sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Causas de Algumas Doenças.

A histeria, a epilepsia, a tuberculose e o cancro são o resultado das tendências para uma vida desordenada em vidas pretéritas. Ao investigarmos as vidas passadas de alguns destes doentes verificámos que eles foram, na sua maioria, grandemente sensuais. Satisfizeram intensamente a sua lascívia de modo quase compulsivo – ainda que fossem, ao mesmo tempo, de natureza altamente devota e até religiosa. Identificaram-se distúrbios mentais em pessoas que tinham o corpo físico aparentemente saudável. Noutros casos, em que a natureza passional andava claramente associada a um carácter vil e a uma cruel falta de respeito pelos outros desenvolveu-se a epilepsia, o raquitismo, o histerismo ou mal-conformação do corpo. Em muitos deles verificou-se o aparecimento de cancros, especialmente no fígado e no tórax. O leitor deverá evitar quaisquer conclusões apressadas considerando esta relação como regra invariável. É certo que fizemos inúmeras investigações, penosas para um único observador. Não podem, todavia, servir para uma conclusão definitiva sobre um assunto que se relaciona com milhões de seres humanos. Não obstante, estão de acordo com os ensinamentos do Conceito Rosacruz do Cosmo dado pelos Irmãos Maiores acerca dos efeitos do materialismo sobre os tecidos moles, que endurecem, como no caso da tuberculose, e nos tecidos duros, que se tornam frágeis, como no raquitismo. Vejamos o caso das doenças cancerosas. Se considerarmos que a Lua, o planeta da geração, é o regente do Caranguejo (Cancer), e que a esfera lunar é regida por Javé, o deus da geração, cujos anjos anunciam e presidem ao nascimento – como vemos nos casos de Isaque, Samuel, João Baptista e Jesus – não será difícil compreender a relação entre o abuso da função sexual, o cancro e as variadas formas conhecidas das doenças mentais”1. “Aquele que tem uma vida sã, que se esforça por se amoldar e obedecer às divinas leis da harmonia, cria à sua volta urna barreira defensiva formada de pensamentos elevados. Tem, ao mesmo tempo, clara influência no ambiente que o rodeia. A sua mente e desenvolver-se-á com harmonia. E quando chegar a altura de preparar o novo corpo físico para a futura vida terrena, no Segundo Céu, estará, fácil e intuitivamente em perfeita sintonia com as forças do equilíbrio e da rectidão. O hábito anteriormente adquirido há-de permiti-lo facilmente. Tal harmonia, assim impregnada no corpo, terá idêntico reflexo nos outros veículos. A saúde será, por conseguinte, o merecido prémio. O Segundo Céu é um estado de consciência espiritual por que todos havemos de passar entre renascimentos. Mas o certo é que ainda hoje o número de pessoas dispostas a viver inteiramente em harmonia com a verdade que já conhece, e a defendê-la publicamente pelo exemplo é muito pequeno. Compreende-se que assim seja. E era ainda mais reduzido noutros tempos, antes de Cristo haver estimulado o sentimento de altruísmo. As normas da moral também eram incipientes. O amor à verdade quase ignorado. A indiferença pelos interesses alheios praticamente total. Cada um lutava por si e para si. Apenas se procura a fortuna, o poder ou o prestígio pessoal. Tudo isto deu origem a arquétipos repletos de desarmonia. Desta desarmonia resultaram corpos físicos com enfermidades evidentes, em particular no Ocidente. Esta característica deve-se ao facto de, neste lado do mundo, os corpos densos serem cada vez mais sensíveis ao desenvolvimento da consciência do espírito”. Compreende-se que a modificação de certos hábitos e modos de ver, aperfeiçoando sempre a nossa conduta, é condição essencial para uma vida longa e saudável. Max Heindel1 1 In Princípios Ocultos de Saúde e Cura, Cap. V; e Cap. IV; Oceanside, 1984.

A Provação do Peregrino.

Todos vivemos várias provações ao longo da nossa existência terrena, períodos mais ou menos longos, em que somos assolados por diversas experiências bastante dolorosas; podemos citar a título de exemplo a perda de um ente querido, a falência de uma empresa, uma separação conjugal, algo intenso que provoca no indivíduo tristeza, instabilidade, insegurança, incerteza, lançando o ser numa crise profunda que atinge todas as áreas do seu ser, incluindo o seu lado espiritual. Os estudantes das várias correntes espirituais sabem que nada funciona por acaso e que tudo o que nos é dado viver tem um sentido oculto. Vários são os caminhos tomados face a estes períodos. Surge na maioria uma desorientação que, progressivamente, origina uma desconexão com o seu lado espiritual, até se perderem no nevoeiro e tempestades da vida. Podem deambular durante uma vida, desperdiçando oportunidades evolutivas, desmotivados, descrentes, longe do Sentido que inicialmente buscavam. Alguns costumam ficar obcecados com o passado longínquo e detêm-se em procurar ligações cármicas, buscando o fio antigo de sentidos; normalmente, tal é a obstinação por este trilho que rapidamente se perdem em mistificações ou deambulam em teias de fértil imaginação; outros refugiam-se numa atitude triste e submissa, aceitando o pesado destino com resignação. Entre o nevoeiro e a luz outros há que, após fases sucessivas de quedas e de recomeços, vão perdendo e reencontrando o caminho que procuravam, num balanço entre o afastamento e o retorno. Poucos são os que nunca perdem de vista o farol interior que os ilumina, ainda que se percam nos caminhos e atalhos da vida. Para todos a provação pode ser vista sob várias faces ou todas numa só: — funciona como uma prova às capacidades do peregrino, no fundo, um teste a aprendizagens anteriores; — necessidade de mudar de rumo, fazer novas escolhas difíceis, porém adequadas ao novo momento evolutivo; — necessidade de redefinir os sonhos, os objectivos de vida; novas aprendizagens estão na forja. Todos sentem que nesses momentos há determinadas aprendizagens – vontade, discernimento, pensamento positivo – que se afinam ou comportamentos que se adoptam, a disciplina, por exemplo; sentem também que há capacidades novas que emergem. Todas estas capacidades e atitudes podem tornar-se as nossas âncoras, mas só uma se afigura na provação como o nosso refúgio e salvação: a oração, esse fio de luz que nos liga à nossa Casa, nos devolve aos braços do Criador num breve alento para novas batalhas. Qualquer situação, por mais distorcida que se afigure, não tem mais força do que o poder de uma oração sincera e a nossa persistência nesse acto ajudará a ultrapassar qualquer provação, visível ou invisível, a seu tempo. Maria Coriel.

O Corpo de Pecado – A Autopossessão.

Há uma região (a inferior do Mundo do Desejo) que é o ambiente em que se movem os espíritos errantes. Neste plano eles estabelecem uma íntima ligação com as pessoas "vivas" que sejam mais facilmente influenciáveis. Geralmente, permanecem nestas condições durante cinquenta, sessenta ou setenta e cinco anos. Já observámos casos em que tais infelizes permaneceram séculos no ambiente físico. Tanto quanto foi possível investigar, parece não haver limite para o que possam fazer. Nem se pode prever, com segurança, quando possam deixar de actuar, por obsessão ou sugestão. Deste comportamento resulta uma tremenda responsabilidade da qual não poderão fugir, uma vez que o corpo vital reflecte e grava profundamente, no corpo de desejos, o registo de todas as acções. Quando, finalmente, abandonarem a vida errante, é que iniciam a existência purgatorial. E aí encontrarão o merecido castigo. O sofrimento destas pessoas é, naturalmente, proporcional ao tempo em que estiveram nestas condições, depois da morte do corpo físico. O corpo-de-pecado é o veículo formado pelos corpos vital e desejos amalgamados. Não se desintegra tão facilmente como os outros, quando é abandonado pelo espírito. Quando este espírito renasce, atrai naturalmente o seu corpo-de-pecado. Vive com ele, geralmente, durante toda a vida, como um demónio. As investigações efectuadas revelam que este tipo de criaturas sem alma, eram abundantes nos tempos bíblicos. O Salvador referia-se-lhes chamando-lhes "demónios". São a causa de diversas obsessões e doenças físicas (erradamente atribuídas por vezes a outros espíritos). Ainda hoje, uma boa parte do Sul da Europa e Oriente é prejudicada pela sua influência. Em África, há tribos inteiras que, por causa das suas práticas de magia negra, arrastam consigo estes tenebrosos espectros. O mesmo se pode dizer dos indígenas da América do Sul. No entanto, o mal não é um exclusivo dos povos menos desenvolvidos. Encontramos esses demónios mesmo entre os habitantes dos países ditos civilizados, no Norte da Europa e na América tanto do Norte como do Sul. A sua forma é, porém, menos repugnante do que nos casos atrás citados, frequentemente associados a práticas abomináveis. A possibilidade de a guerra contribuir para que os corpos vital e de desejos se pudessem unir fortemente entre si preocupou-nos imenso tempos atrás. Poderia originar o nascimento de legiões de monstros que afligissem as gerações futuras. Concluímos, todavia, com satisfação, que esse receio era infundado. A cristalização do corpo vital e a sua forte ligação ao corpo de desejos só acontece como resultado da perversidade, da vingança premeditada e quando se alimentam estes sentimentos por muito tempo. Os arquivos da Grande Guerra informam-nos até que, em alguns casos, os combatentes de ambos os lados, uma vez cessadas as hostilidades ou impedidos de permanecer em combate, se relacionavam normalmente sempre que para tal havia oportunidade. Por isso, ainda que a guerra seja causadora de enorme mortalidade, mesmo infantil, não pode ser acusada, no entanto, das penosas consequências da obsessão nem dos crimes induzidos por esses tenebrosos corpos-de-pecado. Os corpos-de-pecado abandonados permanecem normal e preferencialmente nas regiões etéreas inferiores. A sua densidade coloca-os no limiar da visão física. Algumas vezes materializam-se, atraindo alguns constituintes do ar, até se tornarem perfeitamente visíveis às suas vítimas. Max Heindel in O Véu do Destino