quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013
O mistério de "Quem sou Eu"? Osho.
Toda a nossa educação – seja através de nossos Pais, da própria sociedade, da escola e universidade - cria tensão em nós. E essa tensão persiste durante toda a sua vida.
Essa mente criada pelos outros e implantada em você nunca vai deixa-lo descansar; faça você o que fizer, ela estará sempre o condenando.
Desde a infância, a sociedade impõe certos padrões de pensamentos – competitividade, ambição, ganância, padrões em relação à sexualidade – e, como toda criança é pura, inocente, um quadro em branco você escreve o que quiser e, assim, uma falsa identidade é criada.
A criança não tem escolha. E todos nós somos tocados que nem um rebanho. Em algum momento você entra na escola, em outro momento faz o catecismo (País Cristão), e assim você é conduzido a vários grupos – porque você tem que ser o melhor, tem que ser rico, tem que ser inteligente...
Perceba... Você não escolhe nem a sua religião.
E assim vamos colhendo ansiedade, tensão, medo, raiva, angústia, tristeza, depressão.
Procure entender que essa falsa identidade que nos deram é um substituo. Mas esse substituto só é útil no mesmo grupo que deu essa identidade a você.
No momento em que você está sozinho, o falso começa a desmoronar, e o real reprimido começa a se expressar. Daí o medo de ficar sozinho.
Por isso a pessoa quer ser apoiada 24h por dia, porque o falso, sem apoio, não consegue se sustentar.
E, de repente, em um momento de solidão, você começa a sentir que não é aquilo. Isso gera medo: então, quem sou eu?
E essa lacuna, tem sido chamada pelos Místicos de “A noite escura da alma” – um momento onde você não é mais o falso e não é ainda o real.
Por isso, quando você está sozinho, surge um medo profundo porque de repente o falso começa a desaparecer. E o real surge durante um pequeno espaço de tempo. Você o perdeu há muitos anos atrás.
Então imediatamente começa a fazer alguma coisa apenas para que o falso permaneça ocupado e não comece a desaparecer.
Por isso os fins de semana são os mais difíceis para as pessoas. Durante cinco dias elas trabalham, esperando que no fim de semana possam relaxar. Mas o fim de semana é a pior ocasião em todo o mundo – o maior número de acidentes acontece nos fins de semana, mais pessoas cometem suicídio, há mais assassinatos, mais roubos, mais estupros.
É estranho... Essas pessoas estiveram ocupadas durante cinco dias e não houve problema. Mas o fim de semana, de repente, lhes proporciona uma escolha – estar ocupado em algo ou relaxar -, mas relaxar é apavorante; a falsa personalidade desaparece.
Então, mantenha-se ocupado, faça qualquer coisa idiota. As pessoas correm para as praias, enfrentando um trânsito pesado de centenas de quilômetros. Se vocês lhes perguntar para onde estão indo, elas estão “fugindo da multidão”. E toda a multidão está indo com elas! Estão todas indo em busca de um espaço silencioso, solitário – todas elas.
Na verdade, se elas permanecessem em casa teria sido mais solitário e silencioso.
E estão se apressando como loucos, correndo, porque dois dias vão terminar logo e eles têm de chegar – só não pergunte aonde! E nas praias, observe você mesmo... Elas estão abarrotadas. E, por mais estranho que pareça, as pessoas estão se sentindo muito à vontade, tomando um banho de sol. Dez mil pessoas em uma pequena praia tomando banho de sol, relaxando.
As mesmas pessoas estavam no escritório, as mesmas pessoas estavam nas ruas, as mesmas pessoas estavam no mercado, e agora as mesmas pessoas estão na praia.
Perceba... A multidão é essencial para a existência do falso eu. Se o momento é solitário, você começa a se angustiar.
No que diz respeito à meditação, o Ocidente não sabe nada. E a meditação é apenas um nome para estar sozinho, silencioso, esperando que o real se estabeleça.
É aí que se deve entender um pouquinho de meditação.
Não fique preocupado, porque o que pode desaparecer merece desaparecer. Não tem sentido se agarrar a isso; isso não é seu, não é você. Você é você quando o falso se foi e o ser novo – inocente, despoluído – surge em seu lugar.
Procure entender... Você nasceu. Você veio ao mundo com vida, com consciência, com uma enorme sensibilidade. Pense em uma criança pequena, pense em seus olhos, no seu frescor. Tudo isso foi coberto por uma falsa identidade.
E não se sabe nada sobre o dia de amanhã. Não morra antes de realizar o seu ser autêntico.
Ninguém mais pode responder à essa pergunta “Quem sou eu?” – apenas você vai saber.
Apenas essas poucas pessoas que viveram com o ser autêntico e morreram com o ser autêntico são os afortunados – porque eles sabem que a vida é eterna e a morte uma ficção.
A voz do ego... A voz da alma.osho.
Todos nos buscamos a felicidade e nessa busca percorremos caminhos que nem sempre nos levam a ela e muitas vezes nos afastam cada vez mais do ponto onde a felicidade se encontra.
Aprendemos a querer coisas que na verdade não queremos numa total incoerência com a nossa natureza.
Desde criança somos levados a acreditar que a felicidade será encontrada em coisas fora de nós e nos são dadas ao longo dos tempos muitas possíveis fórmulas prontas e muitos caminhos que apontam para a tal busca da felicidade.
Acabamos acreditando que fora daqueles padrões e daqueles conceitos não existe a menor chance de ser feliz e vamos por aí conquistando coisas, cargos, status ,stress... Menos a felicidade.
Dá um sentimento de vazio quando constatamos que não era bem aquilo que esperávamos... Uma sensação de ter vencido a corrida e não ter levado o prêmio.
Mas a voz do ego nos chama de muitas formas, cada vez mais atrativas e mais convincentes e de novo embarcamos nessa busca que não tem conexão com a nossa vontade mais profunda.
E podemos ficar perdidos no meio de tantos chamados do ego ou podemos escolher escutar uma outra voz.
Uma voz que nos fala suavemente nos convidando a descobrir nosso próprio caminho sem receitas prontas e aonde cada um vai escrevendo a sua própria história. É a voz da Alma.
Para seguir esse chamado da alma é preciso coragem desapego além de muita Fé.
Coragem porque em alguns pontos precisamos abrir a nossa própria estrada, precisamos passar por onde ninguém passou buscando nos mergulhos profundos as pistas que indicam a direção do próximo passo.
Desapego dos conceitos, das regras e principalmente do ego é preciso deixar espaço para as coisas novas e que fazem sentido para a nossa história.
E fé para confiar nos caminhos que a Alma nos indica, sabendo que aqui não existem os limites da nossa mente racional e que o impossível pode se tornar possível quando menos esperamos.
Quando nos abrimos para seguir a voz da Alma, aos poucos vamos descobrindo que a felicidade não se encontra nos prometidos finais, mas em cada passo em que estamos conectados com o nosso propósito Divino.
Vamos percebendo que a felicidade é um atributo de cada um de nós que aparece na medida em que vamos nos conhecendo melhor e nos aproximando de quem realmente somos.
A felicidade se aproxima da gente na medida em que nos aproximamos de nós mesmos.
E chega um tempo onde não conseguimos mais fugir do chamado que vem da Alma, porque essa voz vai se fazendo tão presente e tão natural que entendemos que é a única voz que nos indica o caminho de volta pra casa.
Então, procure escutar a voz da sua alma e siga esses caminhos assim você vai perceber que muito além do conhecido existem muitas possibilidades... Até a de Ser feliz.
Vendendo sua Alma a Satanás.
O mito de Fausto apresenta uma situação curiosa no encontro do herói, que é a alma que procura, com diferentes classes de Espíritos. O Espírito de Fausto, inerentemente bom, sente-se atraído para as ordens superiores; sente afinidade pelo benevolente Espírito da Terra, e deplora a incapacidade de retê-lo e aprender com ele. Face a face com o espírito de negação, ao qual está disposto a servir, ele se sente de um certo modo senhor da situação, porque esse espírito não pode sair pela parte superior do símbolo da estrela de cinco pontas na posição em que está colocada no chão. Mas, tanto sua incapacidade em reter o Espírito da Terra e obter instrução desse exaltado Ser, como seu domínio sobre o espírito de negação, decorrem do fato dele ter entrado em contato com eles por acaso e não através do poder da alma desenvolvido internamente.
Quando Parsifal, o herói de outro desses grandes mitos da alma, visitou pela primeira vez o Castelo do Graal, foi-lhe perguntado como havia chegado ali, e ele respondeu: "Eu não sei". Aconteceu que ele entrou no lugar sagrado da mesma forma que uma alma percebe, às vezes, um vislumbre dos reinos celestiais numa visão; mas ele não podia ficar no Monte Salvat. Foi forçado a sair novamente para o mundo e aí aprender suas lições. Muitos anos depois ele retornou ao Castelo do Graal, triste e cansado da busca e a mesma pergunta lhe foi feita: "Como chegaste aqui?" Mas, desta vez, sua resposta foi diferente, pois disse: "Através da procura e do sofrimento eu vim".
Este é o ponto fundamental que marca a grande diferença entre alguns que se põem em contato com Espíritos dos reinos suprafísicos por acaso e tropeçam no entendimento de uma lei da Natureza, ou aqueles que, por zelosos estudos e principalmente por viver a vida, obtêm a Iniciação, conscientes dos segredos da Natureza. Os primeiros não sabem como usar este poder inteligentemente e estão, portanto, desamparados. Os últimos são sempre senhores das forças que manejam, enquanto os outros são vítimas de quem quiser tirar vantagem deles.
Fausto é o símbolo do homem, e a humanidade foi, no princípio, dirigida pelos Espíritos de Lúcifer e pelos Anjos de Jeová. Agora estamos olhando para o Espírito Cristo na Terra como o Salvador, para emancipar-nos da influência egoísta e negativa dos lucíferos.
Paulo nos dá uma visão da evolução futura que nos está destinada, quando disse que, após Cristo estabelecer Seu reino, Ele o entregará ao Pai, e então será tudo em tudo.
No entanto, Fausto procura primeiro comunicar-se com o macrocosmo, que é o Pai. Como o centauro celeste, Sagitários, ele aponta seu arco para as estrelas mais altas. Não está satisfeito em começar por baixo e galgar o cimo gradativamente. Quando repelido por aquele sublime Ser, desce um degrau na escala e procura comunhão com o Espírito da Terra, que também o desdenha, pois ele não pode tornar-se o pupilo das elevadas forças enquanto não ajustar-se às suas regras, para assim poder entrar no caminho da Iniciação pela porta verdadeira. Portanto, quando percebe que o pentagrama junto da porta detém o Espírito do mal, entrevê uma oportunidade para fazer um acordo. Está pronto para vender sua alma a Satanás.
Mas, como foi dito antes, está totalmente despreparado para manter o domínio com êxito, e o poder do espírito rapidamente desobstrui o caminho e liberta Lúcifer. Mas este, embora saia do gabinete de Fausto, logo volta, pronto para negociar com a alma que procura. Ele descreve, diante dos olhos de Fausto, quadros brilhantes de como viver a vida, como poderá satisfazer suas paixões e desejos. Fausto, sabendo que Lúcifer não está desinteressado, pergunta que compensação ele quer. A isto, Lúcifer responde:
" Eu me comprometo a ser teu servo aqui, enfim,
E a todo o teu aceno e chamado, alerta vou estar;
Mas, quando na esfera além nos formos encontrar,
Então, tu farás o mesmo para mim".
O próprio Fausto acrescentou uma condição aparentemente singular com respeito à época em que o serviço de Lúcifer terminar, e quando sua própria vida terrestre tiver chegado ao fim.
Embora pareça estranho, nós temos na aquiescência de Lúcifer e na cláusula proposta por Fausto, leis básicas de evolução. Pela Lei de Atração somos postos em contato com Espíritos semelhantes, tanto aqui como na vida futura. Se servimos as forças superiores aqui e trabalhamos para elevar-nos, encontraremos companheiros com a mesma índole neste mundo e no próximo. Mas, se gostamos da escuridão mais do que da luz, estaremos ligados ao submundo aqui e no futuro também. Não há como escapar desta lei.
Além disso, somos todos "construtores do templo" trabalhando sob a direção de Deus e Seus ministros, as divinas Hierarquias. Se evitarmos a tarefa que nos foi imposta na vida, seremos colocados sob condições que nos forçarão a aprender. Não há descanso nem paz no caminho da evolução e se procurarmos prazer e alegria a ponto de excluir o trabalho da vida, o dobrar fúnebre dos sinos logo será ouvido. Se chegarmos, alguma vez, a um ponto em que estejamos inclinados a ordenar que as horas parem ou se estamos tão satisfeitos com a nossa vida que até cessamos nossos esforços para progredir, nossa existência estará rapidamente terminada. Observamos que as pessoas que se retiram dos negócios vivendo apenas para aproveitar o que acumularam, logo morrem; enquanto que o homem que troca sua profissão por uma outra ocupação, geralmente vive mais tempo. Nada é tão fácil para encerrar uma existência do que a inatividade. Como já foi dito, as Leis da Natureza são enunciadas no acordo de Lúcifer e na condição acrescentada por Fausto:
"Se eu me satisfizer com a indolência e o lazer,
Que seja essa, então, a última hora que eu possa ter.
Quando tu com lisonjas me fores adular
Até que auto-complacente eu venha a ser;
Quando tu com prazeres me puderes enganar,
Seja esse o meu dia final.
Sempre que a hora for passando
Eu digo: 'Oh! fica, és tão leal!'
Assim, a força a ti eu vou dando
De levar-me ao mais profundo desespero.
Meu dobrar de sinos não o deixes prolongar,
De meu serviço, livre irás ficar;
E quando do relógio o ponteiro indicador tiver caído,
Esteja, então, o meu tempo concluído".
Lúcifer pede a Fausto que assine o contrato com uma gota de sangue. E quando perguntado por que, diz astuciosamente: "O sangue é uma essência muitíssimo peculiar". A Bíblia diz que é assento da alma.
Quando a Terra estava em processo de condensação a aura invisível que circundava Marte, Mercúrio e Vênus, penetrou na Terra e os Espíritos desses planetas estiveram em relacionamento especial e íntimo com a humanidade. O ferro é metal de Marte e pela mescla do ferro com o sangue, a oxidação torna-se possível; assim, o calor interno, necessário para a manifestação de um Espírito que habita internamente, foi obtido pela ação dos Espíritos Lucíferos de Marte. Eles são, portanto, responsáveis pelas condições sob as quais o Ego está enclausurado no corpo denso.
Quando o sangue é extraído do corpo humano e coagula, cada partícula tem uma forma especial, distinta das partículas de qualquer outro ser humano. Portanto, quem tiver sangue de uma certa pessoa, tem um elo de ligação com o Espírito que construiu as partículas do sangue. Ele tem poder sobre essa pessoa, se souber como usar esse conhecimento. Foi essa a razão porque Lúcifer exigiu a assinatura com o sangue de Fausto, pois com o nome de sua vítima escrito em sangue, poderia conservar a alma escravizada de acordo com as leis envolvidas.
Sim, de fato! O sangue é uma essência muitíssimo peculiar, importante tanto na magia branca como na negra. Todo conhecimento usado em qualquer direção, deve necessariamente alimentar-se da vida que é primariamente derivada dos extratos do corpo vital, isto é, a força do sexo e o sangue. Todo conhecimento que não seja assim alimentado e nutrido, é tão impotente como a filosofia que Fausto tirou de seus livros. Livros não são suficientes por si só. Somente na medida em que trazemos esses conhecimentos para nossas vidas, alimentando-os e vivenciando-os, é que eles têm real valor.
Existe, no entanto, uma importante diferença a considerar: enquanto o aspirante da Ciência Sagrada alimenta sua alma com sua própria força sexual, e as paixões inferiores com seu próprio sangue que, então, ele transmuta e depura, aqueles que aderem à magia negra vivem corno vampiros à custa da força sexual dos outros e do sangue impuro sugado das veias de suas vítimas. No Castelo do Graal vemos o sangue puro e depurador operando maravilhas sobre os cavaleiros virtuosos que aspiravam desempenhar elevadas ações. Porém, no Castelo de Herodes, a personificação da voluptuosidade - Salomé - fez com que o sangue da paixão corresse desenfreadamente pelas veias dos participantes, e o sangue que jorrou da cabeça do martirizado Batista serviu para dar-lhes o poder que eles não tinham, por serem muito covardes para adquiri-lo através do sofrimento e da própria depuração.
Fausto tenciona adquirir poder rapidamente com o auxílio de outros, tocando num ponto perigoso, do mesmo modo como fazem hoje aqueles que seguem os que se intitulam "adeptos" ou "mestres". Estes estão prontos para explorar os mais baixos apetites dos crédulos, da mesma forma que Lúcifer ofereceu-se para ajudar Fausto. Mas eles nunca poderão dar o poder da alma, não importa o que aleguem. Isto é conquistado internamente, pela paciente perseverança em fazer o bem, um fato que nunca será demasiado repetir.Max Heindel.
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