contos sol e lua

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domingo, 30 de dezembro de 2012

O Castelo Dos Destinos Cruzados.

Quando você me disse que não era nada Daquilo que a gente sempre imaginou Um vento frio soprou, uma janela bateu Na noite escura da alma Quando você me olhou daquele jeito Que só você olhava Um passarinho voou baixinho Deixou prá trás tudo que acreditava Quando as paredes e o teto cairam Eu pensei que era o final Mas era só o começo de um problema Só um pesadelo normal Lembra de mim, você me enlouquece A cabeça diz que é besteira Mas o coração não esquece No castelo dos destinos que se cruzam no tempo Ninguém liga se já foi ou se ainda pode ser Uma criança que nasceu em 62 Uma mulher que eu conheci em 43 Os dias passam lentamente prá quem pensa nos dias Semanas e semanas só pensando em você O tempo pinga lento, dentro do meu talismã Nas estrelas de centauro, hoje é o ontem do amanhã Lembra de mim... No castelo dos destinos cruzados O viajante que chegou pode ser você Eu fiz de tudo que eu pude para te esquecer A morte vive aqui do lado só que a gente não vê Uma pessoa que ficou perdida Uma pessoa que caiu do céu Uma pessoa que você já conhecia Muito antes de nascer e que você perdeu. Engenheiros do Hawaii.

A NOITE NEGRA DA ALMA.

Trata-se de um termo há muito usado pelos místicos para denotar certo estado emocional e psicológico, assim como para indicar um período de testes por que todo mortal passa alguma vez em sua vida. Essa Noite Negra da Alma é caracterizada por uma série de fracassos; o indivíduo experimenta muitas frustrações. Qualquer coisa que o indivíduo se propõe a fazer parece carregada de incertezas e obstáculos. Não importa o quanto ele tente ou que conheci­mentos aplique, o indivíduo se sente amarrado. Quando prestes a se concretizarem, as oportunida­des parecem escapar de suas mãos. Coisas com as quais ele muito contava, não se realizam. Seus pla­nos tornam-se estáticos e não se concretizam. Ne­nhuma circunstância lhe oferece solução ou enco­rajamento quanto ao futuro. Este período é reple­to de desapontamento, desânimo e depressão. Durante esse período, o indivíduo sente-se for­temente tentado a abandonar seus mais acalenta­dos ideais e esperanças, tornando-se extremamente pessimista. O maior perigo, contudo, é sua tendên­cia de abandonar todas aquelas coisas às quais atribuía grande valor e importância na vida. Ele pode achar que é inútil continuar seus estudos místicos, suas atividades culturais e sua afiliação a entidades filantrópicas. Caso ceda a essas tentações, estará realmente perdido. De acordo com a tradição mística, este é o período em que a fibra da personalidade-alma é testada. Suas verdadeiras convicções, sua força de vontade e seu merecimento de maior iluminação são colocados à prova. Se o indivíduo sucumbe a essas condições, embora a frustração e o desespero possam diminuir, ele não conhecerá o júbilo da verdadeira conquista na vida. Daí por diante, sua existência poderá ser medíocre e ele não experimentará verdadeira paz interior. Não se trata de algum tipo de punição imposta ao indivíduo. Como evidenciam os ensinamentos místicos, não é uma condição cármica. É, isto sim, uma espécie de adaptação que o indivíduo deve fazer dentro de si mesmo para evoluir a um nível mais elevado de consciência. É uma espécie de desafio, uma espécie de exigência de que a pessoa re­corra à introspecção e promova uma reavaliação de seus ideais e objetivos na vida. Uma exigência de que a pessoa abandone interesses superficiais e se decida sobre o modo em que deve utilizar sua vida. Não significa que o indivíduo deva abandonar seu trabalho ou meio de vida, mas, que ele deve reestruturar sua vida futura. A Noite Negra o faz perguntar-se sobre quais as contribuições que ele pode fazer à humanidade. Faz com que ele descubra seus pontos fracos e fortes. Se a pessoa fizer esta auto-análise durante a Noite Negra ao invés de apenas lutar contra suas frustrações, toda a situação mudará para melhor. Ela passa a ter domínio sobre acontecimentos que concluiu serem meritórios. Mais cedo ou mais tarde, então, advém a condição que há muito os místicos chamam de Áureo Alvorecer. Subitamente, parece haver uma transformação: a pessoa torna-se efervescente de entusiasmo. Há um influxo de idéias estimulantes e construtivas que ela sente poder converter em benefícios para sua vida. Todo o novo curso de sua existência é promissor. Em contraste com as condições anteriores, sua nova vida é verdadeiramente áurea no alvorecer de um novo período. Acima de tudo, há a iluminação, o discernimento aguçado, a compreensão de si mesmo e de situações que antes não compreendia. Aqueles que não têm conhecimento deste fenômeno mas que no entanto perseveram e superam a Noite Negra da Alma, tomam-se algo confusos pelo que lhes parece uma transformação inexplicável em seus afazeres e obrigações. Particularmente estranho lhes parece o que acreditam ser alguma energia ou combinação de circunstâncias externas que produziu a mudança. Eles não percebem que a transformação ocorreu em sua própria natureza psíquica como resultado de seus pensamentos e vontade. Quando é que começa a Noite Negra da Alma? Em que idade ou período da vida ela ocorre? Podemos responder que normalmente ela se sucede ao fim de um dos ciclos de sete anos, como 35, 42, 49, 56, 63... anos de idade. Ela ocorre com mais freqüência no fim do ciclo dos 42 ou 49 anos, e muito raramente aos 63 ou além. Quanto tempo ela dura? Em verdade ninguém pode responder esta pergunta pois sua duração é individual. Depende de como a pessoa tenha vivido; de seus pensamentos e ações. Contudo, enfatizamos uma vez mais: A Noite Negra não advém como punição pelo que a pessoa possa ter feito no passado, mas, sim como um teste do merecimento de penetrar no Áureo Alvorecer. Talvez quanto mais circunspecto seja o indivíduo, quanto mais sincero ele seja na busca de realizar nobres ideais, tanto mais cedo sua determinação e seu verdadeiro caráter serão postos a prova pela Noite Negra da Alma. Por quanto tempo tem a pessoa de suportar es­sa experiência? Isto também varia de acordo com o indivíduo. Se ele resiste, se não sucumbe à tentação de abandonar seus hábitos, prática e costumes meritórios, a Noite logo termina. Se, porém, ele sucumbe, entrega-se à estagnação profunda e abandona seu melhor modo de vida, então a Noite pode continuar em diferentes intensidades pelo resto de sua vida. Deve-se compreender, repetimos, que esta não é uma experiência ou fenômeno que ocorre somente para os estudantes de misticismo. Aliás, ela não guarda relação direta com o tema do misticismo, exceto pelo fato de ser um fenômeno natural, psicológico e cósmico. Os místicos o explicam; os outros, não. Os psicólogos, por exemplo, dirão que se trata de um estado emocional, uma depressão temporária, um estado de ânimo que inibe o pensa­mento e a ação da pessoa, o que explica os fracassos e as frustrações. Eles procurarão encontrar algum pensamento, alguma repressão subconsciente para explicar tal estado. Como dissemos, a Noite Negra ocorre na vida de todo mundo, independentemente de a pessoa conhecer ou não algo de misticismo. É bem provável que você tenha conhecido alguma pessoa que passou por esse período. As coisas para tal pessoa pareciam redundar em fracassos, a despeito de quanto esforço ela fizesse. Então, algum tempo depois, es­sa pessoa tomou-se bem sucedida, feliz, parecendo ter outra personalidade. Entretanto, o indivíduo, por sua própria negligência, pode acarretar condições semelhantes às da Noite Negra. Uma pessoa preguiçosa, indolente, descuidada, indiferente e sem senso prático acarretará muitos fracassos à sua própria vida. Ela pode lastimar-se de sua sina a outros, e, se conhecer algo a respeito, poderá mesmo dizer que está passando pela Noite Negra. Mas saberá que a falha está em seu próprio interior. A diferença entre esta pessoa e o indivíduo que está realmente passando pela Noite Negra está em que o último, pelo menos a princípio, sinceramente procurará enfrentar cada situação e aplicar seu conhecimento até que chegue a compreender que está bloqueado por algo maior que sua própria capacidade. A pessoa indolente, porém, sempre sabe que é indolente, quer isto admita ou não. A pessoa negligente sempre sabe que negligenciou o que deveria ter realizado. A pessoa descuidada que é as­sim por hábito, sabe que não vai muito longe e que comete muitos erros.Ralph M. Lewis.

Das Doutrinas Secretas de Jesus.

Jesus logo achou necessário desenvolver seu trabalho de maneira dual. Seria necessário continuar as reuniões abertas, as demonstrações públicas de milagres nas margens das estradas, na presença das multidões. Mas também seria necessário reunir-se, em ocasiões variadas de cada mês, com Seus sinceros e honestos colaboradores, que ele havia escolhido nos últimos meses para levar adiante Sua grande obra. Nisso Jesus percebeu que a experiência de avatares e líderes anteriores era de grande valor, e os antigos registos indicam que Ele não se desviou muito dos métodos que esses líderes haviam utilizado, no que se referia aos detalhes do reconhecimento físico e mundano. Evidentemente, havia dois tipos de homens e mulheres que eram admitidos a Suas escolas secretas ou a Seus locais secretos de reunião. O primeiro grupo consistia de pessoas que estavam sinceramente interessadas em conhecer os factos, mas que deliberadamente tomavam esses factos com certa restrição e exigiam sinais e demonstrações de tempos a tempos. Essas pessoas tornaram-se estudantes sinceros no que concerne ao desejo de dominar os princípios dessas demonstrações, já que esse domínio lhes permitiria curar os doentes, fazer andar os aleijados e dar visão aos cegos, como Jesus havia feito, mas não estavam ansiosas para seguir Seus preceitos espirituais e modificar o curso de sua vida pessoal de modo que pudessem alcançar o estado ideal que Jesus defendia como o objectivo maior de Sua missão. A outra classe aceitava com sincera fé todas as grandes verdades postuladas por Jesus e pouco ou nada se importava com demonstrações contínuas de Seu poder, encontrando na virtude de uma vida mais aprimorada toda a recompensa que desejava. Essas duas facções de Seu grupo fizeram Jesus ir a extremos para lhes transmitir a importância da obra que tinha de realizar e que Ele sabia que deveria ser continuada por Seus seguidores no futuro. Não foi fácil o trabalho que Jesus teve para organizar a instituição ou escola que Ele visualizava, e temos várias provas de que Ele se retirou para a solidão ou para o silêncio muitas vezes, para chorar, orar e pedir a Deus que Lhe desse orientação especial. Os pecados do mundo não O entristeciam tanto quanto a indiferença e falta de sinceridade dos que eram verdadeiramente dignos de se tornar Seus grandes discípulos, mas que ainda se apegavam aos prazeres do mundo e não se podiam dar total e completamente ao novo movimento. Entretanto, percebemos que com o passar do tempo Ele reuniu cento e vinte seguidores e estudantes para formar Sua sociedade secreta. Houve alguns que Ele teve de deixar de parte, no círculo exterior de membros, pois representavam os buscadores insinceros ou superficiais da verdade. Hoje em dia temos o mesmo tipo de pessoas indo de um lado para o outro para ouvir palavras de sabedoria de grandes pregadores e oradores, comprando livros e manuscritos, sempre procurando, conforme elas mesmas dizem, as grandes verdades da vida. Mas no santuário de seu coração, nas horas silenciosas de meditação e auto-análise, elas classificam as verdades recebidas e as analisam à luz de suas próprias crenças anteriores, especialmente à luz de suas crenças e convicções mais convenientes. Criam uma filosofia, um código de vida, um credo próprio que é uma mistura de suas próprias crenças anteriores e daquelas que acharam mais convenientes e passíveis de aceitação, provindas de mentes e corações alheios. Essas pessoas jamais descobrem ou compreendem real e interiormente as grandes verdades que estão buscando. Encerram sua vida ainda convictas de que o grande mestre que poderia lhes ter revelado todas as verdades que elas poderiam aceitar e que lhes seriam inequivocamente provadas não apareceu, e que em algum lugar esse grande mestre devia existir, enquanto elas buscavam aqui e ali, passando diariamente pelo portal do templo que tanto esperavam encontrar. Para evitar que os indignos e aqueles que se encontravam no círculo exterior de membros participassem das instruções secretas e revelações divinas que Deus prometera a Jesus que seriam dadas a Seus discípulos, nada mais natural que Jesus decidisse que Ele e Seus cento e vinte discípulos qualificados se reunissem secretamente, mediante um sinal ou palavra de passe com que se identificassem. Lançar pérolas aos porcos sempre foi um método seguro não só de perder a maior parte delas, mas de fazer com que os porcos e outras criaturas não valorizem o que lhes é oferecido. Há uma tendência na natureza humana de valorizar as coisas pela dificuldade para obtê-las ou alcançá-las. Aquilo que é oferecido gratuitamente só vale o esforço de pegar. Pensar que Jesus desconhecia esse princípio fundamental do pensamento humano é subestimar Seu maravilhoso conhecimento da psicologia humana. Tudo que Jesus oferecia ao público e aos seus discípulos era mantido nas alturas, colocado numa posição difícil de alcançar. A própria Salvação, aquilo que o Homem mais desejava e que Jesus oferecia tão liberalmente, exigia sacrifícios e esforços. Embora muitos pensassem que o Caminho para a Salvação indicado por Jesus parecia simples demais, comparado com a complicação das exigências ritualísticas das outras religiões contemporâneas, tanto os pobres quanto os ricos logo verificaram que o método cristão era o mais difícil de todos, e aqueles que efectivamente desejavam a purificação, o desabrochar e a elevação espiritual que lhes era oferecida, passaram a lutar por isso simplesmente porque as dificuldades aparentemente intransponíveis faziam a recompensa parecer extremamente valiosa. Jesus precisava de líderes para levar avante sua missão e sabia que esses homens teriam de ser entusiastas e atribuir um alto valor à confiança que Ele oferecia. Foi por isso que Ele utilizou muitos métodos, especialmente o antigo sistema de escolher discípulos particulares, secretos, que seriam eficientemente treinados e enviados como verdadeiros representantes de Seu divino plano e objectivo. Harvey Spencer Lewis.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

O Manto dos Três Fios.

Desde tempos antigos que a Ciência Sagrada foi dividida em três áreas – Religião, Arte e Ciência – para que o Homem se tornasse mais sábio e pudesse finalmente compreender a Deus. O Conhecimento espartilhado permitiria uma assimilação lenta, mas efectiva do mesmo, bem como uma maior profundidade nas áreas acima mencionadas. Os Senhores da Forma, pertencentes à Hierarquia de Escorpião, ajudam-nos nesta fase; porém esta assimilação faseada esconde os seus perigos, sendo o mais evidente a visão espartilhada e, portanto, parcial, que temos do que nos rodeia. Desde cedo, somos ensinados a conhecer um objecto não só através dos sentidos físicos, mas medindo, comparando, criticando, avaliando, tendo no final uma visão parcial, mais ou menos completa do mesmo, ou seja, adquirimos uma ideia ou várias sobre o nosso alvo, mas não conhecemos o nosso alvo em si mesmo, na totalidade. No entanto, de retalho em retalho, cada um vai tecendo o seu próprio manto com três fios (Religião, Arte e Ciência), até que no final de tal lenta e laboriosa tarefa, o mesmo nos possa envolver na viagem de regresso a Casa, libertando-nos, por fim, do ciclo do renascimento. Neste momento, o nosso tear move-se lentamente, com paragens e recomeços perturbados; os fios emaranhados impedem o tear de trabalhar de forma serena e equilibrada. Porque escolhemos habitar um tempo de rápidas mudanças, com as quais temos bastante dificuldade em lidar, o que nos causa sofrimento e angústia. Cabe a cada um procurar desembaraçar os novelos; cultivar em sua própria vida o seu lado espiritual, descobrir o seu talento e tornar-se mais conhecedor do mundo que nos rodeia. De nada nos servirá pedir para Deus nos mostrar o nosso talento pois só obteremos silêncio; no entanto, Deus dar-nos-á a oportunidade de descobri-lo. De nada servirá pedir a Deus para nos ajudar a desenvolver o nosso lado espiritual; porém, dar-nos-á a oportunidade de o fazer. E assim sucessivamente... Esta atitude torna-nos atentos às oportunidades diárias, aos acontecimentos mais comezinhos que somos convidados a viver, a descobrir-lhes o sentido; torna-nos activos e responsáveis pelas nossas escolhas, pois só pela experiência nos tornaremos sábios, em suma, transformamo-nos em seres cada vez mais conscientes. Dito de uma outra forma, viver de forma responsável, activa e atenta potencia a expansão da nossa consciência. Neste ano novo que se aproxima, Deus não construirá o nosso manto, mas dar-nos-á oportunidade de recomeçar o lento caminhar do nosso tear, nas diversas áreas da nossa vida. Saiba cada um tecer o seu com suavidade, deixando que os dedos sintam os três fios dos novelos: amor, criatividade e sabedoria. Maria Coriel.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

O GUARDIÃO DO MOSTEIRO.

Certo dia, num mosteiro zen-budista, com a morte do guardião, foi preciso encontrar um substituto. O grande Mestre convocou, então, todos os discípulos para descobrir quem seria o novo sentinela. O Mestre, com muita tranquilidade, falou: - Assumirá o posto o monge que conseguir resolver primeiro o problema que eu vou apresentar. Então ele colocou uma mesinha magnífica no centro da enorme sala em que estavam reunidos e, em cima dela, pôs um vaso de porcelana muito raro, com uma rosa amarela de extraordinária beleza a enfeitá-lo. E disse apenas: - Aqui está o problema! Todos ficaram olhando a cena: o vaso belíssimo, de valor inestimável, com a maravilhosa flor ao centro! O que representaria? O que fazer? Qual o enigma? Nesse instante, um dos discípulos sacou a espada, olhou o Mestre, os companheiros, dirigiu-se ao centro da sala e ...ZAPT!... destruiu tudo, com um só golpe. Tão logo o discípulo retornou a seu lugar, o Mestre disse: Você é o novo Guardião. Não importa que o problema seja algo lindíssimo. Se for um problema, precisa ser eliminado. Um problema é um problema, mesmo que se trate de uma mulher sensacional, um homem maravilhoso ou um grande amor que se acabou. Por mais lindo que seja ou tenha sido, se não existir mais sentido para ele em sua vida, deve ser suprimido. Muitas pessoas carregam a vida inteira o peso de coisas que foram importantes no passado, mas que hoje somente ocupam o espaço de um lugar indispensável para criar uma nova vida. Os orientais dizem: - Para você beber vinho numa taça cheia de chá, é necessário primeiro jogar o chá para então, beber o vinho. Ou seja, para aprender o novo, é essencial desaprender o velho. Limpe a sua vida, comece pelas gavetas, armários até chegar às pessoas do seu passado, que não fazem mais sentido estar ocupando espaço em sua mente. Vai ficar mais fácil ser feliz. ROBERTO SHINYASHIKI.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

AS ÚLTIMAS HORAS DE UM ESPIÃO. Max Heindel

Ele estava sentado no jardim em ruínas de um antigo mosteiro, olhando para a mistura de flores e ervas daninhas, crianças bem cuidadas e crianças abandonadas; as últimas pareciam estar levando a melhor desde que a guerra afastou os antigos proprietários, pois os soldados que aí acampavam no momento não tinham tempo para flores. Ele não era um deles; ele era um prisioneiro, um espião. Apanhado com importantes documentos, foi sentenciado a ser fuzilado e estava então aguardando o pelotão de fuzilamento que iria dar fim a tudo. Porém, iria tudo terminar? Que pergunta tola. Ele foi educado a acreditar em algo posterior, mas logo após entrar na Universidade, ele adotou a atitude mental comum, a da mente científica que prevalecia naquela instituição. O criticismo superior tinha provado a falácia da Bíblia. Na sala de dissecação, a maquinaria mecânica do corpo ficou evidente e a química podia explicar as ações e reações do organismo. A psicologia oferecia uma explicação suficientemente ampla sobre as maravilhas da mente; em resumo, foi provado que o homem era uma máquina pensante móvel, capaz até de se perpetuar por meio de sua descendência, que assumia os trabalhos quando a máquina genitora estava gasta e era despachada como sucata ao cemitério. Soberano ou vassalo, mestre ou aprendiz, santo ou pecador, todos eram senão sombras sobre a moldura do tempo. Mas, de algum modo, ele não estava tão certo disso desde que a guerra o tinha colocado face a face com a morte em massa. Ele tinha observado centenas morrerem no campo de batalha, nas trincheiras e nos hospitais, e a convicção absoluta deles sobre a vida após a morte era, no mínimo, perturbadora. Poderia haver algo de verdadeiro na asserção deles de que tinham visto "Anjos", quer nos campos de batalha, quer em seus leitos de morte? Qual, isso era uma alucinação devida à tensão causada pela situação. Entretanto, tantos tinham presenciado estas coisas, companheiros como o Tenente K e o Capitão Y, intelectuais e frios, sendo que o Capitão nunca mais praguejou depois desse dia no Marne; mais do que isso, passou a carregar consigo um livro de orações e pregou um verdadeiro sermão a um sargento por sua língua ferina. E existiram outros exemplos. Bem, ele cedo saberia; às cinco, ele estava destinado a enfrentar o pelotão de fuzilamento. Ele foi ao quarto onde tinha dormido a noite anterior. O guarda, que tinha permanecido na entrada do aposento enquanto ele estava fora, seguiu-o, de rifle na mão, e observou-o enquanto ele se atirava sobre o rude catre. Ele olhou para cima e viu uma cópia da famosa tela de Leonardo da Vinci, "A Última Ceia". Ele nunca tinha sido particularmente aficionado da arte, mas algo parecia atraí-lo ao Cristo naquele momento. Ele tinha sido indubitavelmente um nobre caráter. Ele foi um mártir por uma causa e esse quadro da Última Ceia evidenciou a analogia entre Cristo e o homem no catre, pois ele também estava compartilhando da generosidade da Terra pela última vez. Então, veio à sua mente, a história de como Leonardo da Vinci tinha pedido a um amigo para criticar a pintura quando concluída e o amigo advertiu-o sobre a incongruência dos copos dispendiosos em que os apóstolos bebiam. Da Vinci esfregou seu pincel sobre eles e suspirou; ele tinha posto todo o seu coração e toda a sua alma na face do Senhor, e tinha tido esperança que essa face gloriosa atrairia a atenção dos espectadores e ofuscaria as demais coisas; em vez disso, um dos detalhes mais insignificantes tinha atraído a atenção de seu amigo, excluindo até o Senhor da Glória. "Será esse o meu caso?" pensou aquele que jazia sobre o catre. "Será que concentrei meu olhar sobre as coisas sem importância da vida? Tenho pensado sobre a morte muito freqüentemente para sentir temor agora que minha vez chegou; entretanto, há tanto ainda a fazer neste mundo que é desagradável pensar no esquecimento." "Cristo disse, `Mas somente uma coisa é necessária´, e se Ele estiver certo, então eu fui como o amigo de Da Vinci, minha atenção foi dirigida a coisas não essenciais. Em vez de buscar as coisas eternas, eu comprometi todo o meu tempo com tarefas materiais." "Hei, para que esse devaneio? Se eu continuar assim, meus joelhos começarão a tremer quando o pelotão de fuzilamento aparecer." Ele se levantou e, seguido pelo atento guarda, voltou ao jardim onde foi atraído por um antigo relógio solar. Ele leu a inscrição: oros non numero nisi serenas ( eu registro somente as horas ensolaradas). "Que ditado bom, esquecer todas as coisas pequenas e sórdidas da vida e reconhecer somente o bom, o verdadeiro e o belo!". Olhando para sua vida, agora prestes a terminar, quão próximo ele viveu desse ditado? A consciência o força a confessar que ficou distante disso. Mas, agora era tarde. Perdido na contemplação, seus olhos ficaram presos à sombra projetada pelo sol no mostrador. Havia algo misterioso em torno de seu silencioso progresso, rastejando em direção às fatais cinco horas quando o pelotão deveria aparecer. Ele não estava preocupado com a morte, mas começou a agarrar-se ao problema da vida, apossando-se dele um insuportável desejo por uma solução. Mas havia essa sombra no mostrador do relógio, "este nada intangível", rastejando-se cada vez mais com lenta mas fatal força. Ó! Bem que ele poderia ter a chance de buscar luz para lançar sobre o problema da Vida! Era costumeiro executar ao amanhecer os condenados sob a lei marcial, mas ele fôra polidamente informado que uma movimentação ordenada repentinamente para a divisão que o mantinha prisioneiro tinha ocasionado um inesperado atraso, que faria com que ele tivesse que enfrentar o pelotão de fuzilamento ao pôr do sol. Na ocasião, ele respondeu com um menear de cabeça e um dar de ombros. O que importava? Mais cedo ou mais tarde, ele estaria preparado. Agora estava começando a desejar essas horas a mais em que poderia raciocinar. Quando se afastou da sombra da morte no mostrador do relógio, seu silencioso progresso parecia mais eloqüente que qualquer sermão sobre a evanescência da vida e a inexorável certeza da morte. De novo, estendeu-se sobre o catre para pensar sobre o problema de sua existência. Em menos de meia hora, estaria sabendo tudo ou nada; se seria aniquilado tão logo a luz da vida fosse extinta pela bala, que inevitavelmente atingiria seu coração, ou, então, seria um espírito livre. Tudo dependeria de qual das duas teorias seria a verdadeira.O sentimento de "suspense" estava crescendo com maior intensidade a cada momento e o anelo pela vida sendo tão grande a ponto de tornar-se doloroso. De todas as pessoas que professaram sua fé na imortalidade da alma, nenhuma parecia saber o assunto; todos acreditavam apenas - isto é, todos com exceção de um. E, então, irrompeu em sua memória a lembrança de um encontro com um homem de uma estranha e fascinante personalidade, em uma popular estância de praia em que foi descansar, em certa ocasião, quando seus nervos não suportavam um extenuante estudo de um assunto científico. Esse homem, tranqüilo, refinado e modesto, atraiu sua atenção desde o início e, em uma ocasião em que a conversa de ambos derivou para as teorias da vida, ele adotou um ponto de vista materialista, tendo o estranho confrontado com um número de argumentos aparentemente irrespondíveis. Todavia, não era a força dos argumentos que o impressionava agora e sim a lembrança da voz de autoridade, das maneiras e da conduta daquele que sabia do que estava falando, o que o fez ficar possuído de um ardente desejo de investigar. "Será que o estranho saberia de tudo, real e verdadeiramente?" Ele tinha falado de homens que "deixam seus corpos à sua vontade do mesmo modo que nos despojamos de um roupão quando mergulhamos na água para nadar". "Assim", disse ele, "procedem também aqueles que entram em certos mundos invisíveis". Ele tinha chamado isto de "A Terra dos Mortos que Vivem" e tinha afirmado que os assim chamados mortos ali funcionavam em um veículo mais sutil, de posse de todas as suas faculdades e com pleno conhecimento e memória das condições que existiam em torno deles quando viviam esta vida. Ó, se esse estranho pudesse estar aqui, agora, e ele pudesse falar com ele de modo a descobrir mais sobre esse assunto que assumiu, então, tamanha importância em sua mente... Mas, o que foi que apareceu no canto? Seria o estranho aquela nebulosa e difusa forma no canto escuro distante? E agora parecia ouvir uma voz dizendo, "eu o encontrarei quando você deixar seu corpo". Então a figura desapareceu. Ó! Isso deve ter sido uma fantasia de sua imaginação, uma alucinação de seu cérebro desordenado, ele pensou. O desejo deve tê-lo feito ver coisas; ele não mais especularia. E, de novo, ele voltou ao jardim para observar o mostrador do relógio solar à medida em que sua sombra se arrastava em direção às cinco horas fatais. Ali o encontraram, com um vivo sorriso em seus lábios, quando saudou o oficial do pelotão e pediu para ser poupado do ignominioso processo de vendar os olhos. Juntos, caminharam em direção ao muro no extremo do jardim onde ele se voltou para enfrentar o pelotão no momento em que o oficial se perfilou e rapidamente deu a ordem de comando que fez lançar a bala que encontrou seu coração. Ele ouviu a detonação dos fuzis e sentiu uma pontada de dor como se um ferro em brasa tivesse secado sua alma. Em seguida, sentiu um forte puxão e, involuntariamente, sua mão procurou seu coração, mas, que estranho, antes de ela ter alcançado seu peito, a dor já havia passado e, rapidamente, ele retornou seu braço à posição alinhada ao longo do corpo. Ele não podia deixar que os inimigos de sua pátria pensassem que ele era um covarde. Novamente, ele voltou sua atenção para o pelotão de fuzilamento, aguardando momentaneamente sentir o impacto das balas que ele já havia sentido por antecipação, pois, de nenhum outro modo ter-se-ia dado conta do impacto e da dor em seu coração. Mas, o que significava isso? O pelotão de fuzilamento permanecia perfilado e o oficial dele se afastava, abandonando o local. Teriam sido tiros de festim? Não, isso seria impensável. Ele examinou suas roupas e encontrou três furos em seu casaco bem acima do coração. Introduziu seu dedo em um deles até onde pôde e retirou-o novamente, admirado com a ausência de sangue ou dor. Evidentemente, ele havia sido atingido por três balas e, de acordo com todos os cânones da experiência, ele deveria ter desabado como um fardo e morrido instantaneamente e, no entanto, ali estava ele mais vivo do que nunca. Como poderia ser? Num impulso, ele correu atrás do oficial que se afastava, agarrou-o pelo braço e pediu uma explicação, mas o oficial parecia não se importar, nem com a mão que o segurava nem com a inflamada pergunta, continuando a caminhar na direção de seus homens como se nada tivesse ouvido ou sentido. "Estarei sonhando, louco ou o quê?" "Nada disso, meu amigo", respondeu uma voz a seu lado, e ele, ao se virar, viu que lá estava o estranho. "Sou um Rosacruz", ele se identificou. Com um profundo sentimento de alívio, o espião voltou-se para o estranho. Talvez ele pudesse derramar alguma luz sobre aquela desconcertante experiência. "Mas como você chegou até aqui? Não o vi entrar com o pelotão de fuzilamento." "Seus olhos ainda não estavam sintonizados com as vibrações do Espírito; você estava cego pelo véu da carne", veio a resposta, mas sem que, com isso, o espião demonstrasse o menor sinal de compreensão, o que o fez começar a duvidar da sanidade mental de sua companhia. "Vejo que você não está entendendo; o que eu lhe disse só fez aumentar sua perplexidade", prosseguiu o estranho; "você não percebe que está morto." "Morto! Com toda a certeza você deve estar louco. Como posso estar morto se estou aqui diante de você e ainda conversando?", perguntou o espião, mais perplexo do que nunca. "Não me expressei de modo adequado; deveria ter dito: `o seu corpo está morto´, respondeu o Rosacruz. Mas o espião olhou-o espantado, no mais profundo abandono e desesperança; tudo estava cada vez mais desconcertante; um dos dois havia perdido a razão, senão ambos. "Meu corpo está morto! Mas como você pode afirmar tal coisa? Não estou eu aqui, de pé, movendo meus lábios e lhe falando? Posso mexer os braços e pernas e caminhar tão bem quanto você, embora tenha que confessar que estou atônito por saber que estou vivo com três balas no meu coração." "Percebo sua perplexidade, meu amigo, e logo lhe darei explicações, mas primeiro venha comigo ao lugar onde você esteve de frente para o pelotão de fuzilamento; há algo lá de seu interesse." Juntos caminharam para o lugar. "Olhe ali entre as flores, meu amigo", disse o Rosacruz. E, quando seguiu a direção do olhar do outro, o espião viu, parcialmente escondido pelas plantas altas e pelas flores que cresciam tão compactamente no jardim, o que parecia ser ele mesmo de bruços. Ele dobrou-se e procurou virar o corpo caído para resolver esse dilema impossível, porém, perplexidades pareciam se acumular sobre perplexidades, indefinidamente, pois, quando tentou segurar a forma inerte pelo ombro para levantá-la, sua mão penetrou através dela como se fosse feita de ar e não de carne e osso. Novamente, levantou-se e virou-se para sua companhia. "Pelo amor de Deus, desembarace este emaranhado para mim, pois se já não estou insano, enlouquecerei no próximo minuto!" "Paciência, meu amigo", respondeu o Rosacruz, "está tudo bem e o deixarei à vontade em poucos minutos. O que aconteceu foi o seguinte: Quando o pelotão de fuzilamento disparou os tiros fatais, três balas entraram em seu coração com tal efeito que você sentiu a dor por uma fração de segundo antes que o corpo etéreo que você está agora usando fosse libertado de seu corpo físico, que caiu então para frente, de rosto para o chão. Desde então, este corpo etéreo lhe servirá tão bem ou melhor que o corpo denso do qual você se desfez com a morte." "Corpo etéreo", balbuciou o espião, ainda sem poder entendê-lo. "Sim, meu amigo. Parece assim tão estranho que o homem possua um corpo etéreo? A ciência formula a hipótese de que todas as coisas desde o mineral mais denso ao gás mais rarefeito acham-se permeadas de éter, e essa é uma hipótese correta. O corpo humano não é uma exceção à regra; também está interpenetrado de éter. Quando ele escapa, a morte ocorre, como foi demonstrado pelo Dr. Mc Dougall há uma década atrás no Hospital Geral de Boston, quando ele colocou na balança um certo número de pessoas prestes a morrer e eles acusaram, invariavelmente, uma perda de peso no momento em que expiraram. O que os médicos e cientistas não sabem é que esse éter permanece na mesma forma e semelhança do corpo denso do morto e continua sendo a morada do Espírito eterno , embora invisível para aquele que ainda está em seu corpo físico." Uma grande luz e um olhar de intenso alívio brilhou na face do espião. "Mas como o éter passou através de minhas roupas, já que estou usando o mesmo traje do meu corpo inerte, e como os furos das balas reproduziram-se em minhas roupas atuais?" "Trata-se de um truque da mente sub-consciente, meu amigo", respondeu o Rosacruz. "embora você não esteja ciente do dano sofrido por seu corpo, as circunstâncias exatas foram registradas num pequeno átomo localizado em seu coração quando você deu seu último suspiro ao morrer, pois, a cada inspiração que fazemos, levamos aos pulmões o ar que contém o éter que carrega uma imagem de tudo o que nos cerca, seguindo o mesmo princípio da fotografia que é levada para a placa sensível existente na câmera. O éter entra na corrente sangüínea que o leva ao coração. Lá, o átomo-semente corresponde ao filme fotográfico, cada inspiração sucessiva produzindo uma nova imagem e, assim, acha-se impresso sobre esse pequeno átomo uma série de quadros da vida desde o berço até a sepultura. Isso modela o nosso destino após a morte e é a base oculta do ditado: `Como o homem pensa em seu coração, assim ele é ´. Quando a chamada `morte´ o retira de seus corpos, o éter reproduz suas roupas; reproduz as peculiaridades físicas com absoluta fidelidade, seguindo o modelo da última imagem gravada no átomo-semente, a alma do qual o homem leva consigo como o árbitro de sua vida no futuro." O espião permaneceu em silêncio e perdido em seus pensamentos por algum tempo, analisando a explicação do Rosacruz de todos os ângulos. Pareceu-lhe perfeitamente correto, lógico e em harmonia com as novas descobertas da ciência. Nem era uma insuperável dificuldade o átomo-semente mencionado pelo Rosacruz ser de dimensões tão diminutas. Não tem o olho de uma mosca numerosas facetas, cada uma delas tomando uma imagem do ambiente, e o microscópio não revelou o mundo das coisas diminutas? Quem se atreveria a estabelecer o limite? "Mas eu tenho que ficar para sempre com furos em minha roupa e ferimentos no meu peito, ou eles vão se curar e eu vou poder procurar outra roupa?" "Nada disso, meu amigo. Como já lhe falei, aqui na Terra dos Mortos que Vivem é lei que o que o homem pensa em seu coração, assim ele é. Os pobres rapazes que tombaram aos milhares nos campos de batalha, horrivelmente mutilados, no princípio da guerra estavam terrivelmente angustiados com seus estados até lhes ensinarmos a pensar neles como eram antes de virem para a guerra, fortes e saudáveis. Foi uma tarefa difícil faze-los acreditar que isso era tudo o necessário para restaurar-lhes a uma condição sadia e foi um serviço moroso, pois eram muitos os necessitados e nós, muito poucos. Mas, aos poucos, eles foram ficando convencidos e em condições de ajudar outras vítimas da guerra até que, agora, há centenas de ajudantes prontos para cuidar e ajudar centenas de mortos." "Ah! Você é um aluno perspicaz. Vejo que já remendou sua roupa e sarou seus ferimentos." "Sim", respondeu o espião, "e muito obrigado. Nunca poderei pagar-lhe pelo alívio que me deu. Mas tenho uma dificuldade. Como é isso de meu corpo parecer o diáfano ar e minhas mãos passarem através dele? Eu sei que ele é sólido." "Pois é! Isso é engraçado; as pessoas no mundo físico pensam que os chamados fantasmas são compostos de matéria intangível e diáfana como uma espiral de fumaça, isto é, se é que eles tomam conhecimento de sua existência. Pensam que seus corpos são sólidos como uma pedra. Mas, uma vez que transpassam o véu para a Terra dos Mortos que Vivem, ficam chocados ao descobrir que as pessoas ainda em seus corpos físicos são tão imateriais para nós como somos para eles, e que é tão fácil para nós atravessa-los com um braço quanto é para eles passarem através de nós. De fato, eles tanto parecem fantasmas para nós quanto nós para eles. Você é agora um cidadão da Terra dos Mortos que Vivem. Venha, vamo-nos daqui para conhecer o lugar. Mas primeiro, há alguém com quem gostaria de falar? Pois o seu corpo espiritual estará mais denso nas próximas horas do que em qualquer outra ocasião durante sua existência post-mortem e, portanto, será mais fácil você se dirigir a seus amigos agora do que em qualquer outra oportunidade." "Tenho uma irmã, porém, ela vive na cidade X que dista daqui uns dez mil quilômetros. Por aqui, não tenho ninguém que me conheça e que se importasse com a minha morte." "A distância não é barreira para o Espírito", disse o Rosacruz. "Imagine-se nesse lugar, que estaremos na casa de sua irmã em dois minutos." E eles se deslocaram juntos, embora para o espião não parecesse muito grande a velocidade quando sobrevoaram cidades e aldeias umas após as outras. Pareceu-lhe ter tempo bastante para observar os vários detalhes da região, a arquitetura das casas, o modo do povo se vestir, etc. Ao passar sobre uma grande extensão de água, notou muitos navios com suas tripulações e passageiros envolvidos em diversas tarefas e lazeres. Na verdade, o tempo não se lhe afigurou longo ou curto; o tempo pareceu inexistente à sua consciência e maravilhou-se consigo mesmo por ter encarado tudo isso tão naturalmente como se em toda a sua vida tivesse estado flutuando pelo ar, vendo as coisas que agora observava. Mas algo pareceu-lhe estranho e o incomodou um pouco a princípio: o fato de o espaço parecer povoado de espíritos, tal qual ele mesmo e o Rosacruz, flutuando através deles. No princípio, ele tentou evita-los, mas percebeu ser impossível; ele se retesou diante de uma colisão quando, para sua surpresa, verificou que aquelas pessoas passavam flutuando através dele e seu companheiro como se eles não existissem. No momento, isso o encheu de consternação e perplexidade até que o Rosacruz, observando seu dilema, riu confiantemente e ordenou-lhe que não se preocupasse, acrescentando que aquele era o costume na Terra dos Mortos que Vivem, pois lá todas as formas eram de certo modo plásticas, que se interpenetravam facilmente todas as vezes, e que não havia perigo algum de alguém perder a identidade. Chegando à casa da irmã dele, encontraram-na sentada numa confortável sala de estar. O espião correu impulsivamente para abraçá-la apenas para constatar, para seu desalento, que ela estava absolutamente inconsciente de sua presença e que as mãos dele, em vez de apertar as dela, passaram direto através das mesmas. De novo, ele se virou para o Rosacruz e perguntou-lhe o que poderia fazer para tornar-se percebido. "Fique de pé nesse canto aqui onde a luz é fraca, pois as vibrações etéreas da luz são mais fortes que as vibrações que você pode emitir. Então, organize com firmeza, em sua mente, a mensagem que você quer transmitir e pense nisso com toda a intensidade de que seja capaz. Foi a intensidade de seu pensamento, antes de enfrentar o pelotão de fuzilamento, que chegou a mim em minha casa e me fez deixar por certo tempo meu corpo físico para poder vir a você e lhe dar uma ajuda em sua hora de transição. Se você puder, com intensidade semelhante, pensar na mensagem que deseja transmitir à sua irmã, ela vai recebê-la e seus olhos dirigir-se-ão para você". Assim instruído, o espião formulou a seguinte mensagem: "Encontro-me na Terra dos Mortos que Vivem; eu atravessei o véu". Olhando fixamente para sua irmã, permaneceu ali, imóvel, reiterando a mensagem por alguns minutos. Subitamente, os olhos de sua irmã procuraram o canto onde ele se encontrava e, percebendo ali a presença do irmão, ela começou a tremer e caiu desmaiada no chão. Imediatamente, o espião correu para levantá-la, quando, com um grito de alegria, ela atirou-se em seus braços. "Ò, você chegou, Bob? Faz poucos dias que eu recebi uma carta dizendo que você fora enviado em perigosa missão, e aqui está você. Como foi que isso aconteceu?" Uma vez mais, o rosto do espião ficou tomado por pálido espanto. Ele havia visto sua irmã cair, e aqui achava-se ela de pé! Ela também estava morta? "Não", explicou o Rosacruz, enquanto dava um passo à frente e se apresentava a ela como um amigo de Bob. "Não, ela não está morta; apenas desmaiou e terá que retornar a seu corpo. Lá está o corpo dela, caído no chão, tal qual o seu corpo, Bob, após lhe terem desferido o tiro fatal. Provavelmente, ela não terá nenhuma lembrança de ter falado com você, nem ficará sabendo que você está na Terra dos Mortos que Vivem, mas terá apenas a impressão de ter visto o seu fantasma e de que algo se passou com você; quer dizer, a menos que você tenha conseguido impressioná-la o suficiente com sua mensagem quando afirmou que você transpassou o véu e acha-se, no momento, na Terra dos Mortos que Vivem. Todas as noites, porém, quando ela for dormir, você terá a mesma chance de falar-lhe como agora, pois, quando estamos dormindo, vamos para o mesmo lugar daqueles que o mundo chama de `mortos ´." Nesse momento, a irmã do espião parecia ter caído no sono e foi irresistivelmente atraída para o corpo que jazia no chão. Gradativamente, o espião viu que ela se desvanecia e desaparecia dentro daquela forma que, em seguida, começou a gemer e a mover-se. "Vem, vamos embora", disse o Rosacruz. "Enquanto você falava com ela, eu trabalhei sobre o corpo dela, fazendo tudo o que podia para facilitar o seu retorno ao estado consciente. Não há nada que possamos fazer por ela. Vem, vamos embora daqui."

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

O Significado Cósmico do Natal

Mais uma vez, no decorrer do ano, estamos às vésperas de Natal. A visão de cada um de nós sobre esta festividade difere uma da outra. Para o religioso devoto é um período reverenciado, sagrado e repleto de mistério, não menos sublime por ser incompreendido. Para o ateu é uma tola superstição. Para o puramente intelectual é um enigma, pois está além da razão. Nas igrejas narra-se a história de como na noite mais santa do ano, Nosso Senhor e Salvador, imaculadamente concebido, nasceu de uma virgem. Nenhuma outra explicação é dada; o assunto é deixado a critério do ouvinte que o aceita ou rejeita, de acordo com o seu temperamento. Se a mente e a razão levam-no a excluir a fé, se ele vê apenas o que pode ser demonstrado aos sentidos, então, é forçado a rejeitar a narrativa como absurda e desarmônica com as várias e imutáveis leis da natureza. Interpretações diferentes têm sido dadas para satisfazerem a mente, principalmente as de natureza astronômica. Diz-se que na noite de 24 para 25 de dezembro, o Sol começa sua jornada do sul para o norte. Ele é a "Luz do Mundo". O frio e a fome exterminariam inevitavelmente a raça humana se o Sol permanecesse sempre no sul. Por isso, é motivo de grande regozijo quando ele começa sua jornada em direção ao norte, pelo que é então aclamado "Salvador", pois vem "salvar o mundo", vem para dar o "pão da vida" quando amadurece o grão e a uva. Assim, "Ele dá sua vida na cruz (cificação) do equador (no equinócio da primavera) e começa sua ascensão no céu (norte). Na noite em que começa sua jornada em direção ao norte, o signo Virgo, a Virgem Celestial, a "Rainha do Céu", está no horizonte astrologicamente, "seu signo Ascendente". Portanto Ele "nasce de uma virgem", sem intermediários, sendo daí "concebido imaculadamente". Esta interpretação pode satisfazer a mente quanto à origem da suposta superstição, mas o lamentável vazio que existe no coração de todo cético, esteja ou não ciente do fato, deve permanecer até que a iluminação espiritual seja alcançada, a qual fornecerá uma explicação aceitável tanto ao coração como à mente. Derramar tal luz sobre este mistério sublime será nosso empenho neste livro. A concepção imaculada será o assunto da lição seguinte. Por enquanto, queremos mostrar como as forças materiais e espirituais fluem e refluem alternadamente no decurso do ano, e por que no Natal é realmente um "dia santo". Digamos que concordamos com a interpretação astronômica, assim como é verdadeiro o que se segue quando contemplamos o nascimento místico sob outro ngulo. O Sol nasce, ano após ano, na noite mais escura. Os Cristos Salvadores do mundo nascem também quando as trevas espirituais da humanidade são maiores. Há um terceiro aspecto de suprema importncia, isto é, não há nenhuma futilidade nas palavras de Paulo quando ele fala do Cristo sendo "formado em vós". É um fato sublime que todos somos Cristos-em-formação, de modo que quando compreendemos que temos de cultivar o Cristo interno antes que possamos perceber o Cristo externo, mais apressaremos o dia da nossa iluminação espiritual. Citamos novamente nosso aforismo preferido, de Angelus Silesius, cuja sublime percepção espiritual fê-lo proferir: "Ainda que Cristo nascesse mil vezes em Belém, Se não nascer dentro de ti, tua alma ficará perdida. Em vão olharás a Cruz do Gólgota A menos que dentro de ti, ela seja novamente erguida. " No solstício de verão, em junho, a Terra está mais distante do Sol, mas o raio solar atinge-a quase em ngulo reto em relação ao seu eixo no Hemisfério Norte, resultando daí o alto grau de atividade física. Nessa ocasião, as irradiações espirituais do Sol são oblíquas a essa parte da Terra e são tão fracas como os raios físicos quando são oblíquos. Porém, no solstício de inverno, a Terra está mais perto do Sol. Os raios espirituais caem em ngulos retos na superfície da Terra no Hemisfério Norte, estimulando a espiritualidade, enquanto as atividades físicas diminuem em razão do ngulo oblíquo em que o raio solar atinge a superfície de nosso planeta. Por este princípio, na noite entre 24 e 25 de dezembro, as atividades físicas estão no seu mais baixo nível e as forças espirituais no seu mais elevado fluxo, por isso, ela é chamada a "noite mais santa do ano". Por sua vez, o pleno verão é a época de divertimento para duendes e entidades semelhantes interessadas no desenvolvimento material do nosso planeta, conforme demonstrado por Shakespeare no seu "Sonho de Uma Noite de Verão". Se nadarmos quando a maré está mais forte, alcançaremos uma distncia maior com menos esforço do que em qualquer outra ocasião. É de grande importncia para o estudante esotérico saber e compreender as condições especialmente favoráveis que prevalecem na época do Natal. Sigamos a exortação de Paulo, Cap. 12 aos Hebreus, atirando à distncia toda carga embaraçante, como fazem os indivíduos que correm numa competição. Batamos no ferro enquanto ele está quente. Isso significa que devemos nessa época do ano concentrar todas as nossas energias em esforços espirituais para colher o que não conseguiríamos obter em nenhuma outra ocasião. Lembremo-nos também que o aperfeiçoamento próprio não deve ser a nossa única consideração. Somos discípulos de Cristo. Se aspiramos ser distinguidos, lembremo-nos do que Ele disse: "Aquele que quiser ser o maior entre vós, seja o SERVO de todos". Existe muita aflição e sofrimento à nossa volta; há muitos corações solitários e doloridos em nosso círculo de conhecidos. Busquemo-los de maneira discreta. Em nenhuma outra época do ano serão mais sensíveis aos nossos desvelos. Espalhemos a luz do Sol em seus caminhos. Desse modo ganharemos suas bênçãos e também as dos nossos Irmãos Maiores. Por sua vez, as vibrações resultantes promoverão um crescimento espiritual impossível de ser atingido por qualquer outro modo.

domingo, 16 de dezembro de 2012

Maias - Ciências e Artes.

MEDICINA O saber médico entre os maias contava com um amplo leque de conhecimento sobre o diagnóstico e o tratamento de diversas doenças. Os remédios produzidos tinham origem diversa e utilizavam matérias de fonte animal e vegetal. Além disso, os tratamentos envolviam o uso de banhos, substâncias alucinógenas, infusões e sangrias. Influenciado por uma forte conotação religiosa, os tratamentos eram conduzidos por xamãs que vinculavam os males físicos a tormentas espirituais. Os xamãs compunham uma classe exclusiva de sacerdotes conhecedora de diferenciados tratamentos médicos. Entre os diversos sacerdotes, os h’menes eram os que se incumbiam da tarefa de tratar das enfermidades da população. Exercendo atividades auxiliares, os nacomes e chaacoob realizavam sacrifícios e os rituais necessários para um determinado tratamento ou na fabricação de algumas medicações. Além disso, os maias contavam com hábitos de higiene que incluíam banhos diários e o uso de uma goma chamada chicozapote, muito utilizada na higiene bucal. ASTRONOMIA e MATEMÁTICA. Tendo grande interesse na movimentação dos corpos celestes, os maias desenvolveram um denso conhecimento astronômico. Observando o Sol e a Lua, conseguiram conceber um preciso calendário composto por meses de 29 dias, e um ano com 365 dias. Além de contarem o tempo pela observância dos movimentos solares e lunares, os maias calcularam o ciclo no qual Vênus encontrava-se alinhada à Terra. A contagem do tempo entre os maias era realizada pelo uso de dois calendários. O primeiro, chamado tzolkin, possuía 260 dias divididos em 20 períodos de 13 dias. Esse calendário era utilizado para a marcação das principais festividades religiosas dos maias. O segundo, conhecido como haab, era utilizado no controle dos fenômenos naturais e na contagem de qualquer fenômeno desvinculado da esfera religiosa. A junção dos calendários ainda auxiliava em outra contagem de tempo que era marcada a cada 52 anos. O domínio de tantas formas de contagem do tempo foi possível graças ao saber matemático desenvolvido por este povo. Muitos historiadores apontam que o cálculo maia foi o primeiro a conceber a noção do numeral zero. A base de contagem era feita por um sistema vigesimal que organizava as ordens numéricas da matemática maia. ESCRITA. A escrita maia representa uma das mais instigantes áreas do conhecimento desta civilização pré-colombiana. Contando com um sistema composto por aproximadamente mil caracteres, sua escrita concebe a junção de um sistema fonético e simbólico. As mais recentes pesquisas, contando com avançada tecnologia, conseguiram decifrar metade dos sons e símbolos da escrita maia. Sem uma sistematização rígida, os escritos maias utilizavam de diferentes recursos para representar uma mesma idéia. A escrita, mais que uma via de expressão, representava um artifício de distinção social. Somente as elites tinham o privilégio sobre essa área de conhecimento. Materiais como a cerâmica e a pedra eram utilizados para o registro de informações. Além disso, os maias conseguiram, através de uma fibra vegetal coberta com resina e cal, fabricar uma espécie de papel. Vários livros e códices foram confeccionados a partir desse tipo de papel. Nesses documentos escritos ficaram registrados muitos dos hábitos e ações cotidianas dos povos maias. ARTE E ARQUITETURA. A arte maia tinha suma importância na preservação das tradições religiosas. Ao mesmo tempo em que contava e reproduzia as feições de suas principais divindades, a arte maia também envolvia uma importante questão política. Os murais e as esculturas relatavam a grandeza das dinastias que controlavam uma determinada cidade-Estado. Sendo indicada como uma família abençoada pelos deuses, as expressões artísticas maias eram importantes na legitimação do poder político. Os maias trabalhavam com pedras, matérias em madeira e cerâmica para construírem estátuas e figuras em baixo relevo que adornavam os templos e demais construções urbanas. Na cidade de Bonampak encontram-se várias construções e pinturas da civilização maia. No chamado Templo das Pinturas existem câmaras que relatam a história política, cultural e militar dos povos que se fixaram naquela região. Em outras regiões encontramos ainda o importante legado deixado pela arquitetura maia. As cidades da civilização maia contavam com avenidas, calçadas, templos e palácios, configurando a grande engenhosidade de suas construções. Em Chichén Itzá e Tikal podem ser encontrados poços, pirâmides e palácios que demonstram a grande riqueza do traçado arquitetônico maia. As residências contavam com três ou quatro cômodos pouco iluminados. Espalhadas por toda Meso-América, as cidades astecas são grande fonte de conhecimento da cultura e da história maia. Por Rainer Sousa. Graduado em História.

Maias - Religião.

Os maias, ao serem influenciados pela tradição cultural dos povos olmecas, difundiram uma concepção de mundo onde a contagem cíclica do tempo era fundamental. A observância do movimento dos astros e dos fenômenos climáticos trazia ao pensamento religioso maia uma noção de que os fenômenos eram marcados por uma repetição. A circularidade temporal influenciava, até mesmo, a origem do homem na terra. Segundo o Popol Vuh, livro sagrado dos maias, os deuses criaram primeiro os seres que não possuíam consciência de si e, por isso, não poderiam adorá-los. O homem surgiu após dois grandes dilúvios, que varreram as primeiras versões humanas feitas a partir de barro e madeira. Na terceira e última tentativa, os deuses resolveram criar o homem a partir do milho, ofereceram a ele a consciência de si e seu sangue foi obtido dos próprios deuses. Para merecerem a dádiva de sua própria existência, os homens deveriam reverenciar os deuses. O mundo terreno seria a base de outros 13 extratos celestiais que representariam uma escada que conduziria os indivíduos à morada dos deuses. Os templos maias, inspirados nesta escada para o céu, possuíam degraus que alcançavam um determinado topo. Durante os rituais religiosos, a subida do sacerdote ao topo do templo representava a aproximação destes homens com os deuses. Segundo a cosmogonia maia, o mundo era plano e dividia-se entre quatro regiões de diferentes cores. Além da realizada terrena e celestial, os maias também acreditavam na existência de um submundo habitado pelos mortos. Ah Puch, O Descarnado, era a divindade que controlava esse local. O principal deus dos maias era Itzmana, considerado o rei dos céus. Ixchel, esposa de Itzmana, era uma deusa responsável pelas chuvas e também pelas inundações. Os maias ainda faziam reverências a outros deuses e elementos da natureza. Os rituais religiosos eram de suma importância para os maias. Sem essas manifestações, os deuses e o universo poderiam vir a desaparecer. Além de preservar a existência do mundo espiritual, os rituais também deveriam apaziguar as divindades com o oferecimento de flores e alimentos. Outro importante aspecto dos rituais religiosos dos maias envolvia o oferecimento de sacrifício humano e animal. A principal importância do sacrifício era a oferenda do sangue, que saciaria a fome dos deuses. Em geral, um escravo, um inimigo de guerra ou uma virgem eram utilizados durante os sacrifícios humanos. Os sacrificados poderiam ter seu coração extraído, ser executado à flechadas ou afogado em um rio. Durante alguns rituais, a cabeça de um sacrificado era utilizada para a prática de um jogo que representava o movimento e a importância dos astros na manutenção do equilíbrio universal. Nas cidades maias eram erguidos templos de adoração. Neles ocorriam grandes celebrações públicas que marcavam diferentes épocas do calendário maia. O ano novo, por exemplo, era celebrado por uma diversidade de ritos que faziam referência ao nascimento e à fertilidade. É importante também citar os rituais funerários, que indicavam a crença maia na vida após a morte. Os mortos eram preparados para uma espécie de viagem para uma outra existência. Nas sepulturas eram colocados alimentos e utensílios pessoais que, segundo a religião maia, poderiam ser utilizados pelo morto durante a sua viagem. Em alguns casos, escravos e mulheres eram juntamente sacrificados para acompanhar o morto durante sua jornada. Rainer Sousa. Graduado em História.

LOS CISNES.

II Los he visto pasar en la hora imponente Bajo el palio de plata de una noche de Enero Mientras el lago negro se hacía cancionero De una rima de paz misteriosa y silente; En la tinta movible de las aguas del lago Rielaba de la luna una franja espectral! Y los cisnes cortaban la franja en un canal Hecho para sus cuerpos en el oleaje vago; El temblor de la noche transmitido en el viento Se asombraba del blanco plumaje inmaculado Y por no desflorarlo se ocultó avergonzado Un lirio, en el ramaje informe y ceniciento. Los he visto de día bajo el palio del sol Cuando enel lago quieto se miraba el azul Del cielo y el espacio era así como un tul Bordado en polvo de oro y enfermo de arrebol; Puestos en la blancura como una nueva blancura Triunfaban sobre todo y hasta el sol los mimaba, Por besarlos más suave sus rayos tamizaba En las flores y luego los ponía en sua albura. Los he visto en la aurora como raro diamante Irisarse el plumaje y volverse una rosa Que surcaba las aguas sobre una mariposa Gigantesca y de cuello tornado interrogante. Los he visto en la tarde cuando el sol se moría Y el lago era de sangre y era sangre su pluma, Pluma que se tornaba al correr de la bruma Nenúfar azulado que en la sombra se abría. ¡Y yo no sé en qué hora los encontré más bellos!... Os cisnes I Como uma branca ronda de flores cujo talo Sob as águas se erguesse, mórbido e elegante Vão os cisnes de espuma em fila deslizante É uma procissão fantástica! Parecem - volúveis e elegantes- alminhas femininas Mansamente indolentes, mansamente felinas. Feito um interrogante seu colo é como símbolo Da alma que encarnaram e lá vão suavemente Perguntando ao Mistério o mistério insolvente. E ao vê-los feito enigmas desfilando, se pensa Naquela lenda branca do raro Lohengrin Puxado por um cisne sobre as águas do Rhin. Outras vezes, bem quietos sobre o lago azulado, Nos lembram um parêntesis concedido ao sentido, Um sono de um espírito que ficou adormecido... E se ocultam o colo de beleza soberba, Sob a asa de uma neve ricamente bordada Voltam-se, sem o pescoço, a Beleza truncada! II Eu já os vi passar naquela hora imponente Sob o pálio de prata das noites de Janeiro Enquanto o lago negro fazia cancioneiro De uma rima de paz misteriosa e silente; E na tinta movível das águas desse lago A lua tremulava um reflexo espectral! E os cisnes cortavam o brilho num canal Feito para seus corpos nesse refluxo vago; O tremor dessa noite transmitido no vento Se admirava da branca pluma imaculada E ocultou-se uma flor virgem envergonhada Temerosa ante o ramo disforme e cinzento. E eu já os vi de dia sob o pálio do sol Quando o azul do céu olhava-se no lago E era o espaço como algum véu fino e vago Bordado em pó de ouro e enfermo de arrebol; Postos nessa brancura como nova brancura Triunfavam sobre tudo e até o sol os mimava, Por beijá-los mais suave os raios tamisava Entre mil flores e logo punha-os em sua alvura. Eu os vi na aurora, como raro diamante Irisar-se a plumagem e tornar-se uma rosa Que sulcava as águas sobre essa mariposa Gigantesca e de colo feito interrogante. Eu os vi ao entardecer, quando o sol morria E o lago era de sangue e era sangue sua pluma, Pluma que se tornava na corrida da bruma, Nenúfar azulado, que na sombra se abria. E eu não sei em que hora os encontrei mais belos!... Alfonsina Storni.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

O Término do Calendário Maia. Maiana Lena.

Este evento sagrado que, em sua forma mais articulada, começará na data de 21 de Dezembro de 2012 - a data tão esperada que muitos aguardaram ansiosamente e outros temeram - é o início de algo, não o fim, o início de uma nova onda de energia cósmica que vem do Grande Sol Central de nossa galáxia. É uma onda de energia de vibração mais elevada, que deve inaugurar também um novo nível de consciência. O término do Calendário Maia, com aqueles que temiam o pior pensamento de que o mundo também terminaria, é este tempo, como o conhecemos, da virada das eras. Pois a nossa percepção da realidade está muito condicionada pela nossa percepção do tempo, e a nossa percepção do tempo, como ele tem sido, terminará em suas formas conhecidas de ser, com uma expansão para o infinito e o eterno que as pessoas começarão a sentir, mesmo enquanto encarnadas. O final do tempo, como ele tem sido conhecido, não é o final do mundo, mas a entrada para uma realidade de dimensão superior, da qual a Terra já está se tornando parte, uma realidade que está além do tempo. Esta nova onda de energia cósmica anunciada pelo Solstício de Verão trará também com ela uma nova e crescente habilidade de perceber a realidade espiritual. Ela irá trazer para aqueles que esperaram por tanto tempo, um senso de realidade espiritual que não foi antes possível. Esta data do Solstício é sagrada. É divina. É uma mudança das eras e o início da nova, de acordo com o que tem sido a conclusão de um ciclo de 26.000 anos que a Terra já atravessou - a "precessão dos equinócios". Este ciclo chegará ao fim e um novo irá começar nestes dias, e os efeitos não serão visíveis subitamente, mas eles serão visíveis. Para a Terra, é um momento de reverência, gratidão, alegria e celebração, pois não importa que dificuldades aconteçam como resultado da maior purificação da Terra, provocada pela intensificação da Luz, o caminho em direção ao amor e à unidade foi limpo, e um final para a dualidade irá entrar progressivamente na consciência humana, como as ondas do oceano rolando em uma praia. Isto não será instantâneo, mas será como se onda após onda aumentasse o conhecimento interior para um e todos, de que a realidade espiritual é realmente real, e que Deus, seja qual for o nome que Ele seja chamado, está no centro. Orem pela manifestação de tudo o que esta grande mudança trará. Pois mesmo na presença das trevas que permanecem na Terra e no coração humano, o final da dualidade está chegando com um passo mais seguro e definitivo do que existia antes. Luz Omega.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Almas Gêmeas.

Para a tradição esotérica e segundo os estudos angelicais todos nós temos em algum lugar do Universo uma parte de nós que por merecimento espiritual e sabedoria irá se juntar a nós para que o amor se concretize em sua forma mais sublime. Sabemos também que esse encontro só acontece quando estamos preparados para compreender a grandiosidade do amor em sua manifestação espiritual que se baseia na compreensão, fidelidade, tranqüilidade e aconchego, sendo assim, um sentimento desprovido de egoísmo, ciúme, insegurança ou possessividade. Partindo deste princípio todos, um dia, de acordo com a elevação espiritual e merecimento encontrarão sua alma gêmea podendo inclusive, ser nesta vida ou em outra dimensão. Sabe-se também que todos nós já tivemos em algum momento de nossas encarnações passadas a dádiva deste encontro, mas por questões cármicas e necessidade de evoluirmos ainda mais, fomos separados de nossa “outra metade”, não por castigo divino ou punição espiritual mas porque a busca em si de um amor de almas gêmeas também é uma forma de aprimorarmos o desenvolvimento do espírito que necessita de infinitas experiências (em diversos níveis) para atingir a iluminação superior para prosseguir seu caminho. Devemos nos lembrar que não existem regras concretas para que se defina um encontro de almas gêmeas, ou então uma “receita” para que ela seja encontrada mais rapidamente. O que vale é acreditarmos de todo o coração que existe em algum lugar, uma alma generosa, pura e serena a nossa procura também. De qualquer forma precisamos nos conectar com o amor de forma fraterna, precisamos praticar a compaixão e nos tornarmos cada vez melhores para sermos merecedores dessa união tão especial. Vale também lembrar que os estudos esotéricos nos ensinam que existem mais dois tipos de relacionamentos que compreendem a trajetória de cada um de nós. Estes relacionamentos são chamados de “Almas Cármicas” e “Almas Companheiras”. Os relacionamentos cármicos ou de almas companheiras são muito importantes para nosso desenvolvimento espiritual, pois são através deles que aprendemos lições importantes quanto aos nossos sentimentos e geralmente antecedem os encontros das Almas Gêmeas na Terra. Os anjos, assim como os seres espirituais de luz, nossos guardiões querem e trabalham para que os encontros de almas gêmeas sejam cada vez mais constantes, porém só através de nosso livre-arbítrio poderemos acelerar ou atrasar esse encontro. Quanto mais evoluirmos, quanto mais nos dedicarmos amorosamente ao nosso auto-conhecimento mais teremos chances de estarmos juntos de nossa alma gêmea. Revolta, tristeza, frustração e pessimismo amargam a alma e nos condena à solidão eterna, portanto seja sempre feliz e esteja de coração aberto para receber o amor de sua alma gêmea. relacionamento de almas gêmeas Este relacionamento é os mais especial no sentido de nos trazer satisfação e plenitude e nos dá a sensação de conforto e acolhimento espiritual. Geralmente, as almas gêmeas se encontram depois de períodos difíceis que passam em outros relacionamentos, ou então quando superamos definitivamente as decepções do passado e nos modificamos positivamente como pessoa, superando grandes desafios através do auto-conhecimento. Precisamos limpar nossos corações de sentimentos negativos para que tenhamos a chance de preenchê-lo com o amor abundante. São relações intensas na fidelidade, companheirismo, romantismo e altruísmo onde os interesses em comum são muito parecidos. Existe uma cumplicidade espiritual muito grande e os desentendimentos são poucos, porém, o diálogo e o amor incondicional do casal fortalecem a união fazendo com que as crises sejam passageiras. Não existe nesse relacionamento mágoas, tristezas ou decepções, pois o amor se torna a solução para todas as dificuldades, prevalecendo sempre os bons sentimentos e as boas intenções para a construção cada vez mais sólida de um amor que transcende as condições humanas. O encontro de almas gêmeas acontece através da energia que emanamos em nosso chacra cardíaco (ponto de energia que gera amor e a concretização da felicidade), por isso a atração que sentimos não é somente física, mas acima de tudo espiritual e intelectual. Reconhecemos de alguma forma (mesmo sem conhecer profundamente o parceiro) uma parte de nós ou algo muito semelhante ao que sentimos e acreditamos diante da vida. A paixão desenfreada, cega ou doentia não é sentida em nenhum momento, mas apenas um amor tranqüilo, cristalino, puro e incondicional que nasce naturalmente e se fortalece com o passar do tempo. Quando encontramos nossa alma gêmea jamais nos separamos dela, pois acredita-se que tamanho merecimento quando conquistado se transforma num elo sem fim que só poderá ser desfeito com o desencarne de alguma das partes que necessita partir para prosseguir sua jornada em outras dimensões, mas que estará sempre à nossa espera. O amor de almas gêmeas não julga, não cobra e não espera nada em troca, porque o amor que as une nutre suas vidas com felicidade e quando a encontramos não sentimos dúvida ou qualquer tipo de conflito, pois nessa situação o coração bate mais forte, sinalizando uma dádiva divina. relacionamento de Almas Companheiras. Os relacionamentos de Almas Companheiras também são felizes e podem trazer um aprendizado ou missão importante a serem cumpridos pelas duas partes. O que irá unir estas almas em primeiro lugar será a amizade, portanto, é comum nestas situações amigos depois de um longo tempo se apaixonarem, ou então iniciar um relacionamento baseado no companheirismo, afeto e sinceridade sem os sintomas da paixão. São histórias que costumam ser duradouras, trazidas de encarnações passadas e dificilmente existe uma separação traumática ou sofrida. Se vierem a separar-se, com certeza continuarão amigos e parceiros para todas as horas, um dando apoio ao outro sempre. Podem constituir famílias, ter filhos e consolidar laços sentimentais muito profundos e a compreensão é a solução para todos os possíveis conflitos. A sensação que experimentamos nestes relacionamentos é de que nos “casamos” com um (a) grande amigo (a) que há tempos conhecemos e por isso nos traz tranqüilidade. Estas almas precisam se reencontrar para concluir algo que não foi feito no passado (de outras encarnações) para se libertarem de seus resgates e aprenderem juntos algo valioso que contribua para o desenvolvimento de ambos nas questões afetivas. O amor de almas companheiras é na verdade, bem parecido com o de almas gêmeas no sentido de ser um sentimento bom e satisfatório, porém sem a plenitude espiritual e felicidade absoluta. Uma das formas de reconhecermos esse encontro é facilmente percebido quando em algum momento (provavelmente quando a missão já tiver sido cumprida pelas duas partes), eles sentirão que existe apenas uma grande amizade entre os dois e que “algo está faltando para ser feliz”. Nestes casos a separação é natural para que cada um siga seu próprio caminho e vivencie outras experiências importantes. Também podemos identificar o encontro de almas companheiras através de nossos amigos e familiares que mesmo não havendo uma união de namoro ou casamento, nos são tão especiais e que permanecerão interligados em nossas vidas para sempre, podendo inclusive voltar várias encarnações para nos reencontrar. relacionamento de Almas Cármicas. Os relacionamentos de Almas Cármicas são os mais comuns e recorrentes em nosso dia-a-dia, infelizmente. Vivendo numa esfera de grandes desafios e provações importantes para o desenvolvimento espiritual de cada um de nós, estes relacionamentos são os que mais nos ensinam e nos libertam de amarras cármicas que possam impedir o encontro de nossa alma gêmea. Como o próprio nome diz, as almas cármicas são resgates sérios e profundos que trazemos de outras encarnações, e geralmente expressam todas as lições que nosso espírito precisa aprender para dissolver seus elos negativos com a vida. São histórias que dependem de nossa força de vontade, entrega, compaixão e sabedoria para nos libertarmos pois geralmente são carregadas de insatisfação, sofrimento, frustração e decepção. A atração sexual forte aproxima essas almas e esses encontros são carregados de possessividade, cobranças, ciúme, brigas e desentendimentos constantes. Quando essas histórias terminam quase sempre deixam marcas muito profundas e o grande desafio é sair delas com a força do perdão para não termos a chance de reencontrá-las outras vezes. Enquanto não aprendemos o que estes relacionamentos tem a nos ensinar iremos em algum momento passar por tais desafios novamente até que ampliemos nossa consciência e nos libertemos de tais situações. Falta diálogo, compreensão, a paixão não se transforma em amor e, por vezes, a traição poderá ocorrer trazendo decepções. O maior desafio das almas cármicas é evoluir através das experiências deste encontro e não se deixar levar pelo rancor, ódio ou ressentimento que atrapalharão e muito no encontro de sua alma gêmea. André Mantovanni.

o poder dos Anjos.

Para a angelologia, segmento filosófico que estuda os anjos, Deus é energia, ou seja, não existe a extinção de energia, mas sim a transformação. Por isso, quando Deus não pode nos ajudar, o anjo tem o poder para fazê-lo. A vontade dos anjos confere poder (II Ped. 2.11) maior do que os seres humanos. Mesmo assim, estão sujeitos a Deus. Santo Agostinho em seus tratados relatava: "Deus comanda os anjos, os anjos têm poder para ajudar os seres humanos. E numa continuidade, estes ajudam as pessoas e também os animais". No Salmo 102 (103), versículo 20, é reconhecido o poder dos anjos. É importante ressaltar que todo poder provém de Deus, ou seja, o poder angelical é limitado. Acredita-se que o anjo pode influenciar algumas ações humanas, da mesma maneira que um ser humano pode fazê-lo com outro. Segundo os estudiosos Tácito da Gama Leite Filho e Ursula Regina da Gama, os anjos usam seu poder para o bem, utilizando suas energias benéficas para o serviço da misericórdia. Não faltam exemplos bíblicos para comprovar o poder dos seres angélicos. Em um deles, Paulo afirmou que "o poder dos anjos está a serviço de Jesus Cristo na sua vinda" (II Tess. 1:7). "Um anjo conseguiu remover a pedra em frente ao sepulcro de Jesus" (Mat. 28:2). Quando fazemos um pedido ao nosso anjo, a vontade e o poder angélico em nos ajudar é algo extraordinário, se o pedido estiver dentro do nosso merecimento e se estivermos com o pleno conhecimento do bem e da verdade. Os brasileiros acreditam no poder dos anjos. Recentemente, uma grande empresa de consultoria buscou conhecer o comportamento dos executivos em relação a um futuro emprego. Descobriu-se que em cada grupo de mil, 10% dos entrevistados recorreram a uma consulta esotérica; metade deles era do sexo masculino. Nesta pesquisa, realizada em março de 2008, descobriu-se que a grande maioria acreditava no poder do anjo da guarda. Entre os quarenta mil entrevistados do País, 18% revelaram que buscavam ajuda e apoio nas orações feitas ao anjo da guarda quando precisam tomar uma decisão profissional. Se você quer obter a ajuda dos seres angélicos, acredite no poder deles. Faça uma oração diária durante sete dias consecutos. Você receberá a graça entre o oitavo e vigésimo primeiro dia. A oração indicada é o salmo 90/91, conhecido como Salmo dos Anjos, transcrito abaixo. Salmo dos Anjos A leitura deste salmo, segundo os cabalistas, protege contra a adversidade, favorece o magnetismo pessoal e as grandes descobertas. Guarda o lar, abençoa os bens, protege contra assaltos, acidentes e armas em geral. Também combate a mentira e a irritação. Ilumina as lembranças de fatos ocorridos em outras encarnações e dá proteção contra os espíritos ignorantes e primitivos. Deus, protetor dos justos 01. Deus, eu moro sob a proteção do Altíssimo e descanso à sombra do onipotente. 02. Digam todos: "O Senhor é meu refúgio e meu escudo, meu Deus em quem confio". 03. Porque o Senhor há de livrá-lo do laço do caçador e das doenças perigosas. 04. Com suas penas o cobrirá e o abrigará sob suas asas. Escudo, verdade e aliança são lealdade divina. 05. O filho que crê no Pai não teme jamais, nem à noite nem à luz do Sol. 06. As doenças que se propagam ou os flagelos que arrasam o dia. 07. Podem cair mil a seu lado, e à direita, mais dez mil, mesmo assim nada o atinge. 08. Inclinará os seus olhos em tudo, e verá que o caminho contrário não leva a nada. 09. Pois ele é de fato meu refúgio. Sinto-me confortado no Senhor Altíssimo. 10. Nada poderá me atingir. Em minha casa não haverá doenças nem desavenças. 11. Pois o Senhor deu ordens aos anjos para que guardasse seu filho por onde quer que ele caminhe. 12. Eles irão levá-lo,segurando suas mãos, para que não machuque os pés nas pedras. 13. Andará por sobre os contrários mais temíveis, como o leão, o dragão...E Seu filho pisará a salvo. 14. Porque quem está unido ao Senhor estará salvo e protegido. 15. "Se invocado, Eu ouvirei. Serei seu amigo nos momentos mais difíceis, Eu lhe darei a salvação e a glória. 16. Darei fartura, prolongando a vida. Mostrarei minha salvação." Monica Buonfiglio.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Meg Cabot - A Mediadora: A Terra das Sombras.

Meg Cabot conta de maneira divertida e descontraída a história de Suzannah Simon, uma menina de 16 anos, alta, nada feia, mas que por causa de um estranho dom era considerada “esquisita” pelos amigos de escola. Bom, amigos não! Seriam mais companheiros de classe, pois devido a este estranho “dom”, Suzannah só tinha na verdade uma amiga, Gina e nunca havia sido popular ou recebido convites de garotos para sair, como esperava sua mãe, ao lhe dar um telefone particular. Esta achava que a filha receberia tantas ligações de garotos e amigas, que seria melhor ter seu próprio telefone. Coitada da mãe, só quem ligava para sua Suzinha era Gina. A mãe achava que o motivo de toda essa esquisitice de Suzannah fora o fato do pai ter morrido repentinamente de um infarto fulminante, quando ela tinha 6 anos. E que ela sentia falta do pai. Mal sabe ela que Suze não sentia falta do pai, porque ela, diferentemente das outras pessoas, o via com freqüência. Como assim? É o seguinte. Sabe o tal estranho dom? Pois bem, este dom é o de ver os mortos. Não apenas ver, mas falar, tocar, bater, apanhar deles e até se apaixonar! É, é isso mesmo! Suzannah, que nunca tinha se interessado por nenhum garoto, foi logo ficar caída por um fantasma. Deixe-me explicar: Suzannah é uma mediadora, isto é, os fantasmas a procuram para que ela os ajude a solucionar o que deixaram pendente aqui, para que eles possam partir para outro lugar. Ela não gosta nada desta tarefa, mas se não os ajudar, eles não largam do pé dela. Dez anos após a morte de seu pai, sua mãe se casa com Andy Ackerman, um carpinteiro viúvo, que tem 3 filhos, a quem ela chama de Soneca, Dunga e Mestre. Sua vida começa a mudar quando ela sai de Nova York para a ensolarada Califórnia, onde a nova família mora agora, numa bela, mas muito antiga, casa, que em tempos muito remotos foi uma estalagem para viajantes. Nesta nova casa, ela conhece Jesse, o fantasma gostosão, que acaba nutrindo uma paixão. Jesse, um rapaz de aproximadamente 20 anos quando morreu, “divide” o quarto com Suzannah, a quem ele nunca chama no diminutivo. Em sua nova escola, bem diferente da antiga, Suze é popular, tem amigos e um companheiro de dom, o padre Dominic. Ela se vê em apuros, quando descobre que a vaga que conseguiu na escola, é de Heather, uma garota, líder de torcida, que havia se suicidado com um tiro na cabeça, só porque seu namorado havia rompido o relacionamento com ela. Heather tenta a todo custo matar seu ex namorado, Bryce Martinson, a quem Suze salva, fazendo assim com que o garoto convide Suze para sair. Agora tudo ficou pior para Suzannah, pois Heather coloca em risco a vida não só de Bryce, mas de outras pessoas e Suzannah não está conseguindo mandá-la para o lugar onde ela deveria ir após sua morte. Além disto, Suzannah tenta desvendar o mistério que envolve a morte de Jesse.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Vampire Kisses – Beijo da Morte.Ellen Schreiber.

A excêntrica e marginalizada Raven está de volta. A garota gótica havia finalmente encontrado o homem de sua vida, o misterioso Alexander Sterling, mas no final do primeiro volume da série Vampire Kisses o garoto simplesmente desapareceu, sem deixar qualquer vestígio. Agora a protagonista da trama sabe que um relacionamento amoroso traz sempre consigo o risco das desilusões e das dificuldades inesperadas, exatamente como no clássico cinematográfico que ela não se cansa de assistir – Beijo da Morte. Sua vida iluminada ganha novamente contornos sombrios. Ela precisa desesperadamente reencontrar sua paixão. A ausência de Alexander pode estar ligada a um mistério oculto em seu passado, sobre o qual ele nada pode revelar nem a sua amada. Quando esta sequência tem início o jovem já está distante há pelo menos dois dias, e Raven sente que não suportará ficar sem o seu amor. Enquanto não encontra uma pista para seguir, ela oculta das pessoas a partida do enigmático gótico. Assim, porém, que surge um indício de Alexander, a garota vai a sua procura, mas jamais poderia imaginar que se depararia com eventos tão apavorantes. Todavia, ela não está sozinha em sua busca, pois desta vez seu irmão Billy Boy e o amigo nerd não a deixam na mão, e Raven ainda pode contar com o apoio de sua amiga Becky e de Matt. Sem hesitar ela segue para Hipsville, onde se hospeda com sua tia Libby durante as férias. Neste lugarejo a protagonista vai parar em um estranho reduto conhecido como O Clube do Caixão, ponto de encontro dos góticos locais. Aí Raven encontra o exótico Jagger, adversário de Alexander. Na jovem ele vê a oportunidade de punir seu rival, convertendo-a em sua eterna escrava. Nesta busca por Alex, portanto, a protagonista se envolve em várias encrencas, expõe sua vida e a de seus amigos a perigos que podem ser letais, mas sua inteligência e o suporte dos amigos são fundamentais neste momento difícil. A autora investe mais uma vez em uma história leve, sem maiores pretensões.

Vampire Kisses – Laços de Sangue.Ellen Schreiber.

Raven é a garota de 15 anos, prestes a completar 16, que mora em Dullsville, a típica província norte-americana. Em um lugarejo onde todos seguem padrões pré-estabelecidos, ela se destaca por suas escolhas alternativas e seu comportamento fora de qualquer paradigma. Talvez não pudesse ser diferente para uma jovem que nasceu de um casal hippie, o qual por muito tempo cultivou sua filosofia de vida, até Billy, o Garoto Nerd, como a irmã o apelidou, vir ao mundo. A partir de então seus familiares optaram por um estilo mais refinado, seguindo exatamente as regras predominantes em Dullsville. A protagonista, porém, persistiu em uma linha diferente, embora não a mesma que no passado foi preservada por seus pais. Raven é a gótica da cidade, tão destoante dos demais que durante uma aula, quando sua mestra lhe questionou sobre sua futura profissão, a menina afirmou sem hesitar que queria ser uma vampira. Afinal, ela sempre teve um encantamento especial por estas criaturas. Sua melhor e única amiga é Becky, a quem ela protege de qualquer um; por outro lado, o maior adversário é Trevor, o garoto mais carismático da escola, que vive zombando de sua aparência, da sua opção por um gênero gótico. Ele a considera o ser mais bizarro da cidade. O único lugar que realmente a atrai em sua terra natal é a mansão que todos consideram assombrada por fantasmas. Subitamente ela descobre que seu recanto predileto está novamente habitado. Quando ela decide ir até lá no Halloween, tem seu primeiro contato com um servo da família que agora reside no alto da colina. Posteriormente ela conhece seu filho, um lindo e misterioso gótico. A imaginação de Raven dispara, e a garota passa a fantasiar que ele é um vampiro, e ao ser beijada por ele também se transformará em um destes seres sombrios. Vários boatos correm pela província, e a jovem não poupará esforços para descobrir a verdade, mesmo que suas investigações venham a ferir aquele que despertou seu coração.

Os Imortais (no original em inglês: The Immortals) é uma série de livros de fantasia e romance sobre imortalidade e paranormalidade, escrita por Alyson Noël.

Evermore - Para Sempre. Uma vida perfeita: essa era a realidade de Ever Bloom. Ela era uma garota popular, acabara de se tornar líder de torcida do principal time da escola e morava numa casa maravilhosa, com o pai, a mãe, uma irmãzinha e a cadela Buttercup. Nada no mundo parecia capaz de interferir em sua felicidade, o céu era o limite! Até que um desastre de automóvel transformou tudo em um pesadelo angustiante. Ever perdeu toda a sua família. Mudou de cidade, de escola, de amigos, e agora precisa aprender a conviver com uma realidade insuportável: após o acidente, ela adquiriu dons especiais. Ever enxerga a aura das outras pessoas, pode ouvir seus pensamentos e, com um simples toque, é capaz de conhecer a vida inteira de alguém. É insuportável. Ela foge do contato humano, esconde-se sob um capuz e não tira dos ouvidos os fones do i-pod, que encobrem o som das mentes a seu redor. Até que surge Damen. Tudo parece cessar quando ele se aproxima. Só ele consegue calar as vozes que a perturbam tão intensamente. Ever não entende porquê, mas é incapaz de resistir à paz que ele lhe proporciona, à sensação de, novamente, ser uma pessoa normal. Mas ela não faz ideia de quem ou o quê Damen realmente é. Sua única certeza é estar cada vez mais envolvida... e apaixonada. Nos cinemas, Ever será interpretada por Teresa palmer. Blue Moon - Lua Azul. Ever é agora uma imortal. Iniciada nesse mundo desconhecido e sedutor por seu eterno amado, Damen, ela está empenhada em conhecer e dominar suas novas habilidades, mas algo terrível começa a acontecer. Acometido por uma doença misteriosa que ameaça, inclusive, sua memória, Damen não percebe que seus poderes se estão esvaindo – enquanto Ever se sente cada vez mais forte. Desesperada para salvá-lo, ela viaja até a dimensão mística de Summerland, onde não apenas toma conhecimento da misteriosa história de Damen, brutal e torturante, mas também tem acesso aos segredos que regem o Tempo. Com a lua azul que se aproxima, anunciando uma oportunidade única de se projetar para o passado ou para o futuro, Ever é forçada a decidir entre voltar no tempo e impedir o acidente que tirou a vida de toda a sua família ou ficar no presente e salvar Damen, que parece definhar a cada dia. Nos cinemas, será interpretado por Ben Barnes. Shadowland - Terra de Sombras. Ever e Damen atravessaram diversas vidas e enfrentaram os mais terríveis inimigos com um só objetivo: ficar eternamente juntos. E quando esse sonho está ao alcance de suas mãos, um poderoso feitiço cai sobre Damen. Agora, para ele, simplesmente tocá-la ou encostar os lábios nos dela significaria a morte, o exílio definitivo em uma terra de sombras, o lar das almas perdidas. Desesperada por livrá-lo da maldição, Ever mergulha de corpo e alma na magia e encontra uma ajuda inesperada: um surfista chamado Jude. Apesar da profunda lealdade a Damen, é inevitável que ela se sinta atraída por esse garoto estranhamente familiar, de olhos verdes, pele bronzeada, braços definidos, dons mágicos e passado misterioso. Ainda mais quando Damen decide se afastar dela. Ever sempre acreditou que Damen fosse seu destino — mas e se o futuro tiver reservado outros planos? Com Jude cada vez próximo, pela primeira vez em séculos esse amor é posto à prova. Dark Flame - Chama Negra. Enquanto tenta ajudar Haven na transição para a vida imortal e libertar Damen do feitiço que não a permite tocar nele, Ever se aprofunda mais e mais nos mistérios da magia negra. O feitiço, porém, vira contra a feiticeira, e ela se vê presa a seu maior inimigo: Roman. A força estranha e poderosa que toma conta de seu corpo impede que Ever consiga parar de pensar nele e de desejá-lo. Ela quer resistir à atração incontrolável que a está consumindo. Ele quer se aproveitar desse momento de fraqueza. A ponto de se render, Ever procura a ajuda de Jude, arriscando tudo e todos para salvar a própria vida e seu futuro com Damen... Night Star - Estrela da Noite. Certa de que Ever é responsável pela morte de Roman, Haven está determinada a destruí-la. Seu primeiro passo é separá-la de Damen, e, para isso, conta com a arma ideal: um segredo terrível sobre suas vidas passadas, que lançará uma nova luz sobre o relacionamento de Ever e Jude. Obrigada a enfrentar seus maiores medos com relação ao companheiro que escolheu para a eternidade, Ever é lançada em um combate mortal contra Haven, que poderá significar a destruição de todos. É chegado o momento de se questionar: para sobreviver, ela seria mesmo capaz de condenar Haven à escuridão de Shadowland? E será que todo o seu futuro com Damen poderia mesmo depender de uma revelação do passado? Everlasting - Infinito. Após derrotarem seus inimigos mais temidos, Ever e Damen começam uma nova jorna­da para que ele se livre do veneno em seu corpo. Se encontrarem o antídoto, finalmente serão capazes de viver a paixão pela qual anseiam há séculos. A busca, porém, leva-os a um terreno desconhecido e pavoroso —as profundezas de Summerland. Lá, eles desco­brirão a origem obscura e inimaginável de seu relacionamento e serão obrigados a enca­rar uma dolorosa verdade: o destino tem motivos para mantê-los separados. Agora, o fu­turo irá depender de uma única decisão, que poderá pôr em risco tudo o que eles têm. Inclusive a eternidade.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Queimada.

Queimada é o nome do sétimo livro da série House of Night, escrita pela norte-americana P.C. Cast e sua filha Kristin Cast. Zoey Redbird está com sua alma despedaçada no Mundo do Além e tem poucos dias para reunir seus pedaços e voltar para seu corpo antes que morra para sempre, mas ela não vai conseguir sozinha em seu estado frágil e instável. Para ajudar Zoey, James Stark vai ter que se sujeitar a ficar entre a vida e a morte para deixar que seu espírito, revertido de Guerreiro à Guardião de sua Grande Sacerdotisa, viaje pelo Mundo do Além para protegê-la dos perigos lá encontrados e salvar a sua amada. Enquanto isso Stevie Ray tem que lutar contra os Vermelhos do Mal, e tentar desvendar os mistérios de seu relacionamento com o Rephaim, o Raven Mocker filho de Kalona. Aphrodite descobre que seus poderes vão muito além do que pensa e mesmo contra sua vontade os usa para ajudar Zoey, e descobre que seu poder a permite visitar o Mundo do Além e os dominios de Nyx. Despertada é o sétimo livro da série Casa da Noite, que em Portugal está a ser publicada pela Saída de Emergência. Depois de Neferet jurar mais uma vez vingança, a Zoey e ao seu grupo de amigos, planeia usar Kalona. Neste livro temos novas personagens como a rainha Sgiach que treina Zoey para se tornar a sua sucessora. Dividida entre o amor que perdeu e aquele que tem agora (um deles pelo menos), a personagem principal continua perdida entre as suas vontades e o seu dever. A verdade é que se passaram sete livros e continuamos a ter uma personagem imatura numa história sem fim à vista e repleta de dramas de adolescentes. Zoey continua a chorar por tudo e por nada e apesar da Casa da Noite de Tulsa continuar no meio de toda a acção, temos aqui uma mudança de cenário que é positiva. Mais mortos e ressuscitados dão-nos um belo total de 288 páginas e acabamos por ter de ficar à espera do próximo volume que já foi lançado em 2011 e tem o título de Destined e que também não é ainda o final da saga. As autoras poderiam ganhar a minha admiração se tivessem terminado isto ao fim do quinto livro, mas em vez disso decidem esticar a corda ao máximo e fazem com que uma história que até nem era má de todo, comece a cansar os leitores devido à quantidade exagerada de páginas que já escreveram. A Casa da Noite aguarda-te. Um local cheio de perigos e segredos onde os jovens marcados têm dois destinos: ou se transformam em vampyros ou morrem destroçados. Exonerada pelo Alto Conselho dos Vampyros, Neferet jurou vingança contra Zoey Redbird e o domínio que exerce sobre Kalona é apenas um dos planos que pretende usar contra ela. Mas Zoey encontrou refúgio na Ilha de Skye e está a ser treinada pela rainha Sgiach para tomar o seu lugar. Haverá algo melhor do que a ideia de se tornar uma rainha? Porque desejaria voltar para Tulsa? Após a perda de Heath, Zoey nunca mais foi a mesma e a sua relação com o guerreiro Stark também poderá nunca voltar a ser igual… E conseguirão a vampyra Stevie Ray e Refaim continuar juntos? Este recusa ser usado contra ela, mas que escolha tem quando ninguém, nem mesmo Zoey, aprova a relação entre ambos? Irá Refaim trair o seu pai ou escolher o seu coração?