sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Grande Arcano do Ocultismo Revelado.
É um dos mais importantes de seus livros sobre Ocultismo.
Está dividida em duas partes:
1ª Parte: "O mistério real ou a arte de fazer-se servir pelas Forças".
2ª Parte: "O mistério sacerdotal ou a arte de fazer-se servir pelos Espíritos".
PRIMEIRA PARTE.
Para magnetizar sem perigo é necessário ter em si a luz da vida, ou seja, ser um sábio e um justo. O homem escravo das paixões não magnetiza, fascina; porém, a irradiação da sua fascinação aumenta em torno dele o círculo da sua vertigem, multiplica seus encantos e debilita cada vez mais a sua vontade.
Os indivíduos e as massas a quem a razão não governa, são escravos da fatalidade, a qual rege a opinião que é por sua vez a rainha do mundo.
Os homens querem ser dominados, arrastados; as grandes paixões parecem-lhes mais belas do que as virtudes, e, aqueles que chamam de grandes homens, muitas vezes não são mais do que grandes insensatos. Podemos concluir que os loucos são magnetizadores, ou melhor, fascinadores; e, é isto que torna a loucura tão contagiosa. Por não saber medir o que é grande, a maioria das pessoas se apaixona pelas coisas estranhas e ninguém ama tanto a turbulência como o impotente.
Gostaríamos de ser sábios, mas, teríamos a certeza de nossa sabedoria enquanto acreditássemos que os loucos são mais felizes e até mais alegres do que nós?
Sabedoria, moralidade, virtude, são palavras respeitáveis, porém, vagas, sobre as quais se discute há muitos séculos e sem conseguir entendê-las.
A virtude supõe a ação, pois se opomos a virtude às paixões é para demonstrar que ela jamais é passiva. A virtude não é somente a força, é também a razão diretora da força. É o poder equilibrante da vida. É a arte de balançar as forças para equilibrar o movimento. O equilíbrio que é necessário ser alcançado não é aquele que produz a imobilidade, senão aquele que realiza o movimento. Pois a imobilidade é morte e o movimento é vida. A natureza, equilibrando as forças fatais, produz o mal físico e a destruição aparente do homem mal equilibrado.
Os animais vivem por assim dizer, por si mesmos e sem esforços: Só o homem deve apreender a viver. A ciência da vida é a ciência do equilíbrio moral. Conciliar o saber e a religião, a razão e o sentimento, a energia e a doçura é o alicerce desse equilíbrio.
A verdadeira força invencível é a força sem violência. Os homes violentos são homens débeis e imprudentes, cujos esforços sempre se voltam contra eles mesmos. A raiva faz com que as pessoas se entreguem cegamente aos seus instintos ou inimigos.
"Desejai a Luz, pois ela se fará. Não procureis a Vitória pela espada pois o assassino provoca o assassínio. É pela paciência e a doçura que vos fareis senhores de vós mesmos e do mundo".
Aquele que toma Tróia é o prudente e paciente Ulisses, que sempre sabe se conter e só fere com golpe seguro. Aquiles é a paixão e Ulisses a virtude. Sem dúvida o autor destes poemas conhecia profundamente o Grande Arcano da Alta Magia, o qual é Único, e tem por objetivo o de colocar o Poder Divino a serviço da vontade do homem. Para chegar a realização deste Arcano não esqueçamos jamais a palavra quadrupla do enigma eterno proposto pela Esfinge:
Saber, na sua cabeça de mulher de olhar penetrante; Querer, no perfil do laborioso touro; Ousar, nas suas garras de leão e Calar, nas suas asas dobradas.
Toda substância modifica-se pela ação; toda ação é dirigida pelo espírito; todo espírito dirige-se conforme uma vontade, e, toda vontade é determinada por uma razão.
SEGUNDA PARTE.
A escravidão de um prazer chama-se paixão. O domínio de um prazer pode converter-se em poder. A natureza coloca o prazer junto ao dever; se o separamos do dever, corrompe-se e nos envenena. Se o juntamos com o dever, o prazer não se separará mais dele, nos seguirá e será a nossa recompensa.
Um homem nulo e medíocre poderá chegar a tudo, porém jamais será algo. Um homem apaixonado, que se abandona aos excessos, morrerá por sua própria intemperança, ou será fatalmente arrastado ao excesso contrário. O espírito humano é um doente que ainda caminha com o auxílio de duas muletas: a ciência e a religião. A falsa filosofia tira-lhe a religião, e o fanatismo tira-lhe a ciência.
Todo poder mágico está no ponto do equilíbrio Universal. A sabedoria equilibrante está nestas quatro máximas:
Saber a verdade, Querer o bem, Amar o belo e Fazer o que é Justo. Porque a verdade, o bem, o belo e o justo são inseparáveis, de tal forma que aquele que sabe a verdade não pode deixar de querer o bem, amá-lo porque é belo e fazê-lo porque é justo.
O ponto central na ordem intelectual e moral é o laço de união entre a ciência e a fé. Na natureza do homem este ponto central é o meio pelo qual se unem a alma e o corpo para identificar a sua ação. Todo homem está destinado a atingir este ponto, porque Deus deu a todos uma inteligência para saber, uma vontade para querer, um coração para amar e um poder para operar.
O exercício da inteligência aplicada à verdade conduz a ciência. O exercício da inteligência aplicada ao bem da o sentimento do belo, o qual produz a fé. O homem equilibrado é aquele que pode dizer: sei o que é, creio no que deve ser e nada nego do que pode ser. O fascinado dirá: creio no que as pessoas, em quem acredito, me disseram para acreditar. Creio porque amo a certas pessoas e certas coisas. Em outros termos, o primeiro poderá dizer, creio pela razão e o segundo, creio pela fascinação.
Porque é tão frio o homem quando se trata da razão, e tão ardente quando combate a favor de uma quimera?
É que o homem, apesar de todo seu orgulho, é um ser que não ama sinceramente a verdade, senão que, pelo contrário, venera as ilusões e mentiras. Vendo que os homens são loucos, diz São Paulo: "Queríamos salvá-los pela sua própria loucura, impondo o bem à cegueira da sua fé". Aqui temos o Grande Arcano do Catolicismo de São Paulo, enxertado no Cristianismo de Jesus e completado pelo Jesuitismo de Santo Inácio de Loyola. É necessário absurdos às multidões. A sociedade compõe-se de um pequeno número de sábios e de uma massa enorme de insensatos. Para completar poderíamos dizer: "Os malvados instruídos são os perversos mais completos e mais emíveis".
Os povos formam ídolos e os destroem; o inferno se encherá de deuses caídos até que a palavra do "Grande Iniciador" se faça ouvir. Deus é espírito e devemos adorá-lo em espírito e em verdade.
E como diz o próprio testamento do autor: "Neste livro, está a última palavra do Ocultismo e foi escrito com a maior claridade possível. Pode e deve ser publicado este livro? Ignoramos; porém, julgamos que poderíamos e deveríamos fazê-lo. Se ainda existem verdadeiros Iniciados no mundo, é para eles que foi dedicado e cumpre somente a eles julgar-nos.DO LIVRO.Grande Arcano do Ocultismo Revelado.Eliphas Levi.
Por que é tão difícil começar?
Começar! Como parece difícil para algumas pessoas dar o primeiro passo. Seja para fazer o que for, uma atividade física, um programa de reeducação alimentar, um relacionamento afetivo, de casa, do emprego, ou seja, tudo que envolve mudança, mesmo que saibam que será para o próprio bem, resistem com unhas e dentes como se tivessem que dar um passo rumo a algo que as farão sofrer muito.
As desculpas e justificativas são inúmeras. Tudo passa a ser motivo de adiar para depois, para o amanhã, para segunda-feira, ou ainda, desistem até antes de terem começado. Os sentimentos são dúbios, pois um lado, o racional, diz que deve fazer, que será bom; outro lado, em geral, o emocional, faz que pense que será impossível, e diante de tal fracasso já previsto, o melhor mesmo é nem começar.
Ao encontrar com um amigo que não via há tempos e vê-lo muito melhor do que a última vez, talvez o pensamento seja assim: ele, sim, consegue, é capaz, mas eu não vou conseguir, que vergonha ter encontrado com ele justamente nesse momento em que me encontro tão infeliz, tão feio, tão incapaz, sentindo-me tão sem valor, por que eu não consigo?... Você já deve ter se perguntado infinitas vezes por que você não consegue. Claro que você também consegue, mas talvez esteja cansado de ter que recomeçar, ou ainda, nem sequer sabe por onde e qual caminho trilhar. Você pode responder que já tentou tantas vezes e que não quer mais um fracasso em sua lista. Compreensível. Mas será que já não aprendeu o suficiente, não sofreu bastante por estar tão insatisfeito consigo mesmo que agora poderá usar toda sua experiência a seu favor?
O que está esperando acontecer para começar a fazer algo para mudar o que não te faz bem? Seja seu casamento, seu trabalho, o curso que está fazendo, o peso que está acima do que gostaria... Será que vai acontecer algo e, de repente, tudo mudará num passe de mágica? Sabemos que não. Ou prefere continuar triste, insatisfeito, doente?
Muitas pessoas cometem o erro de dizer que só vão começar quando tiverem vontade. Não! Primeiro devemos começar. Alguns dizem que só vão começar a atividade física quando o tempo melhorar, ou depois que comprarem aquele tênis que tanto desejam ou só depois de eliminar alguns quilinhos. Outros dizem que só vão terminar o relacionamento que tanto os faz sofrer depois que tiverem forças. Errado! Só nos motivamos com o que estamos fazendo depois que começamos. É preciso antes começar para então sentir a energia de ter conseguido, e não o contrário. As pessoas ficam esperando ter vontade de começar. Mas como ter vontade quando nos sentimos sem chão, sem forças, sem saber qual o melhor caminho a seguir? Adquirimos energia por uma atividade, depois que começamos. A energia é o resultado do envolvimento. O segredo é começar!
Em alguns momentos, temos que trabalhar com prioridades e saber defini-las. Quais são as suas nesse momento? Seja o que for, comece e dedique-se de corpo e alma. Se sentir que algo o impede, que está sempre se dando desculpas, deixando para amanhã, sempre protelando, justificando... pare e reflita sobre isso. O que o faz protelar sempre para depois? Você aprendeu a ser assim com alguém? Com quem? Não fazer nada lhe causa mais segurança? É melhor ficar insatisfeito a ter que enfrentar mudanças? Reflita sobre essas perguntas e pense sobre as respostas. De cada resposta, faça outras perguntas, até que esgote o assunto e entenda os motivos que o fazem agir assim.
Se estiver sempre adiando o que precisa fazer, repense por qual motivo deve fazer. Faz por obrigação, por alguém? Ou sente-se incapaz de conseguir? Se deseja garantias sobre o resultado, esqueça, não temos garantias de nada na vida.
Pode ser que esteja sempre adiando algumas mudanças como uma forma de sentir que sempre terá algo para fazer. Mas, na verdade, está enganando a si mesmo. Lembre-se que cada vez que adia algo, aumenta mais ainda a sensação de incapacidade e incapaz nenhum ser humano o é, muito pelo contrário, a diferença está que alguns acreditam em si e outros, pelos mais diferentes motivos, duvidam que irão conseguir.
Em geral, as pessoas sentem dificuldade em começar por diversos fatores:
- sente que não irá conseguir;
- acredita que não é merecedor;
- ao adiar algo, sempre terá o que fazer, ainda que não o faça;
- prefere conviver com a certeza que não irá conseguir do que correr o risco de conseguir;
- baixa auto-estima;
- insegurança;
- não confia em sua capacidade;
- nunca foi estimulado a arriscar, ousar;
- quando criança, tudo que começava era interrompido por alguém;
- comodismo;
- medo.
Enfim, os motivos podem ser muitos, mas explore cada um deles e veja qual está mais relacionado ao que sente. Lembre-se que coragem não é ausência de medo, ter coragem é agir apesar do medo. Medo todos nós sentimos, afinal é um instinto natural de segurança, mas não podemos nos paralisar diante do medo.
Procure ser mais flexível, mais aberto às mudanças. A rigidez é boa na pedra, não no homem, a ele cabe firmeza, o que é muito diferente.
Ficamos motivados quando estamos fazendo as coisas e não quando apenas falamos sobre elas. O diferencial é a ação, agir em busca do que se deseja, sem dúvidas, sem medos, apenas com a certeza de que simplesmente foi capaz de... simplesmente começar! Afinal, não importa onde você começa e, sim, como termina.
Rosemeire Zago.
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