Falar do Éter como uma avenida de forças, não tem significado para a mente comum, porque a força é invisível. Mas, para um investigador do ocultismo, as forças não são meros nomes como vapor, eletricidade, etc.. Ele considera-os inteligentes em vários graus, tanto sub como super humanos. O que nós chamamos "Leis da Natureza" são inteligências superiores que dirigem seres mais elementares, de acordo com certas regras planejadas para promover a sua evolução.
Na Idade Média, quando muitas pessoas ainda eram dotadas de uns restos de clarividência negativa, elas falavam de duendes, gnomos ou fadas, que vagavam pelas montanhas e florestas. Estes eram os Espíritos da Água que habitavam rios e regatos e falavam também dos silfos que habitavam nas névoas sobre fossos e charnecas como Espíritos do Ar, mas pouco foi dito sobre as salamandras, pois eram Espíritos do Fogo, portanto não tão facilmente detectadas nem tão prontamente acessíveis à maioria das pessoas.
As velhas histórias folclóricas são agora consideradas como superstições, mas, na verdade, alguém dotado de visão etérica pode ainda perceber os pequenos gnomos colocando a clorofila verde nas folhas das plantas e dando às flores a grande variedade de cores delicadas que encantam nossos olhos.
Muitas e muitas vezes os cientistas tentaram dar uma explicação adequada sobre os fenômenos do vento e da tempestade, mas falharam, evidentemente, como também não têm sucesso quando procuram uma solução mecânica para o que é, na realidade, uma manifestação de vida. Se eles pudessem ver a multidão de sílfides esvoaçando para lá e para cá, saberiam, quem, e o que é responsável pela inconstância do vento; se pudessem apreciar uma tempestade no mar, do ponto de vista etérico, poderiam entender que o ditado "a guerra dos elementos" não é uma frase oca, pois o mar encapelado é, realmente, o campo de batalha das sílfides e das ondinas, e o uivo da tempestade é o grito de guerra dos espíritos no ar.
As salamandras são encontradas por toda a parte e nenhum fogo é ateado sem a sua cooperação, mas elas são muito mais ativas no subsolo. São responsáveis pelas explosões e erupções vulcânicas.
As classes de seres que mencionamos são ainda sub-humanas, mas todas, em alguma época, irão atingir um estágio de evolução correspondente ao humano, todavia sob circunstâncias diferentes das em que nós evoluímos. Porém, atualmente, as inteligências maravilhosas de que estamos falando como Leis da Natureza, conduzem os verdadeiros exércitos de entidades menos evoluídas que mencionamos.
Para entendermos melhor o que estes vários seres são e sua relação conosco, podemos dar o seguinte exemplo. Suponhamos que um mecânico está preparando um motor e que um cachorro o esteja observando. Ele vê o homem no se trabalho, como ele usa as diversas ferramentas para moldar seu material, como, também, do ferro bruto, do aço, do bronze e de outros metais, o motor lentamente vai tomando forma. O cão é um ser de uma evolução inferior e não entende o objetivo do mecânico, mas ele vê o trabalhador, seu esforço e o resultado daquilo que se apresenta como um motor.
Suponhamos, além disso, que o cachorro fosse capaz de ver apenas os materiais que lentamente mudam suas formas, que se unem e se transformam em um motor, mas que não pudesse ver o trabalhador e ver o trabalho que ele faz. O cão estaria, então, na mesma relação ao mecânico como nós estamos em relação às grandes inteligências que chamamos Leis da Natureza e aos seus assistentes, os Espíritos da Natureza, pois nós contemplamos as manifestações de seu trabalho como força movimentando a matéria de diversos modos, mas sempre sob condições imutáveis.
No Éter podemos também observar os Anjos, cujo corpo mais denso é feito desse material, como nosso corpo denso é constituído de gases, líquidos e sólidos. Esses seres estão um grau além do estágio da humanidade, como nós estamos um grau na frente da evolução animal. Contudo, nós nunca fomos animais como a nossa fauna atual, mas em um estágio anterior no desenvolvimento de nosso planeta, tínhamos uma constituição como a dos animais. Assim, os Anjos foram humanos, embora nunca tivessem tido um corpo denso como o nosso, e nunca funcionaram em nenhum material mais denso do que o Éter. Em alguma época, em uma condição futura, a Terra tornar-se-á novamente etérica. O homem será semelhante aos Anjos. Portanto, a Bíblia nos diz que o homem foi feito um pouco inferior aos Anjos (Hebreus, 2:7).
Como o Éter é a avenida das forças vitais, criadoras, e como os Anjos são tão hábeis construtores de Éter, podemos facilmente compreender que eles estão altamente preparados para serem os guardiões das forças propagadoras das plantas, dos animais e do homem. Em toda a Bíblia podemos encontrá-los nessa missão: Dois Anjos vieram até Abraão e anunciaram-lhe o nascimento de Isaac. Eles prometeram um filho ao homem que obedecera a Deus. Mais tarde, estes mesmos Anjos destruíram Sodoma por abuso da força criadora. Anjos profetizaram aos pais de Samuel e Sansão, o nascimento destes gigantes de cérebro e músculos. O Anjo Gabriel (não o Arcanjo), anunciou a Isabel o nascimento de João; mais tarde ele apareceu também a Maria com a mensagem que ela havia sido escolhida para dar à luz a Jesus.Max Heindel.
sábado, 19 de fevereiro de 2011
VIDA MAIS ABUNDANTE.
A grande mudança vulgarmente designada como “morte” não faz distinção de pessoas. Pode acontecer na juventude, na meia idade ou na velhice. Mas, em algum momento da vida, todos são chamados a deixar suas vestes físicas de lado e fixar-se novamente em reinos além da nossa esfera de conhecimento.
Sabendo que esta mudança é inevitável, certamente é imperativo que aprendamos, o máximo possível, sobre a grande transição. Para os menos esclarecidos, este fenômeno tem sido sempre uma questão que está além do entendimento e, comumente, quando somos chamados para enfrentá-lo, enchemo-nos de uma série de perplexidade e, no mínimo, de um reprovável terror. Esta apreensão, contudo, nem sempre existiu. No passado longínquo, quando a consciência do homem estava mais focalizada nos reinos espirituais do que no material, a perda de seu corpo físico era quase imperceptível. Ele se conhecia como espírito e sua veste física como algo adquirido, destinado para uma vida mais curta ou mais longa, e que, por fim, tal como uma folha de uma árvore, desprendia-se dele para ser substituída quando de novo fosse necessário.
Não foi senão quando o homem perdeu a visão de seu habitat celeste e de que era um espírito imortal ocupando de tempos em tempos um corpo físico, que ele começou a identificar-se com o veículo material e passou a considerá-lo como seu “Eu real” e, daí, o medo de uma possível existência sem ele. De fato, um grande número de seres tem suas consciências focalizadas no mundo material de tal forma, que chegam a acreditar que são apenas um corpo físico e que sua existência cessa no momento em que a morte aniquila este corpo.
Parece quase impossível, para o homem espiritualmente esclarecido, que tal condição ainda possa existir. Infelizmente, ainda temos evidência disto em torno de nós e por toda a parte. As pessoas, com desespero, vêem partir seus assim chamados mortos, pouco compreendendo que um Espírito liberto está retornando ao seu lar no mundo celeste para continuar uma ininterrupta existência.
Ainda que não houvesse nenhuma outra razão senão o conforto daqueles que conhecem os fatos relacionados à assim chamada morte, examinemos a verdade em relação a este peculiar fenômeno.
O homem, o “Eu real”, é puro Espírito, diferenciado no Corpo de DEUS, o qual é todo o Sistema Solar, ambos com aspectos visível e invisível. Seu destino é tornar-se um Deus como seu Divino Criador, segundo o Iniciado Paulo. A fim de desenvolver seu poder divino em potencial, o homem passa através de várias fases de evolução, desde a mais etérea à mais densa, deparando-se com experiências as quais, lentamente mas seguramente, desenvolvem suas capacidades latentes. Durante uma fase do seu desenvolvimento, ele habita este plano terrestre, de vez em quando, usando um corpo físico. Mas somente uma pequena parte de seu tempo é passada aqui. O resto é vivido nos reinos suprafísicos onde ele recebe outra instrução e lhe são dadas outras tarefas a realizar como exercício, todas com o objetivo de desenvolver suas forças potenciais latentes em energia dinâmica pronta para ser usada a qualquer momento e controlada diretamente por seu próprio Espírito que é o seu Eu real.
Cada vez que um indivíduo desce ao plano terrestre, torna-se prisioneiro de um corpo físico; e a duração desta vida na Terra depende do número de lições que ele tenha para aprender. Há Egos que vêm à Terra para aprender lições em construção pré-natal do corpo e que se descartam de seu veículo físico tão logo essa tarefa particular esteja completa, o tempo variando em cada caso, em dias, semanas, meses ou anos. Outros usam seus corpos físicos do nascimento à adolescência, outros até a idade adulta e ainda há os que alcançam avançada idade. Mas, note-se, a duração de cada vida terrena depende de certas lições necessárias à aprendizagem individual, a fim de que sua evolução possa ser favorecida. De modo algum, somos meros joguetes do destino.
Tendo-se uma determinada quantidade de livre arbítrio, é-nos possível no passamento de um Espírito, através de nossas lamentações e outros tipos de perturbação, frustrar temporariamente os planos da Natureza e causar a este Espírito a perda do panorama post-mortem, tão necessário ao seu progresso no mundo celestial. Nestes casos, o Espírito, comumente, retorna àqueles que foram responsáveis por esta sua perda, renascendo em seu lar e logo deixa a vida terrena, indo diretamente para o Primeiro Céu, onde retoma as lições contidas no panorama destruído. Na hora do passamento, todas as crianças, bem como os adultos, são aguardados por amigos queridos e, às vezes, até por Anjos, para conduzi-los ao Grande Além.
A vida das crianças no mundo celeste é de uma beleza indescritível. Quando os pais compreenderem a vida agradável que tais crianças levam e os grandes benefícios usufruídos por elas durante sua breve estada naquele mundo, sua dor será certamente bastante suavizada e as feridas de seu coração curar-se-ão muito mais rapidamente.
Aqueles que deixam seu Corpo Físico em condições normais estão liberados inteiramente assim que o panorama da vida é gravado no Corpo de Desejos, o qual eles levam ao mundo celeste. Três dias e meio de perfeita quietude devem ser permitidos ao Espírito no momento da transferência da gravação do panorama da vida recém finda do éter refletor do Corpo Vital para o Corpo de Desejos, veículo em que o Espírito funciona quando entra nos mundos superiores. As imagens assim transferidas para o Corpo de Desejos, o veículo da emoção e do sentimento, são a base do subsequente sofrimento durante a estada do Espírito no Purgatório, devido aos maus atos cometidos, e, no Primeiro Céu, a alegria sentida é por conta das boas ações realizadas em sua última vida terrena.
O tempo de permanência do Espírito no Purgatório pode ser grandemente abreviado se ele estiver perfeita e prontamente desejoso de reconhecer e desfazer-se de seus erros e faltas, quando estas imagens aparecerem no panorama da vida, ao invés de tentar desculpar-se ou deixar-se inflamar de novo pela cólera e pelo ódio do passado. Este desejo de cooperação do Espírito reduz grandemente o sofrimento relativo à purgação do post-mortem.
Tão logo o corpo físico se separa dos corpos sutis, os portais do reino elemental se abrem e as forças que impregnam a terra, a água, o fogo e o ar retiram-se da forma inanimada pertencente ao seu particular domínio, e a reintegram em seu próprio reino.
O peculiar ambiente que envolve uma câmara mortuária e o medo que a maioria das pessoas tem de um corpo morto são ambos causados pelo estreito contato, então existente, entre os ocupados seres elementais e as pessoas que se encontram em volta do corpo inanimado. Estas forças elementais estão sempre presentes e excessivamente ativas quando qualquer tipo de matéria orgânica tem de ser desintegrada, e suas partículas devem retornar às respectivas esferas.
Tristezas, lamentações, pensamentos de desespero e ânsias de que volte o ser que partiu tendem a tornar o Espírito preso à Terra, impedindo-o de participar das atividades pertencentes ao seu novo ambiente de vida. Por outro lado, pensamentos de amor, coragem, esperança, alegria e boa vontade são mais benéficos e de valor inestimável. Se, ao invés de entregar-se às nocivas práticas das lamentações que impedem o progresso do Espírito que partiu, alguém fizesse, à noite, precisamente antes de adormecer, uma oração fervorosa para lhe ser permitido ir ao encontro do seu ente querido, tão logo tivesse adormecido, tal desejo o transportaria quase imediatamente para onde estivesse o ser querido e poderiam passar horas juntos, o que seria proveitoso para ambas as partes. Na ocasião em que este alguém fosse capaz de voltar às Regiões Suprafísicas em plena consciência, muitas experiências seriam conseguidas nos planos invisíveis e, desta forma, poderia auxiliar os amigos que partiram e, com o método já mencionado, eles poderiam encurtar muito sua permanência na região purgatorial.
O tempo de permanência no purgatório é comparativamente curto, cerca de um terço do período vivido no Mundo Físico, mas a vida no Primeiro Céu dura, aproximadamente, centenas de anos. Esta região é um lugar de alegria, sem a menor dose de amargura. Doenças, tristezas e pesares são desconhecidos então, e todas as nobres atividades almejadas pelo Espírito são totalmente realizadas. Belas casas, flores, árvores, etc. lhe pertencem, tudo composto pela sutil substância do Mundo do Desejo. Apesar disso, todas as coisas são tão palpáveis para os habitantes do mundo celeste como nossas propriedades materiais o são para nós.
Esta gloriosa região é lugar de progresso e contém tudo o que é bom e desejável nas humanas aspirações. Aqui, o estudioso e o filósofo têm acesso instantâneo a todas as bibliotecas do mundo. O artista, pelo poder da imaginação, cria seus modelos perfeitamente em cores luminosas e vívidas, de cintilante beleza. O escultor modela com facilidade a matéria plástica deste mundo, produzindo obras cuja delicada beleza ele nunca imaginou durante sua vida na Terra. O musicista também é grandemente beneficiado, pois, nesta região, ele ouve os ecos de celestiais melodias, muito mais doces e mais duradouras que quaisquer que tenha ouvido na Terra, e seu Espírito se inebria em sua especial harmonia. O poeta encontra uma inspiração maravilhosa em imagens, música e cores as quais será capaz de usar em seu próximo renascimento. Os filantropos elaboram planos altruístas que serão empregados em vidas futuras. Nesta região, ele vê também a causa das falhas do passado, aprende a transpor os obstáculos e a evitar os erros que tornaram os planos que usou no passado impraticáveis. Assim, após uma curta estada de purificação na região purgatorial, este é o lugar onde os nossos entre queridos são encontrados, preparando-se para uma nova, melhor, mais eficiente, mais compreensível vida terrena em tempos vindouros.
F.P.Biblioteca Rosa Cruz.
O Cume Espiritual do Homem.
O essencial não está em ser poeta, nem artista, nem filósofo. O essencial é ter cada um de nós a dignidade do seu trabalho, a alegria do seu trabalho, a consciência do seu trabalho.
A determinação de fazer as coisas bem, o entusiasmo de sentir-se satisfeito, de querer somente o que é seu, é a recompensa dos fortes, dos que têm o coração robusto e o espírito límpido.
Dentro dos sagrados números da Natureza, nenhum trabalho bem feito vale menos, nenhum vale mais! Todos somos um tanto necessários e valiosos na marcha do mundo. O que constrói a torre e o que faz a cabana; o que tece os mantos imperiais e o que confecciona as vestes simples do humilde trabalhador; o que manufactura as sandálias de sedas imponderáveis e o que fabrica as rudes solas que defendem os pés do trabalhador rural, todos valem alguma coisa, porque todos estamos nivelados por essa força reguladora que reparte os dons e impulsiona as actividades.
Um grão de areia sustenta uma pirâmide e fá-la derrocar; um bocado de pão duro salva, ou pode destruir uma vida; uma gota de água faz murchar ou reverdecer um loureiro. Todos somos algo, representamos algo, fazemos viver algo, ansiamos por algo.
O que semeia o grão que sustenta o nosso corpo vale tanto como o que planta a semente que nutre o nosso espírito porque, nos dois trabalhos, há o transcendente, o nobre e o humano que faz dilatar a Vida. Talhar uma estátua, polir uma jóia, perceber um ritmo, animar um quadro, são coisas admiráveis. Tornar fecunda a herdade estéril e povoá-la com árvores e mananciais, ter um filho inteligente e belo, e logo poli-lo e amá-lo, ensinar-lhe a desnudar o seu coração e a viver em harmonia com o mundo, essas são coisas eternas!
Ninguém se envergonhe do seu trabalho, nem repudie a sua obra, se nela pôs o afecto diligente e o entusiasmo fecundo. Ninguém inveje seja a quem for, porque ninguém poderá oferecer-lhe o dom alheio nem retirar-lhe o seu próprio.
A inveja é o caruncho das madeiras velhas e apodrecidas e NUNCA DAS ÁRVORES SAUDÁVEIS.
Alargue e eleve cada um o que é seu; defenda-se e escude-se contra toda a má tentação. Deus dá-nos o pão nosso de cada dia, na satisfação do esforço legítimo nos oferece a actividade e o sossego. O triste, o mau, o daninho, é seco de alma; o que nega tudo é incapaz de admirar e de querer. O nocivo é o néscio, o imodesto, o parvo, o que nunca fez coisa alguma de valor, mas que sempre está pronto para conservar tudo e todos. O que nunca foi amado repudia o amor, mas o que trabalha, o que ganha o seu pão de cada dia e sabe nutrir a sua alegria, o justo, o nobre, o BOM, para esses sacudirá o porvir as suas ramagens cobertas de flores e de rocio, quer ele ande a escalar montes ou a cinzelar poemas. Ninguém deve sentir-se menos do que é! Ninguém maldiga seja a quem for! Ninguém desdenhe seja o que for! O cume espiritual do homem alcança-se com o regresso e o abraço das coisas humildes.
Rev. Rosacruz nº 377.
A determinação de fazer as coisas bem, o entusiasmo de sentir-se satisfeito, de querer somente o que é seu, é a recompensa dos fortes, dos que têm o coração robusto e o espírito límpido.
Dentro dos sagrados números da Natureza, nenhum trabalho bem feito vale menos, nenhum vale mais! Todos somos um tanto necessários e valiosos na marcha do mundo. O que constrói a torre e o que faz a cabana; o que tece os mantos imperiais e o que confecciona as vestes simples do humilde trabalhador; o que manufactura as sandálias de sedas imponderáveis e o que fabrica as rudes solas que defendem os pés do trabalhador rural, todos valem alguma coisa, porque todos estamos nivelados por essa força reguladora que reparte os dons e impulsiona as actividades.
Um grão de areia sustenta uma pirâmide e fá-la derrocar; um bocado de pão duro salva, ou pode destruir uma vida; uma gota de água faz murchar ou reverdecer um loureiro. Todos somos algo, representamos algo, fazemos viver algo, ansiamos por algo.
O que semeia o grão que sustenta o nosso corpo vale tanto como o que planta a semente que nutre o nosso espírito porque, nos dois trabalhos, há o transcendente, o nobre e o humano que faz dilatar a Vida. Talhar uma estátua, polir uma jóia, perceber um ritmo, animar um quadro, são coisas admiráveis. Tornar fecunda a herdade estéril e povoá-la com árvores e mananciais, ter um filho inteligente e belo, e logo poli-lo e amá-lo, ensinar-lhe a desnudar o seu coração e a viver em harmonia com o mundo, essas são coisas eternas!
Ninguém se envergonhe do seu trabalho, nem repudie a sua obra, se nela pôs o afecto diligente e o entusiasmo fecundo. Ninguém inveje seja a quem for, porque ninguém poderá oferecer-lhe o dom alheio nem retirar-lhe o seu próprio.
A inveja é o caruncho das madeiras velhas e apodrecidas e NUNCA DAS ÁRVORES SAUDÁVEIS.
Alargue e eleve cada um o que é seu; defenda-se e escude-se contra toda a má tentação. Deus dá-nos o pão nosso de cada dia, na satisfação do esforço legítimo nos oferece a actividade e o sossego. O triste, o mau, o daninho, é seco de alma; o que nega tudo é incapaz de admirar e de querer. O nocivo é o néscio, o imodesto, o parvo, o que nunca fez coisa alguma de valor, mas que sempre está pronto para conservar tudo e todos. O que nunca foi amado repudia o amor, mas o que trabalha, o que ganha o seu pão de cada dia e sabe nutrir a sua alegria, o justo, o nobre, o BOM, para esses sacudirá o porvir as suas ramagens cobertas de flores e de rocio, quer ele ande a escalar montes ou a cinzelar poemas. Ninguém deve sentir-se menos do que é! Ninguém maldiga seja a quem for! Ninguém desdenhe seja o que for! O cume espiritual do homem alcança-se com o regresso e o abraço das coisas humildes.
Rev. Rosacruz nº 377.
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