contos sol e lua

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sábado, 18 de abril de 2020

Princípios Ocultos de Saúde e Cura..

Introdução... CAPÍTULO I - O CORPO DENSO. Max Heindel. A Ciência Oculta ensina que o homem é um ser complexo que possui: 1 – Um Corpo Denso, que é instrumento visível que emprega neste mundo para atuar e mover-se. É o corpo que normalmente é considerado como o "homem". 2 – Um Corpo Vital, composto de éter, que interpenetra o corpo visível, da mesma forma que o éter interpenetra todas as outras formas, com a exceção de que o ser humano especializa maior quantidade de éter universal do que as outras formas. Este corpo etéreo é nosso instrumento de especialização da energia vital do Sol. 3 – Um Corpo de Desejos pelo qual se expressa a nossa natureza emocional. Este veículo, mais sutil, interpenetra tanto o corpo físico como o corpo vital. O clarividente o vê estendendo-se cerca de 40 cm. além do corpo visível, o qual está situado no centro desta nuvem oval, tal como a gema se encontra no centro do ovo. 4 – A Mente que é um espelho que reflete o mundo exterior e permite ao Ego transmitir suas ordens por pensamentos e palavras, compele também à ação. O Ego é o tríplice Espírito que utiliza estes veículos para acumular experiências na escola da vida. Evolução O corpo denso foi o primeiro veículo construído tendo, por conseguinte, passado por grande período de Evolução. Está atualmente no seu quarto estágio de desenvolvimento e alcançou maravilhoso grau de eficiência e oportunamente atingirá a perfeição. É o mais organizado dos veículos do homem. É um instrumento maravilhosamente construído e deve ser reconhecido como tal por todo aquele que desejar ter qualquer conhecimento da constituição do homem. O germe do corpo denso foi dado pelos Senhores da Chama durante a primeira Revolução do Período de Saturno, o primeiro dos Sete Grandes Dias de Manifestação, de acordo com os Ensinos Rosacruzes. Este germe foi algo desenvolvido durante o restante das seis primeiras Revoluções, tendo-se-lhe conferido a capacidade de desenvolver os órgãos dos sentidos, particularmente o ouvido. Daí ser o ouvido o órgão mais desenvolvido que possuímos. Na primeira metade da Revolução de Saturno do Período Solar, ou seja, o Segundo dos Sete Grandes Dias de Manifestação, os Senhores da Chama se ocuparam em realizar certas melhoras no germe do corpo físico. Tornou-se necessário efetuar determinadas mudanças nele, de modo que pudesse ser interpenetrado por um corpo vital, dando-lhe ao mesmo tempo a capacidade de desenvolver as glândulas e um canal alimentar. Isto foi conseguido pela ação conjunta dos Senhores da Chama e dos Senhores da Sabedoria. Na primeira Revolução do Período Lunar, ou seja, a Revolução de Saturno desse Período que constitui o Terceiro dos Sete Grandes Dias de Manifestações, os Senhores da Sabedoria cooperaram com os Senhores da Individualidade na reconstrução do germe do corpo denso. Este germe já desenvolvera órgãos sensoriais embrionários, órgãos digestivos, glândulas, etc., e estava interpenetrado por um corpo vital em início de desenvolvimento. É evidente que não era visível nem sólido como o é atualmente, porém, embora em forma rudimentar, estava já um tanto organizado. No Período Lunar foi necessário reconstruí-lo e torná-lo capaz de ser interpenetrado por um Corpo de Desejo bem como desenvolver um sistema nervoso, os músculos, as cartilagens e um esqueleto rudimentar. Esta reconstrução foi a obra realizada durante a Revolução de Saturno do Período Lunar. Os seres lunares não eram tão simplesmente germinais como nos Períodos precedentes. Para o clarividente desenvolvido aparecem suspensos por cordões na atmosfera de névoa-ígnea, como o embrião pende da placenta pelo cordão umbilical. Correntes que proviam certa espécie de nutrição, fluíam da atmosfera por esses cordões. Quando a Terra surgiu do caos, no começo do Período Terrestre, estava na etapa vermelho-escuro que conhecemos como a Época Polar. Nessa ocasião a humanidade evoluiu primeiramente um corpo denso, cujo germe havia sido dado pelos Senhores da Chama na Primeira Revolução do Período de Saturno. Não era, evidentemente, como o nosso corpo atual. Quando a Terra passou ao estado ígneo, na Época Hiperbórea, o corpo vital foi agregado e o ser humano converteu-se em algo semelhante às plantas, isto é, tinha os mesmos veículos que tem as plantas atualmente. Possuía também um certo grau de consciência semelhante ao dos atuais vegetais, que melhor qualificaríamos como a inconsciência parecida à que temos durante o sono sem sonhos, quando os corpos denso e vital permanecem no leito. Naquele tempo, na Época Hiperbórea, o corpo do homem era como um grande saco de gás que flutuava fora da Terra ígnea e emitia de si uns esporos vegetais que logo cresciam e eram utilizados pelas entidades que vinham ao mundo. O homem era, então bissexual: um hermafrodita. Na Época Lemúrica, quando a Terra havia esfriado e algumas ilhas ou crostas começavam a formar-se no meio dos mares ferventes, o corpo humano solidificou-se um pouco e foi ficando mais parecido com o que é atualmente. Era de forma similar à dos macacos, com um tronco muito curto e pequeno e braços e pernas enormes, com os calcanhares projetados para trás. Quase não tinha cabeça pois a parte superior da mesma faltava-lhe completamente. O homem vivia em uma atmosfera de vapor que os ocultistas chama névoa-ígnea e não tinha pulmões pois respirava por meio de "tubos". Tinha guelra como ainda se observa no embrião humano enquanto passa pela etapa antenatal que corresponde a essa Época. Não tinha sangue quente e vermelho porque naquela época o Espírito não estava individualizado. Possuía, no interior, um órgão parecido com uma bexiga que inflava com o ar quente, que o ajudava a pular sobre os enormes abismos que se abriam quando as erupções vulcânicas destruíam a terra em que vivia. Da parte posterior da cabeça se projetava um órgão que atualmente se retraiu para o interior. A esse órgão, os anatomistas, chamam glândula pineal ou impropriamente o terceiro olho embora jamais fosse realmente um olho, mas um órgão localizador de sensação. Faltava sensibilidade ao corpo, porém, quando o homem se aproximava demasiado de uma cratera vulcânica, aquele órgão registrava o calor e o impelia a fugir antes que seu corpo fosse destruído. Naquele tempo o corpo já se solidificara tanto que era impossível ao homem continuar a propagar-se por meio de esporos, tornando-se necessário o desenvolvimento de um órgão do pensamento, um cérebro. A força criadora que hoje empregamos para construir trens, navios, etc., no plano físico era empregada então na construção dos órgãos internos. Com todas as forças, era positiva e negativa. Um pólo foi dirigido para cima, para formar o cérebro, e o outro pólo ficou disponível para a criação de outros corpos. Desta maneira o homem deixou de ser uma unidade criadora completa, sendo necessário buscar seu complemento exteriormente. Na última parte da Época Lemúrica a forma do homem era ainda muito plástica. O esqueleto já se havia formado e o homem tinha grande poder para modelar a carne de seu próprio corpo, assim como a dos animais que o circundavam. Naquele tempo, ao nascer, o homem podia ouvir e sentir as coisas. Contudo, sua percepção da luz veio mais tarde. Os Lemurianos não tinham olhos. Tinham dois pontos sensitivos que eram afetados pela luz do Sol quando este brilhava, amortecidamente, através da atmosfera ígnea e nebulosa da Lemúria, porém só no final da Época Atlante, adquiriu a vista como a temos hoje. Sua linguagem consistia em sons como os da Natureza. O sussurro do vento nos bosques imensos que então existiam e cresciam com exuberância naquele clima quente saturado de umidade, o murmúrio do arroio, o rugido da tempestade, o troar das cascatas, os estrondos dos vulcões, todos estes sons eram para o ser humano como vozes dos deuses dos quais sabia ser descendente. Do nascimento do seu corpo, nada sabia. Não podia ver seu corpo nem nenhuma outra coisa, porém podia perceber seus semelhantes. Esta percepção era, todavia, interior, como o é nossa percepção das pessoas e coisas durante o sonho, mas uma diferença importantíssima: suas percepções eram claras racionais. Mas "quando seus olhos se abriram" (como se conta na história da Queda) e sua consciência se dirigiu para os fatos do Mundo Físico, tudo mudou. A propagação passou a ser dirigida, não pelos Anjos, mas pelo próprio ser humano, que não conhecia a ação das forças solares e lunares. Sua consciência focalizou-se no Mundo Físico, embora as coisas não fossem divisadas com a clareza e nitidez que se produziram na última parte da Época Atlante. Aos poucos foi conhecendo a morte, gradualmente, devido à solução de continuidade que se produzia em sua consciência ao passar para os mundos superiores ao morrer, ou ao retornar ao mundo físico ao renascer. Todavia, o que dissemos acerca da iluminação dos Lemurianos aplica-se somente a uma minoria dos que viveram na última etapa daquela Época. Estes foram a semente das sete raças Atlantes. A maior parte dos Lemurianos era semelhante aos animais e os corpos habitados por eles degeneraram nos dos selvagens e antropóides atuais. Na Época Atlante, que se seguiu à Lemúrica, o homem era muito diferente de tudo quanto existe na terra atualmente. Tinha cabeça, porém quase não tinha fronte. Seu cérebro carecia de desenvolvimento frontal e sua testa era inclinada para trás desde o ponto que se encontrava sobre os olhos. Comparada com nossa atual humanidade, a de então era gigantesca, tendo os braços e as pernas desproporcionadamente longos em relação ao resto do seu corpo. Em vez de caminhar, avançava por meio de uma série de pulos semelhantes aos do canguru. Tinha olhos pequenos e pestanejantes e o cabelo era de secção redonda. Esta última peculiaridade, se outras não houver, distingue os descendentes das raças atlantes que estão entre nós atualmente. Seu cabelo era liso, brilhante, preto e de secção redonda. O cabelo dos arianos, embora defira em cor, é sempre de secção ovalada. As orelhas dos atlantes ficavam muito mais para trás, na cabeça, do que as dos Arianos. Os veículos superiores dos primitivos atlantes não estavam em posição concêntrica relativamente ao corpo físico, como acontece conosco. Seu espírito era ainda interno, pois se encontrava parcialmente fora e não podia, portanto, controlar seus veículos com a mesma facilidade que tem agora que se encontra dentro. A cabeça do corpo vital se encontrava fora, bem mais para cima do que a cabeça física. Há um ponto entre as sobrancelhas, cerca de 13 milímetros abaixo da pele, que tem um seu correspondente no corpo vital. Quando esses dois pontos coincidem, como acontece no ser humano hoje, formam a sede do espírito interior no homem. Devido à distância entre esses dois pontos, a percepção ou visão do atlante era muito mais aguda nos Mundos Internos do que no Mundo Físico denso, que estava obscurecido por sua atmosfera espessa e nevoenta. Com o decorrer do tempo, todavia, a atmosfera aos poucos ficou mais clara e ao mesmo tempo o ponto mencionado do corpo vital foi-se aproximando do ponto correspondente do corpo físico, até se unirem no último terço da Época Atlante. Os Rmoahals foram a primeira das Raças Atlantes. Tinham muito pouca memória e esse ponto estava relacionado com as sensações. Lembravam-se das cores e sons, e assim, até certo ponto, foram desenvolvendo as sensações. Com a memória, vieram aos Atlantes os rudimentos da linguagem. Começaram a criar as palavras e foram abandonando o emprego de simples sons, como faziam os Lemurianos ao dar nomes às coisas. Os Tlavatlis foram a segunda Raça Atlante. Estes começaram a sentir seu verdadeiro valor como seres humanos separados. Tornaram-se ambiciosos; queriam que suas obras fossem lembradas. A memória tornou-se um fator na vida da comunidade. Assim começou o culto aos antepassados. Os Toltecas constituíram a terceira Raça Atlante. Inauguraram a Monarquia e a Sucessão Hereditária, originando-se assim o costume de honrar os homens pelos atos dos seus antepassados. A experiência tornou-se de grande valor e a memória desenvolveu-se a um grau muito elevado. No terço médio da Época Atlante encontramos o começo das nações separadas. A seu tempo, os reis sentiram-se ébrios de poder e começaram a usá-lo corrompidamente para fins egoístas e engrandecimento pessoal, em vez de usá-lo para o bem comum. Os Turânios Originais constituíram a quarta Raça Atlante. Eram vis no seu egoísmo e erigiram templos nos quais os reis eram adorados como Deuses. Os Semitas Originais foram a quinta e mais importante das sete Raças Atlantes, porque neles encontramos os primeiros germes das qualidades corretivas do pensamento. Daí a Raça Semita Original ter-se convertido na "raça-semente" das sete raças da Época Ariana. Foram os primeiros a descobrir que o cérebro é superior à força muscular. Durante a existência desta Raça, a atmosfera da Atlântida começou a clarear e o já mencionado ponto do corpo vital entrou em correspondência exata com seu similar no corpo denso. A combinação desses acontecimentos permitiu ao ser humano começar a ver os objetos nitidamente, com seus contornos definidos, porém, foi também a causa da perda da visão dos mundos internos. Os Acádios constituíram a sexta e os Mongóis a sétima das Raças Atlantes. Ambas desenvolveram ainda mais a faculdade do pensamento, embora seguissem uma linha de raciocínio que as desviava da rota seguida pela vida em desenvolvimento. À medida que as espessas neblinas da Atlântida se iam condensando, as águas se avolumavam e inundavam gradualmente o continente, destruindo a maior parte da população bem como as provas materiais de sua civilização. O Cérebro e o Sistema Nervoso Na Revolução de Saturno do Período Terrestre o corpo denso adquiriu a capacidade de desenvolver o cérebro, convertendo-o assim em veículo para o germe da mente que seria agregada posteriormente. Foi-lhe fornecido o impulso para formar a parte frontal do cérebro. O cérebro e o sistema nervoso são a expressão mais elevada do corpo de desejos. São eles que recolhem e transmitem as imagens do mundo exterior, mas neste processo de imagens mentais em formação, o sangue é que leva o material necessário. Por isso, quando o pensamento está em atividade, o sangue flui para a cabeça. Como o cérebro é o elo entre o Espírito e o mundo exterior, o homem nada poderá saber a não ser por seu intermédio. Os órgãos dos sentidos servem apenas para captar-lhe as sensações do mundo exterior, mas é o cérebro que coordena e interpreta esses impactos. O Espírito, ajudado pelos Anjos, formou o cérebro para adquirir conhecimento do Mundo Físico. Quando o Ego entrou na posse dos seus veículos, tornou-se necessário que usasse uma parte da sua força criadora para a construção do cérebro e da laringe. Os Lucíferos são os instigadores de todas as atividades mentais, graças à parte da energia sexual que é levada para cima para agir no cérebro. Desta maneira, a entidade em evolução obteve o conhecimento cerebral do mundo exterior à custa da metade do seu poder criador. Os fisiólogos descobriram que certas regiões cerebrais são destinadas a atividades mentais particulares e a frenologia levou este conhecimento mais longe. Sabe-se agora que o pensamento destrói os tecidos nervosos. Tanto este como os demais desgastes de corpo são reparados pelo sangue. Quando, pelo desenvolvimento, o coração se converter em um músculo voluntário, a circulação do sangue ficará sob o controle absoluto do unificante Espírito de Vida que então terá o poder de impedir que o sangue aflua àquelas áreas da mente que se dediquem a propósitos egoístas. Como resultado, esses centros particulares de pensamento irão se atrofiando gradualmente. O conhecimento cerebral, com seu egoísmo concomitante, foi adquirido pelo ser humano à custa do poder de criar sozinho. Adquiriu seu livre arbítrio à custa da dor e da morte. Mas uma vez que o homem aprenda a utilizar o seu intelecto em benefício da humanidade, adquirirá poder espiritual sobre a vida, e além disso, será guiado por um conhecimento inato de natureza muito mais elevada do que a consciência cerebral tão superior, quanto esta o é da mais inferior consciência animal. No melhor dos casos o cérebro não é mais do que um instrumento para obter conhecimento indireto e será sobrepujado pelo contato direto com a Sabedoria da Natureza que o homem poderá então utilizar para a criação de novos corpos sem nenhuma cooperação. No Período Lunar foi necessário reconstruir o corpo denso para que pudesse ser interpenetrado por um corpo de desejos e também para que pudesse desenvolver um sistema nervoso, os músculos, as cartilagens e um esqueleto rudimentar. Esta reconstrução foi a obra da Revolução de Saturno do Período Lunar. A reconstrução do corpo denso na Revolução de Saturno do Período Terrestre deu o primeiro impulso à divisão incipiente do sistema nervoso que desde então tornou-se aparente em suas subdivisões: o sistema voluntário e o sistema simpático. Este último foi o único que se desenvolveu no Período Lunar. O sistema nervoso voluntário (que transformou o corpo físico de simples autômato acionado por estímulos externos neste instrumento adaptável e extraordinário, capaz de ser guiado e controlado por um Ego, do seu interior) só foi acrescentado no atual Período Terrestre. Quando houve a divisão entre o Sol, a Lua e a Terra nos primeiros tempos da Época Lemúrica, a parte mais desenvolvida da humanidade em formação experimentou uma divisão no corpo de desejos, formando-se uma parte superior e outra inferior. Aconteceu o mesmo com o resto da humanidade, porém só na primeira parte da Época Atlante. Esta parte superior do corpo de desejos converteu-se numa espécie de alma animal. Construiu o sistema nervoso cérebro-espinhal e os músculos voluntários, por cujo intermédio controlava a parte inferior do tríplice corpo, até que foi obtido o elo da mente. Parte do sistema muscular involuntário é controlado pelo sistema nervoso simpático. O assento do Espírito Humano está primariamente na glândula pineal e secundariamente no cérebro e no sistema nervoso cérebro-espinhal que controla os músculos voluntários. O Sangue O estudo do sangue é muito profundo e transcendental, qualquer que seja o ponto de vista em que o analisemos. Lúcifer teve razão quando disse que "o sangue é uma essência muito especial". É essa essência que forma o corpo físico desde o momento em que o átomo-semente é depositado no óvulo, até que se produza a ruptura do cordão prateado, terminando a existência material. Sendo um dos mais elevados produtos do corpo vital, é ele que leva a nutrição a todas as partes do corpo. É o veículo direto do Ego, injetando-se nele todo pensamento, sentimento ou emoção transmitidos aos pulmões. Durante a infância, até os quatorze anos, a medula óssea não forma todos os corpúsculos sangüíneos. A maioria dele é formada pela glândula timo que é muito grande no feto e diminui gradualmente de tamanho conforme a faculdade individual de criar seu próprio sangue vai aumentando na criança. A glândula timo contém por assim dizer, uma reserva de corpúsculos sangüíneos fornecidos pelos pais e, conseqüentemente, a criança que extrai seu sangue desta fonte, não poderá pensar de si mesma como "eu". Quando a glândula timo desaparece aos quatorze anos de idade, o sentimento do "eu" alcança toda a sua expressão porque então o sangue é fabricado e dominado completamente pelo Ego. O seguinte esclarecerá este conceito e demostrará sua lógica: Lembremos que a assimilação e o crescimento dependem das forças que agem sobre o pólo positivo do éter químico do corpo vital. Este éter é liberado aos sete anos, quando nasce o corpo vital. Somente o éter químico está completamente maduro nessa idade pois os outros éteres necessitam um pouco mais de tempo. Aos quatorze anos o éter de vida do corpo vital, que é o que age na propagação, está completamente maduro. No período que transcorre dos sete aos quatorze anos de idade, a assimilação excessiva vai acumulando um excesso de energia que se dirige aos órgãos sexuais e fica disponível quando o corpo de desejos é libertado. Esta força sexual é acumulada no sangue durante o terceiro dos períodos setenários e, nesse tempo, o éter de luz, que é o condutor do calor sangüíneo, desenvolve-se e controla o coração, de modo que o calor do corpo não seja demasiado elevado, nem excessivamente baixo. Na primeira infância o sangue pode atingir uma temperatura anormal. Durante o período de crescimento excessivo pode ocorrer o contrário e na juventude ardente e descontrolada, a paixão e o mau gênio, amiúde, fazem o Ego retirar-se devido ao demasiado aquecimento do sangue. Muito apropriadamente dizemos então que o indivíduo está "fervendo" e que a pessoa em questão "perde a cabeça", ou seja, fica incapaz de raciocinar. É isso exatamente o que acontece quando a paixão, a ira ou o temperamento sobreaquecem o sangue, expulsando o Ego dos seus corpos. O Ego encontra-se fora dos seus veículos e estes agem desordenadamente, livres da influência orientadora do pensamento, cujo trabalho, em parte, consiste em agir como um freio dos impulsos. Somente o homem que se mantém sereno e não permite que o excesso de calor o expulse do corpo, pode pensar adequadamente. Como prova da afirmação de que o Ego não pode agir no corpo quando o sangue está demasiado quente ou demasiado frio, chamamos a atenção para o fato bem conhecido de que o calor excessivo torna a pessoa sonolenta e se passa de certo limite, chega até a expulsar o Ego, ficando o corpo inconsciente. O Ego só pode utilizar o sangue como veículo de consciência quando este está em sua temperatura normal ou próximo dela. O rubor da vergonha é uma evidência da forma pela qual o sangue flui à cabeça, sobreaquecendo o cérebro e paralisando o pensamento. O medo é um estado em que o Ego quer proteger-se contra algum perigo exterior. Para isso atrai todo o sangue para o centro e o rosto empalidece porque o sangue abandonou a periferia do corpo e perdeu calor, paralisando também o pensamento. Nas febres o excesso de calor causa o delírio. A pessoa sangüínea é ativa, física e mentalmente, quando seu sangue não está demasiado quente, ao passo que as pessoas anêmicas são sonolentas. Em umas, o Ego tem maior controle, em outras, menor. Quando o Ego quer pensar, faz afluir sangue à temperatura adequada ao cérebro. Quando uma refeição copiosa centraliza as atividades do Ego no aparelho digestivo, o homem não pode pensar: fica sonolento. Os antigos noruegueses e os escoceses sabiam que o Ego está no sangue. Nenhum estrangeiro podia estabelecer parentesco com eles a menos que misturasse seu sangue com o deles, convertendo-se, assim em um do grupo. Nos descendentes das famílias patriarcais – Adão, Matusalém, etc. – o sangue que corria por suas veias continha as imagens de tudo o que havia ocorrido aos seus antecessores. Essas imagens estavam constantemente ante a visão interior de cada um deles, já que naquele tempo, não tinham visão exterior. Atualmente o sangue de cada indivíduo contém somente as imagens de suas próprias experiências individuais e a mente subconsciente tem acesso a elas. Até o tempo em que o matrimônio fora da família começou, os indivíduos eram dirigidos por um Espírito Familiar (Anjo) que penetrava em seu sangue por meio do ar inspirado e ajudava cada Ego a controlar seus veículos. Quando teve início a prática do matrimônio fora da família, os Egos haviam chegado a tal ponto de Evolução da consciência própria que podiam depender completamente de si mesmos e deviam deixar de ser autômatos guiados pelos deuses, convertendo-se em indivíduos, capazes de governarem-se a si mesmos. Quanto maior é a mistura de sangue tanto menos influenciável é o Ego individual pelo Espírito de Raça ou de Família. O sangue puro, sem mistura, nos deu o auxílio ancestral quando dele necessitávamos. O sangue misturado criou a independência de qualquer ajuda exterior. Um Deus (criador) tem que ser independente. O calor do sangue é o campo do Ego e os Espíritos Lucíferos de Marte ajudam a manter este calor, dissolvendo em nosso sangue o ferro, metal marciano, para atrair o oxigênio, que é um elemento solar. O calor adequado para a expressão real do Ego não está presente até que a Mente não nasça da Mente Concreta Macrocósmica, quando o indivíduo chega aos vinte e um anos de idade. As leis humanas também reconhecem que esta é a idade em que o homem adquire a maioridade. Nas espécies inferiores dos animais o sangue é fluido e nucleado. Os núcleos, que são centros de vida, são o ponto de apoio de um Espírito Grupo. Por meio dos núcleos sangüíneos o Espírito Grupo dirige os animais e regula seus processos vitais. Durante a primeira parte do período gestatório, o sangue do feto é também nucleado pela vida da mãe, sendo ela que regula os processos de formação do corpo. Mas, logo que o Ego entra no corpo da mãe, começa a impor sua individualidade e a resistir à formação de células sangüíneas nucleadas. As células velhas vão desaparecendo gradualmente, de modo que quando o cordão prateado é ligado ao produzir-se a vivificação e o Ego penetra em seu corpo, todos os núcleos já desapareceram e o Ego passa a ser o autocrata absoluto do seu novo veículo, herança mais preciosa do que qualquer outra posse terrestre. Esta herança, se usada devidamente, é o único meio para gerar poder anímico e amontoar riquezas no céu. Quando abandonamos este veículo ao controle de outros Espíritos, dificultamos seriamente nossa evolução e cometemos grande pecado. Vemos pois que o sangue é o veículo particular do Ego e assim como nos passados Eons de desenvolvimento cristalizamos a matéria a fim de formar nosso corpo denso, assim também está destinado que agora eterializemos nossos veículos a fim de podermos espiritualizar, tanto a nós, como a todo o mundo material. Portanto, naturalmente, o Ego trata em primeiro lugar de fazer o sangue gasoso. A visão espiritual, este sangue vermelho, não nucleado, não é um fluido mas um gás. De nada vale o argumento de que no mesmo instante em que picamos a pele o sangue sai como líquido, porque também quando abrimos o registro de uma caldeira, o vapor que por ele escapa se condensa, liquefazendo-se. Se fizermos uma máquina a vapor, de vidro e observarmos como nela o vapor trabalha, veremos que os êmbolos se movem para diante e para trás, impelidos por um agente invisível, o vapor vivo. E assim como o vapor vivo da caldeira é invisível e gasoso, assim também o sangue vivo do corpo humano é um gás e quanto mais elevado é o estado de desenvolvimento de um Ego, tanto mais etéreo e sutil será o seu sangue. Quando pelos processos vitais o alimento alcança o mais elevado estado alquímico, tem começo o processo de condensação e o gás sangüíneo forma os tecidos dos vários órgãos para substituir os que tenham sido deteriorados ou destruídos pelas atividades corporais. O Baço é a entrada das forças do corpo vital. Por ele entram, em corrente contínua, as forças solares que abundam na atmosfera para nos ajudar nos processos vitais, e é justamente no baço onde se trava com maior energia, a batalha entre o corpo de desejos e o corpo vital. Os pensamentos de temor, de ira e de preocupação, interferem nos processos de evaporação no baço. Forma-se uma partícula de plasma, da qual se apodera um pensamento elemental que forma um núcleo e nele se incorpora. Começa então uma vida de destruição aliando-se a outros produtos ou elementos de desgaste, fazendo do corpo um depósito de resíduos, um ossário, em vez do templo do Espírito Vivo. Por isso podemos dizer que todo corpúsculo branco que tenha sido apropriado por uma entidade exterior é, para o Ego uma oportunidade perdida. E quanto maior for o número dessas oportunidades perdidas, tanto menor é o controle do Ego sobre o corpo. Por isso os encontramos em maior quantidade em um corpo doente do que em um saudável. Pode-se dizer também que a pessoa de natureza jovial e devotadamente religiosa e que tem absoluta fé e confiança na Divina Providência e Amor de Deus, tem um coeficiente de oportunidades perdidas ou corpúsculos brancos muito menor do que as que estão sempre se preocupando ou que vivem inquietas. Assim é, pois, que a única parte do corpo que é realmente nossa, é o sangue. O grau de capacidade do Ego em exprimir-se por meio do corpo, indica o controle que tem sobre o sangue. O Ego só pode agir por intermédio dos corpúsculos vermelhos. Toda vez que nos deixamos dominar negativamente, elaboramos corpúsculos brancos os quais, como já vimos, não são os "policiais do sistema", como acredita a ciência, mas destruidores. Quando o sangue circula pelas artérias profundas do corpo, é um gás, como dissemos, porém, a perda de calor que se produz na superfície do corpo faz com que se condense parcialmente e justamente nessa substância o Ego está aprendendo a formar cristais minerais. A ciência descobriu recentemente que o sangue de diferentes pessoas contém cristais diferentes, de modo que é possível distinguir-se o sangue de um negro de um branco. Chegará, porém, o tempo em que se conhecerão ainda maiores diferenças porque da mesma maneira que há diferenças entre os cristais formados pelas diferentes raças, também as há entre os formados pelos diferentes indivíduos. Encarando o assunto sob outro ponto de vista, observamos que quando o sangue é batido com um bastonete, se separa em três distintas substâncias: o soro, ou seja, uma substância aquosa, subordinada a Câncer e regida pela Lua (Hierarquia Lunar); a substância corante vermelha, que é a substância marciana gerada por Escorpião; e a mais importante de todas, a fibrina, substância filamentosa, que está sob a influência do terceiro signo aquoso, Piscis. Quando o esqueleto estava por fora da carne, a consciência era muito obscura, como nos crustáceos. Estando fora da estrutura óssea tivemos um grau de consciência muito mais elevado e quando espiritualizarmos o esqueleto interno que temos, por meio do sangue, extrairemos a essência de tudo o que aprendemos nas Épocas passadas e a transmutaremos em poder anímico que empregaremos no Período de Júpiter. Interferir nesta obra é cometer um crime contra a alma. Tendo a mulher um corpo vital positivo, amadurece antes que o homem e as partes do corpo que têm certa semelhança com as plantas, como o cabelo, crescem mais luxuriante e abundantemente. Naturalmente, um corpo vital positivo gera mais sangue do um corpo vital negativo, como o que possui o homem, e daí haver na mulher uma pressão sangüínea maior, da qual tem necessidade de livrar-se mediante o fluxo mensal, produzindo-se, ao cessar este na idade crítica, uma espécie de segundo crescimento na mulher, que adquire os caracteres de matrona. Os impulsos do corpo de desejos impelem o sangue através de todo o sistema, com diferentes velocidades, de acordo com a força das emoções. Como a mulher tem excesso de sangue, age sob pressão muito maior do que o homem, e embora esta pressão diminua durante o fluxo mensal, há momentos em que ela necessita de uma válvula extra: são as lágrimas que na realidade constituem uma hemorragia branca que serve para dar saída ao fluído excessivo. O homem, embora seja capaz de sentir emoções tão fortes como a mulher, não é tão propenso às lágrimas porque não tem mais sangue do que o que pode utilizar confortavelmente. O sangue tem agora constituição diferente da que tinha nas primeiras etapas da evolução humana. No Batismo via-se o Espírito de Cristo descer ao corpo de Jesus enquanto o espírito de Jesus abandonava o seu corpo. Ficou Jesus com a missão de guiar as igrejas enquanto seu corpo estava sendo utilizado por Cristo para difundir seus ensinos. O sangue de Jesus estava sendo preparado para servir como um "abre-te Sesámo" para o reino de Deus. Quando se mata alguém, o sangue venoso, com suas impurezas, adere firmemente à carne e, portanto, o sangue arterial que flui é evidentemente mais puro e limpo do que seria de outra forma. Tendo sido eterificado pelo grande Espírito de Cristo, o sangue purificado de Jesus foi derramado sobre o mundo, purificando do egoísmo, em grande extensão, a região etérea, e possibilitando ao ser humano formar e concretizar propósitos e desejos altruístas. As Glândulas de Secreção Interna O astrólogo esotérico sabe muito bem que o corpo humano tem atrás de si um imenso período de evolução e que seu esplêndido organismo é o resultado de um lento processo de desenvolvimento gradual que ainda continua e fará com que cada geração seja melhor que a anterior, até que num futuro longínquo, alcance um estado de perfeição que hoje não nos é dado sequer imaginar. Os estudantes de ocultismo sabem também que, além do corpo físico, o homem tem outros veículos sutis, não vistos pela maioria. Todos nós possuímos latente um sexto sentido que quando for devidamente desenvolvido nos dará o conhecimento dessas camadas mais finas da alma. Esses veículos sutis são: corpo vital; formado de éteres, o corpo de desejos, constituído por matéria de desejo ou seja o material por meio do qual elaboramos sentimentos e emoções que com a adição da "capa" mental e do corpo Físico completa-se o que podemos denominar a personalidade, a qual é a parte evanescente do Espírito imortal. Esses veículos são empregados pelo Espírito para sua expressão. Os veículos sutis interpenetram o corpo denso, da mesma forma que o ar interpenetra a água, e tem domínio particular sobre certas partes dele, porque o corpo físico, em si, é como uma cristalização dos veículos sutis, de acordo com o mesmo processo pelo qual as substâncias fluídicas do corpo do caracol vão se cristalizando gradualmente ate converterem-se na concha dura que leva sobre as costas. Para os fins a que nos propomos nesta dissertação, podemos dizer, em linhas gerais que as partes moles do corpo, que comumente chamamos "carne", podem dividir-se em duas classes: as glândulas e os músculos. O corpo vital teve sua origem no Período Solar. A cristalização que foi produzindo-se a partir daquele tempo, nesse veículo, é o que atualmente chamamos glândulas. No momento, essas glândulas e o sangue são as manifestações especiais do corpo vital dentro do corpo físico. Portanto, em termos gerais, podemos dizer que as glândulas, em conjunto, são regidas pelo Sol que é o doador de vida, e pelo grande e benéfico Júpiter. As funções do corpo vital são: formar e restaurar o tônus dos músculos, quando em tensão e cansados pelo trabalho que lhes impõe o incansável corpo de desejos. Como o Corpo de Desejos começou a germinar no Período Lunar, os músculos são regidos pela errante Lua – que é o ponto de apoio dos Anjos, ou seja, a humanidade do Período Lunar – e também pelo impulsivo e turbulento Marte, onde habitam os assim chamados "Anjos caídos", os Espíritos Lucíferos. Dizemos isto de modo muito generalizado porque os estudantes devem notar com cuidado que as glândulas, individualmente, e certos grupos de músculos são governados por outros planetas. Seria como dizer que todos os que vivem nos Estados Unidos da América são cidadãos daquele país, porém alguns estão sujeitos particularmente às leis da Califórnia, outros às do Maine, etc. Conhecemos o aforismo hermético que diz "Assim como é em cima, é em baixo" que é a chave mestra de todos os mistérios. E da mesma maneira que existem na Terra – o Macrocosmo – inúmeros lugares por explorar, também existem no microcosmo do corpo muitas coisas desconhecidas que são como um livro selado para os exploradores cientistas. Entre essas coisas, está, principalmente, um pequeno grupo de glândulas chamadas de "secreção interna", sete em número, a saber: O Corpo Pituitário, regido por Urano. A Glândula Pineal, regida por Netuno. A Glândula Tiróide, regida por Mercúrio. A Glândula Timo, regida por Vênus. O Baço, regido pelo Sol. As duas Supra-renais, regidas por Júpiter. Estas glândulas são de grande e particular interesse para os ocultistas, e em certo sentido, podem chamar-se as "Sete Rosas" sobre a Cruz do corpo, porque estão intimamente relacionadas com o desenvolvimento oculto da humanidade. Quatro delas, a Timo, o Baço e as Supra-renais, estão relacionadas com a personalidade. O Corpo Pituitário e a Glândula Pineal estão correlacionadas particularmente com o lado espiritual de nossa natureza e a Glândula Tiróide forma o elo entre elas. Sua regência astrológica é a seguinte: O Baço é a porta de entrada das forças solares que cada ser humano especializa e que passam a circular pelo corpo como o fluido vital, sem o qual ninguém poderia viver. Este órgão, portanto, está governado pelo Sol. As Supra-renais, sob a regência de Júpiter, o grande benefício, exercem um efeito calmante, tranqüilizante e suavizante, quando as atividades emocionais da Lua, Marte ou Saturno destroem o equilíbrio. Quando a mão obstrutora de Saturno provoca melancolia, oprimindo o coração, as secreções das Supra-renais são levadas pelo sangue ao coração e agem como um poderoso estimulante no esforço de manter a circulação, enquanto o otimismo jovial luta contra as preocupações saturninas ou contra o impulso marciano que provoca no corpo de desejos as turbulentas emoções da ira ou da paixão, pondo os músculos tensos e trêmulos, dissipando todas as energias do sistema. Então as secreções das Supra-renais vêm em socorro, pondo em liberdade o glicogênio do fígado em quantidade maior do que a comum para que possa lutar nessa emergência até que o equilíbrio seja recuperado, ocorrendo o mesmo quando se produzem estados de grande tensão e ansiedade. O conhecimento deste fato levou os antigos astrólogos a porem os rins sob o governo de Libra, a Balança, e para evitar toda confusão de idéias diremos que os rins desempenham papel importantíssimo na nutrição do corpo, estando sob a regência de Vênus, planeta regente de Libra. Júpiter, porém, governa as Supra-renais, das quais estamos nos ocupando agora. Tanto Vênus como sua oitava superior Urano, governam as funções da nutrição e do crescimento, mas de diferentes maneiras e com propósitos distintos. Vênus rege a Timo que é o elo entre os Pais e o filho até que este último atinja a puberdade. Esta glândula está situada diretamente atrás do esterno. Seu tamanho é maior durante a vida pré-natal e na infância, quando o crescimento é mais rápido. Durante esse período o corpo vital da criança realiza um trabalho mais interno porque então ela não está sujeita às paixões nem às emoções geradas pelo corpo de desejos que nasce aproximadamente aos quatorze anos. Porém, durante os anos de crescimento a crianças não pode manufaturar corpúsculos sangüíneos vermelhos, como o adulto, porque o corpo de desejos ainda não nascido nem organizado, não pode agir como condutor para as energias marcianas que assimilam o ferro dos alimentos e os transmutam em hemoglobina. Para compensar esta falta há armazenada na glândula Timo, uma essência espiritual dos pais, e com esta essência, proveniente do amor dos pais, o filho pode realizar temporariamente a alquimia do sangue, até que seu corpo de desejos se torne dinamicamente ativo. Então o glândula Timo se atrofia e a criança tira de seu próprio corpo de desejos a força marciana necessária. A partir desse tempo, em condições normais, Urano, que é a oitava de Vênus e regente do Corpo Pituitário, encarrega-se das funções do crescimento e da assimilação, da forma seguinte: Sabe-se que todas as coisas, incluindo nossos alimentos, irradiam continuamente pequenas partículas que indicam de onde emanaram, exprimindo, inclusive, sua qualidade. Desta maneira, quando levamos o alimento à boca, uma quantidade dessas partículas invisíveis penetra no nariz e ao excitar o aparelho olfativo, nos indica se o alimento que vamos tomar é adequado ou não, sendo o olfato que nos induz a repelir os alimentos que têm mau odor. Contudo, além dessas partículas que fazem o alimento atraente ou repulsivo por sua ação sobre o aparelho olfativo, há também outras que penetram no osso esfenóide e agem sobre o Corpo Pituitário, provocando a alquimia de Urano, graças à qual forma-se uma secreção que é injetada no sangue. Isto favorece a assimilação por intermédio do éter químico, afetando assim o crescimento e o bem-estar normais do corpo humano durante a vida. Às vezes Urano tem uma influência excêntrica sobre o Corpo Pituitário responsável por certos crescimentos anormais e estranhos que encontramos na natureza. Além de ser a causa dos impulsos espirituais que geram as já mencionadas manifestações do crescimento físico, Urano, agindo por intermédio do Corpo Pituitário, é também a causa das diferentes fases de crescimento espiritual que ajudam o homem nos seus esforços para penetrar através do véu e alcançar os Mundos Invisíveis. Neste trabalho é, sem dúvida, ajudado por Netuno, o regente da Glândula Pineal. A fim de ficar bem claro este assunto, é preciso estudarmos simultaneamente as funções da Glândula Tiróide, regida por Mercúrio, e as da Glândula Pineal que está sob o domínio de sua oitava superior, Netuno. Compreendemos facilmente que a Glândula Tiróide está sob o domínio de Mercúrio, o planeta da razão, se analisarmos o efeito que a degeneração desta glândula tem sobre a mente, como se observa no cretinismo e no mixedema. As secreções desta glândula são tão necessárias para o funcionamento normal da mente, como o éter o é para a transmissão da eletricidade, isto é, no plano físico da existência, onde o cérebro transmuta o pensamento em ação. O contato com os Mundos Invisíveis e sua expressão neles depende da capacidade funcional da Glândula Pineal – que é inteiramente espiritual e, por conseguinte, é regida pela oitava de Mercúrio, Netuno, o planeta da espiritualidade – que age conjuntamente com o Corpo Pituitário, regido por Urano. Os cientistas perderam muito tempo especulando sobre a natureza e o funcionamento destes dois pequenos corpos – o Corpo Pituitário e a Glândula Pineal – sem nenhum resultado, principalmente porque, como disse Mefistófeles, sarcasticamente, ao jovem que queria estudar ciência com Fausto: "Quem quiser conhecer as cousas vivas e as manuseia, Procura primeiro o espírito vivente que as anima e o expulsa; Fica, então com fragmentos inanimados Porque lhes falta o ESPÍRITO VITAL que as unia." Ninguém pode, realmente, observar as funções fisiológicas de nenhum órgão nas condições existentes nos laboratórios ou nas mesas de operações, nem na sala de vivissecção ou de dissecação. Para chegar à compreensão necessária é imprescindível ver tais órgãos exercendo suas funções fisiológicas no corpo vivo, o que só pode ser feito por meio da visão espiritual. Existe um certo número de órgãos que estão se desenvolvendo ou se atrofiando. Estes últimos assinalam o caminho já percorrido em nossa evolução, enquanto que os primeiros são os indicadores do nosso desenvolvimento futuro. Existe, todavia, outra classe de órgãos que não estão nem se degenerando nem se desenvolvendo. Encontram-se simplesmente adormecidos, latentes (espiritualmente) no tempo presente. Os fisiológos acreditam que o Corpo Pituitário e a Glândula Pineal estão se atrofiando, porque vêem que esses órgãos estão mais desenvolvidos em algumas formas inferiores de vida, como nos vermes, mas de fato, estão completamente equivocados. Alguns deles suspeitam que a Glândula Pineal está, de alguma forma, relacionada com a mente porque contém, depois da morte, certos cristais cuja quantidade é muito menor nas pessoas mentalmente pouco desenvolvidas do que nas pessoas mais adiantadas. Esta conclusão é exata pois o vidente sabe que o canal espinhal do ser vivo não está cheio de fluido: que o sangue não é líquido e que aquele órgão não contém nenhum cristal enquanto o corpo está vivo. Fazemos estas afirmações com pleno conhecimento do fato de que o sangue e a essência espinhal são líquidos ao saírem do corpo, vivo ou morto, e que o conteúdo do Corpo Pituitário e da Glândula Pineal parece cristalizado quando se disseca o cérebro. Todavia, a causa é a mesma que faz o vapor de uma caldeira condensar-se imediatamente depois de pôr-se em contato com a atmosfera ou que o metal derretido que sai do crisol se cristalize e solidifique imediatamente ao sair dele. Essas substâncias são essências puramente espirituais quando se encontram dentro do corpo. São etéricas e a substância que se encontra na Glândula Pineal, vista por meio da visão espiritual, parece luz. Além disso quando um clarividente contempla a Glândula Pineal de outra pessoa que esteja exercendo suas faculdades espirituais, esta luz se apresenta cheia do mais intenso brilho e de uma iridescência que transcende em beleza a maravilhosa combinação de cores da Aurora Boreal. Pode-se dizer também que as funções deste órgão parecem ter mudado no curso da evolução humana. Durante as épocas anteriores à nossa estadia atual na Terra, quando o corpo humano era muito grande e com forma de saco - no qual o Espírito ainda não havia penetrado, mantendo-se apenas como uma presença protetora - existia uma abertura na parte superior do corpo onde estava situada a Glândula Pineal. Era um órgão de orientação que dava o sentido de direção. À medida em que o corpo humano foi se condensando, tornou-se cada vez menos capaz de suportar o intenso calor que havia naquela época. Então, a Glândula Pineal advertia quando o corpo se aproximava demasiado de uma das muitas crateras dos vulcões que existiam na fina crosta terrestre, fazendo com que o Espírito se afastasse dos lugares perigosos. Era um órgão de direção que agia como órgão sensorial e que depois se estendeu por toda a pele do corpo. Isto é uma indicação para o ocultista de que também os outros sentidos, a visão e a audição, serão um dia expandidos de modo idêntico, de forma que poderemos ver e ouvir com todo o corpo, tornando-nos muito mais sensitivos do que agora. Desde então a Glândula Pineal e o Corpo Pituitário ficaram temporariamente adormecidos (espiritualmente), fazendo com que os homens esquecessem o Mundo Invisível, enquanto aprendem as lições proporcionadas pelo mundo material. O Corpo Pituitário, por vezes, manifesta à influencia uraniana nos crescimentos físicos anormais, criando monstruosidades de diversas espécies. Netuno agindo anormalmente pela Glândula Pineal, é o responsável pelo crescimento anormal do poder espiritual dos curandeiros, feiticeiros e médiuns quando controlados por espíritos maléficos. Quando são normalmente postas em atividade essas duas glândulas facultam com segurança a percepção dos mundos invisíveis enquanto a Tiróide, regida por Mercúrio, o planeta da razão, produz as secreções necessárias para dar equilíbrio ao cérebro. No futuro as glândulas de secreção interna desempenharão um papel importante e seu desenvolvimento acelerará extraordinariamente a evolução, porque seus efeitos serão principalmente mentais e espirituais. Estamos chegando à Idade de Aquário e o Sol começa a nos transmitir as elevadas vibrações intelectuais desse signo, o que explica as intuições, premonições e transmissões telepáticas tão comuns hoje em dia. Em última análise, tais fenômenos são devidos ao despertar do Corpo Pituitário, regido por Urano, o Senhor de Aquário, e isso se tornará mais manifesto com o decorrer dos anos. O Sistema Linfático O sistema Linfático é tubular e está um tanto associado aos capilares que unem as circulações venosa e arterial, terminando nas grandes veias próximas do coração. A linfa que flui por seus canais vai numa direção: o centro da circulação - o coração. Podemos considerar este sistema como uma espécie de pequenos desaguadouros do corpo, porque na realidade, recolhe a água suja dos tecidos, depois de banhá-los na linfa que transporta. Se compararmos os canais a tubulações de drenagem que recolhem a água suja, podemos considerar os gânglios linfáticos, que se encontram ao longo desses canais, como comportas, nas quais a linfa tem que se deter e ser filtrada antes de passar à corrente sanguínea venosa. Estes gânglios estão situados nos cotovelos, nas axilas, nos espaços popliteos, nas virilhas e especialmente na parte anterior do pescoço (a parte que fica fronteira à vértebra cervical) no abdomem entre as pregas do mesentério que fixa o intestino delgado a coluna vertebral e no peito entre os pulmões, espaço este conhecido como mediastino. Cada um dos vasos linfáticos passa por um ou mais destes gânglios no seu caminho para as veias. As células linfáticas, como as demais existentes no corpo, não possuem paredes celulares, movendo-se como a medusa na água. Quando a inflamação, em qualquer de suas formas, ataca o corpo humano, todos os líquidos venenosos passam aos canais linfáticos. Os gânglios podem adoecer devido à natureza venenosa da linfa que se filtra por eles. O sistema linfático é de ação tríplice: recolhe a linfa dos tecidos, o "quilo" do intestinos (depois de elaborado pelo processo da digestão) e, por meio dos gânglios linfáticos, cria as células linfáticas que são semelhantes aos corpúsculos brancos do sangue.

O PODER DO PENSAMENTO..Norman Vincent Peale.

O pensamento pode ser um dos mais significantes fatores da evolução, e ainda assim, o menos compreendido. As pessoas geralmente consideram o processo do pensamento como uma matéria puramente privada de influência pessoal momentânea. Elas não têm nenhuma consciência das ramificações complicadas e das consequências dos pensamentos aparentemente mais insignificantes que se formam nas suas mentes. Para ilustrar a importância do pensamento, os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental dizem-nos que tudo o que existe no universo foi primeiramente um pensamento. O Novo Testamento, originalmente escrito em Grego, usa a palavra “logos” para significar ambos, a “palavra” e o pensamento que precede a palavra. A palavra pode ser considerada como a forma manifestada do pensamento – um som que constrói todas as formas e, de acordo com o conhecimento oculto, é a sua alma. O homem, evoluindo como um Deus potencial tem em si as faculdades latentes da criação. Ele está atualmente a aprender a criar; ele tem a capacidade de pensar e de dar voz aos seus pensamentos. Quando não consegue por si próprio realizar as suas ideias, pode procurar a ajuda de outros através da fala. À medida que a evolução continua, chegará provavelmente a altura em que ele será capaz de criar diretamente através da palavra emitida da sua laringe espiritualizada. É necessária a aprendizagem através de uma série de encarnações, para que ele não cometa erros. O homem ainda não está espiritualmente desenvolvido e, se atualmente fosse capaz de criar diretamente pela palavra, as suas criações seriam imperfeitas e prejudiciais. A grande maioria das pessoas adquiriu o hábito de pensar superficialmente, o que as torna incapazes de tratarem de um assunto até que esteja completamente dominado. Apesar dos pensamentos que vêm à mente poderem ser bons, maus ou indiferentes – principalmente os últimos – a mente não os retém o tempo suficiente para aprender a sua natureza. O controlo do pensamento é muitas vezes, muito difícil de 2conseguir. Uma vez conseguido, no entanto, o possuidor tem em suas mãos a chave para o sucesso seja qual for a linha que prossiga. A força do pensamento é o meio mais poderoso para obter o conhecimento. Se ela for concentrada sobre um objeto, ela queimará o seu caminho através de qualquer obstáculo e resolve o problema. Se a quantidade necessária de força de pensamento é exercida, não há nada que fique para além do poder da compreensão humana. Enquanto a dispersarmos, a força do pensamento é de pouca utilidade para nós, mas assim que estivermos preparados para nos darmos ao trabalho de aproveitá-la, todo o conhecimento será nosso. Como o pensamento é o nosso principal poder, temos de aprender a ter o controlo absoluto sobre ele, de modo a que o que produzirmos não seja ilusão induzida pelas condições exteriores, mas verdadeira imaginação gerada no interior, pelo Espírito. Esta é uma das razões pela qual os estudantes dos Ensinamentos Rosacrucianos são aconselhados a realizar o exercício matinal da concentração, regularmente e com persistência. Eles são ensinados a fixar profundamente as suas mentes num único objeto, ficando tão absorvidos nele que tudo o resto é eliminado com êxito, da consciência. Uma vez que o estudante aprenda a fazer isto, ele é capaz de ver o lado espiritual de um objeto ou uma ideia iluminada pela luz espiritual, e assim, obtém um conhecimento da natureza interior das coisas nem sequer sonhado pelo homem mundano. Falamos dos pensamentos como tendo sido concebidos pela mente, mas tal como ambos, pai e mãe são necessários na geração de um filho, também ambos, a ideia e a mente são necessárias antes que o pensamento seja concebido. As ideias são geradas por um Ego humano na substância do espírito dos mundos internos. Esta ideia é projetada sobre a mente receptiva, dando origem a um pensamento. Assim, quando cada ideia se encerra a si própria numa forma feita de matéria do pensamento, é então um pensamento, tão visível para a visão interna de um clarividente suficientemente desenvolvido, como a criança é visível para os seus pais. Vemos, pois, que as ideias são pensamentos embrionários, núcleos de substância do espírito dos mundos internos. Concebidos inadequadamente numa mente doente tornam-se caprichos e delírios, mas quando são gerados numa mente sã e formados em pensamentos racionais são as bases de todo o progresso material, moral e mental. Atualmente, no entanto, a mente não está focada de modo a ser capaz de dar uma imagem clara e verdadeira daquilo que o Espírito imagina. Não está direcionada. Dá imagens vagas e enevoadas. Daí a necessidade da experiência para mostrar a inadequação da primeira concepção, e de trazer novas imaginações e ideias até que a imagem produzida pelo Espírito em substância mental seja reproduzida na matéria física. Na melhor das hipóteses estamos aptos a modelar através da mente, apenas as imagens que têm a ver com a forma, porque a mente humana só foi criada no atual Período Terrestre da nossa evolução, por isso, está agora na sua forma, ou estágio, “mineral”. (Ver o Conceito Rosacruz do Cosmos), por isso, nas nossas atividades, estamos confinados a formas e minerais. Podemos imaginar meios de trabalhar com as formas minerais dos três reinos inferiores, mas não podemos fazer nada ou quase nada com corpos vivos. Podemos de fato enxertar um ramo numa árvore viva, ou uma parte de um animal ou de um homem, noutro animal ou homem vivos, mas não estamos a trabalhar com a vida; é apenas a forma. Estamos a criar condições diferentes, mas a vida que já habitava a forma continua a ser a mesma. Criar vida está para além do poder do homem até que a sua mente se torne viva. Muitas pessoas acreditam que tudo resulta de outra coisa, e não consideram a possibilidade de qualquer nova construção original. Aqueles que estudam a vida, normalmente falam apenas de involução e evolução; aqueles que estudam a forma, nomeadamente, os modernos cientistas, só estão preocupados com a evolução. Os mais avançados de entre eles, no entanto, estão a começar a encontrar outro fator, ao qual chamaram epigénese, o impulso criativo. No início de 1787, Caspar Wolff formulou a sua Theorea Generationis, na qual mostrou que no desenvolvimento do óvulo, há uma série de novas transformações nunca antes mostradas pelos seus antecessores. Nas formas de vida inferiores, nas quais as mudanças são rápidas, a epigénese pode ser demonstrada no microscópio. Desde que a mente foi dada ao homem, este impulso criativo original, a epigénese, tem sido a causa de todo o nosso desenvolvimento. É verdade que construímos sobre aquilo que já foi criado. No entanto, também há sempre qualquer coisa nova, devida à criatividade do Espírito. Assim, é que nos tornamos criadores. Se só imitássemos aquilo que já nos foi dado por Deus, nunca seria possível tornarmo-nos inteligências criativas – seríamos simplesmente imitadores. E, novamente, o pensamento está por trás de tudo o que é criado através da epigénese. Fomos colocados neste mundo físico para que possamos aprender a pensar bem e desenvolver a epigénese de forma construtiva. Por exemplo, vejamos o caso de um inventor que tem uma ideia. A ideia não é ainda um pensamento; é um instantâneo que ainda não tomou forma. Gradualmente, no entanto, o inventor visualiza-a na sua mente. Ele forma uma máquina no seu pensamento, e perante a sua visão mental essa máquina aparece com as rodas a girar desta e daquela maneira, conforme é necessário para realizar o trabalho pretendido. Então ele começa a desenhar os planos para a máquina, e mesmo neste estágio ele certamente verá as modificações que são necessárias. Vemos assim, que já as condições físicas mostram ao inventor onde o seu pensamento não estava correto. Quando ele constrói a máquina no material apropriado para a realização do trabalho, normalmente são necessárias mais modificações. Provavelmente, ele tem que rejeitar a primeira máquina e construir outra completamente diferente. Assim, as condições físicas concretas possibilitaram-lhe detectar os erros no seu raciocínio; elas forçam-no a fazer as modificações necessárias no seu pensamento original para construir uma máquina que faça o trabalho. Em empreendimentos mercantis ou filantrópicos aplica-se o mesmo princípio. Se as nossas ideias relacionadas com os vários assuntos da vida estão erradas, são corrigidas quando são trazidas à vida prática. Por isso, é absolutamente necessário que habitemos neste mundo físico e aprendamos a exercer o poder do pensamento – um poder que atualmente está a ser testado em grande medida pelas nossas condições materiais. Para ilustrar a importância do pensamento, diremos que tudo o que existe neste mundo que foi feito pela mão do homem é pensamento cristalizado: as cadeiras onde nos sentamos, as casas onde vivemos, os vários objetos que usamos – todos eles foram um pensamento na mente do homem. Se não fosse por esse pensamento, o objeto nunca teria aparecido. De maneira semelhante, as árvores, as flores, as montanhas, e os mares são formas pensamento cristalizadas das Forças da Natureza. Neste mundo somos compelidos a investigar e a estudar uma coisa antes de sabermos sobre ela. No entanto, os investigadores do oculto que têm sido capazes de funcionar nos mundos espirituais, chamado Mundo do Pensamento, descobrem que lá é diferente. Ali, quando desejamos saber sobre qualquer objeto em particular, dirigimos a nossa atenção para ele e o objeto, fala-nos, por assim dizer. O som que ele emite dá imediatamente uma luminosa compreensão de cada fase da sua natureza. Podemos atingir a compreensão do seu passado histórico; toda a história da sua manifestação é revelada e nós parecemos ter vivido todas essas experiências juntamente com o objeto que estamos a investigar. No entanto, toda esta informação, flui para, e em nós com enorme rapidez, num momento, para que não tenha princípio nem fim. No Mundo do Pensamento, tudo é um grande AGORA, e o tempo não existe. Quando queremos usar esta informação arquetípica no nosso Mundo Físico, devemos, portanto, separá-la e organizá-la em ordem cronológica com princípio e fim antes que se torne inteligível aos seres que vivem num reino onde o tempo é o principal fator. Esta reorganização é uma tarefa muito difícil, pois as palavras são cunhadas em relação às três dimensões do espaço e a evanescente unidade de tempo; por isso, muita dessa informação continua inacessível. Muitas pessoas argumentam que temos o direito de pensar o que queremos, e que os maus pensamentos, se não se traduzirem em más ações, são inofensivos. Isto está longe da verdade, e o poder dos maus pensamentos, tal como o poder dos pensamentos bons e beneficentes, é de fato grande. Através dos séculos, por exemplo, os maus pensamentos de medo e de ódio dos homens têm cristalizado como bacilos. Os bacilos de doenças infecciosas são particularmente as encarnações do medo e do ódio, e por isso, são também vencidos pela força oposta – a coragem. Se encararmos uma pessoa infectada com uma doença contagiosa a tremer e com medo, seguramente desenvolveremos nós próprios os micróbios venenosos. Se, por outro lado, nos aproximarmos dessa pessoa com uma atitude sem medo, escaparemos à infecção, sobretudo se somos movidos pelo amor. No Sermão da Montanha, Cristo Jesus diz-nos que “O homem que olhou para uma mulher com desejo, já cometeu, de fato, o adultério”. Quando tomamos consciência de que “Como o homem pensa no seu coração, assim ele é”, teremos uma concepção muito mais clara da vida do que temos se só tivermos em consideração as ações dos homens. Cada ação é o resultado de um pensamento prévio, mas não necessariamente o pensamento da pessoa que cometeu a ação. Se um diapasão vibrar num determinado tom e estiver outro diapasão na proximidade, o segundo vibrará em sintonia com o primeiro. Do mesmo modo, quando temos um pensamento e outra pessoa no nosso ambiente estiver na mesma linha de pensamento, os nossos pensamentos unem-se com os dela e fortalecem-no para o bem ou para o mal, conforme a natureza do pensamento. Quando vamos a um tribunal e vemos um criminoso, só consideramos o ato; não temos nenhum conhecimento do pensamento que lhe deu origem. Se tivermos o hábito de pensar mal, de ter pensamentos maliciosos em relação a alguém, esses pensamentos podem ter sido atraídos pelo criminoso. Segundo o princípio de que uma solução saturada de sal necessita apenas de um cristal desse sal para solidificar, assim também, se um homem saturou o seu cérebro com pensamentos assassinos, o pensamento assassino que outra pessoa envia pode ser a última gota e destruir a última barreira que teria afastado o assassino de cometer a sua má ação. Por isso, os nossos pensamentos são de maior importância do que as nossas ações. Se pensarmos sempre bem, agiremos sempre bem. Nenhum homem pode pensar no amor ao seu companheiro, ou pode planear como ajudar espiritual, mental ou fisicamente os outros, sem também agir conforme esses pensamentos. Se cultivarmos tais pensamentos, depressa encontraremos a luz do Sol espalhando-se à nossa volta; descobriremos que encontramos pessoas imbuídas do mesmo espírito que nós enviamos. Então, se virmos mesquinhez e pequenez nas pessoas que encontramos, será bom verificar se nós próprios não estamos a causar essas qualidades que emanam de nós próprios. O homem que é mesquinho e pequenino irradia ele próprio essas qualidades e aqueles que encontrar parecer-lhe-ão mesquinhos porque os seus pensamentos causaram algo de natureza idêntica a vibrar na outra pessoa. Por outro lado, se cultivarmos uma atitude serena e pensamentos livres de inveja, e formos francamente honestos e prontos a ajudar, faremos sobressair o melhor das outras pessoas. Por isso tomemos consciência que enquanto não tivermos cultivado as melhores qualidades em nós próprios não podemos esperar encontrá-las nos outros. Somos, pois, seguramente, responsáveis pelos nossos pensamentos. Somos na realidade, os protetores dos nossos irmãos, pois assim como pensarmos quando os encontramos, assim lhes aparecemos, e eles refletem a nossa atitude. Se quisermos obter ajuda para cultivar melhores qualidades, então procuremos a companhia de pessoas que já são boas, pois a sua atitude mental será de imensa ajuda para trazer ao de cima as nossas melhores qualidades. Se nem sempre é fácil afastar os maus pensamentos, e a maioria de nós não pode deixar de encontrar pessoas ou situações que evocam pensamentos negativos, tentem combatêlos como nós fazemos. Mas há uma maneira simples de descartar esses pensamentos indesejados que não envolve, de modo nenhum, “combatê-los”. Ambos, gostar e não gostar tendem a atrair um pensamento ou ideia para nós, e a acrescida força que enviamos para combater os maus pensamentos mantê-los-á vivos e trazê-los-á para a nossa mente muitas vezes, do mesmo modo que uma discussão com uma pessoa que nos desagrada pode causar-nos rancor. Por isso, em vez de lutar, adotemos uma táctica de indiferença. Se virarmos a cara para o outro lado quando encontramos uma pessoa de quem não gostamos, ela certamente ficará cansada de nos seguir. Segundo o mesmo princípio, se nós nos afastarmos com indiferença quando os maus pensamentos entram nas nossas mentes, e as aplicarmos a algo que é bom e ideal, descobriremos que ao fim de pouco tempo estaremos livres dos maus pensamentos e só teremos os bons pensamentos que desejamos para nos entretermos. Vemos assim, até que ponto é realmente grande e poderoso o alcance do pensamento. Todas as coisas quer sejam para o bem ou para o mal, podem ser realizadas com ele. De fato, o poder do pensamento é uma das mais poderosas forças que o homem conhece. Só quando a humanidade tiver uma compreensão da verdadeira natureza e do uso apropriado desta força divina a humanidade se libertará dos grilhões do materialismo e continuará a subir o caminho para se tornar um Ser Criativo autoconsciente.

segunda-feira, 9 de março de 2020

Somos todos mágicos?

O que é a Magia? Sinceramente não sei lá muito bem, talvez porque seja possível considerá-la segundo diferentes perspectivas, variando correlativamente as respectivas definições… Aliás, não gosto muito de definir coisas, porque já dizia o antigo sábio, definir é limitar, e neste caso (e em minha humilde opinião), a Magia é ilimitada e ilimitável! Não sei se já repararam que o título desta despretenciosa conversa é uma pergunta. Ora, quem pergunta quer saber! Ou seja — eu não sei, e gostava que me dessem alguma resposta! Será que somos todos mágicos? Todos, mesmo? Ou só alguns? Ou, quem sabe, talvez nenhum? Ou talvez apenas aqueles que tiraram o respectivo curso, como o Harry Potter na Escola de Feitiçaria de Hogwarts?… Dizia eu há pouco que a Magia é ilimitada e ilimitável… Não acreditam? Ora comecemos por alguns exemplos: — a Magia dum pôr-de-Sol num mar de Verão; — a Magia dum sorriso de criança; — a Magia duma obra de arte que nos encanta… Que Magia é esta? Fascinação, graça, enlevo, sedução… ou feitiço!? Feitiço lembra feitiçaria… que é talvez uma forma de baixa magia, mas não percamos agora tempo a discutir isso. Os prosaico-pragmáticos dirão apenas: Oh! Não passa duma metáfora, a magia dum sorriso… Bom, metáfora ou não, um sorriso no momento certo tem um espantoso poder de cura — não será isso Magia, e da melhor? Mas ainda há mais: vejamos uma outra espécie de Magia, e uma das não menos curiosas: — a Magia da Ciência. Que tal? Bom, já estou mesmo a ouvir os comentários: não pode ser! Ou é Magia, ou é Ciência!… Mas a verdade é que parece que por vezes, no espírito do ser humano contemporâneo, a Ciência tem a sua Magia, e uma Magia eficaz, que através da tecnologia produz os efeitos mais surpreendentes: a fissão nuclear, os computadores, os clones, as viagens espaciais, a engenharia genética, a VA [Vida Artificial]… E não só! Em geral associamos a Magia a um poder que produz efeitos visíveis por meio de forças invisíveis — ora, a verdade é que estamos rodeados, para não dizer constantemente interpenetrados, por forças invisíveis (e nem sequer me refiro ao invisível da religião ou da mística, ou dos pressentimentos e dos sonhos), mas já que falámos em Ciência, e, por arrastamento, em Tecnologia, aí vai: — basta-nos referir o invisível electromagnético que «governa» as nossas vidas com surpreendentes efeitos visíveis e é tanto ou mais fantástico que os assombros e prodígios das histórias mágicas de bruxas e feiticeiras dos séculos passados: a electricidade, as ondas de rádio, o telemóvel, a TV, os raios-X, o ciberespaço, a ressonância magnética nuclear, a Internet, o comando a distância sob todas as suas formas, a RV [Realidade Virtual], os infravermelhos, as microondas, a electrónica em geral… Será esta a Nova Magia? ¿Terá a ver com as novas modalidades em que a «velha Magia» se intercruza com as novas tecnologias? Por exemplo, os New Agers usam cristais sólidos (tal como as novas tecnologias usam cristais líquidos) para memorizar, armazenar e processar «espírito»; os praticantes de channelling e os adeptos de OVNIlogia transformam as «mensagens» recebidas em «informação viva». Por outro lado, muitos cristãos evangélicos acreditam que a tecnologia das comunicações, que leva a Palavra (o Verbo!) aos recantos mais remotos do planeta, é o rastilho que contribuirá para fazer acelerar o «fim dos tempos», tal como se lê no Novo Testamento: «E este evangelho do Reino será prègado em toda a orbe, para dar testemunho a todos os povos, e então virá o fim» (Mateus 24, 14). Alguns chegam ao ponto de afirmar que os Anjos do Apocalipse não são mais do que os satélites globais de comunicações. E quanto à velha Magia, já agora? A velha é muito velha, vem dos arcanos tempos dos Colégios de Magos — do Egipto, da Caldeia, da Pérsia, donde teriam vindo os famosos Magos que seguiram a Estrela de Belém até ao Presépio onde havia nascido o Salvador do Mundo. Sem querer entrar em excessiva pormenorização histórica, para o que não tenho nem capacidade nem aqui o tempo, basta-nos adoptar a distinção que os antigos Gregos faziam entre os que se dedicavam às kryptai technai (lat. secretae artes), ou seja, uma distinção tripartida: De imediato vinha o que os Gregos chamavam o goês (pl. goêtes), o mágico vulgar, que se dedica a fazer «passes mágicos» e adivinhações populares, muitas vezes apenas ilusionistas, de tal modo que essa palavra acabou por ter a conotação de charlatão, bruxo, impostor. A magia praticada por esses, a Goêteia, já no tempo de Sócrates (séc. V a. C.) se identificava com superstição e impostura. Um bom degrau acima temos o magos (pl. magoi), de que o Evangelho de Mateus nos dá como exemplo os que vieram do Oriente em direcção a Belém da Judeia, seguindo a Estrela que os conduziu ao berço do Salvador. Os verdadeiros magoi eram uma classe iniciática e sacerdotal que proveio da Média e da Pérsia, e entraram em cena na Grécia no século VI a. C. Pelo testemunho de fontes tão diversificadas como Heródoto, por um lado, ou a Bíblia, por outro — o sonho do Faraó (Gen 41, 8), o sonho de Nebuchadnezzar (Dan 2,2), etc. — sabemos que os Magos invocavam o fogo do céu, propiciavam sacrifícios, interpretavam sonhos, augúrios e obravam prodígios. Mas, com o correr dos tempos, tão-pouco os magoi escaparam ao anátema: nos primeiros séculos da era cristã — talvez por influência das acusações dos apologetas «ortodoxos» cristãos (p. ex. Justino o Mártir, Ireneu de Lião, etc.) — também já eram acusados de pertencer a torpes sociedades secretas, e de praticar incesto, adoração de maus demónios, sacrifícios humanos, canibalismo, barbarismo, etc. Finalmente, a mais elevada classe de magoi era constituída pelo que os Gregos chamavam theios anêr, o «homem divino» (atenção!, «homem» varão, e não «homem» ser humano em geral!). O theios anêr era um deus ou um daimon disfarçado, percorrendo o mundo em um corpo aparentemente humano. O «homem divino» podia fazer tudo quanto o magos podia fazer, nomeadamente a prática do bem (embora também pudesse amaldiçoar os «maus»), mas era sobretudo capaz de realizar milagres e prodígios graças ao poder divino que tinha em si, sem precisar de rituais nem de incantações exteriores. Um exemplo de «homem divino» é-nos dado por Cristo Jesus: reparai que todos os «prodígios» ou «sinais» que Ele realizava, fazia-o sem precisar de palavras encantatórias, gestos rituais ou traçado mágicos, que eram imprescindíveis ao mágico vulgar como lemos nos manuais de Magia desses tempos. Um outro exemplo documentado de theios anêr é o do pitagórico Apolónio de Tyana, contemporâneo de Jesus, cuja exaustiva biografia, redigida por Filostrato a pedido da imperatriz romana Júlia Domna (sécs. II-III d. C.), contém muito material que os estudiosos consideram em parte verdadeiro, e em parte fantasioso, sendo que este útimo faria parte duma espécie de «encomenda» do Império romano para fazer dele um herói mítico do seu paganismo, por oposição à crescente e preocupante disseminação cristã. Seja como for, e quer se trate de «velha» Magia com as suas ramificações de Hermetismo, de Astrologia, de Alquimia, de Theo-Sophia (Mestre Eckhart, Paracelso, Giordano Bruno, Jacob Boehme, Eckartshausen, Swedenborg, Schelling, etc.), dos ocultismos do século XVI (Agrippa) ou do século XIX (Eliphas Lévi), do Teosofismo de Helena P. Blavatsky ou ainda da «recuperação» da tradição mágica da Wicca, — ou da «nova» Magia da Ciência e das tecnologias de que falámos, os princípios são sempre os mesmos: — O universo é uma central global de força e energia; — Essa energia está em tudo e em todos — é o princípio das correspondências; — Essa energia, ou essa força, pode ser concentrada e armazenada; — Essa energia, ou essa força, pode ser «programada» ou modulada com alteração da sua qualidade vibratória; — Essa energia modulada constitui um «poder» que pode ser dirigido com uma finalidade específica para exercer efeitos sobre determinado alvo ou função. A diferença entre a «velha», ocultista, e a «nova», tecnológica, está nos intrumentos utilizados: a velha utiliza varinhas, cristais, velas de diversas cores, óleos, palavras misteriosas, símbolos, incenso, cânticos, etc. e, sobretudo, o PODER INTERNO DO MAGO, ao passo que a nova utiliza fios eléctricos, microchips, circuitos integrados e outros utensílios e aparelhagens dependentes de leis da Física, da Química, da Matemática, etc. que podem ser manipulados «por fora», sem o concurso do poder interno do mago — neste caso, entenda-se, do técnico ou do simples utente que saiba carregar nos respectivos botões. Mas mesmo sem entrar em tecnologias «mágicas» que são um dos grandes feitos da nossa época, penso que podemos dizer que de facto «somos todos mágicos», na linha do que descobriu o erudito padre dominicano André-Jean Festugière (1898-1982), estudioso das religiões antigas, das mitologias greco-romanas, do Hermetismo, do Cristianismo primitivo: ao analisar o Corpus Hermeticum, que ele traduziu na íntegra, Festugière julgou discernir nesse material uma clara diferença entre o que ele chamou um «Hermetismo popular» e um «Hermetismo erudito». No primeiro incluiu a Astrologia, a Alquimia e as Artes Ocultas, ao passo que o segundo seria uma Philo-Sophia gnóstica mais sofisticada que acentua o poder que o ser humano tem para descobrir dentro de si o conhecimento (Gnôsis) de Deus e do Cosmos — ou seja, no fundo o ser humano é um daimon astral em disfarce corpóreo, capaz de recuperar os seus poderes cósmicos através da Gnose, ou da sua natural capacidade de iluminação mística. O próprio Cristo nos dá uma pista incontestável. Se Ele disse: «Aquele que crê em mim, as obras que eu faço, também ele as fará, e maiores do que estas fará» (João 14, 12) — logo, somos todos mágicos, ou melhor: Magos! Mas será realmente assim? Na verdade, Jesus pronunciou esta afirmativa no Sermão da Ceia, não no Sermão da Montanha (ou da Planície!) — o que significa que estava a dirigir-se aos «escolhidos», e não às multidões em geral… Não tenhamos receio: trata-se apenas de um ou outro degrau temporário! As multidões estão apenas num degrau abaixo na escadaria da Evolução (ou da Iniciação, para quem opte por entrar numa Escola de Mistérios), mas subirão um dia, porque a Evolução é ascendente. Nem podia ser de outro modo, o simples facto da vinda histórica de Cristo como Salvador e Redentor é a prova de que todos somos «escolhidos», pois Ele mesmo o disse: «Não vim para julgar o mundo, mas para salvar o mundo» (João 12, 47). Bastaria que um só de nós se perdesse, e a Sua missão teria sido vã: logo, somos todos escolhidos, somente depende do nosso esforço ascendermos mais depressa ou mais devagar. Além disso, Ele foi muito explícito quando afirmou aos Seus discípulos em Cafarnaúm: «Em verdade vos digo, o que ligardes na terra será ligado nos céus, e o que desligardes na terra será desligado nos céus» (Mateus 18, 18). É um ensinamento importante, este de Jesus aos Seus discípulos: tudo quanto se ata ou desata cá em baixo, tudo quanto se tece ou destece, projecta-se para o alto e tem um efeito análogo nos reinos supra-sensíveis e por conseguinte no Banco Cósmico (Central de Energia Acumulada), além de que vai construindo — ou desfazendo — a nossa futura morada «nos céus». Quereis um exemplo da nossa magia, singelamente humana mas altamente eficaz? Quando, instintivamente, pousamos a mão sobre o ombro ou sobre a cabeça dum parente ou dum amigo que está a sofrer, para lhe transmitirmos ânimo e lhe darmos «apoio moral», no fundo estamos a repetir um gesto dum ritual mágico muito antigo, que encontramos reproduzido em grutas pré-históricas, em baixos-relevos egípcios ou expresso noutras culturas e civilizações, incluso no Cristianismo: a «imposição das mãos». Este rito é eficaz, de um ponto de vista do «Mago» (e não do goês, entenda-se!), porque primeiro o Mago ergueu a mão, ou ambas as mãos, de palmas para cima para receber o influxo benéfico da divindade (ou da Energia Cósmica), armazenando-o em si e podendo portanto transfundi-lo, através das mesmas mãos, a outrem. Até em simples jogos infanto-juvenis como «brincar às adivinhas», ou em jogos pré-adultos como queimar uma alcachofra ou atirar as meias por cima dos pés da cama, ao deitar, para «ver» qual o nome do/da namorado/a que as meias formaram ao cair, a tentação mágica subjaz em todos nós — nem que seja com a desculpa da imaturidade. Mas mesmo depois, já mais velhinhos, quando preenchemos o boletim do Totoloto ou do Totobola, no fundo estamos, sem nos darmos conta, a «convocar» (para não dizer invocar) alguma misteriosa força invisível que nos transmita o dom da precognição e nos faça acertar nos resultados correctos. Até no acto ritual de apagar as velas dum bolo de aniversário, ou ao fazer um brinde tocando nos copos, emitindo votos de bons desejos, estamos a convocar as energias positivas para o bom sucesso dalguma coisa — ou longa e feliz vida para o aniversariante, ou êxito na empresa, ou situação, que justificou o brinde. Por isso devemos ter o maior cuidado com o que pensamos, dizemos ou fazemos, pois todos somos receptores e emissores de energia, logo, cuidado! podemos estar a fazer magia negra sem o saber, basta um ressentimento, uma inveja, um dito rancoroso, um acto de vingança, uma projecção de ódio — e as energias invisíveis desencadeadas dirigem-se para o alvo. O que é muito grave, por todas as razões, não só pelo prejuízo que tal atitude causa no nosso avanço espiritual, mas também por razões de mera segurança pessoal: se o alvo está protegido — e muitas vezes basta ser uma pessoa boa sem maus sentimentos, ou correctamente devota, ou bem-fazeja, ou que esteja nesse momento a ter pensamentos amorosos e positivos — dá-se o «choque de retorno», e o emissor de energias malévolas apanha com o ricochete daqulo que emitiu. O erro dos baixos mágicos é que usam e abusam das energias invisíveis, que buscam controlar para a obtenção de inconfessáveis proveitos pessoais. Cuidado, pois! Longe de nós a veleidade de pretender fazer-nos servir pelo sobrenatural — e muito menos pelo divino. Até no emprego duma simples oração é preciso a maior cautela! A oração é uma poderosa invocação mágica, sem dúvida, e por isso nunca a devemos usar para mudar as coisas, a vontade ou a maneira de ser dos outros e muito menos os desígnios de Deus — mas única e exclusivamente para louvá-Lo, render-Lhe adoração e agradecer-Lhe, ou, quando assuma a forma de súplica, para nos sabermos amoldar à Vontade Divina com aceitação compreensiva do que a razão não alcança — e grato júbilo. Quando estou enfermo e rezo: «Meu Deus, cura-me!», devo logo acrescentar, seguindo o exemplo de Cristo: «Pai, que se não faça porém a minha vontade, e sim a Tua». E por aqui me fico, porque ficarmo-nos com a Vontade de Deus é compreender luminosamente que a Vontade de Deus é Boa, e que se eu souber amoldar a minha Vontade à Vontade Divina, estou de certeza a contribuir não só para o meu Bem, mas para o Bem de todos nós. António de Macedo.

sexta-feira, 6 de março de 2020

William Shakespeare.A Bíblia Laica .

SHAKESPEARE - A BÍBLIA LAICA Os trabalhos de Shakespeare e a Bíblia são tesouros estreitamente relacionados com a vida cultural e espiritual dos povos ocidentais. Ambos são proeminentes entre as forças que construíram os melhores e mais duradouros traços de nossa presente civilização. Incorporando todos os melhores princípios fundamentais existentes no âmago da vida, eles têm sido tecidos em nosso pensamento e aspiração. Inúmeras expressões que foram dadas àqueles princípios em arte e literatura têm sido diretamente inspirados pelas Escrituras Sagradas, por um lado, e pela Bíblia Laica de Shakespeare, por outro. Parece haver ampla justificativa para olhar Shakespeare como a Bíblia Laica quando se leva em consideração suas muitas correspondências, dentro e fora, com as da Bíblia Sagrada. Ambas são “bestsellers”. Ambas possuem uma coleção de Livros, as Sagradas Escrituras tendo sessenta e seis e Shakespeare, trinta e sete. Ambas têm textos apócrifos. Ambas suscitaram inumeráveis comentários. Livrarias especiais têm-se dedicado ao seu estudo. Em dicionários de citações, a Bíblia e Shakespeare lideram todas as outras obras. No volume de citações do Bartlett, o Novo Testamento e o Velho Testamento combinados tomam trinta e seis páginas, enquanto que Shakespeare requer não menos que cento e vinte e duas. Citações destas obras primas dotaram os autores com incontáveis títulos para livros e artigos. Uma simples expressão de um solilóquio de Macbeth - “amanhã – e amanhã” - serviu de título para onze livros. Muitas expressões bíblicas e citações foram inseridas em textos de Shakespeare. De acordo com um levantamento sobre este assunto, Shakespeare citou não menos que quarenta e dois livros da Bíblia e dos Textos Apócrifos. Shakespeare e a Bíblia são inesgotáveis fontes de inspiração. Cada época descobre neles o que mais necessita. Daí, o fluxo de material explicativo desde sua primeira aparição. A reinterpretação se torna necessária quando as condições mudam, quando o conhecimento se amplia e a experiência se aprofunda. Mas, apesar das mudanças, a Bíblia e Shakespeare continuam vivos. Em todas as épocas, as eternas verdades permanecem e em nenhum lugar podem ser encontradas em plenitude, beleza e sublimidade com que encontramos tanto na Bíblia como em Shakespeare. Excluindo as Escrituras, as peças de Shakespeare constituem o maior estudo do homem. “Depois de Deus”, escreve Alexandre Pushkin, o maior poeta da Rússia, “Shakespeare é o maior criador dos seres vivos. Ele criou uma humanidade inteira”. 3Estas peças lidam com a natureza externa e interna do homem; com os mundos visível e invisível. Os dois lados da vida, o material e o espiritual, são tratados com igual certeza e consistência. Os elementos sobrenaturais nos dramas não são invenções incidentais introduzidas com o propósito de efeitos teatrais. São fundamentais ao tema. Qualquer um que possua as chaves para a sua significação mais profunda compreende uma riqueza de sabedoria. Ninguém com conhecimento das doutrinas esotéricas pode ter qualquer dúvida quanto à familiaridade de Shakespeare com a sabedoria dos Iluminados. Estudos ocultos de magia, negra e branca, recebem um tratamento esclarecedor em “Ricardo III” e na “Tempestade”, respectivamente. Os significados espirituais dos Solstícios de Inverno e de Verão são desdobrados em “Conto de Inverno” e “Sonho de uma Noite de Verão”. Sob o véu da fantasia, o último é a transição virtual do ritual do casamento místico como encenado nos Mistérios Eleusianos, nos quais o local do drama é uma floresta perto de Atenas. Os “Sonetos” traduzem as doutrinas Herméticas em poesia, enquanto as tragédias como “Hamlet” e “MacBeth” trazem os seres e as forças do mundo espiritual impenetrável para a visibilidade. Cada um dos dramas trata de alguma lei oculta ou princípio espiritual. Isto constitui seu tema esotérico. Tudo que encontra expressão no desdobrável roteiro, surge inevitavelmente de acordo com a natureza desta idéia arquetípica central. Considerando-se as características internas comuns a Shakespeare e à Bíblia, observa-se que toda a literatura pode ser dividida em duas classes – sagrada e secular. Acredita-se que a literatura sagrada provenha de uma fonte de inspiração mais alta que a secular. Acredita-se que a sabedoria divina tenha encontrado expressão nas bíblias do mundo numa maneira mais direta e imediata do que qualquer outra literatura. Em outras palavras, é uma parte da crença religiosa de todos os povos que, nas sagradas escrituras, Deus estabelece uma comunicação direta com o homem, revelando-se a Si Mesmo de um modo especial e comunicando, àqueles desejosos de recebê-los, mistérios pertinentes à vida espiritual interna e modos e maneiras pelas quais o homem progressivamente desdobra sua divindade latente. Com este conceito geral, o esoterista concorda plenamente. Há, no entanto, quem afirme que a distinção geralmente feita entre literatura sagrada e secular é puramente arbitrária e que, enquanto a classificação serve para um propósito útil, existe uma linha firme de demarcação como muitas pessoas acreditam. Aqueles que mantêm este ponto de vista acreditam que a única diferença entre as duas classes é sutil, uma fundindo-se imperceptivelmente dentro da outra. Sustentando esta posição, eles sinalizam que elementos humanos certamente se introduziram nas escrituras sagradas e que as verdades sagradas recebem frequentemente expressão superlativa na literatura secular. Neste ponto, Swedenborg argumenta dizendo que, enquanto é verdade que a diferença é tênue, há um grau discreto. Isto quer dizer que há um ponto na escala ascendente de valores no qual um novo fator entra e um novo princípio se torna operante, e que resulta em trazer algo novo. Por exemplo, toda vida é una, mas nem tudo o que vive é humano. Há vida na planta e no animal. Mas, quando uma planta adquire a faculdade de sentir dor e prazer e se torna capaz de locomover-se, ela se torna animal; e quando um animal adquire as faculdades racionais da mente, ele se torna humano. Graus discretos marcam a distinção entre reinos da vida e da natureza. Aplicando isto à literatura, Swedenborg observou que um grau discreto divide a literatura sacra da secular. A literatura sacra é, em princípio, puramente religiosa. Mas nem todos os trabalhos religiosos são escrituras sacras. Para serem assim qualificadas, eles têm que lidar com assuntos espirituais e também possuir um certo conteúdo interno. Isto é, escondido debaixo da forma externa e envolto em história e biografia, é necessário haver na fábula e na parábola uma estrutura espiritual, um conteúdo esotérico, claramente perceptível àqueles que desenvolveram em si o conhecimento espiritual necessário, mas irreconhecível por aqueles que não vêem “mais do que seus olhos podem ver”. Escrituras sagradas, além disso, são registros da vida, trabalho e/ou ensinamentos de grandes Salvadores do mundo. Consequentemente, elas lidam exclusivamente com os mistérios espirituais mais profundos que o homem consegue alcançar. Resumindo, podemos dizer que a literatura que lida com a vida espiritual e é construída em torno de Mestre e Salvadores do mundo, e, além disso, se revestem de uma estrutura baseada nos mistérios, torna-se, em virtude destes vários atributos e elementos, escrituras sagradas. Todas as outras literaturas têm menor classificação. Voltando à análise da literatura não sagrada, encontraremos, por sua vez, que ela se divide em duas. Na primeira, temos a literatura que é possuidora de um sentido “interno”; na segunda, o “externo” somente. A primeira, como as escrituras sagradas, está fundamentada nos Mistérios e contém, na sua forma externa, um véu de Sabedoria Arcana claramente organizada, enquanto que na outra classe tal esoterismo não está presente. Para o esoterista, portanto, tal distinção que fizemos não é aceita como sendo válida pela simples razão que a existência à qual chamamos de Gnose Divina ou Doutrina Secreta é completamente irreconhecível. Há trabalhos sobre assuntos espirituais, experiência religiosa e mesmo sobre os Mistérios que não possuem este sentido interno. Eles podem ser trabalhos altamente inspirados, contudo somente simplesmente estruturados. Por outro lado, temos trabalhos como os dramas de Shakespeare que o mundo não reconhece como literatura “espiritual”, mas que, em virtude de sua dupla estrutura, cultuam um compêndio de Sabedoria Iniciática só comparável a das sagradas escrituras. Daí, a Bíblia Laica. A verdadeira autoria dos trabalhos que levam o nome de Shakespeare pode ser percebida atrás do véu que esconde os Guardiães dos Mistérios. Lá, podem ser encontrados os Iluminados da raça, os custódios da Sabedoria Sem Idade, donos da verdade que liberta o homem. Lá, irreconhecíveis e desconhecidos para a maioria da humanidade, está aquele grupo de exaltados Seres, a quem chamamos de Irmãos Maiores, que realizam no mundo, de tempos em tempos, através de adequados e qualificados instrumentos humanos, revelações muito necessárias para seu desenvolvimento. É neles que devemos procurar o altíssimo impulso criativo que se manifestou na Europa como Renascença e encontrou sua primeira expressão inglesa nas brilhantes luzes literárias da Era Elizabetana - o maior deles foi Shakespeare. Então, Shakespeare transforma-se num elo da cadeia de mediadores inspirados através dos quais a raça humana adquire posse de um conhecimento sempre crescente dos divinos Mistérios. As obras de Shakespeare, assim como os dramas musicais de Wagner, o Fausto de Goethe, a Divina Comédia de Dante e muitos outros livros de igual valor, são designados esotéricos, embora de leitura exotérica. Eles são comunicações diretas dos centros planetários da Divina Sabedoria. No caso de Shakespeare, a fonte foi a Escola Rosa Cruz da Sabedoria Ocidental. Para o esoterista, nenhuma outra evidência disto é necessária senão os trabalhos mesmos. Mas, sinais específicos, ocultamente transmitidos, estão também presentes nos dramas. Em “Love´s Labour´s Lost” (Trabalhos de Amores Perdidos), uma cena completa é dedicada à revelação da conexão Rosacruz, mas está tão engenhosamente envolvida na brincadeira das palavras que só possuindo a chave para o seu significado velado se poderá ler corretamente. A cena se fecha com um comentário dirigido ao “Goodman Dull”, representante da multidão que nada percebe e que durante toda a cena não falou uma só palavra. “Não”, vem sua resposta, “ nem entendi nada”. Shakespeare foi chamado de “A Máscara Rosacruciana”. Max Heindel é a autoridade para a citação de que as obras que trazem o nome de Shakespeare e aquelas que trazem o nome de Bacon foram influenciadas pelo mesmo Iniciado Rosacruz. Outros escritores ocultistas apontam para uma conclusão similar. Na classe de literatura que aqui descrevemos, os dramas de Shakespeare se mantêm supremos. Não são trabalhos religiosas. Não são cristãos, nem budistas ou escrituras hindus. Eles são o que chamamos de dramas seculares ou peças mundiais, se preferir, mas tão transcendentes em sua beleza e tão luminosos em seu conteúdo interno que têm cativado milhões de espectadores durante suas apresentações ininterruptas nos palcos do mundo desde sua primeira aparição há centenas de anos atrás. As pessoas vêem e lêem as peças por prazer e lazer. Fazendo isso, elas se expõem a uma mágica que, por sua natureza, trabalha no seu interior despertando modelos básicos do bem, da verdade e da beleza, impregnando com impulsos que elevam no caminho em direção a Deus. A influência mágica que esses trabalhos exercem deriva daquele elemento que fluiu para dentro deles vindo de níveis super-humanos. Estes elementos são puramente espirituais. É a sua presença nos dramas que verdadeiramente faz das peças de Shakespeare a Bíblia Laica da humanidade.

sábado, 1 de fevereiro de 2020

Oração do Pai Nosso no Zodíaco por Corinne Heline.

Oração do Pai Nosso no Zodíaco por Corinne Heline A Oração do Pai Nosso pode ser sintonizada com o Zodíaco através das duodécuplas invocações às doze Hierarquias Criadoras que circundam o nosso Sistema Solar, invocando suas bênçãos sobre o planeta Terra e todos os que nela habitam. O Pai Nosso no Zodíaco Pai Nosso que estais no Céu [Invocação ao Sol Central] Santificado seja o Vosso Nome [Áries - Princípio] Venha a nós o Vosso Reino [Touro - Harmonia] Seja feita a Vossa Vontade Assim na Terra como no Céu [Gêmeos - Polaridade] O pão nosso de cada dia nos dai hoje [Câncer - Fecundidade] Perdoai as nossas ofensas [Leão - Amor] Assim como perdoamos os que nos têm ofendido [Virgem - Discriminação] Não nos deixeis cair em tentação [Libra - Equilíbrio] Livrai-nos de todo mal [Escorpião- Transmutação] Pois Vosso é o Reino [Sagitário - Luz] O Poder [Capricórnio - Poder de Cristo] E a Glória [Aquário - Irmandade] Para todo o sempre. Amém. [Peixes - Culminação Divina, encerrando um ciclo cósmico]. Editado pela Fraternidade Rosacruz - Centro Autorizado

Do livro “Interpretação da Bíblia para a Nova Era” de Corinne Heline.Peixes.

Meditação de Mt. Ecclesia para o Mês Solar de Peixes (Do livro “Interpretação da Bíblia para a Nova Era” de Corinne Heline) Os egípcios, com seu fabuloso conhecimento a respeito da ciência das estrelas, criaram uma série de gravuras representando simbolicamente o caminho do Cristo Solar através dos doze signos do Zodíaco. Há duas importantes representações de Peixes no simbolismo do Tarô. Um representa um indivíduo sem sentidos, ilustrado por um homem enforcado, com um pé sobre o joelho oposto, formando assim uma cruz. A outra representação é uma alma iluminada simbolizada por um casal apaixonado em pé, de mãos dadas, e rodeado por uma grinalda de folhas verdes significando a imortalidade. A grinalda indica a ressurreição do Cristo planetário por ocasião do Equinócio da Primavera. Saint Germain comparou a influência deste signo a um cometa brilhante que, misteriosamente, corta o céu como um relâmpago e ilumina, momentaneamente, a Terra que flutua sobre um mar de cor escura, sob o qual acham-se duas mãos entrelaçadas. O símbolo astrológico de Peixes consiste de dois peixes um ao lado do outro, mas com as cabeças em direções contrárias. Um peixe apenas tem sido amplamente usado para simbolizar o Iniciado porque ele vive nas profundezas misteriosas. Na história de Jonas e da baleia, Jonas permaneceu três dias dentro do corpo do animal, uma alegoria da Iniciação. A história é uma descrição velada da introdução aos Mistérios Menores, conforme eram observados nos Templos pré-cristãos. Esse mesmo modelo é repetido na vida de Cristo, que passou três dias nos reinos internos da Terra durante o intervalo entre Sua Crucificação e Sua Ressurreição. Vale relembrar que o símbolo do peixe foi usado como uma senha entre os primeiros cristãos e por eles usado de vários modos como um símbolo místico. O signo de Peixes tem dois regentes, Júpiter e Netuno. Júpiter é o planeta da Lei e da Ordem. Sob sua influência, a Idade de Peixes testemunhou o desenvolvimento da Igreja Esotérica, da qual duas proeminentes características foram a água (Peixes) e o pão (Virgem). Cristo Jesus rasgou o véu diante do Templo da Iniciação no limiar da Idade de Peixes, abrindo a porta para “todo aquele que quisesse” entrar. Os que respondem a esse chamado ficam sob a influência de Netuno, o regente espiritual de Peixes. Sob Netuno, eles aprendem a percorrer o caminho que os conduz à libertação, o tipo de liberdade que pertence aos filhos de Deus, da qual Paulo falou. Em relação ao desenvolvimento do homem, o trabalho da Idade de Peixes tem sido direcionado para a purificação de sua natureza de desejo. Assim, vemos a batalha para o controle emocional e da alma como sendo a mais importante provação dos Santos medievais e dos personagens que aparecem nas lendas do Santo Graal. O mais elevado objetivo do trabalho de Peixes tem sido a transmutação das emoções básicas em poderes anímicos através da devoção, como ilustrado nas visões extasiadas dos religiosos devotos enclausurados. Peixes é o último dos doze signos do Zodíaco e contém o sumário final das experiências cármicas pertencentes a um completo ciclo de vida. Por esse motivo, ele tem sido chamado o signo das lágrimas e do sofrimento. Vênus, o planeta do amor pessoal, é exaltado em Peixes. Quando o amor pessoal dos nativos de Peixes é egoísta e possessivo, um Jardim de Getsêmane lhes é muito familiar. A nota chave bíblica de Peixes para esse aspecto é: “Seja feita a vossa Vontade e não a minha.” Só através de completa submissão e renúncia é que os portões do Jardim do Sofrimento serão fechados para sempre. Os dois peixes ligados que representam Peixes contêm um profundo significado esotérico. No seu mais alto significado, eles indicam um estado perfeito de equilíbrio. Nas duas colunas do corpo, o templo físico (os dois sistemas nervosos) a força da direita e da esquerda interagem em harmonia, estabelecendo o equilíbrio entre a cabeça e o coração. Através do sistema nervoso cérebro-espinhal, o espírito se comunica com o mundo objetivo e, através do sistema nervoso simpático, ele se comunica com o mundo subjetivo. Somente dois signos têm Júpiter e Netuno como seus planetas regentes: Câncer e Peixes. Júpiter governa as forças da alma e Netuno, os poderes do espírito. A peregrinação zodiacal sob Peixes irá unir a essência divina da alma com os poderes do espírito. Esse supremo ideal foi dado à humanidade pela Hierarquia de Câncer e sua consecução será consumada sob a orientação de Peixes. A humanidade perfeita fará sua morada na Constelação de Peixes, apropriadamente descrita por aquela figura de um homem e uma moça, de mãos dadas, dentro de uma grinalda sempre verde. Esses seres perfeitos fizeram jus à vida imortal e à eterna juventude. A nota chave bíblica de Peixes, primeiramente soada pela Hierarquia de Peixes no grande Fiat Criador, “Deus criou o homem à Sua imagem e semelhança”, ressoará então triunfalmente por toda a Terra. Uma antiga máxima astrológica declara que o nativo de Peixes está tão próximo do monte da pureza e da divindade, por um lado, e do abismo caótico da autodestruição, por outro, que tanto os anjos como os demônios permanecem a seu lado para apressá-lo na escolha do caminho a seguir. O hieróglifo acompanhando esta descrição é o de uma linda mulher. Um gênio acha-se ajoelhado a seus pés oferecendo-lhe as riquezas da Terra, enquanto um anjo paira sobre sua cabeça, oferecendo-lhe tesouros celestiais, retratando, assim, a natureza dual de Peixes. Os nativos desse signo podem planar nas alturas da inspiração e muitas das mais privilegiadas almas do mundo aí se encontram, mas ocorre freqüentemente que seus dons são desperdiçados através de suas indulgências para com as desenfreadas emoções do signo. Peixes é o décimo-segundo signo. Quem nasce sob essa configuração está completando uma série de vidas terrenas e está, por conseguinte, ocupado em limpar dívidas cármicas engendradas no passado. A vida do pisceano é usualmente rica em várias experiências e sobrecarregada de várias responsabilidades. Vênus, aqui exaltado, proclama que os sofrimentos de Peixes normalmente dão origem a obstinados comprometimentos pessoais. Peixes regenerado significa morte do eu pessoal e vida da alma imortal. A morte mística nesse signo ocorre sob as forças de Netuno, planeta da Iniciação. Os que passam através dessas experiências tornam-se pioneiros da Nova Idade. Meditação de Mt. Ecclesia para o Mês Solar de Peixes Fevereiro 20 a Março 20 Regência : Planetas Júpiter e Netuno As grandes verdades que os Ministros de Deus estão imprimindo nas Almas humanas , durante este mês solar, são as seguintes: Não existe vida que não seja vida de Deus. Assim sendo, somos unos com Ele e com todo outro Ser. Ao compreender isto, sentimos igual compaixão para com o amigo ou inimigo, porque sabemos que os dois se esforçam, consciente ou inconscientemente, por expressar a Beleza e o Poder de Deus. Só obedecendo às Leis gloriosas de Deus - como foram ensinadas pelo Cristo Senhor - poderemos ser liberados da dor, da pobreza e do pesar. Que nossa meditação durante este mês e nossa reflexão diária sejam, portanto, sobre: UNIDADE - COMPAIXÃO - OBEDIÊNCIA - LIBERAÇÃO e assim, progrediremos cada vez mais no caminho que nos conduz ao alto fim que nos espera. "E conhecereis a Verdade, e a Verdade vos tornará livres". -São João, 8:32