contos sol e lua

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domingo, 24 de maio de 2015

Êxodo – Capítulo 12

1 O Senhor disse a Moisés e a Arão, no Egito: 2 Este deverá ser o primeiro mês do ano para vocês. 3 Digam a toda a comunidade de Israel que no décimo dia deste mês todo homem deverá separar um cordeiro ou um cabrito, para a sua família, um para cada casa. 4 Se uma família for pequena demais para um animal inteiro, deve dividi-lo com seu vizinho mais próximo, conforme o número de pessoas e conforme o que cada um puder comer. 5 O animal escolhido será macho de um ano, sem defeito, e pode ser cordeiro ou cabrito. 6 Guardem-no até o décimo quarto dia do mês, quando toda a comunidade de Israel irá sacrificá-lo, ao pôr-do-sol. 7 Passem, então, um pouco do sangue nas laterais e nas vigas superiores das portas das casas nas quais vocês comerão o animal. 8 Naquela mesma noite comerão a carne assada no fogo, com ervas amargas e pão sem fermento. 9 Não comam a carne crua, nem cozida em água, mas assada no fogo: cabeça, pernas e vísceras. 10 Não deixem sobrar nada até pela manhã; caso isso aconteça, queimem o que restar. 11 Ao comerem, estejam prontos para sair: cinto no lugar, sandálias nos pés e cajado na mão. Comam apressadamente. Esta é a Páscoa do Senhor. 12 Naquela mesma noite passarei pelo Egito e matarei todos os primogênitos, tanto dos homens como dos animais, e executarei juízo sobre todos os deuses do Egito. Eu sou o Senhor! 13 O sangue será um sinal para indicar as casas em que vocês estiverem; quando eu vir o sangue, passarei adiante. A praga de destruição não os atingirá quando eu ferir o Egito. 14 Este dia será um memorial que vocês e todos os seus descendentes celebrarão como festa ao Senhor. Celebrem-no como decreto perpétuo. 15 Durante sete dias comam pão sem fermento. No primeiro dia tirem de casa o fermento, porque quem comer qualquer coisa fermentada, do primeiro ao sétimo dia, será eliminado de Israel. 16 Convoquem uma reunião santa no primeiro dia e outra no sétimo. Não façam nenhum trabalho nesses dias, exceto o da preparação da comida para todos. É só o que poderão fazer. 17 Celebrem a festa dos pães sem fermento, porque foi nesse mesmo dia que eu tirei os exércitos de vocês do Egito. Celebrem esse dia como decreto perpétuo por todas as suas gerações. 18 No primeiro mês comam pão sem fermento, desde o entardecer do décimo quarto dia até o entardecer do vigésimo primeiro. 19 Durante sete dias vocês não deverão ter fermento em casa. Quem comer qualquer coisa fermentada será eliminado da comunidade de Israel, seja estrangeiro, seja natural da terra. 20 Não comam nada fermentado. Onde quer que morarem, comam apenas pão sem fermento. 21 Então Moisés convocou todas as autoridades de Israel e lhes disse: Escolham um cordeiro ou um cabrito para cada família. Sacrifiquem-no para celebrar a Páscoa! 22 Molhem um feixe de hissopo no sangue que estiver na bacia e passem o sangue na viga superior e nas laterais das portas. Nenhum de vocês poderá sair de casa até o amanhecer. 23 Quando o Senhor passar pela terra para matar os egípcios, verá o sangue na viga superior e nas laterais da porta e passará sobre aquela porta, e não permitirá que o destruidor entre na casa de vocês para matá-los. 24 Obedeçam a estas instruções como decreto perpétuo para vocês e para os seus descendentes. 25 Quando entrarem na terra que o Senhor prometeu lhes dar, celebrem essa cerimônia. 26 Quando os seus filhos lhes perguntarem: “O que significa esta cerimônia?”, 27 respondam-lhes: É o sacrifício da Páscoa ao Senhor, que passou sobre as casas dos israelitas no Egito e poupou nossas casas quando matou os egípcios. Então o povo curvou-se em adoração. 28 Depois os israelitas se retiraram e fizeram conforme o Senhor tinha ordenado a Moisés e a Arão. 29 Então, à meia-noite, o Senhor matou todos os primogênitos do Egito, desde o filho mais velho do faraó, herdeiro do trono, até o filho mais velho do prisioneiro que estava no calabouço, e também todas as primeiras crias do gado. 30 No meio da noite o faraó, todos os seus conselheiros e todos os egípcios se levantaram. E houve grande pranto no Egito, pois não havia casa que não tivesse um morto. 31 Naquela mesma noite o faraó mandou chamar Moisés e Arão e lhes disse: Saiam imediatamente do meio do meu povo, vocês e os israelitas! Vão prestar culto ao Senhor, como vocês pediram. 32 Levem os seus rebanhos, como tinham dito, e abençoem a mim também. 33 Os egípcios pressionavam o povo para que se apressasse em sair do país, dizendo: “Todos nós morreremos!” 34 Então o povo tomou a massa de pão ainda sem fermento e a carregou nos ombros, nas amassadeiras embrulhadas em suas roupas. 35 Os israelitas obedeceram à ordem de Moisés e pediram aos egípcios objetos de prata e de ouro, bem como roupas. 36 O Senhor concedeu ao povo uma disposição favorável da parte dos egípcios, de modo que lhes davam o que pediam; assim eles despojaram os egípcios. 37 Os israelitas foram de Ramessés até Sucote. Havia cerca de seiscentos mil homens a pé, além de mulheres e crianças. 38 Grande multidão de estrangeiros de todo tipo seguiu com eles, além de grandes rebanhos, tanto de bois como de ovelhas e cabras. 39 Com a massa que haviam trazido do Egito, fizeram pães sem fermento. A massa não tinha fermentado, pois eles foram expulsos do Egito e não tiveram tempo de preparar comida. 40 Ora, o período que os israelitas viveram no Egito[20] foi de quatrocentos e trinta anos. 41 No dia em que se completaram os quatrocentos e trinta anos, todos os exércitos do Senhor saíram do Egito. 42 Assim como o Senhor pas­sou em vigília aquela noite para tirar do Egito os israelitas, estes também devem passar em vigília essa mesma noite, para honrar o Senhor, por todas as suas gerações. 43 Disse o Senhor a Moisés e a Arão: Estas são as leis da Páscoa: Nenhum estrangei­ro poderá comê-la. 44 O escravo comprado poderá comer da Páscoa, depois de circuncidado, 45 mas o residente temporário e o trabalhador contratado dela não comerão. 46 Vocês a comerão numa só casa; não levem nenhum pedaço de carne para fora da casa, nem quebrem nenhum dos ossos. 47 Toda a comunidade de Israel terá que celebrar a Páscoa. 48 Qualquer estrangeiro residente entre vocês que quiser celebrar a Páscoa do Senhor terá que circuncidar todos os do sexo masculino da sua família; então poderá participar como o natural da terra. Nenhum incircunciso poderá participar. 49 A mesma lei se aplicará ao natural da terra e ao estrangeiro residente. 50 Todos os israelitas fizeram como o Senhor tinha ordenado a Moisés e a Arão. 51 No mesmo dia o Senhor tirou os israelitas do Egito, organizados segundo as suas divisões.

quarta-feira, 20 de maio de 2015

PACIÊNCIA.

Ah! Se vendessem paciência nas farmácias e supermercados... Muita gente iria gastar boa parte do salário nessa mercadoria tão rara hoje em dia. Por muito pouco a madame que parece uma "lady" solta palavrões e berros que lembram as antigas "trabalhadoras do cais"... E o bem comportado executivo? O "cavalheiro" se transforma numa "besta selvagem" no trânsito que ele mesmo ajuda a tumultuar... Os filhos atrapalham, os idosos incomodam, a voz da vizinha é um tormento, o jeito do chefe é demais para sua cabeça, a esposa virou uma chata, o marido uma "mala sem alça". Aquela velha amiga uma "alça sem mala", o emprego uma tortura, a escola uma chatice. O cinema se arrasta, o teatro nem pensar, até o passeio virou novela. Outro dia, vi um jovem reclamando que o banco dele pela internet estava demorando a dar o saldo, eu me lembrei da fila dos bancos e balancei a cabeça, inconformado... Vi uma moça abrindo um e-mail com um texto maravilhoso e ela deletou sem sequer ler o título, dizendo que era longo demais. Pobres de nós, meninos e meninas sem paciência, sem tempo para a vida, sem tempo para Deus. A paciência está em falta no mercado, e pelo jeito, a paciência sintética dos calmantes está cada vez mais em alta. Pergunte para alguém, que você saiba que é "ansioso demais" onde ele quer chegar? Qual é a finalidade de sua vida? Surpreenda-se com a falta de metas, com o vago de sua resposta. E você? Onde você quer chegar? Está correndo tanto para quê? Por quem? Seu coração vai agüentar? Se você morrer hoje de infarto agudo do miocárdio o mundo vai parar? A empresa que você trabalha vai acabar? As pessoas que você ama vão parar? Será que você conseguiu ler até aqui? Respire... Acalme-se... O mundo está apenas na sua primeira volta e, com certeza, no final do dia vai completar o seu giro ao redor do sol, com ou sem a sua paciência... NÃO SOMOS SERES HUMANOS PASSANDO POR UMA EXPERIÊNCIA ESPIRITUAL... SOMOS SERES ESPIRITUAIS PASSANDO POR UMA EXPERIÊNCIA HUMANA... Paulo Roberto Gaefke.

Anjo sem asas.

Sou anjo caído na estrada Ajoelhado, com as asas quebradas Nos olhos a amargura da solidão Uma flecha pontiaguda atravessou o meu coração! Meus dias estão incertos Eu danifiquei a máscara Meu rosto está descoberto Como voltar para casa? Eu sou um vento frio! Um pote vazio Chuva gelada Caminhos tortuosos na estrada Quem passa não me vê E quem me vê só quer me esquecer Eu sou predestinado à solidão Guardo os meus segredos no coração Eu sou a canção que ninguém cantou Restos do amor que se acabou Eu sou a lágrima do humilhado Um espírito cansado Eu sou como a porta do cemitério Todos os que entram nela, temem ir para o inferno Eu sou o mistério que lhe tira o sono Sou a angústia do abandono! Anjo que não consegue e não quer voar Sem as asas onde estão os motivos para sonhar? A noite cai e as estrelas sumiram do céu, escureceu! Esqueceram de mim e este destino é só meu! janete sales.

Saudades. Clarice Lispector.

Sinto saudades de tudo que marcou a minha vida. Quando vejo retratos, quando sinto cheiros, quando escuto uma voz, quando me lembro do passado, eu sinto saudades. Sinto saudades de amigos que nunca mais vi, de pessoas com quem não mais falei ou cruzei... Sinto saudades da minha infância, do meu primeiro amor, do meu segundo, do terceiro, do penúltimo e daqueles que ainda vou ter, se Deus quiser... Sinto saudades do presente, que não aproveitei de todo, lembrando do passado e apostando no futuro... Sinto saudades do futuro, que se idealizado, provavelmente não será do jeito que eu penso que vai ser... Sinto saudades de quem me deixou e de quem eu deixei! De quem disse que viria e nem apareceu; de quem apareceu correndo, sem me conhecer direito, de quem nunca vou ter a oportunidade de conhecer. Sinto saudades dos que se foram e de quem não me despedi direito! Daqueles que não tiveram como me dizer adeus; de gente que passou na calçada contrária da minha vida e que só enxerguei de vislumbre! Sinto saudades de coisas que tive e de outras que não tive mas quis muito ter! Sinto saudades de coisas que nem sei se existiram. Sinto saudades de coisas sérias, de coisas hilariantes, de casos, de experiências... Sinto saudades do cachorrinho que eu tive um dia e que me amava fielmente, como só os cães são capazes de fazer! Sinto saudades dos livros que li e que me fizeram viajar! Sinto saudades dos discos que ouvi e que me fizeram sonhar, Sinto saudades das coisas que vivi e das que deixei passar, sem curtir na totalidade. Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que... não sei onde... para resgatar alguma coisa que nem sei o que é e nem onde perdi... Vejo o mundo girando e penso que poderia estar sentindo saudades Em japonês, em russo, em italiano, em inglês... mas que minha saudade, por eu ter nascido no Brasil, só fala português, embora, lá no fundo, possa ser poliglota. Aliás, dizem que costuma-se usar sempre a língua pátria, espontaneamente quando estamos desesperados... para contar dinheiro... fazer amor... declarar sentimentos fortes... seja lá em que lugar do mundo estejamos. Eu acredito que um simples "I miss you" ou seja lá como possamos traduzir saudade em outra língua, nunca terá a mesma força e significado da nossa palavrinha. Talvez não exprima corretamente a imensa falta que sentimos de coisas ou pessoas queridas. E é por isso que eu tenho mais saudades... Porque encontrei uma palavra para usar todas as vezes em que sinto este aperto no peito, meio nostálgico, meio gostoso, mas que funciona melhor do que um sinal vital quando se quer falar de vida e de sentimentos. Ela é a prova inequívoca de que somos sensíveis! De que amamos muito o que tivemos e lamentamos as coisas boas que perdemos ao longo da nossa existência...

O PRIMEIRO BEIJO.

Os dois mais murmuravam que conversavam: havia pouco iniciara-se o namoro e ambos andavam tontos, era o amor. Amor com o que vem junto: ciúme. - Está bem, acredito que sou a sua primeira namorada, fico feliz com isso. Mas me diga a verdade, só a verdade: você nunca beijou uma mulher antes de me beijar? Ele foi simples: - Sim, já beijei antes uma mulher. - Quem era ela? perguntou com dor. Ele tentou contar toscamente, não sabia como dizer. O ônibus da excursão subia lentamente a serra. Ele, um dos garotos no meio da garotada em algazarra, deixava a brisa fresca bater-lhe no rosto e entrar-lhe pelos cabelos com dedos longos, finos e sem peso como os de uma mãe. Ficar às vezes quieto, sem quase pensar, e apenas sentir - era tão bom. A concentração no sentir era difícil no meio da balbúrdia dos companheiros. E mesmo a sede começara: brincar com a turma, falar bem alto, mais alto que o barulho do motor, rir, gritar, pensar, sentir, puxa vida! como deixava a garganta seca. E nem sombra de água. O jeito era juntar saliva, e foi o que fez. Depois de reunida na boca ardente engulia-a lentamente, outra vez e mais outra. Era morna, porém, a saliva, e não tirava a sede. Uma sede enorme maior do que ele próprio, que lhe tomava agora o corpo todo. A brisa fina, antes tão boa, agora ao sol do meio dia tornara-se quente e árida e ao penetrar pelo nariz secava ainda mais a pouca saliva que pacientemente juntava. E se fechasse as narinas e respirasse um pouco menos daquele vento de deserto? Tentou por instantes mas logo sufocava. O jeito era mesmo esperar, esperar. Talvez minutos apenas, enquanto sua sede era de anos. Não sabia como e por que mas agora se sentia mais perto da água, pressentia-a mais próxima, e seus olhos saltavam para fora da janela procurando a estrada, penetrando entre os arbustos, espreitando, farejando. O instinto animal dentro dele não errara: na curva inesperada da estrada, entre arbustos estava... o chafariz de onde brotava num filete a água sonhada. O ônibus parou, todos estavam com sede mas ele conseguiu ser o primeiro a chegar ao chafariz de pedra, antes de todos. De olhos fechados entreabriu os lábios e colou-os ferozmente ao orifício de onde jorrava a água. O primeiro gole fresco desceu, escorrendo pelo peito até a barriga. Era a vida voltando, e com esta encharcou todo o seu interior arenoso até se saciar. Agora podia abrir os olhos. Abriu-os e viu bem junto de sua cara dois olhos de estátua fitando-o e viu que era a estátua de uma mulher e que era da boca da mulher que saía a água. Lembrou-se de que realmente ao primeiro gole sentira nos lábios um contato gélido, mais frio do que a água. E soube então que havia colado sua boca na boca da estátua da mulher de pedra. A vida havia jorrado dessa boca, de uma boca para outra. Intuitivamente, confuso na sua inocência, sentia intrigado: mas não é de uma mulher que sai o líquido vivificador, o líquido germinador da vida... Olhou a estátua nua. Ele a havia beijado. Sofreu um tremor que não se via por fora e que se iniciou bem dentro dele e tomou-lhe o corpo todo estourando pelo rosto em brasa viva. Deu um passo para trás ou para frente, nem sabia mais o que fazia. Perturbado, atônito, percebeu que uma parte de seu corpo, sempre antes relaxada, estava agora com uma tensão agressiva, e isso nunca lhe tinha acontecido. Estava de pé, docemente agressivo, sozinho no meio dos outros, de coração batendo fundo, espaçado, sentindo o mundo se transformar. A vida era inteiramente nova, era outra, descoberta com sobressalto. Perplexo, num equilíbrio frágil. Até que, vinda da profundeza de seu ser, jorrou de uma fonte oculta nele a verdade. Que logo o encheu de susto e logo também de um orgulho antes jamais sentido: ele... Ele se tornara homem. Clarice Lispector.

domingo, 17 de maio de 2015

O Corpo de Pecado – A Autopossessão.

Há uma região (a inferior do Mundo do Desejo) que é o ambiente em que se movem os espíritos errantes. Neste plano eles estabelecem uma íntima ligação com as pessoas "vivas" que sejam mais facilmente influenciáveis. Geralmente, permanecem nestas condições durante cinquenta, sessenta ou setenta e cinco anos. Já observámos casos em que tais infelizes permaneceram séculos no ambiente físico. Tanto quanto foi possível investigar, parece não haver limite para o que possam fazer. Nem se pode prever, com segurança, quando possam deixar de actuar, por obsessão ou sugestão. Deste comportamento resulta uma tremenda responsabilidade da qual não poderão fugir, uma vez que o corpo vital reflecte e grava profundamente, no corpo de desejos, o registo de todas as acções. Quando, finalmente, abandonarem a vida errante, é que iniciam a existência purgatorial. E aí encontrarão o merecido castigo. O sofrimento destas pessoas é, naturalmente, proporcional ao tempo em que estiveram nestas condições, depois da morte do corpo físico. O corpo-de-pecado é o veículo formado pelos corpos vital e desejos amalgamados. Não se desintegra tão facilmente como os outros, quando é abandonado pelo espírito. Quando este espírito renasce, atrai naturalmente o seu corpo-de-pecado. Vive com ele, geralmente, durante toda a vida, como um demónio. As investigações efectuadas revelam que este tipo de criaturas sem alma, eram abundantes nos tempos bíblicos. O Salvador referia-se-lhes chamando-lhes "demónios". São a causa de diversas obsessões e doenças físicas (erradamente atribuídas por vezes a outros espíritos). Ainda hoje, uma boa parte do Sul da Europa e Oriente é prejudicada pela sua influência. Em África, há tribos inteiras que, por causa das suas práticas de magia negra, arrastam consigo estes tenebrosos espectros. O mesmo se pode dizer dos indígenas da América do Sul. No entanto, o mal não é um exclusivo dos povos menos desenvolvidos. Encontramos esses demónios mesmo entre os habitantes dos países ditos civilizados, no Norte da Europa e na América tanto do Norte como do Sul. A sua forma é, porém, menos repugnante do que nos casos atrás citados, frequentemente associados a práticas abomináveis. A possibilidade de a guerra contribuir para que os corpos vital e de desejos se pudessem unir fortemente entre si preocupou-nos imenso tempos atrás. Poderia originar o nascimento de legiões de monstros que afligissem as gerações futuras. Concluímos, todavia, com satisfação, que esse receio era infundado. A cristalização do corpo vital e a sua forte ligação ao corpo de desejos só acontece como resultado da perversidade, da vingança premeditada e quando se alimentam estes sentimentos por muito tempo. Os arquivos da Grande Guerra informam-nos até que, em alguns casos, os combatentes de ambos os lados, uma vez cessadas as hostilidades ou impedidos de permanecer em combate, se relacionavam normalmente sempre que para tal havia oportunidade. Por isso, ainda que a guerra seja causadora de enorme mortalidade, mesmo infantil, não pode ser acusada, no entanto, das penosas consequências da obsessão nem dos crimes induzidos por esses tenebrosos corpos-de-pecado. Os corpos-de-pecado abandonados permanecem normal e preferencialmente nas regiões etéreas inferiores. A sua densidade coloca-os no limiar da visão física. Algumas vezes materializam-se, atraindo alguns constituintes do ar, até se tornarem perfeitamente visíveis às suas vítimas. Max Heindel.

A Lei da Causa e Consequência Introdução .

Há três leis básicas que regem os destinos do Homem e do Universo – evolução, reincarnação e consequência. A lei da consequência é a reguladora das outras duas. É a lei da causa e consequência – "quem semeia ventos colhe tempestades" – isto é, determinadas causas trazem determinados resultados. As desigualdades da vida podem ser explicadas pelas leis do renascimento e consequência. Harmonizam-se perfeitamente com a concepção de um Deus justo e bom. Essas leis podem ajudar-nos a evoluir, emancipando-nos das condições actuais e a adquirirmos um grau mais evoluído de desenvolvimento. O que somos, o que temos, todas as boas qualidades, são o resultado das acções passadas. Estamos agora a preparar o nosso futuro. Em vez de nos lamentar por falta de uma determinada faculdade que gostaríamos de ter, devemos trabalhar para a adquirir no futuro. A lei da causa e consequência preside aos renascimentos. Nenhuma existência está isolada. Cada vida é o fruto de todas as vidas que a precederam, o gérmen de todas as que vão seguir-se, no conjunto total das vidas de que se compõe a existência contínua da individualidade humana. Não existe nem "acaso" nem "acidente". Cada acontecimento está ligado às causas antecedentes e aos efeitos subsequentes. Pensamentos, acções, circunstâncias, procedem do passado e influem no futuro. Esta lei explica como o homem se pode tomar dono do seu destino, já que este destino se rege por leis. Assim, a inteligência pode colocar na mão do homem o poder de reger o seu futuro, determinando igualmente o seu futuro carácter e as suas circunstâncias futuras. 1. A Lei de Causa e Consequência. O conhecimento da lei da consequência pode parecer conduzir a uma paralisia onde se encara o destino como uma fatalidade; mas, na realidade, torna-se uma força inspiradora, uma alavanca, com o auxílio da qual o homem consegue elevar-se e evoluir. O essencial é que o Homem gera o seu próprio destino, formando paralelamente as suas faculdades e limitações. Trabalhando constantemente, por meio das faculdades por ele criadas, e sob o peso das limitações que a si próprio impôs, permanece sempre um único indivíduo, dotado do poder de aumentar as suas faculdades ou de diminuí-las, de ampliar as suas limitações ou restringi-las. Ele mesmo forjou as cadeias que o prendem; mas pode limá-las ou fazê-las cair, ou fortalecê-las cada vez mais. Somos todos senhores do nosso futuro, por mais obstáculos que encontremos no presente, fruto do passado. A lei da consequência foi inicialmente formalizada por S. Paulo "Não vos enganeis; Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o Homem semear, colherá – Epístola aos Gálatas V1,7. O Homem emite continuamente forças em todos os planos em que actua e estas forças são por si mesmas efeitos da sua actividade passada, sendo ao mesmo tempo, causas que ele põe em acção em cada um dos mundos que habita. Produzem efeitos determinados quer sobre o próprio Homem, quer sobre os outros. À medida que estas causas, que nascem do Homem como centro, irradiam sobre todo o campo da sua actividade, ela não deixa de ser responsável pelos resultados por elas gerados. Assim como um íman possui um campo magnético – espaço no qual todas as forças entram em acção, grandes ou pequenas, conforme a própria potência, assim também cada Homem possui um campo de influência, onde agem as forças por ele emitidas. Estas forças transmitem-se em linhas curvas, que se voltam para aquele que as emite, atingindo o centro de onde emanaram. A lei de causa e efeito opera constantemente, determinando o nosso destino. Mª Fátima Capela

A Lei da Causa e Consequência II Parte 2. As Causas do Destino..

Na sua vida normal, o homem emite 3 géneros de energia, pertencentes aos três mundos que habita (consideraram-se apenas os três mundos inferiores: Físico, de Desejos e do Pensamento, onde presentemente tem lugar a evolução do homem). No Mundo do Pensamento as energias mentais dão origem às causas, que podemos chamar pensamentos. No Mundo dos Desejos, as energias emocionais, geram causas chamadas desejos. No Mundo Físico, as energias físicas são suscitadas pelas anteriores e designam-se acções. Estudando estas três classes de energias, podemos estabelecer a distinção entre os seus efeitos sobre os outros seres que se encontram na sua esfera de influência. Cada força age no seu próprio mundo e reage nos mundos inferiores proporcionalmente à sua intensidade. Estes três tipos de energias exercem os seus efeitos, por um lado sobre o seu criador e, por outro lado, sobre tudo o que sofre a sua influência. A primeira classe de energia, o pensamento, é o mais importante factor de criação de "destino humano", porque manifesta a operação das energias do Ego na matéria mental, matéria cujas mais subtis modalidades formam o próprio veículo da individualidade. As vibrações que podem designar-se por pensamentos, consequência directa da actividade pensante do ego, funcionam no seu veículo do Mundo do Pensamento, ou corpo mental, dando origem a formas de substância mental ou imagens mentais, que modelam e organizam o corpo mental do Ego. Nenhum poder de raciocínio, nenhuma faculdade mental existe, que não tenha sido criada pelo próprio Homem, com o auxílio de pensamentos pacientemente repetidos. Por outro lado, não há uma única das imagens mentais assim criadas que se perca. Todas contribuem para a formação das faculdades do ego. O conjunto de um grupo qualquer de imagens mentais serve para construir uma faculdade correspondente, que se desenvolve, cada vez que se cria uma imagem mental da mesma natureza. Conhecendo esta lei, o Homem pode gradualmente construir o carácter mental que deseje possuir. Esta faculdade mantém-se no homem, vida após vida. O homem traz consigo esta faculdade quando renasce no Mundo Físico. Uma grande parte do cérebro do seu novo corpo é organizada de modo a servir esta faculdade. Todas as faculdades adquiridas constituem o seu corpo de pensamento, que obtém um corpo físico conformado de modo a fornecer ao corpo de pensamento os meios de expressão de que tem necessidade no Mundo Físico. Assim, as imagens mentais, criadas numa vida, aparecem como tendências ou inclinações mentais nas vidas seguintes. Esta lei põe completamente na nossa mão a edificação do nosso carácter mental. Se o construirmos bem, as vantagens e o bem recairão sobre nós; se o construirmos mal, desgostos cairão sobre nós. O carácter mental é um exemplo do destino individual, na sua acção sobre o indivíduo que o criou. Este indivíduo age pelo seu pensamento, sobre outros seres, porque as imagens mentais construídas pelo seu corpo de pensamento, dão origem no espaço ambiente, a vibrações da mesma ordem. Os pensamentos, tendo na sua composição também matéria do Mundo de Desejos, tomam-se formas secundárias, que se destacam do ser que as criou, para terem uma existência mais ou menos independente, permanecendo, no entanto, em ligação com o ser por meio dum laço magnético. Entram em contacto com outros indivíduos, sobre que actuam, estabelecendo laços de destino entre si. Influem portanto, em larga escala, sobre o meio ambiente futuro, do indivíduo considerado. Criam-se assim laços, que em vidas posteriores, vão atrair ao mesmo grupo, certas pessoas, para o seu bem ou para o seu mal. São estes laços que formam os nossos parentescos, os nossos amigos e inimigos, pondo no nosso caminho os que são destinados a ajudar-nos ou dificultar-nos, os nossos benfeitores ou os que procuram prejudicar-nos. Por isso há quem nos tenha amor nesta vida sem que nada tenhamos feito para isso, enquanto do mesmo modo, outros não gostam de nós. Em conclusão, pode dizer-se que, ao mesmo tempo que os nossos pensamentos, agindo sobre nós mesmos, geram o nosso carácter mental e moral, servem também para determinar, pela sua acção sobre os outros, os nossos futuros associados humanos. A segunda classe de energias, destina-se a despertar a atracção por objectos do mundo exterior: são os nossos desejos. Os desejos, agindo sobre aquele que lhes deu origem, constróem e organizam o seu corpo de desejos. São a causa dos sofrimentos do homem depois da morte, e determinam a natureza do seu corpo de desejos na próxima encarnação. Quando os desejos são brutais, imundos e cruéis, são causa de doenças congénitas, cérebros fracos e doentios. O Ego, cujo corpo de desejos tiver este tipo de desejos, pode ficar retido muito tempo no Mundo de Desejos e retardar assim a sua reencarnação e a sua evolução. Os desejos, forças de exteriorização que se prendem aos objectos externos, atraem sempre o Homem para um meio onde possam obter satisfação. O desejo de coisas terrestres prende o Ego ao mundo exterior, atraindo-a para o local em que estes objectos ambicionados sejam mais fáceis de obter. Os desejos são uma das causas determinantes do lugar de reencarnação. As imagens criadas pelos desejos, exercem sobre os nossos semelhantes uma acção análoga às imagens da mesma natureza, produzidas pelo nosso pensamento. Os desejos também nos ligam aos outros seres, por laços poderosos de amor e ódio. Num Homem vulgar, os desejos são geralmente mais fortes e mais firmes que os seus pensamentos. Representam por isso, um grande papel na determinação do meio familiar, nas vidas futuras e podem levar o Homem ao encontro de certas pessoas e influências, sem que possa suspeitar das relações que existem entre si mesmo e elas. Por exemplo: uma pessoa, ao emitir um desejo de vingança e ódio, pode contribuir para impulsionar outra a cometer um assassinato. O criador deste desejo, estará ligado, pelo seu destino, ao autor do crime, embora nunca se tenham encontrado no Mundo Físico. O mal feito a este homem, compelindo-o ao crime, resgatá-lo-á sob a forma de algum prejuízo, em que o criminoso terá o seu papel importante. Muitas vezes uma desgraça fulminante e inesperada, totalmente imerecida na aparência, é o efeito duma causa dessa natureza. Os nossos desejos, na sua acção sobre nós mesmos, formam a natureza do nosso corpo de desejos e influem poderosamente sobre o corpo fisíco da nossa próxima encarnação e representam um papel importante na determinação do nosso lugar de nascimento. Pela nossa acção sobre outros, concorrem para atrair em torno de nós, nalguma vida futura, seres humanos com os quais seremos associados. A terceira classe de energias manifesta-se no Mundo Físico sob a forma de acções, produzindo grande parte do destino, pelos seus efeitos sobre o meio circundante, mas afectando pouco o homem interior. As acções são efeitos dos pensamentos e dos desejos do passado, e o destino que elas representam fica na maior parte esgotado, à medida que se vão produzindo. Podem afectar o homem indirectamente, porque podem despeitar pensamentos novos, desejos e emoções mais vivos. As acções frequentemente repetidas, produzem no corpo físico um hábito cujo efeito é o de limitar a expressão do Ego no mundo exterior. Mas este hábito não sobrevive ao corpo e o destino de acção, quanto ao seu efeito sobre o Ego, fica restringido a uma única encarnação. Mª Fátima Capela

A Lei de Causa e Consequência (continuação).

2. As Causas do Destino. O ambiente, favorável ou desfavorável, em que viemos ao mundo, depende do efeito que as nossas acções passadas exerceram no meio, levando os outros à felicidade ou à miséria. Os efeitos físicos exercidos sobre outros pelos nossos actos físicos neutralízam-se na operação do destino, que nos envolverá em condições materiais, boas ou más, numa futura existência. Cada força opera no seu próprio mundo. Se um Homem semeia no Mundo Físico a felicidade para outros, colherá condições conducentes à sua própria felicidade neste mundo, e o motivo que presidiu à sua acção não intervirá no resultado. O motivo é uma força do Mundo do Pensamento ou do Mundo do Desejo, conforme procede da vontade ou do desejo, e por isso reage sobre o carácter mental e moral e sobre a natureza do corpo de desejos. O Homem, pelas suas acções, afecta os seus semelhantes no Mundo Físico. O Homem bom não escapará também do sofrimento físico, se espalhar a miséria física por acções erróneas, embora procedentes de um bom motivo. A miséria que ocasionou ser-lhe-á devolvida, no futuro, pelo meio físico que o rodear. Mas se o motivo é puro, enobrecendo o seu carácter, fará com que sobre si recaia uma fonte de felicidade, de forma que será paciente e sentir-se-á satisfeito, mesmo no meio da própria desgraça, porque sabe que está a pagar uma dívida que contraiu. A diferença entre o efeito do motivo e o efeito da acção material é devida ao facto de que cada força possui as características do mundo onde foi produzida. Quanto mais elevado for o mundo, mais poderosa e mais persistente será a força. O motivo é por isso, mais importante que a acção. Uma acção lamentável, nascida de um bom motivo, dá ao agente maior felicidade que uma boa acção procedente de um mau motivo. Este princípio geral de que a força pertence ao mundo no qual foi gerada tem um grande alcance. Se a força emitida tem por motivo a obtenção de objectos materiais, actua no Mundo Físico e prende a este mundo o seu criador. Se visar objectos celestes, opera no Mundo do Pensamento, ligando o seu autor a este mundo. 3. Tipos de Destino Individual Destino Maduro. Há três tipos de destino individual: destino maduro, que está prestes a manifestar-se na vida presente, sob a forma de acontecimentos inevitáveis; destino acumulado, que se manifesta pelas tendências resultantes da experiência acumulada e susceptíveis de serem modificadas, na vida presente, pelo próprio Ego que as criou no passado; e o destino actualmente em formação, que irá influir no carácter futuro e acontecimentos posteriores. É preciso ter também em conta que, na determinação do seu destino individual, o Homem estabelece relações com outros seres. Entra na composição de grupos diversos – raça, país, família – e participa, como parte co-responsável, do destino colectivo de cada um desses grupos. O destino maduro é o que está prestes a acontecer. É, por consequência, inevitável. De todo o destino do passado, uma certa porção somente pode ser esgotada no decorrer de uma existência, porque certas modalidades de destino são incompatíveis entre si e não poderiam ser executadas apenas num corpo físico. Há dívidas contraídas para com outros seres e nem todos eles se encontram simultaneamente numa mesma encarnação. Há dívidas que têm que ser pagas em determinado país ou em certa posição social, havendo também outras que exigem um meio inteiramente diferente. A parte do destino a saldar numa existência é escolhida pelos Senhores do Destino ou Anjos Arquivistas. O Ego é conduzido onde se deve encarnar – família, país, situação e corpo apropriados ao esgotamento do conjunto de causas escolhidas, destinadas a produzirem em conjunto, os seus efeitos. Estas causas determinam a duração da encarnação considerada e dão ao corpo as suas características, os seus poderes e limitações, levando ao encontro do indivíduo os Egos encarnados nesta época, para com as quais contraiu obrigações, cercando-o desta forma, de pais, amigos e inimigos de que é merecedor. Quando um Ego tem já uma certa evolução, é-lhe permitido ver o panorama das diferentes vidas com os respectivos pais, concedendo-se-lhe a liberdade de escolher entre eles, os seus novos genitores. Uma vez feita a escolha já não é possível voltar atrás, pois apenas tem liberdade de escolha em relação aos detalhes.Mª Fátima Capela.

A Lei de Causa e Consequência (continuação).

A Lei de Causa e Consequência (continuação) 3. Tipos de Destino Individual. O destino maduro pode ser decifrado por um astrólogo. Sobre ele já não se tem opção. Nada mais resta senão pagar as dívidas. Há ainda outra espécie de destino maduro – o das acções inevitáveis. Toda a acção é a expressão final duma série de pensamentos. Se repetirmos com perseverança pensamentos do mesmo género, por exemplo de vingança, acabaremos por atingir um ponto de saturação e o menor impulso fá-lo-á concretizar numa acção, que será provavelmente um crime. Se alimentarmos pensamentos de auxílio e protecção a alguém, até ao ponto de saturação, sob o impulso de uma ocasião favorável, cristalizar-se-ão em acções de heroísmo. Um Homem pode trazer consigo, ao nascer, algum destino maduro deste género. A menor vibração mental provoca a acção, independentemente da sua vontade. Quando se tenta repetidas vezes realizar uma acção, a sua vontade acaba por fixar-se e tornar possível a sua concretização. Podemos ser livres ao escolher os pensamentos, contrariando tendências antigas, pela renovação constante de pensamentos contrários. É aí que reside o livre arbítrio. O Homem, pelo exercício da sua vontade, pode destruir os hábitos maus por pensamentos de natureza oposta. Os maus hábitos são criados pela repetição de acções deliberadas e movidas pela vontade. O hábito torna-se uma limitação e a acção resultante é executada automaticamente. As formas-pensamento de outrora persistem e limitam a nossa capacidade mental, apresentando-se sob a forma de preconceitos individuais ou nacionais. Outra forma de destino maduro apresenta-se quando os maus pensamentos do passado formam em torno do Homem uma couraça de maus hábitos, que o oprimem e forçam a ter uma vida perversa. Estas acções são consequências inevitáveis do passado e ficaram como que suspensas, aguardando o momento favorável da sua manifestação, independentemente de entretanto o Ego ter progredido e desenvolvido qualidades. Após certo tempo este destino esgota-se e acontece então uma "conversão" súbita. Destino Acumulado. O destino acumulado manifesta-se pelo carácter e está sujeito a modificações. Consiste em tendências, fortes ou fracas, conforme a força mental que contribuiu para a sua formação. Estas tendências podem ser reforçadas ou atenuadas por novas correntes de força mental dirigidas no mesmo sentido ou no sentido contrário. Muitas vezes, arrastados pelo desejo, somos impotentes para vencer a tentação, porém, quanto mais tempo conseguirmos resistir-lhe, embora pouco depois sejamos dominados, mais perto estamos de conseguir eliminar o desejo. A resistência que opusermos destroi parte das energias negativas e em consequência, diminui a soma da sua intensidade para o futuro. Destino em Formação. O destino em formação é o que se cria a todos os momentos, ao mesmo tempo que se colhem os frutos de boas acções passadas ou se sofre consequências de faltas cometidas. O Homem, pelo conhecimento da lei da causa e consequência, pode fabricar o seu destino futuro e atenuar os efeitos de más acções passadas, pois uma boa acção, quer seja de ordem física, emocional ou mental; tem poderes para destruir centenas ou milhares de más acções da mesma categoria energética. Por meio desta lei o Homem aprende a conhecer o grau de responsabilidade emergente de cada uma das suas acções e também como ela reagirá sobre si no futuro. É na escolha dos pensamentos, dos desejos e das acções que se pode manifestar o livre arbítrio do Homem, condicionando deste modo o seu destino. O livre arbítrio existe devido à epigenésia, que é a qualidade que nos dá o poder de pôr em acção um número ilimitado de causas novas, que não estavam previstas nos nossos destinos, e que nos permitem ter o poder de escolher e de criar. O Homem é feito à imagem do Criador. Tem por isso, também, a possibilidade de criar. Para isso é necessário que tenha na sua aprendizagem, ao longo das sucessivas reencarnações, suficiente campo de acção para o emprego da sua capacidade inovadora e criativa, que lhe é conferida pela faculdade espiritual da epigenésia, que o capacita, por acção da vontade, para a escolha do seu caminho. Mais proveitoso, se a sua escolha for orientada para o bem, ou mais desditoso, se for orientado para o mal. Destino Colectivo. As forças do destino que agem sobre cada indivíduo na sua qualidade de membro de um grupo, introduzem um factor novo no seu destino individual. O destino de um grupo de homens é a resultante dos destinos dos indivíduos que fazem parte do grupo. Um Ego é atraído pelo seu destino individual, para uma família em consequência de ligações contraídas em vidas passadas que o prendem estreitamente a outros Egos, que formam a família. A raça, o país, os pais são escolhidos conforme as aptidões para fornecerem ao corpo Físico do Ego reencarnante, os materiais necessários e facilitar as circunstâncias mais propícias para resgatar as dívidas contraídas.Mª de Fátima Capela.

A Lei de Causa e Consequência (Conclusão)

A hereditariedade física produz certos tipos de fisionomias e serve para fazer evoluir algumas combinações materiais especiais, nomeadamente o desenvolvimento de certas faculdades ou de doenças hereditárias. Assim, um Ego, dotado de faculdades artísticas musicais, será levado a encarnar-se numa família de músicos. Um Ego que se deixou arrastar pelos excessos do seu corpo de desejos e de pensamento inferior, que se abandonou à embriaguez, será conduzido a encarnar-se numa família onde o sistema nervoso esteja enfraquecido pelos excessos; por exemplo, pais alcoólicos irão fornecer-lhe para invólucro físico materiais pouco saudáveis. A Eliminação do Destino. A acção é movida pelo desejo. Uma acção é executada com o fim de obter por meio dela o objecto desejado. O elemento que nos prende no destino é o desejo, e quando o Ego nada mais deseja sobre a terra ou nos mundos superiores, rompe os laços que o prendem à roda das reencarnações. Então a acção não tem mais nenhum poder sobre o Ego. Quando o Homem começa a aspirar à libertação, é-lhe ensinada a prática de "renúncia aos frutos da acção", aprende a suprimir gradualmente em si mesmo o desejo de posse do inútil. Primeiro priva-se deliberada e voluntariamente de um certo objecto, adquire o hábito de passar sem ele, sem sentir descontentamento. Depois de certo tempo, o objecto já não lhes faz mais falta. Percebe então, que o próprio desejo se desvaneceu. Uma vez atingida esta perfeição, não tendo mais desejos nem antipatias por nenhum objecto, o Homem não criará mais destino, nem será mais atraído para estes mundos. É a cessação do destino individual, na produção de novo destino. Outra maneira de cessar o destino criado no passado é por meio do conhecimento das vidas passadas, contrariando os maus pensamentos, opondo-lhes forças iguais e contrárias. Os que não possuem os conhecimentos necessários para passar em revista as suas vidas anteriores, podem também anular as numerosas causas que puseram em actividade na sua actual existência. Podem examinar toda esta existência e avaliar todas as circunstâncias em que produziram ou sofreram danos. Neutralizarão as causas de primeira categoria, prodigalizando pensamentos de amor e protecção e ao mesmo tempo executando no Mundo Físico, actos de dedicação à pessoa lesada, sempre que tiver ocasião. As de segunda categoria serão neutralizadas por pensamentos de perdão e boa vontade. Também todos, que ao mal respondam com o bem, esgotam inconscientemente o destino, produzido no presente e destinado a produzir os seus efeitos no futuro. O Destino e os Astros. A necessidade de obter organismos de natureza específica para o Ego esgotar o seu destino, faz com que as leis do renascimento e de causa e consequência estejam relacionadas com o movimento dos astros, do Sol, dos planetas e das constelações zodiacais. Todos se movem nas suas órbitas, em harmonia com estas leis, guiados pelas suas inteligências espirituais internas – os Espíritos Planetários. Todos os habitantes e acontecimentos da Terra estão relacionados com os corpos e movimentos siderais. Acontece o mesmo com as leis do renascimento e da causa e consequência. O clima e outras mudanças que resultam da passagem do Sol pelos diferentes signos, ao longo do ano, afectam a Terra, o homem e as suas actividades de várias maneiras. O Homem nasce quando a posição dos corpos do sistema solar proporciona condições necessárias para a sua experiência e desenvolvimento nessa encarnação. Podemos considerar os astros como um relógio do destino. Os doze signos do zodíaco correspondem ao mostrador, o Sol e os planetas ao ponteiro das horas, que indica o ano; a Lua, corresponde ao ponteiro dos minutos, que indica os meses em que os diversos acontecimentos do destino maduro se devem cumprir. Os astrólogos podem saber a ocasião exacta da vida de um Homem, determinada pelos Senhores do Destino, em que uma dívida (do destino maduro) deve ser paga. Nestes casos, o Homem não tem poder para alterar esta situação. Mª Fátima Capela.

A Provação do Peregrino.

Todos vivemos várias provações ao longo da nossa existência terrena, períodos mais ou menos longos, em que somos assolados por diversas experiências bastante dolorosas; podemos citar a título de exemplo a perda de um ente querido, a falência de uma empresa, uma separação conjugal, algo intenso que provoca no indivíduo tristeza, instabilidade, insegurança, incerteza, lançando o ser numa crise profunda que atinge todas as áreas do seu ser, incluindo o seu lado espiritual. Os estudantes das várias correntes espirituais sabem que nada funciona por acaso e que tudo o que nos é dado viver tem um sentido oculto. Vários são os caminhos tomados face a estes períodos. Surge na maioria uma desorientação que, progressivamente, origina uma desconexão com o seu lado espiritual, até se perderem no nevoeiro e tempestades da vida. Podem deambular durante uma vida, desperdiçando oportunidades evolutivas, desmotivados, descrentes, longe do Sentido que inicialmente buscavam. Alguns costumam ficar obcecados com o passado longínquo e detêm-se em procurar ligações cármicas, buscando o fio antigo de sentidos; normalmente, tal é a obstinação por este trilho que rapidamente se perdem em mistificações ou deambulam em teias de fértil imaginação; outros refugiam-se numa atitude triste e submissa, aceitando o pesado destino com resignação. Entre o nevoeiro e a luz outros há que, após fases sucessivas de quedas e de recomeços, vão perdendo e reencontrando o caminho que procuravam, num balanço entre o afastamento e o retorno. Poucos são os que nunca perdem de vista o farol interior que os ilumina, ainda que se percam nos caminhos e atalhos da vida. Para todos a provação pode ser vista sob várias faces ou todas numa só: — funciona como uma prova às capacidades do peregrino, no fundo, um teste a aprendizagens anteriores; — necessidade de mudar de rumo, fazer novas escolhas difíceis, porém adequadas ao novo momento evolutivo; — necessidade de redefinir os sonhos, os objectivos de vida; novas aprendizagens estão na forja. Todos sentem que nesses momentos há determinadas aprendizagens – vontade, discernimento, pensamento positivo – que se afinam ou comportamentos que se adoptam, a disciplina, por exemplo; sentem também que há capacidades novas que emergem. Todas estas capacidades e atitudes podem tornar-se as nossas âncoras, mas só uma se afigura na provação como o nosso refúgio e salvação: a oração, esse fio de luz que nos liga à nossa Casa, nos devolve aos braços do Criador num breve alento para novas batalhas. Qualquer situação, por mais distorcida que se afigure, não tem mais força do que o poder de uma oração sincera e a nossa persistência nesse acto ajudará a ultrapassar qualquer provação, visível ou invisível, a seu tempo. Maria Coriel.

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Deusa Das Trevas.

É a hora mais escura da noite E vai ser preenchida com sangue e fogo Ela disse seja rápido antes que, eu vá embora Pois eu desaparecerei no sol da manhã. Ela disse aja enquanto pode, Enquanto você pode e continua um homem, Porque virá o tempo, mais cruel do que a morte Antes que a morte venha reivindicar o resto. Sim, é melhor você acreditar nisso, O anjo mais doce é o mais mau. Ela disse, beije-me, eu sou um fantasma nascido do desejo E eu farei de você um homem e uma criança. Ela disse coloque sua mão no meu peito Pois eu terei ido antes da primeira respiração do amanhecer. Sim, é melhor você acreditar nisso, O anjo mais doce é o mais mau. Há uma escuridão nesta deusa dos sonhos E o mais belo no mais cruel. Existe o agora e existe esta noite E amanhã é uma página não escrita Faça isso agora, enquanto você é maior de idade Antes que a tristeza escreva a página de amanhã. inkubus sukkubs.

Coração de Lilith.

Ela veio das sombras do mundo ideal O anjo negro do lado negro do amor Atravessando o mar de lágrimas Um milhão de anos Venha com ela e dance na luz da lua E você estará perdido desse mundo para sempre Ponha sua mão na mão dela Venha e voe agora com os anjos Eleve-se novamente agora como a fênix Seu o amor que vive para sempre No coração que nunca morre, nunca morre Coração de Lilith! Venha e afogue-se no lago da sua paixão Venha e morra assim você pode renascer Ouça a canção da sereia Ouça o chamado do anel da morte Ela é uma bruxa, uma sereia e uma vampira Ela veio das estrelas distantes Para capturar seu coração Para quebrar seu coração Venha agora e voe com os anjos Eleve-se novamente agora como a fênix Seu o amor que vive para sempre No coração que nunca morre, nunca morre Coração de Lilith! Venha e beije, beije os lábios de Lilith Venha e beije e você não mais irá Sentir o fogo Do desejo Venha agora e voe com os anjos Eleve-se novamente agora como a fênix Seu o amor que vive para sempre No coração que nunca morre, nunca morre Coração de Lilith! Venha agora e voe com os anjos Eleve-se novamente agora como a fênix Seu o amor que vive para sempre No coração que nunca morre, nunca morre Coração de Lilith!Coração de Lilith Ela veio das sombras do mundo ideal O anjo negro do lado negro do amor Atravessando o mar de lágrimas Um milhão de anos Venha com ela e dance na luz da lua E você estará perdido desse mundo para sempre Ponha sua mão na mão dela Venha e voe agora com os anjos Eleve-se novamente agora como a fênix Seu o amor que vive para sempre No coração que nunca morre, nunca morre Coração de Lilith! Venha e afogue-se no lago da sua paixão Venha e morra assim você pode renascer Ouça a canção da sereia Ouça o chamado do anel da morte Ela é uma bruxa, uma sereia e uma vampira Ela veio das estrelas distantes Para capturar seu coração Para quebrar seu coração Venha agora e voe com os anjos Eleve-se novamente agora como a fênix Seu o amor que vive para sempre No coração que nunca morre, nunca morre Coração de Lilith! Venha e beije, beije os lábios de Lilith Venha e beije e você não mais irá Sentir o fogo Do desejo Venha agora e voe com os anjos Eleve-se novamente agora como a fênix Seu o amor que vive para sempre No coração que nunca morre, nunca morre Coração de Lilith! Venha agora e voe com os anjos Eleve-se novamente agora como a fênix Seu o amor que vive para sempre No coração que nunca morre, nunca morre Coração de Lilith! inkubus sukkubs.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Pensamento X Sentimento.

Perceba que vc não pode amar no passado. Muita gente faz isso - vivem simplesmente na memória – elas amaram no passado. E há outras pessoas que amam no futuro O passado e o futuro são meios de evitar o amor. Se vc pensar muito – e o pensamento está sempre no passado ou no futuro – suas energias serão desviadas do centro do sentir e o amor não será possível. E uma pessoa muito obcecada com o pensamento em pouco tempo se esquece completamente de que também tem um coração. Um homem que vive muito nos pensamentos pouco a pouco começa a viver de tal maneira que o sentimento não tem mais voz. E há milhões de pessoas neste estado, sem saber o que significa o coração. Toda a concentração delas está na cabeça. A cabeça é um bom instrumento, mas tem de ser usada como um servo - ela não deve ser o mestre. Uma vez que a cabeça se torne o mestre e o coração seja deixado para trás, vc viverá, vc morrerá, mas vc não saberá o que é Deus, porque não saberá o que é amor. Então, aprenda a transformar seus venenos em mel... Uma minoria ainda vive um pouco no coração, mas seu amor é muito contaminado por venenos como o ódio, o ciúme, a raiva, a possessividade... Mil e um venenos envolvem o seu amor. E o amor é uma coisa muito delicada. Nesse momento, apenas pense na raiva, no ódio, na posse, no ciúme – como o amor pode sobreviver contaminado por essas coisas? Dessa forma, toda a jornada será amarga. Então, quando a raiva vier, não faça nada, apenas sente-se silenciosamente e observe. Não seja contra ela, não a reprima, apenas veja o que acontece. Um dia vc compreenderá que, se vc puder esperar o bastante, a mesma raiva se torna compaixão. Essa é uma das leis básicas da vida: tudo, continuamente, se transforma no seu oposto. O santo tem momentos de pecador e o pecador tem momentos de santo. É só esperar. Então, silencie e observe.osho.

OSHO: TANTRA, O SEXO SAGRADO .

O sexo é a energia mais vital - a única energia, eu digo, que você tem. Não lute com ela; será uma perda de vida e de tempo - ao invés disso, transforme-a. O sexo desaparece somente quando você o aceita totalmente - não suprimido, mas transformado. Mas como fazê-lo? Como transformá-lo? Mas como podemos fazer? Osho. Eu lhe darei um método simples.... Enquanto faz amor, três coisas devem ser lembradas. Uma é: antes de fazer amor, medite. Nunca faça amor sem meditar, do contrário o amor irá permanecer sexual. Antes de encontrar a mulher, você deve se elevar no seu estado de consciência porque, então, o encontro irá acontecer num plano mais alto. Durante pelo menos quarenta minutos, sentem-se olhando para a parede com uma luz apenas muito suave de forma que dê um estado de mistério. Sentem-se silenciosamente e não movam o corpo; permaneçam como uma estátua. Então quando vocês fizerem amor, o corpo irá se mover, então dêem a ele o outro extremo de primeiro ficar imóvel de forma que o corpo adquira o momentum para se mover profundamente. Então a urgência se torna tão vibrante que todo o corpo, cada fibra está pronta para o movimento. Somente então o orgasmo tântrico é possível. Vocês podem colocar uma música... música clássica funcionará; alguma coisa que dê um ritmo muito sutil ao corpo. Torne a respiração tão lenta quanto possível porque, quando você faz amor, a respiração se torna rápida e profunda. Então, apenas continue diminuindo o ritmo, mas não o force, do contrário, ele se torna rápido. Simplesmente sugira que ele diminua. Ambos meditam juntos e quando ambos se sentirem meditativos, este é o momento de amar. Então vocês nunca sentirão tensão e a energia estará fluindo. Se vocês não estiverem se sentindo meditativos, não façam amor. Se a meditação não estiver acontecendo neste dia, esqueça tudo sobre o amor. As pessoas simplesmente fazem o oposto. Quase sempre os casais lutam antes de fazerem amor. Eles se tornam raivosos, importunam um ao outro e trazem todos os tipos de conflitos - e então fazem amor. Eles caem muito baixo nos seus estados de consciência, então, é claro, o seu amor não pode ser muito satisfatório. Será frustrante e eles sentirão uma tensão. A segunda coisa é: quando vocês estiverem fazendo amor, antes de começar, venere o parceiro e deixe o parceiro lhe venerar. Então, depois da meditação, venere. Fiquem um de frente para o outro, nus, e venerem um ao outro, porque o tantra não pode ser entre o homem e a mulher. Ele somente pode acontecer entre um deus e uma deusa. É gestual, mas muito significativo. Toda a atitude tem de se tornar sublime de forma que você desapareça. Toque o pé um do outro, coloque guirlandas de flores. O homem se transforma em Shiva e a mulher é transformada em Shakti. Agora a sua humanidade é irrelevante, a sua forma é irrelevante, o seu nome é irrelevante; você é apenas pura energia. O venerar traz esta energia para o foco. E não finja. O venerar tem de ser verdadeiro. Ele não pode ser apenas um ritual. Existe muito ritual no tantra, mas o tantra não é ritual.... Então, no terceiro passo, vocês fazem amor. Mas deixem que o seu fazer amor se torne mais um acontecer do que um fazer. A expressão ocidental "fazer amor" é feia. Como você pode fazer amor? Não é uma coisa como fazer; não é uma ação. É um estado. Você pode estar nele mas não pode fazê-lo. Você pode se mover nele mas não pode fazê-lo. Você pode ser amoroso mas não pode manipulá-lo. Toda a mente ocidental tenta manipular tudo.... Quando fizerem amor, fiquem possuídos. Movam-se vagarosamente, toquem o corpo um do outro, brinquem com o corpo um do outro. O corpo é como um instrumento musical. Não fiquem com pressa. Deixem as coisas crescerem. Se vocês se movem vagarosamente, de repente, ambas as suas energias irão subir juntas, como se alguma coisa os tivesse possuído. Isto acontecerá instantânea e simultaneamente. Somente então o tantra é possível. Agora movam-se no amor.... Apenas sintam a energia descer sobre vocês e deixem esta energia ter o seu movimento. Algumas vezes, você começará a gritar: grite! Algumas vezes, você começará a dizer coisas: diga! Algumas vezes somente gemidos estarão saindo, ou alguns mudras, gestos; permita-os. Será uma coisa enlouquecedora, mas tem que se permitir. E não fique com medo, porque é através do seu permitir que ela está acontecendo. No momento em que você quiser parar, ela pára, então você nunca está além do controle. E quando deus faz amor, é quase selvagem. Não existem regras, regulamentos. Move-se apenas no impulso do momento. Nada é tabu, nada é inibido. Seja lá o que for que aconteça naquele momento é bonito e sagrado; seja lá o que for, eu digo, incondicionalmente... Ninguém sabe o que irá acontecer. Vocês simplesmente são jogados no vórtex divino. Ele os levará, e os levará aonde ele quiser. Vocês simplesmente estão disponíveis, prontos para se moverem com ele. Vocês não o direcionam. Vocês apenas se tornam veículos. Deixem as energias se encontrarem nos seus próprios caminhos. O homem deve ser deixado do lado de fora disso - apenas pura energia. Vocês não estarão fazendo amor apenas através dos órgãos genitais; vocês estarão fazendo amor através de todo o corpo.... Se vocês meditam antes e então veneram um ao outro, não existe perigo; tudo se moverá corretamente. Vocês atingirão um pico de orgasmo que jamais conheceram. Algumas vezes o atingirão: um orgasmo muito grande no qual todo o corpo vibra e pulsa. Pouco a pouco, vocês alcançam um clímax; de novo vêm para baixo. Isto limpará todo o seu ser, todo o sistema. Às vezes, não haverá ejaculação, mas existirá orgasmo. Existem dois tipos de orgasmo: o orgasmo do pico e o orgasmo do vale. No orgasmo do pico, você terá uma ejaculação e ela também terá uma ejaculação de algumas energias sutis. No orgasmo do vale, vocês não terão nenhuma ejaculação. Será um orgasmo passivo... muito silencioso. muito sutil. A pulsação estará presente, mas quase imperceptível. No orgasmo do pico, vocês se sentirão muito, muito extasiados. No orgasmo do vale, vocês se sentirão muito, muito em paz. E ambos são necessários; ambos são aspectos do tantra. Todo pico tem o seu vale e todo o vale tem o seu pico. Um pico não pode existir sem o vale ou vice-versa. E quando isto acontecer e ambos vocês atingirem um profundo orgasmo, não saia para fora dela. Depois do orgasmo, permaneça dentro dela e descansem por alguns momentos. O descanso é muito, muito profundo. Depois de um orgasmo, um descanso é como um vale. Vocês alcançaram o próprio pico e agora têm de voltar ao vale. Ele é muito fresco e com sombras, e vocês descansam. E realmente muita coisa acontece depois do orgasmo... o fundir-se, o derreter-se. Os corpos estão cansados, exaustos, exauridos. A mente está paralisada. É quase como um choque elétrico. Quando vocês saírem do seu estado de amor, novamente orem juntos; terminem com uma oração. A diferença é que, quando vocês meditam, você medita separadamente e ela medita separadamente, porque a meditação não pode ser feita juntos. A meditação é um esforço solitário. Não é um relacionamento. Então vocês podem estar meditando juntos mas ainda assim, vocês meditam sozinhos; você está sozinho e ela está sozinho. Então venerem um ao outro. Novamente isto é diferente. O outro se torna o objeto da veneração. Então vocês fazem amor e se perdem por completo. Você não é você mesmo, ela não é ela mesma. Ninguém sabe quem é quem. Tudo é perdido num redemoinho de energia. A polaridade de homem e mulher não é mais uma polaridade; os limites se fundem, se misturam. Às vezes, você se sentirá como uma mulher e ela se sentirá como um homem. Às vezes, ela ficará por cima de você. Às vezes, você se torna passivo e ela se torna ativa e os papéis mudam. É um grande drama de energias. Tudo é perdido, abandonado. Então, vocês saem da experiência mais interior e oram juntos. Esta é a quarta coisa. Apenas agradeçam a deus. E nunca reclamem. Seja lá o que acontecer, está certo. Não diga, "Isto não aconteceu. Isto deveria ter acontecido." Quem somos nós? Ele sabe melhor. Então apenas agradeça a ele, seja lá o que acontecer; agradeça a ele com profunda gratidão. Inclinem-se e coloquem as suas testas no chão e permaneçam assim por alguns momentos em profunda gratidão. A meditação é solitária. Na veneração, o outro é importante, e na oração, ambos oram para deus. Então, estas três coisas têm que estar envolvidas. Elas irão criar a ecologia na qual o tantra acontece. E uma vez por semana será o suficiente. Se você estiver se movendo no tantra, então nenhum outro amor deve ser permitido, do contrário ele dissipa a energia. Mas sempre que vocês quiserem fazer amor, tenham certeza de que têm tempo suficiente. Não deve ser com pressa. Não deve ser como trabalho. É um jogo, brincadeira, e estas energias são tão sutis que, se vocês estiverem com pressa, nada acontece. O tantra não é um fragmento. Você não pode praticá-lo a menos que crie a situação. Ele é como uma flor.... Então, estas três coisas são jogar a semente, cuidar da planta, regá-la e estar continuamente atento a ela, sendo cuidadoso, protetor. Então, um dia, de repente - a flor do tantra irá acontecer.

um menor abandonado.

Hei!... Olhe para mim, toque em minha mão, sinta o calor do meu corpo, estou aqui, eu existo, ainda resta um brilho em meu olhar. Não sinta nojo de mim, nem sei de onde vim, só sei do frio nos bancos de praça, vendo os pés das pessoas passando sem me olhar. Às vezes penso que sou um lixo posto fora, como um papel amassado e jogado na calçada. Outro dia vi minha imagem na vitrine de uma loja... Eu sou tão pequeno, não tenha medo; - Sabe tio! Eu tenho tanta vontade de sentar em algum colo, destes que estão aí na praça, vazios e encostar minha cabeça em seu peito, ouvir seu coração batendo, beijar seu rosto, sentir suas mãos em meus cabelos, mas ninguém parece se importar com isso. Esta manhã um vovô alimentava os pombos, corri até ele com os braços abertos, mas fui mandando embora, pois não queria que espantasse os bichinhos. Nestas horas eu queria ser uma pombinha, talvez assim alguém gostasse de mim e eu não choraria todos os dias, pois é muito triste não ter o amor das pessoas. Mas hoje não senti frio!... O dia estava lindo, não chorei, pois apareceu um homem de roupa branca, barba, com a bondade no olhar, pegou minha mão e disse-me: - Vim te buscar filho!... Você é muito importante para todos nós. Fiquei muito feliz ao ver que estava flutuando e subindo junto com ele, sem fome, sem frio e certo de ser amado. E lá embaixo ficou aquele menino que ninguém queria, inerte, caído, mas com um sorriso nos lábios certo de nunca mais sentir frio, nem fome e de ter todo o amor do mundo para sempre. Eudir Nunes.