terça-feira, 19 de fevereiro de 2013
Vendendo sua Alma a Satanás.continuação.
O mito de
Por estar aborrecido, Fausto responde com desdém à exigência de Lúcifer de assinar com sangue o pacto entre eles e, então, profere as seguintes palavras:
"Não temas que faltar à minha palavra eu vá.
O propósito de toda a minha energia
Em inteira concordância com meu juramento está.
Levianamente, muito alto tenho aspirado;
Estou no mesmo nível que tu;
Eu, o Grande Espírito escarnecido; desafiado.
A própria Natureza se escondeu de mim.
Rasgada está a teia do pensamento; minha mente
Abomina toda a classe de conhecimento.
Nas profundezas. de prazeres sensuais mergulhadas
Deixemos ficar nossas paixões incendiadas,
Envoltas nos abismos de mágicos véus formosos,
E que nossos sentidos vibrem em encantos assombrosos".
Tendo sido desdenhado pelas forças que conduzem ao bem e estando completamente dominado pelo desejo de obter conhecimento direto e de verdadeiro poder, está disposto a ir até as últimas conseqüências. Mas Deus está sempre presente, como foi dito no prólogo:
"Um homem bom em sua mais escura aberração,
Conhece ainda o caminho que o conduz à salvação".
Fausto é a alma aspirante, e a alma não pode ser permanentemente desviada do caminho da evolução.
A declaração de Fausto sobre seu objetivo corrobora,a afirmação de que ele tem um ideal elevado, mesmo quando chafurda na lama. Ele quer experiência:
"O fim que eu aspiro não é o prazer.
Agonizante bem-aventurança - eu anseio por realização.
Ódio enamorado, rápido aborrecimento.
Purgado do amor do saber, minha vocação.
De hoje em diante, o objetivo de todos os meus poderes vai ser
Livrar meu peito de toda angústia, conhecer
Todo o infortúnio e o bem estar humanos no âmago do meu coração.
O sublime e o profundo em pensamento abraçar,
Os vários destinos do homem em meu peito acumular".
Antes que alguém possa ser realmente compassivo, deve sentir, como Fausto também o deseja, tanto a profundidade das tristezas da alma humana como suas elevadas alegrias; pois, somente quando conhecemos estes extremos dos sentimentos humanos podemos sentir a compaixão necessária por aqueles que precisam ser ajudados, e assim colaborar na elevação da humanidade. Através de Lúcifer, Fausto é capaz de conhecer tanto a alegria como a tristeza. Lúcifer também admite isto quando diz:
"A força que mesmo o mal planejando
Para o bem está trabalhando".
Pela interferência dos Espíritos de Lúcifer no esquema da evolução, as paixões da humanidade foram despertadas, intensificadas e conduzidas para um canal que tem causado todas as tristezas e enfermidades no mundo. Não obstante, isso despertou a individualidade no homem e libertou-o das condições liderantes dos Anjos. Fausto, pela ajuda de Lúcifer, é afastado dos caminhos convencionais, tornando-se assim individualizado. Quando o pacto entre Fausto e Lúcifer foi concluído, tivemos a réplica dos Filhos de Caim, que são os descendentes e protegidos dos Espíritos de Lúcifer, como vimos em "Maçonaria e Catolicismo".
Na tragédia de Fausto, Margarida é a protegida dos Filhos de Seth, o clero, descrito na lenda Maçônica. No momento, as duas classes representadas por Fausto e Margarida devem defrontar-se, e entre elas será encenada a tragédia da vida. Em conseqüência das desgraças sofridas por elas, a alma criará asas que a elevarão novamente aos reinos das bem-aventuranças de onde veio. Nesse ínterim, Lúcifer leva Fausto à cozinha das bruxas onde ele vai receber o elixir da juventude, para que, rejuvenescido, possa tornar-se desejável aos olhos de Margarida.
Quando Fausto aparece no palco, a cozinha das bruxas está repleta de instrumentos que são usados em magia. Um fogo infernal queima sob uma chaleira onde são preparadas as poções de amor, e há aí muito mais coisas fantásticas. Observamos vários objetos inanimados, mas o que mais desperta a nossa atenção é uma família de macacos, a qual tem um grande significado porque representa uma fase da evolução humana.
A humanidade, satisfeita com a paixão instigada pelos Espíritos de Lúcifer ou Anjos caídos, libertou-se da hoste angelical liderada por Jeová. Como conseqüência desse obstinado desejo, foram logo envolvidos por "revestimentos de pele" e separados uns dos outros. O egoísmo suplantou o sentimento de fraternidade, atingindo o nadir do materialismo. Alguns foram mais passionais que outros. Por isso, seus corpos cristalizaram-se mais. Eles degeneraram e tornaram-se antropóides. Seu tamanho foi reduzido à medida que se aproximavam do limite onde a espécie devia ser extinta. Eles são, portanto, os pupilos especiais dos Espíritos lucíferos. Assim, o mito de Fausto mostra-nos uma fase da evolução humana não incluída na lenda Maçônica, e dá-nos uma visão mais completa e conjunta do que realmente aconteceu.
Houve uma época em que toda a humanidade passou pelo ponto onde os cientistas acreditam estar localizado o elo perdido. Os que agora são antropóides degeneraram a partir daquele ponto, enquanto a família humana evoluiu até o presente estágio de desenvolvimento. Sabemos como a indulgência para com as paixões embrutece aqueles que por elas se deixam levar. Podemos compreender prontamente que quando o homem estava ainda em formação, sem individualidade e sob controle direto das forças cósmicas, esta indulgência não era controlada pelo sentimento da individualidade que, de certo modo, nos protege hoje. Portanto, os resultados seriam naturalmente mais desastrosos e de maiores conseqüências.
Alguma vez, a alma aspirante deve entrar na cozinha das bruxas como o fez Fausto, e encarar o objetivo da lição que nos leva a considerar a conseqüência do mal, representada pelo macaco. A alma tem, então, permissão para encontrar-se com Margarida no jardim, para tentar e ser tentada, para escolher entre a pureza e a paixão, para cair como Fausto, ou permanecer firmemente na pureza, como fez Parsifal. Sob a Lei da Compensação receberá sua recompensa pelas ações praticadas no corpo. De fato, a sorte é irmã gêmea do merecimento, como Lúcifer mostra a Fausto, e a verdadeira sabedoria só se conquista com paciente perseverança na prática do bem.
"Quão ligada está a sorte ao merecimento,
Isso ao tolo jamais ocorreria.
Eu juro, tivesse ele a pedra do homem sábio,
A pedra do filósofo não seria".
Fiel a seu propósito de estudar a vida em vez de livros, Fausto pede a Lúcifer que consiga introduzi-lo na casa da Margarida. Tenta conquistar a afeição dela com um principesco presente de jóias, que Lúcifer introduziu às escondidas em seu armário. O irmão de Margarida está ausente, lutando por sua pátria. Sua mãe não é capaz de decidir o que fazer com o presente, e o leva ao seu guia espiritual na igreja. Este aprecia mais o brilho das gemas do que as preciosas almas a ele confiadas. Negligencia seu dever à vista de um colar de pérolas, mais ansioso em garantir as jóias para o adorno de um ídolo, do que defender uma filha da igreja contra o perigo moral que a cerca. Assim, Lúcifer vence e rapidamente recebe uma recompensa de sangue e, em seguida, de almas humanas. Para conseguir acesso aos aposentos de Margarida, Fausto a persuade a dar à sua mãe uma poção para dormir, o que causa a esta, a morte. Valentino, o irmão de Margarida, é morto por Fausto. Margarida é encarcerada e sentenciada a sofrer pena capital.
Quando uma semente adere à polpa de uma fruta ainda verde, é doloroso retirá-la de lá. Da mesma forma, o sangue, que é o assento da alma, está no corpo de uma pessoa e, quando esta encontra um fim súbito e prematuro, é fácil perceber o sofrimento de tal morte. Os Espíritos de Lúcifer deleitam-se com a intensidade do sentimento e evoluem através disso. Em relação ao objetivo, a natureza de uma emoção não é tão essencial quanto sua intensidade. Por isso, eles agitam as paixões humanas de natureza inferior, que são mais intensas em nosso presente estágio de evolução do que os sentimentos de alegria e amor. Como resultado, incitam à guerra e ao derramamento de sangue, e o que nos parece maligno agora, na realidade, são degraus para ideais mais nobres e elevados, pois, através da tristeza e do sofrimento, tais como foram gerados em Margarida, o Ego eleva-se cada vez mais na escala da evolução. Aprende o valor da virtude quando desliza na direção do vício.
Foi com verdadeira compreensão deste fato que Goethe escreveu:
"Quem nunca comeu seu pão em amargo afã,
Quem nunca, acordado, a meia-noite viu passar,
Chorando, esperando pelo amanhã,
Os Poderes celestiais não sabe ainda avaliar".Max Heindel.
A importância da LUA em nossas vidas: Lilith - A Lua Negra.
No início das eras existia a Grande Deusa, e a Deusa era a própria Terra, Geia, e a Terra era a Deusa. As origens do culto à Grande Deusa são encontradas na penumbra do tempo pré-histórico. A Deusa governou por milhares e milhares de anos, anos em que a Terra vivia os ciclos lunares perfeitamente em harmonia com a vida orgânica da Mãe. Ao longo do tempo a Grande Mãe foi sendo arrasada e relegada à escuridão, e iniciou o triunfo do mais patriarcal dos arquétipos, aquele do Grande Deus Pai, Allah, IHVH, que foi completamente adotado com o crescimento do judaísmo, do cristianismo e da religião muçulmana. Foi somente na forma atenuada de Maria, Mãe de Deus, que alguns aspectos da Grande Deusa foram deixados subsistir. Várias Madonnas antigas ainda são resquícios do culto à Grande Deusa.
A figura de Lilith – A Lua Negra – representa um dos aspectos da Grande Deusa. Na antiga Babilônia ela era reverenciada como Lilitu, Ischar ou Lamschtu. A mitologia judia já a colocou nos reinos mais obscuros dos demônios da noite, reino de Satã, capaz de subjugar os homens e matar crianças. O cristianismo fez dela uma prostituta por causa do medo que ela despertava nos homens.
Representação de Lilith da época dos Sumérios: Terracotta. Aproximadamente 1950 Antes de Cristo.
A Lilith astronômica.
A Lua viaja ao longo de uma elíptica em volta da Terra. Uma elipse tem dois pontos focais e o outro ponto focal não ocupado pela Terra tem sido chamado de Lua Negra, ou Lilith. Essa é uma definição bastante simplificada pois, na realidade, a Lua e o Sol se movem, ambos, ao redor de seu centro de gravidade comum, e o caminho da Lua não possui uma elipse precisa mas um caminho bastante oscilante. Precisamos distinguir entre o ponto médio orbital da Lua, que possui uma elipse ligeiramente alongada, e a órbita real, que vacila em torno do caminho médio, devido a várias interferências. Assim como existe um Nó Lunar médio e um verdadeiro. Escrevi verdadeiro entre aspas porque o Nó lunar é verdadeiro somente duas vezes por mês, quando a Lua está realmente nele, no restante do tempo ele é tão não verdadeiro quando o Nó médio. De fato, quando trabalhamos com um ponto tão próximo à Terra, podemos somente tomar em consideração um grande eixo paralelo, ou seja, considerar, do ponto de vista da Terra, por onde estamos realmente olhando para um determinado ponto no espaço. Nesse caso a astrologia observa os planetas de forma geocêntrica, ou seja, tendo o centro da Terra como ponto de partida, e não topocentricamente, ou seja, do ponto preciso do observador.
A Lua Negra tem sido definida como o afélio da órbita lunar, ou o ponto em que a órbita é mais longe da Terra. Ambos esses pontos, o afélio e o segundo ponto focal se encontram ao longo do grande eixo da elipse orbital, a linha das apsides. Vistos da terra, esses pontos estão na mesma direção e portanto ocupam o mesmo lugar no Zodíaco. O segundo ponto focal se encontra numa distância de somente 36.000 km aproximadamente da Terra, e o afélio a aproximadamente 400.000 km. À parte isso, as duas definições podem ser vistas como equivalentes: como a órbita da Lua translada continuamente no espaço, a Lua Negra se move ao longo do zodíaco aproximadamente 40º por ano. Uma revolução completa leva 8 anos e 10 meses.
Lilith na Carta Astral
O símbolo usado para Lilith é uma Lua Negra, em oposição à Lua real que é desenhada como cheia. Lilith é encontrada nas Cartas Astrais e desenhada de acordo com a tábua das posições planetárias ou Ephemeris.
INTERPRETANTO LILITH.
Muitos livros de astrologia oferecem explicações sobre Lilith. Em astrologia sua influência não deve ser negligenciada. A Lua Negra descreve nosso relacionamento com o absoluto, como nos oferecemos em sacrifício para um desenho superior e de que forma abrimos mão de nosso controle para servir ao TODO. Na mulher ela pode expressar o poder da Grande Deusa que reside em todos os seres do gênero feminino, capaz de gerar a vida.
No trânsito, a Lua Negra indica alguns dos complexos de frustração e castração, freqüentemente na área do desejo, uma falta de poder da psique e uma espécie de inibição generalizada.
Por outro lado, seu lugar no nosso mapa pode mostrar onde nos questionamos mais, onde questionamos nossa existência e nossas vidas, nossas crenças e nossas filosofias. Considero importante sua ação já que ela nos dá a oportunidade de abrir mão de algo, de deixar de exercer o controle deixando a vida fluir através de nós, sem levantar muros para proteger nosso EGO. Ao mesmo tempo em que nos questiona, Lilith não indica passividade, pelo contrário, mas simboliza um firme propósito de estarmos abertos e confiantes, de deixar o TODO fluir através de nós, confiando inteiramente nas grandes leis que regem o universo e às quais não podemos nos subtrair.
Lilith nos prepara para abrir nosso entendimento para aquilo que é inevitável, como o nascimento de um novo ser, por exemplo, uma criação que vem através de nós mas não por nossa ação direta. Quando a vida abre caminho no ventre de uma mulher, o universo conspira para que essa vida flua através dela e não por causa dela. Daí a importância da locação de Lilith se desejarmos compreender, por exemplo, porque certas mulheres tem mais dificuldade que outras para engravidar. A confiança no desígnio superior do TODO é muito importante para deixar que a vida flua através de nossas entranhas, de nosso ventre fértil. Nada de controle, nada de vontade própria para interferir no plano divino.
Graziella Marraccini.
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