. Todos os fenômenos universais têm sua causa nesta tríade. No Livro de Dzyan está escrito: A Luz é a Chama Fria e a Chama é o Fogo. O Fogo produz o Calor, que dá a Água – a Água da Vida na Grande Mãe.
Nesse sentido, as revelações dos Homens-Deuses têm por finalidade o progresso ascensional e a reintegração dos homens, e sua conseqüente preparação para o ciclo que se seguirá. A VERDADE e a LUZ, contudo, são perpetuamente unas.
Finalmente, há um ponto que não pode ser omitido quanto às imaculadas concepções. Os místicos e iniciados de todos os tempos sabem que o poder mental é capaz de levar a matéria sem vida à consciência. O poder da PALAVRA enviada ao espaço manifestou (e manifesta) vida onde não existia (ou existe) vida consciente. O poder do VERBUM DIMISSUM pode, então, perfeitamente, impregnar de vida o que ainda não está fecundado. Não há, assim, necessidade de intermediação humana nas Concepções Cósmicas. E Aquele que se torna Filho de sua Mãe, antes foi seu Esposo e Irmão. E a Lei do Triângulo não é violada, ou seja, soada a hora, o Logos (aspecto masculino da Anima Mundi) diferencia-se, e os Três – Pai, Mãe e Filho – passam a ser Quatro. Pai, Mãe e Filho como Unidade e o Quaternário como manifestação viva, como ensinam os ocultistas e os conhecedores da Doutrina Secreta. Enfim, a tríade converte-se na TETRACTYS pitagórica.
TETRACTYS.
SANTA TETRACTYS = 1 + 2 + 3 + 4 = 10 = 1 TUDO É UM.

Talvez uma última explicação seja conveniente: a Asseidade – ou Vida por si mesma – carece de sexo como Divindade Abstrata, e como tal não pode (pôde ou poderá) ter pai – ou Pai. E, ao nascer da Eva terrestre, o Filho da Virgem Celeste Imaculada, torna-se a Humanidade como um todo. Em cima o Filho é todo o Cosmos; embaixo, a Humanidade. No Egito antigo, Amon, dentre seus diversos títulos, possuía o de marido de sua mãe (Mut), e esta era festejada como Nossa Senhora, a Rainha dos Céus e da Terra. Outras deusas-mães também eram honradas com esse título, como por exemplo, Ísis e Hathor.

113 x 5 = 565 —› 56,5 x 10.

(HE) (VAV) (HE) —› YOD = NUN-I (NI)


JESUS, O CRISTO.
O AMeN DA ERA DE PEIXES.

Harvey Spencer Lewis (Primeiro Imperator para este 2º Ciclo Iniciático da AMORC), no livro A Vida Mística de Jesus, escreveu que, ao obter o grau de Mestre da Grande Fraternidade Branca, José (nome original de Jesus antes de receber a Suprema Iniciação que o qualificou como a Palavra Vivente) colocou-se entre os mais sábios e sumos sacerdotes, o segundo em importância após o Hierofante da Organização. Este fato simbolizou a humildade que todo iniciado obrigatoriamente deve possuir, e, particularmente, no caso de Jesus, Ele próprio se ofereceu voluntariamente para o ato final que o investiria de toda força espiritual e de todo poder necessários para realizar a missão para Ele e com Ele cosmicamente planejada. Em nenhum momento de Sua vida, houve qualquer dúvida quanto ao seu Estado Crístico. Mas a Iniciação Final pela qual Jesus passou na Câmara do Rei da Grande Pirâmide de Queóps (Sanctum Sanctorum), consagrou-O simbólica, mística e efetivamente como o mais elevado entre todos e como o VERBO ENCARNADO E O AMeN DA ERA PISCIANA. IEHOUA.
Câmara do Rei da Grande Pirâmide de Queóps (Sanctum Sanctorum)

Câmara do Rei da Grande Pirâmide de Queóps
Sanctum Sanctorum.
Rapidamente, é interessante refletir sobre a palavra AMeN. Cabalisticamente equivale a 91 (1 + 40 + 50), e é igual à soma de YHVH e ADoNaY, que equivalem, respectivamente, a 26 (10 + 5 + 6 + 5) e 65 (1 + 4 + 50 + 10). YHVH e ADoNaY implicam esotericamente na existência assexual do Senhor no interior de cada indivíduo. É importante ressaltar que o original de AMeN é AUM. Oh! Meu Deus que estás em mim! AUM MANI ... PADME HUM! (91 —› 9 + 1 —› 10 —› UM). Eu e o Pai (Mãe) somos Um.
Oh! Meu Deus que estás em mim! AUM MANI ... PADME HUM!
Enfim, a revelação parcial e autorizada da Sublime Iniciação que José passou, está assim relatada no livro já referido de Harvey Spencer Lewis:
José foi levado ao pátio externo da Esfinge e O vestiram de púrpura para a cerimônia preliminar realizada à meia-noite. Terminada esta cerimônia, Ele foi escoltado pelas passagens subterrâneas secretas até a sala de recepção sob a Pirâmide. Após a realização de outra cerimônia nesse local, começou a Sublime Cerimônia de Sua elevação ao mais alto pináculo da Iniciação. Isto foi feito levando-se José a caminhar por várias rampas aos diferentes níveis no interior da Pirâmide, havendo uma câmara em cada um. Quando os participantes chegaram à mais elevada dessas câmaras, praticamente no centro da estrutura, foi celebrada a cerimônia final. No decorrer da mesma, o diadema real foi colocado na cabeça de José, para indicar que Ele não mais era um Neófito, nem mesmo um igual entre os Mestres da Fraternidade, mas o maior dentre eles. Por mais de uma hora decorreu a cerimônia, culminando em um período de silêncio e meditação, com José ajoelhado diante do altar. Então uma Grande Luz se fez na câmara, que até então só estava iluminada por velas e três tochas. Uma pomba branca desceu na luz e pousou na cabeça de José; o Hierofante se pôs de pé e várias sinetas começaram a soar nas câmaras inferiores, anunciando ao mundo o grande acontecimento. Uma figura etérea que apareceu atrás do Hierofante como um ser angélico ordenou a José que se levantasse e proclamou: ‘Este é ?JHESU?, o Cristo; levanta-te!” E todos os que se achavam na câmara responderam em uníssono: ‘AMeN’.
OS MILAGRES.
As leis naturais são inalteráveis e não podem ser violadas. Na perpétua ordem cósmica, tanto visível como invisível, também nada se perde. Como refletiu Saint-Yves d’Alveydre, a matéria-prima de um astro qualquer guarda em sua luz secreta a imagem de um pensamento, o movimento de uma vontade e, inclusive, a realização de uma paixão. A aparente transgressão de uma lei universal constituiu-se, apenas, para o observador distraído e mal informado, em incapacidade para compreender o que aconteceu ou está acontecendo. A levitação, a invisibilidade, a transmutação e a projeção psíquica, por exemplo, seguem Leis Cósmicas perenes, que eram, entre outras Leis, ensinadas vagarosamente nos centros iniciáticos da Antigüidade. Jesus aprendeu todos esses ensinamentos, que ainda hoje são ministrados nos graus superiores de determinados segmentos autênticos da Grande Fraternidade Branca. Mas, imaginar que a meta do espiritualismo autêntico e tradicional – vale dizer iniciático – seja o poder pelo poder, é o equívoco que não pode ser admitido. Poder sem elevação de consciência é nada. O verdadeiro poder que o postulante alcança na vereda iniciática, é a compreensão do porquê da vida (e da Vida) e sua relação com o Universo criado. E assim, acaba por se saber uno com a criação, irmão do outro, no outro e com o outro. E a Lei Universal suprema é o serviço. Servir para reintegrar-se; reintegrar-se para servir.
E, desta forma, a terceira etapa da vida pública de Jesus, do Rio Jordão até o Golgotha, foi uma repetição exotérica (exterior) das múltiplas iniciações pelas quais passou, subjetiva e secretamente, nos diversos monastérios da Fraternidade. Quatro estágios – delineados séculos antes por Pitágoras – marcaram seu ministério público:
O primeiro grau de preparação, culminando no Sermão da Montanha; o segundo grau de purificação, representado pelas . demonstrações da terapêutica mística; o terceiro grau de iluminação, manifestado pela volta de Lázaro dentre os 'mortos'; e o quarto grau de visão espiritual, manifestado pela transfiguração.
Examinando mais detidamente a questão dos (chamados) 'milagres', Jesus quando operava os prodígios que Lhe são atribuídos (repercutentes segundo as mesmas Leis por Ele operadas), sempre e inalteravelmente, cuidava de embutir subjacentemente uma Lei Cabalística específica. Nada, absolutamente nada, na vida do Humilde Peixe aconteceu por acaso, assim como tudo e todos os seus atos estavam alicerçados em Princípios Esotéricos, que aprendeu ao longo de seu noviciado, adeptado e mestrado preparatórios para a realização de sua missão na Terra. Um exemplo disto foi a pesca miraculosa de 153 (cento e cinqüenta e três) peixes citada em João XXI, 11. O número 153 é o Valor Secreto de 17, sendo, este último, um número importantíssimo no Esoterismo Crístico e no Alto Simbolismo.[5] Observe-se que a adição teosófica de 17 é igual a 8 (1 + 7); e a adição teosófica de 153 é igual a 9 (1 + 5 + 3). Para ascender ao 9 é preciso ultrapassar a barreira do 8. Já o Valor Secreto de 8 é 36 (trinta e seis), que, por sua vez, possui como Valor Secreto 666 (seiscentos e sessenta e seis). Operações numérico-cabalísticas estão associadas à vários outros números, como, por exemplo, 10, 11, 13, 15, 21, 28, 32, 34, 37, 40, 42, 48, 58, 65, 72, 78, 96, 108, 111, 144, 175, 216, 222, 231, 260, 343, 369, 432, 777, 820, 888, 999, 1000, 1260, 1495, 5040 e 12000, todavia, fora do escopo deste trabalho. Apenas mais um exemplo pode ser lembrado: é o que se refere aos dois peixes (representativos do signo zodiacal de Peixes) e às doze cestas (simbólicas do próprio Zodíaco) citado em Mateus, XIV, 17 e 20. E, em aditamento, deve-se ter na devida conta, que os cinco pães estão associados ao número cinco, ou seja, à estrela de cinco pontas e à hipotenusa do Triângulo Retângulo do Teorema de Pitágoras (3, 4, 5). Já os cinco mil homens nada mais são do que o mesmo número cinco em outra dimensão. Como disse Pitágoras: Os números governam o mundo. São a chave da Cosmogonia, e o todo criado está em conformidade com número, peso e medida. BRAShITh BRA ALHIM.
Antes de se concluir este item, deve-se rapidamente aludir, que todos os prodígios realizados por Jesus (e que todo Iniciado ou místico desenvolvido também pode realizar) tiveram por base o excepcional conhecimento e o particular domínio de Ichchhâshakti e de Kriyâshakti, respectivamente, o poder da vontade e o poder do pensamento. Como é do conhecimento dos teósofos (e de todos os Iniciados), a manifestação mais comum do poder da vontade é a transmutação (elevação) de determinadas freqüências vibratórias, que passam a fluir através das correntes nervosas, para que possam ser executadas as determinações da Vontade. Por outro lado, sustentavam os antigos e sabem os contemporâneos que, uma idéia qualquer se manifestará exteriormente, se a atenção for nela concentrada intensamente. Assim, o poder mental dirigido permite produzir resultados fenomenais perceptíveis, decorrentes da canalização adequada da energia que lhe é inerente. Ainda deve ser aditado que o conhecimento pleno e perfeito da força ou poder das letras (vogais), das palavras e da música fizeram parte do aprendizado iniciático de Jesus. E, o coroamento de todo o seu esforço, de toda a sua dedicação e de todo o seu mérito como aprendiz e adepto, aconteceu por ocasião de seu mestrado, ao merecer se tornar conhecedor do NOME INEFÁVEL.o mais humilde noviço ao mais venerável hierofante, este é o Caminho.
Por último, deseja-se fazer referência à organização do trabalho místico programado por Jesus, que se baseou em três círculos concêntricos: 12 Apóstolos, 72 Adeptos e 360 (72 x 5) Postulantes, correspondentes às doze constelações, aos setenta e dois semidecanos do Zodíaco e aos trezentos e sessenta graus do círculo eclíptico. O primeiro, todavia, a ter acesso à sabedoria arcana, foi São João. Os 360 Postulantes, contudo, conheceram-na somente na quarta fase da vida do Mestre, ou seja, depois da crucificação. Esses três números admitem outras correlações, como, por exemplo, o alfabeto hebraico (doze letras simples), a sagrada palavra YHVH (IEVE ou IHOH) [10 + 15 + 21 + 26] e o Grande Ciclo de Precessão Equinocial (18 x 60 x 24 = 25920 anos).
A CRUCIFIXÃO.
A crucifixão é um processo místico-alquímico. Judas não foi, infantil e simplesmente, um traidor. A verdadeira história da traição ainda será exposta publicamente para exame de todas as consciências. Pilatus, apenas, fútil e inocentemente, não lavou as mãos. E Jesus não reclamou de seu Pai, pois, certamente, não era nem um nefelibata, nem um covarde. Na realidade, foi o grande herói da Era de Peixes. A Bíblia (particularmente o Gênese o Evangelho de S. João e o Apocalipse) está apoiada em leis cabalístico-alquímicas, e os fatos históricos não correspondem exata e integralmente às Leis e aos Princípios esotéricos tradicionalmente conhecidos e aceitos. Há um véu que perenemente protege a Tradição. Por outro lado, muitos fatos bíblicos foram deliberadamente adulterados e apocopados, como alguns livros foram injustificadamente suprimidos... O Livro de Jasher é apenas um exemplo. Os Evangelhos ditos apócrifos representam mais de trezentos exemplos!
A crucificação de um avatar geralmente simbolizava o fim de sua vida pública e início de suas atividades privadas. Expansão – Contração. Expiração – Inspiração. Mânvântâra – Prâlâya. Tudo em realidade se passa semelhantemente à Essência Divina: na expiração, o mundo é produzido; na inspiração, tudo desaparece e se desfaz gradualmente. Entretanto, o martírio de Jesus, sabido e por Ele esperado, foi, politicamente, uma punição romana e não judia. Se tivesse que ser sacrificado pelos judeus, Jesus seria apedrejado (pena de lapidação) e não crucificado. Todavia, dois foram os motivos (históricos) básicos que O levaram ao suplício iniciático: o socialismo santo que preconizava e a proclamação de Rei dos Judeus, que seguidores entusiásticos Lhe conferiram. O poder tirânico de Roma não poderia tolerar essa situação, e, a 5 de Abril do ano 30 de nossa Era, data assinalada na mesma Pirâmide que previu seu nascimento (hipotenusa do triângulo formado pelo piso da Câmara da Rainha, piso da passagem Ascendente e piso inclinado desta mesma Passagem), Jesus foi crucificado. Deve-se acrescentar, ainda, que o maior conspirador e inimigo de Jesus não foi Judas, mas Caifás, que solitariamente a serviço de Roma, oferecia informações e fazia relatórios secretos quanto às atividades do Mestre. Na realidade, pouquíssimos judeus estavam interessados em castigar Jesus. Ao que se sabe, Caifás agiu praticamente sozinho, e o Sinédrio não teve participação relevante no processo que se estabeleceu contra Jesus. Roma, inclusive, perdeu o interesse em supliciar Jesus, mas a ordem chegou tardiamente, e isto já é outra história. Tardiamente?
Muito se tem comentado sobre a famosa frase pronunciada por Jesus, quando já estava pregado na cruz. Em Mateus XXVII, 46, lê-se: Eli, Eli, lamma sabacthani? Em Marcos XV, 34, está escrito: Eloi, Eloi, lamma sabacthani? Estas duas frases de sentido idêntico têm sido traduzidas por Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste? Todavia, ou esta frase tem um sentido oculto, ou as palavras foram mal interpretadas, ou as duas coisas. A transliteração hebraica dos dois Evangelhos e os manuscritos gregos estão corretos, e não existe margem para dúvida ou discussão. Mas o sentido – o verdadeiro sentido – é outro, e diametralmente oposto do que foi admitido, ou seja: DEUS MEU, DEUS MEU, COMO ME GLORIFICASTE! Já no versículo primeiro do Salmo XXI está registrado ALI, ALI, LMH HhZBTh-NI?, que significa: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Mas Jesus também poderia ter bradado: Heloi, Heloi, LMH ShBHhTh-NI!
Fica a pergunta: Por que a falsidade consentida de tradução? Simplesmente porque a frase ALI, ALI, LMH ShBHhTh-NI! era a fórmula final esotérica e sacramental dos Ritos Iniciáticos do Antigo Egito, e era pronunciada após terríveis provas de iniciação nos Mistérios (ditos pagãos). Aceitar e traduzir a frase corretamente, equivaleria a admitir que Jesus havia sido um Iniciado. IESCHOUAH. A frase DEUS MEU, SOL MEU, ESPARZISTE SOBRE MIM OS TEUS FULGORES! era a exclamação derradeira proferida pelo Iniciado, quando, então, era já considerado como FILHO E GLORIOSO ELEITO DO SOL. Enfim, como os teólogos poderiam justificar a tradução correta perante a Cúria e ante a própria incipiente confraria católica? Admitir a frase iniciática implicaria em, obrigatoriamente, reformular os descaminhos que o movimento religioso que encontrou amparo nas doutrinas do Crucificado, estava então palmilhando, principalmente após o Segundo Concílio de Constantinopla, em 553 d. C., no qual, entre outras apócopes e distorções, foram suprimidas, por bula papal, a preexistência da personalidade-alma e a Lei da Necessidade (Reencarnação). E nunca mais se comentou ou estudou o pensamento de Orígenes – o Papa Iniciado. O que, por outro lado, deve ficar registrado, é que, independentemente de todas as distorções, adulterações, supressões e equívocos, há uma perene Igreja Eterna (oculta e iniciática), que guarda zelosamente o Conhecimento Primordial, e vive na sua integralidade as Doutrinas Secretas de Jesus. De passagem – e a bem da verdade – a supressão autoritária da Lei na Necessidade interessou superlativamente a Teodora, esposa de Justiniano, que ao ceder aos apelos da antiga cortesã, cometeu, em associação com alguns membros da Cúria despótica daqueles tempos (bispos ortodoxos do Oriente), um dos maiores absurdos contra o Esoterismo Tradicional. Pergunta: seria possível, hoje, serem suprimidas, por qualquer decreto, as leis da gravitação, do eletromagnetismo e da radiatividade? De qualquer forma, no Evangelho (apócrifo) de Felipe, versículo 72, a frase iniciática ALI, ALI, LMH ShBHhTh-NI está assim escrita: Deus meu! Deus meu! Por que Senhor, tanto me glorificas?
De qualquer forma, é ingênuo imaginar que Jesus, por maiores que tenham sido seu sofrimento e flagelação naquela nona hora de desespero e dor, tenha, por um único instante, desacreditado da ubiqüidade da Consciência Cósmica, de seus Irmãos do Templo de Hélios e da própria Grande Loja Branca, da qual era parte integrante, e da qual, naquele tempo, era seu supremo representante na Terra. Ele glorificou seu Pai pelo integral cumprimento de sua sagrada missão, ainda que a unificação das religiões e a reunião de todas as ciências não se pudessem ter verificado. Estava em curso, então, a Era de Peixes, regida pelo elemento água. A Humanidade permanecia imersa no líquido amniótico, incapacitada para aprender, opinar e decidir. O homem pisciano pouco raciocinava, e seu pensamento acompanhava, geralmente, padrões, teorias e dogmas preestabelecidos. E o que foi considerado sem valor, distorcido, ou suprimido, continua original e sacrossantamente resguardado dos profanos, e ensinado nas autênticas fraternidades iniciáticas. É o tesouro que a Humanidade deve procurar, para dar o primeiro passo em direção à sua libertação e emancipação. 8 —› 9. Há ainda a considerar a inscrição INRI geralmente interpretada como Iesus Nazarenus Rex Iudæorum (Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus). Voltando à Grande Pirâmide de Queóps, sabe-se que este monumento, entre outras finalidades, objetivou gravar as medidas dos céus e da Terra, ou seja, Iam (Água), Nour (Fogo), Ruach (Ar) e Iabeshah (Terra), cujas iniciais formam a sigla INRI, com aplicações cabalísticas que extrapolam o escopo deste ensaio. Não se pode, entretanto, deixar de avisar, que os elementos anteriormente referidos, só podem ser entendidos como entidades homogêneas do plano numenal. Pode-se também considerar, que os quatro elementos (alquímicos) são variedades alotrópicas universais de um elemento primordial. Há, por outro lado, quem traduza a inscrição da seguinte forma: Venho da Judéia, passei por Nazaré, conduzido por Rafael e sou da tribo de Judá. Todavia, em vattan deve ser lida I-NRI, cujo significado é: Ele, a Humanidade. Em veda, sua leitura é I-NaRa, significando Ele, a Alma do Universo. E, em sânscrito, deve-se ler I-Na-Ra-Ya, ou seja, Ele, Nara-Dêva – o Homem-Deus. Contudo, há um simbolismo alquímico, que é: IGNE NATURA RENOVATUR INTEGRA (É pelo Fogo que a Natureza é renovada). Por último, esta inscrição, se corretamente (esotericamente) escrita seria YNRI, cujas letras admitem, resumidamente, os seguintes significados:
Y: corresponde ao YOD – décima letra do alfabeto hebreu – simbolizando a manifestação do princípio criador ativo;

N: passividade. Se Y e N estivessem juntas (YN) já teria ocorrido a fusão de todas as seitas e religiões. (Na verdade, a letra N tem um sentido arqueométrico-esotérico-iniciático muito mais profundo).

R: União dos dois princípios universais e transformação perpétua da criação; e

I: Significa aquilo que emanou do sacrossanto. Associada à letra anterior (RI), representa a reunião (fusão) de todos os ramos da ciência.
Assim, quando YNRI realizar-se – Era de Aquarius – será YN-RI. Há, ainda, a aditar que há uma correlação entre as letras da sagrada palavra YNRI com os Arcanos I, XIV, XX e X do Tarô. Por outro lado, o traço-de-união que liga YN-RI não significa separação. Na verdade, tudo é UM no seio do ABSOLUTO (PRIMEIRO UM). E, progressivamente, o ser irá avançar, assumindo conscientemente conhecimentos numenais, e descartando aquelas impressões fenomenais grosseiras, que o têm agrilhoado à matéria bruta, aos sentidos físicos e à inconsciência placentária da qual ainda é prisioneiro.
RESSURREIÇÃO E ASCENSÃO.
Após glorificar seu Pai (ALI, ALI, LMH ShBHhTh-NI!), Jesus entregou o espírito. Está consumado. A missão externa (pública) havia sido completada. O poder e a autoridade que Jesus recebeu na Câmara do Rei da Grande Pirâmide retornaram à origem – à Consciência Cósmica. Harvey Spencer Lewis sustenta que a reversão do processo que ocorreu no Golgotha, retirou de Jesus tão-só a condição crística, que O acompanhou em sua missão pública. A partir de então, Ele tornou-se Mestre Humano, todavia, sem retroceder um infinitésimo em sua posição espiritual e hierárquica no âmbito da GRANDE FRATERNIDADE BRANCA.
Após o crucificamento, foi Jesus levado inconsciente para um jazigo de propriedade de José de Arimatéia, e os terapeutas da Fraternidade Essênia prestaram toda assistência no tratamento de suas feridas. O próprio Avatar utilizou todos os conhecimentos e poderes que possuía para restaurar a consciência em todas as partes de Seu Ser. Dali foi Jesus conduzido à casa de um dos membros da Fraternidade, na Galiléia. Depois de se recuperar, descansar algum tempo, e passar pelo místico fenômeno cósmico de Ascensão, sua vida fechou-se para a Humanidade, e passou a orientar de seu sanctum privado, no Mosteiro do Monte Carmelo, os trabalhos da GRANDE FRATERNIDADE BRANCA.
Logo, pode-se depreender que Jesus não morreu na cruz (fisicamente), como quiseram fazer crer alguns historiadores do passado. A Ressurreição não tem, assim, o significado teológico que lhe é geralmente atribuído. Quem não morreu (física ou iniciaticamente) não poderá ressurgir. Por outro lado, o vocábulo ressurreição era entendido de forma diferente do que compreenderam os exegetas. E o próprio processo místico da Ascensão não resultou no desaparecimento de Jesus do plano físico. Depois da Ascensão, Jesus trabalhou muitos anos com seus Apóstolos, Adeptos e Postulantes até sua transição, que transcorreu pacificamente, no Mosteiro do Carmelo, na presença dos irmãos da Fraternidade. Hoje, já é do conhecimento público que o corpo físico de Jesus permaneceu em um ataúde no Monte Carmelo por muitos séculos; finalmente, foi removido para um sepulcro secreto guardado e protegido por Seus Irmãos.
Compreendendo-se que a morte de Jesus, realmente, jamais aconteceu, se alguém tiver a ventura de encontrá-Lo, poderá, eventualmente, presenciar as seguintes situações: a primeira vez, possivelmente, seja em uma praia deserta. Lá, poderá encontrar o Mestre saudando o Sol nascente, de pé com os braços abertos em sinal de plena vida, e ensinando: Cada corpo sideral é um Templo, e todos são irmãos uterinos oriundos de uma mesma fonte nebular comum. Cego é o olho que vê no Sol apenas uma estrela que produz luz e calor. Bem-aventurado aquele que o reconheceu como Dispensador Universal de Vida, e que conseguiu decifrar seu número. E este número é cento e onze. Na segunda vez, porventura, O encontrará solicitando a um policial, que não prenda um homossexual barulhento. Em outra oportunidade, talvez, O verá serrando uma árvore que não dê mais frutos. Poderá, também, surpreender-se ao vê-Lo tomar um trago de cachaça com um reconhecido traficante de drogas. Na quinta vez, poderá estar promovendo um tumulto na entrada de uma igreja qualquer, na qual estejam sendo vendidos objetos de adoração. Na penúltima, talvez, presencie a cura alquímica de uma prostituta que esteja condenada pela Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. E, na sétima, poderá estar a conclamar um grupo de homens e mulheres, para que busquem a sabedoria no Silêncio de seus Corações. A verdade está dentro – dirá o Mestre – fora só há ilusão. Aquele que quiser alcançar o Reino dos Céus deverá trilhar a SENDA CARDÍACA. Nesta vereda, acabará por compreender e realizar que o ser é o Templo da Consciência Cósmica, e que o espírito de seu Pai habita em seu próprio interior.LEWIS, H. Spencer.