sexta-feira, 15 de novembro de 2013
MITOS E LENDAS DO BRASIL.
O mito de antigas raças, semeados pelos povos que tiveram longa vida e
paciente trabalho de constituição, deu margem à formação de incríveis lendas,
extensos poemas e formidáveis narrativas, por onde visualiza-se as velhas
civilizações que construíram.
Da Índia misteriosa, ficaram as florações do gênio védico e os milagres
guerreiros catalogados por mãos invisíveis no "Mahabarata" e no "Ramayana".
Da Grécia antiga, originou-se o manancial de outros prodígios amorosos e
heróicos que Homero cantava pelas ruas de Atenas a troco de ninharias e escassos
favores.
Das florestas centrais da Europa, o misticismo dos normandos, cruzando-se
com o valor guerreiro dos germanos, arrancou a epopéia dos "Niebelungen". Estes
ancestrais, colecionavam suas vitórias, praticando a religião dos mitos.
A história de nossa terra, entretanto, não possui um passado tão tumultuoso,
do qual se vangloriam estas velhas civilizações. O pano de fundo do quadro
brasileiro, é pintado por forças virgens e naturais, formando um mundo bárbaro e
sensível.
Nesta terra, existiu uma vida rústica, que exercia um feitiço marcante,
inspirada pela exaltação de divindades, símbolos e ídolos. Uma visão demorada
nos revelará um mundo alegórico do qual participavam todas as fantasias geradas
no mundo imaginário dos elementos que aqui se definiram. Esta original
mitologia, nasceu do encontro do homem com a terra, manifestando-se através de
lendas que cobriam extensa porção de nosso território.
O primeiro documento oficial escrito sobre a nossa terra, foi a crônica de
Pero Vaz de Caminha. Ele foi o que sentiu e transmitiu para seu país o encanto
da terra descoberta. Depois dele, Manuel da Nóbrega e Anchieta.
O indígena brasileiro, foi o elemento essencial na construção deste país,
não pelo que representou ou podia representar de romântico ou subjetivo, mas
pela força de uma necessidade econômica e guerreira para a qual era ele o mais
apto a colaborar.
TEOGONIA TUPI
Ao tempo do descobrimento os tupis já ocupavam uma grande extensão da costa,
do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte, mas separada por tribos de línguas
diferentes, como os tapuias. A expansão da raça tupi oferece-nos largo estudo
geográfico da região que dominou. Pelo que apontam os documentos históricos,
assim se distribuíram pelo país a raça tupi:
CARIJÓS
Do Rio Grande do Sul até a ribeirinha do Iguape;
TUPINIQUINS
De Iguape até próximo de Ubatuba;
TAMOIOS
De Ubatuba até Cabo Frio;
TEMIMINÓS
De Cabo Frio ao Itabapoana
TUPINIQUINS (de novo)
Do rio Santa Maria, Espírito Santo até o Camamú, na Bahia
TUPINAMBÁS
Do Camamú até o Iraporanga em Sergipe;
TUPINAÊS
Do Iraporanga ao São Francisco;
CAETÉS
Do São Francisco até o Iguassú em Pernambuco;
TABAJARAS
Do Itamaracá até o Paraíba;
POTIGUARAS
De Paraíba até o Jaguaribe;
TUPINAMBÁS (de novo)
Do Rio São João da Barra até o Gurupi;
TARAMAMBÉS
De Gurupi para cima no Pará
AMOIPIRAS
Na margem do rio São Francisco
Tupi tem a mesma raiz de "tap", desfigurada em "tup" e "top", o esplendor,
expressão sintética de "luz criadora". Por mais vaga que seja a teogonia
ameríndia, alguns fatos nos induzem à conclusão de que um ser misterioso se
desdobrou no pensamento indígena através da luz, do fogo e do sol e que este
pensamento deu lugar a reprodução de deuses que equivalem aos fenômenos da
natureza mais sensíveis. Isto explica a criação de ídolos e mitos através dos
quais é visível o fundo do panteísmo naturalístico. Inegavelmente a mitologia
indígena provém da dúvida e do mistério. O vento, o trovão, a tormenta, a chuva,
o sol, a vegetação, tudo que constitui matéria para espanto ou êxtase. Os
deuses bons, protegiam a vida, favoreciam as colheitas e a caça e se faziam
portadores da vitória sobre o inimigo. Já os maus, indiferentes ao destino do
homem, negava-lhe os desejos e habitavam o escuro das florestas e os cemitérios.
Por causa deles é que o sol era abrasador e a chuva não aparecia a tempo para
salvar a colheita.
Muito embora seu espírito belicoso, o tupi não fugiu às influências que
geraram as mais espantosas lendas e pitorescos episódios. Seus mitos foram
capazes de constituir um belo contingente que enriqueceu a imaginação dos povos
e das raças.
Esses mitos longínquos que atravessaram o tempo e o espaço, prolongando-se
em nossa sensibilidade de maneira sugestiva, são o próprio gênio das tabas
sobrevivendo a todas as vicissitudes para explicar o sentido obscuro de sua
história.
A história do pensamento humano, encontra-se hoje somente em duas formas: no
mito e no conto popular. Entre o conto e o mito existe uma simples diferença de
época e dignidade. O mito é resultado direto e primitivo da transformação dos
elementos míticos em fábulas. É a obra do espírito coletivo. O conto popular é o
último eco, com as gradações que a transmissão lhe impôs.
Na teogonia tupi existem três deuses superiores, o Sol (Guaraci), criador de
todos os viventes, a Lua (Jaci), criadora de todos os vegetais e Perudá ou Rudá,
deus do amor, encarregado da fertilidade e reprodução. Cada um deles era servido
por muitos outros, que por sua vez, servidos por tantos outros seres quantas as
espécies que reconheciam e assim por diante, até que cada lago ou rio ou espécie
animal ou vegetal tinha um deus protetor, uma mãe. O índio sempre teve
necessidade de exprimir filiação e empregavam para tanto, de preferência a
palavra mãe.
CLASSIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS DEUSES
GUARACI (SOL) - Mãe de todos os homens
Uirapurú
Jurupari
Uiará
JACI (LUA)- Tem duas formas: Iaci Omunhã (Lua Nova) e Iaci Icaua (Lua
Cheia)
Saci
Boitatá
Urutáu
Curupira
RUDÁ - Deus do amor e da reprodução
Cairé
Catiti
RUDÁ
Rudá apresenta-se como o deus do amor, na imagem de um guerreiro que reside
nas nuvens e se destina a criar o amor no coração dos homens, seguido de Cairé,
a Lua Cheia e Catiti, a Lua Nova, cuja missão era despertar saudades no amante
ausente.
Existem também uma classificação, admitida pela maioria dos indianistas:
MITOS DOMÉSTICOS
UIRAPURÚ
URUTAU
JURUPARI
UIARA
SACI
BOITATÁ
MITOS NACIONAIS
SUMÉ
TAMANDARÉ
Entre as diversas tribos da América, também estava disseminado o culto de
MARACÁ. Em tempos anteriores à conquista, existia uma espécie de tabernáculo.
Entretanto, na dominação tupi, já o Maracá perdera grande parte do seu caráter
sagrado, e, talvez, por influência da paixão militar, se confundiu com as
cerimônias heróicas.Rosane Volpatto.
O GRANDE SECRETO.
Sabedoria, moralidade, virtude: palavras respeitáveis, porém vagas, sobre as
quais se disputa desde há muitos séculos, porém sem haver conseguido
entende-las.
Queria ser sábio, mas terei eu a certeza de minha sabedoria, enquanto
acredite que os loucos são mais felizes e até mais alegres que eu?
É preciso ter bons costumes, porém todos somos um pouco de crianças: a
moralidade nos adormece. Falamos do que nos interessa e pensamos em outra
coisa.
Excelente coisa é a virtude: seu nome quer dizer força, poder. O mundo
subsiste pela virtude de Deus. Mas, em que consiste para nós a virtude? Será
uma virtude para enfraquecer a cabeça ou suavizar o rosto? Chamaremos
virtude a simplicidade do homem de bem, que se deixa despojar pelos
velhacos? Será virtude abster-se no temor de abusar? Que pensaríamos de um
homem que não andasse por medo de quebrar a perna? A virtude, em todas as
coisas, é o oposto da nulidade, do estupor e da impotência.
A virtude supõe a ação; pois se ordinariamente opormos a virtude, as paixões
é para demonstrar que ela nunca é passiva.
A virtude não é só a força, é também a razão diretora da força. É o poder
equilibrante da vida.
O grande segredo da virtude, da virtualidade e da vida, seja temporal, seja
eterna, pode formular-se assim:
É a arte de balancear as forças para equilibrar o movimento.
O equilíbrio que se necessita alcançar, não é o que produz a imobilidade,
mas sim o que realiza o movimento. Pois a imobilidade é morte e o movimento
é vida. Este equilíbrio motor é o da própria Natureza. A Natureza,
equilibrando as forças fatais, produz o mal físico e a destruição aparente
do homem mal equilibrado. O homem se libera dos males da Natureza, sabendo
subtrair a fatalidade das circunstâncias, pelo emprego inteligente de sua
liberdade. Empregamos aqui a palavra fatalidade, porque as forças
imprevistas e incompreensíveis para o homem, necessariamente o parecem
fatais, o que não indica que realmente o sejam.
A Natureza previu a conservação dos animais dotados de instintos, porém
também dispõe tudo para que o homem imprudente pereça.
Os animais vivem, por assim dizer, por si mesmos e sem esforço. Só o homem
deve aprender a viver. A ciência da vida é a ciência do equilíbrio moral.
Conciliar o saber e a religião, a razão e o sentimento, a energia e a doçura
é o âmago desse equilíbrio.
A verdadeira força invencível é a força sem violência. Os homens violentos
são homens fracos e imprudentes, cujos esforços se voltam sempre contra eles
O afeto violento se assemelha ao ódio e quase à aversão.
A cólera faz que a pessoa se entregue cegamente a seus inimigos. Os heróis
que descreve o poeta grego Homero, quando combatem, tem o cuidado de
insultarem-se para entrar em furor reciprocamente, sabendo-se de antemão,
com todas as probabilidades, que o mais furioso dos dois será vencido.
O fogoso Aquiles estava predestinado a perecer desgraçadamente. Era o mais
altivo e valoroso dos gregos e só causava desastres a seus concidadãos. Ele
é que faz a tomada de Tróia e o prudente e paciente Ulisses, que sabe sempre
conter-se e só fere com golpe seguro. Aquiles é a paixão e Ulisses a virtude
e é deste ponto de vista que devemos tratar de compreender o alto alcance
filosófico e moral dos poemas de Homero.
Não há dúvida que o autor destes poemas era um iniciado de primeira ordem,
pois o Grande Arcano da Alta Magia prática está inteiro na Odisséia.
O Grande Arcano Mágico, o Arcano único e incomunicável tem por objeto
colocar, por assim dizer, o poder divino a serviço da vontade do homem.
Para chegar a realização deste Arcano é preciso SABER o que deve fazer,
QUERER o exato, OUSAR no que deve e CALAR com discernimento.
O Ulisses de Homero tem, contra si, os deuses, os elementos, os ciclopes, as
sereias, Circe, etc., por assim dizer, todas as dificuldades e todos os
perigos da vida. Seu palácio é invadido, sua mulher é assediada, seus bens
são saqueados, sua morte é decidida, perde seus companheiros, seus navios
são afundados; enfim, acha-se só em sua luta contra a noite e o mal. E assim
só, aplaca os deuses, escapa do mal, cega o ciclope, engana as sereias,
domina Circe, recupera seu palácio, libera sua mulher, mata aqueles que
queriam mata-lo, e tudo, porque queria voltar a ver Ítaca e a Penélope,
porque sabia escapar sempre do perigo, porque se atrevia com decisão e
porque calava sempre que fora conveniente não falar.
Porém, dirão contrariados os amantes dos contos azuis, isto não é magia. Não
existem talismãs, ervas e raízes que façam operar prodígios? Não há fórmulas
misteriosas que abram as portas fechadas e façam aparecer os espíritos?
Falaremos disto em outra ocasião com comentários sobre a Odisséia.
Se haveis lido minhas obras anteriores, sabeis então que reconheço a
eficácia relativa das fórmulas, das ervas, e dos talismãs. Porém estes são
pequenos meios que se enlaçam aos pequenos mistérios. Falo agora das grandes
forças morais e não dos instrumentos materiais. As fórmulas pertencem aos
ritos da iniciação; os talismãs são auxiliares magnéticos; as ervas
correspondem à medicina oculta, e o próprio Homero não as desprezava. O Moly
o Lotho e o Nepenthes têm seu lugar nestes poemas, porém são ornamentos
acessórios. A taça de Circe nada pode sobre Ulisses, que conhece seus
efeitos funestos e soube engana-la sobre a bebida. O iniciado em alta
ciência dos magos, nada tem que temer os feiticeiros.
As pessoas que recorrem a magia cerimonial e vão consultar adivinhos, se
assemelham aos que, multiplicando a prática de devoção, querem ou esperam
suprir com isso a verdadeira religião. Estas pessoas nunca estarão
satisfeitas de vossos sábios conselhos. Todas escondem um segredo que é bem
fácil de adivinhar, e que poderia expressar-se assim: "Tenho uma paixão que
a razão condena e que anteponho a razão; é por isso que venho consultar o
oráculo do delírio, afim de que me faça esperar, que me ajude a enganar
minha consciência e me dê a paz do coração".
Vão assim beber em uma fonte enganosa, que depois de satisfazer a sede, a
aumenta cada vez mais. O charlatão receita oráculos obscuros e a gente
encontra neles o que quer encontrar e volta a buscar mais esclarecimentos.
Retorna no dia seguinte, volta sempre, e é desse modo que os charlatões
fazem fortuna. Os Gnósticos basilidianos diziam que Sofia, a sabedoria
natural do homem, havendo-se enamorado de si mesma, como Narciso da
mitologia clássica, desviou a direção de seu princípio e se lançou fora do
círculo traçado pela luz divina chamada pleroma. Abandonada então às trevas,
fez sacrilégios para dar a luz. Porém uma hemorragia semelhante a que fala o
Evangelho, a fez perder seu sangue, que ia se transformando em monstros
horríveis. A mais perigosa de todas as loucuras é a da sabedoria corrompida.
Os corações corrompidos envenenam toda a natureza. Para eles o esplendor dos
belos dias é apenas um ofuscante tédio e todos os gozos da vida, mortos para
estas almas mortas, se levantam diante delas para maldize-las, como os
espectros de Ricardo III: "desespera e morre". Os grandes entusiasmos os
fazem sorrir e lançar ao amor e a beleza, como para vingar-se, o desprezo
insolente de Stenio e de Rollon. Não devemos cruzar os braços acusando a
fatalidade; devemos lutar contra ela e vence-la. Aqueles que sucumbem nesse
combate são os que não souberam ou não quiseram triunfar. Não saber é uma
desculpa, porém não uma justificativa, posto que se pode aprender. "Pai,
perdoai-os porque não sabem o que fazem", disse o Cristo ao expirar. Se
fosse permitido não saber a oração do Salvador, haveria sido inexata e o Pai
nada haveria tido que perdoa-los.
Quando a gente não sabe, deve querer aprender. Enquanto não se sabe é
temeroso ousar, porém sempre é bom saber calar.
Eliphas Levi.
Cúmplices Noturnas.
Fatima Dannemann
Eu e a lua
cúmplices em noite de insônia...
Quando o mundo silencia,
nos olhamos.
Ela branca,
uma mandala perfeita,
misteriosa.
Eu oscilando em fragilidades
de medos e sonhos.
Eu e a lua
Amigas nas noites de sonhos
Quando o mundo inteiro dorme
eu conto a lua todos os meus segredos,
falo sobre medo
e conto os meus planos.
Ela, redonda
sem fim, sem começo,
eu, sentada no gramado
a contemplar o céu
Eu e a lua
numa noite de insônia que avança.
Do alto de sua luz prateada,
é como uma Senhora da Noite
a abençoar poetas
e me ordenar a escrever uns versos.
Como uma rainha, ela me toca
com a luz fria do seu cetro de raios de prata.
Eu apenas silencio em meio a palavras
não pronunciadas.
E na noite insone,
inerte fico a contemplar a lua.
A lua e eu.
Cumplices noturnas
de sonhos e insônias.
Interpretação Astrológica do Salmo 23.
O Senhor é meu pastor, nada me faltará.
Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente à águas tranquilas.
Refrigerá a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça, por amor de seu nome.
Ainda que eu andasse pelo vale da sombra e da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.
Preparas uma mesa perante mim na presença de meus inimigos; unges a minha cabeça com óleo; o meu cálice transborda.
Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão por todos os dias de minha vida; e habitarei na casa do Senhor para sempre.
(Salmo 23: 1-6)
A impressão é que esse Salmo foi escrito especialmente para nós que vivemos nestes dias de inquietação e insegurança, pois: 1) Pela repetição de suas palavras, adquirimos uma sensação de paz e segurança. 2) Embora simples, ele possui uma enorme profundidade devocional. 3) Sendo a última linha uma profecia, é um canto de fé à Deus. 4) Este Salmo conta as belezas da espiritualidade, a generosidade de Deus e suas bênçãos. 5) Pelo uso deste Salmo, recorremos – em forma de oração – às Doze Divinas Hierarquias Zodiacais/Planetárias.
A Bíblia foi dada ao mundo Ocidental, pelos Anjos do Destino, que estão acima de todos os erros, e dão a cada um e a todos, exatamente o que necessitam para o seu desenvolvimento. Por conseguinte, se procurarmos a Luz, encontrá-la-emos na Bíblia. (Ritual Rosacruz do Serviço do Templo) .
Vamos, abaixo, analisar o Salmo 23, por meio da chave astrológica, tendo em mente que a palavra Senhor, pode referir-se também ao nosso Cristo Interno.
O SENHOR É MEU PASTOR - A Lei Cósmica é nosso pastor ou guia em nossa peregrinação através da matéria, como nos informa Max Heindel, no Conceito Rosacruz do Cosmos, através dos Períodos, Revoluções e Épocas. ÁRIES é o primeiro signo zodiacal, elemento fogo. Esta Hoste de seres altamente evoluída, identifica-se com a ação, o agir, o Princípio da Vontade. Para o ajustamento de nossas vidas ao Plano Evolutivo, torna-se necessário grandes esforços de nossa parte, intensa atividade anímica, o realizar, o fazer, o agir. “Assim também a fé, se não tiver Obras, é morta em si mesma” (Epístola de São Tiago – 02:17)
NADA ME FALTARÁ – Trabalhemos honestamente para o nosso sustento, mas também com o objetivo de auxiliar nossos semelhantes, e assim construir nosso Corpo Alma. Evitemos a identificação com as posses materiais, e vejamos nelas grandes oportunidades de auxilio à humanidade. TAURO nos fala em compartilhar o que temos materialmente, com nossos semelhantes. Max Heindel, em “Iniciação Antiga e Moderna” Capitulo II – O Altar de Bronze e o Lavado , nos fale em “... construir um templo sem ruído de martelo para nele servir.. deve também consagrar-se e santificar-se, deve deixar toda posse terrestre para poder seguir o Cristo Interno. No entanto , pode conservar suas posses materiais usando-as com fé e sabedoria, como um sagrado depósito que lhe é confiado. Signo fixo do elemento terra, Tauro está associado à segunda casa zodiacal, casa relacionada com posses, dinheiro, bens, finanças, lucros e tudo aquilo que materialmente se adquire.
Evoluiremos muito, se refletirmos nas respostas a estas perguntas:
Que uso faço de minhas posses para servir amorosa e desinteressadamente meus semelhantes?
Qual o real significado do Eu Tenho ?
Como vejo e avalio em termos espirituais os bens materiais?
De que forma compartilho o que possuo com meus semelhantes?
O que significa para mim as palavras de Cristo: Buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão dadas por acréscimo (Mateus 06:33).?
Qual o significado de Mateus 06: 19 e 20: Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam; mas ajuntai tesouros nos céus, onde nem a traça nem a ferrugem consomem e onde os ladrões não roubam. ?
DEITAR-ME FAZ, EM VERDES PASTOS – Somos levados, neste versículo ao campo da mente, à GEMINI. Nos esforcemos para que nossa mente sempre esteja ocupada com sentimentos elevados e ideais devocionários. Que possamos ser “verdes pastos” para nossa mente. Em nosso Ritual do Serviço do Templo, lemos que “agora conhecemos em parte, então conheceremos como também somos conhecidos. “Á medida que sublimemos nosso Eu Inferior, e alimentemos nosso Eu Superior - auxiliando amorosa e desinteressadamente os nossos semelhantes - novos horizontes de espiritualidade irão descortinar-se.
Para que os seus corações sejam consolados, e estejam unidos em caridade, e enriquecidos na plenitude da inteligência, para conhecimento do mistério de Deus – Cristo. (Epístola de São Paulo aos Colossenses 02:02)
GUIA-ME MANSAMENTE Á ÁGUAS TRANQUILAS – Agora nos deparamos com o signo de CÂNCER, um signo do elemento água. E o que seriam as águas tranquilas, a que se refere este versículo? Câncer é o primeiro dos três signos deste elemento, ele que nos concebe, nutre, alimenta. É a Mãe do Zodiaco, rege o estomago, preparando o alimento para a digestão, e nos seios provê a nutrição para o recém nascido. O elemento água, refere-se esotericamente às emoções, e este versículo nos exorta a trabalharmos nossas emoções, de modo a tornarem-se águas tranquilas. Os exercícios de concentração/retrospecção, ensinados pela Fraternidade Rosacruz, nos são de grande utilidade nesse sentido. Nos Evangelhos, Cristo caminhou sobre as águas, ou seja, tinha domínio pleno sobre as emoções. Procuremos imita-lo.
Mas considerai isto; se o pai de família soubesse a que vigília da noite havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria minar a sua casa. (Mateus 24:43 )
REFRIGERA MINHA ALMA – É no lar do Sol – representado em nosso Corpo Denso pelo coração – que temos a explicação dessa frase. Os Senhores da Chama, a Divina Hierarquia Zodiacal de LÉO, nos transmite a mensagem de que o serviço amoroso (coração) e desinteressado aos nossos semelhantes é o único caminho para que possamos galgar esferas mais elevadas de espiritualidade. João, o evangelista diz que “... a vida era a Luz dos homens, e a Luz resplandece nas trevas, e as trevas não o compreenderam...” Quando praticamos uma vida dedicada ao servir, encontramos refrigério espiritual. E disse um dos anciãos: Não choreis : eis aqui o Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi, que venceu, para abrir e desatar os seus sete selos (Apocalipse 05 : 05)
GUIA-ME PELAS VEREDAS DA JUSTIÇA - Mercúrio, mensageiro de VIRGO, o planeta da razão, ajuda-nos a desenvolver o discernimento necessário para analisar nossa conduta claramente. Por meio deste discernimento, os frutos da experiência são assimilados, absorvidos, amalgamados, afetando dessa maneira nosso Corpo Vital, onde inicia-se nosso progresso espiritual. Aqui novamente, vemos a grande utilidade dos exercícios de concentração/retrospecção, ensinados pela Fraternidade Rosacruz. Porque eu vos darei boca e sabedoria a que não poderão resistir nem contradizer todos quantos vos opuserem (Lucas 21:15)
POR AMOR DE SEU NOME – A confusão existente no mundo é um reflexo daquilo que o homem criou em sua consciência. Agora, por meio de LIBRA, devemos aprender a equilibrar nossos pensamentos, palavras e obras. Vênus tem como uma de suas palavras básicas, o amor. E é fácil usarmos a lógica para deduzir que a balança (Libra) de nossas vidas deve estar equilibrada amorosamente (Vênus). No Ritual Rosacruz do Serviço do Templo, temos a passagem da Epístola do apóstolo Paulo aos Filipenses, “...Pelo que Deus o exaltou soberanamente e Lhe deu um nome que esta acima de todo o nome, para que o nome de Cristo-Jesus, se dobre todo joelho, e toda língua confesse que Cristo Jesus é o Senhor, para a glória de Deus Pai...” No livro de Jó, Antigo Testamento, atribuído à Moisés, quando estava entre os Medianita (ou seja num exílio) e escrito por volta do ano 1.520 A.C. lemos que: “ ... Tens tú a notícia do equilíbrio das grossas nuvens e das maravilhas daquele que é perfeito nos conhecimentos.
AINDA QUE EU ANDASSE PELO VALE DA SOMBRA E DA MORTE, NÃO TEMERIA MAL ALGUM – Aqui, temos o mistério da vida! A relação do rastejante escorpião, e a águia voando majestosamente pelos céus. Sob o signo de ESCORPIÃO aprendemos que um esforço se faz necessário para que sublimemos nosso Eu Inferior (escorpião rastejante) em Eu Superior (águia). Dessa forma, estaremos construindo uma manjedoura onde nosso Cristo Interno irá nascer. No Evangelho de João, 08:51, lemos que “Em verdade, em verdade vos digo que, se alguem guardar a minha palavra, nunca verá a morte. “
TUA VARA E TEU CAJADO ME CONSOLAM – Vara/Cajado, representam aqui nossa força criadora, que direcionada para cima, colocarão em vibração nossas duas glândulas endócrinas (Pineal e Pituitária). Muito significativo o símbolo de SAGITÁRIO: um centauro, metade animal (natureza inferior) e metade humana (natureza superior). Este centauro aponta sua flecha para cima, indicando nosso verdadeiro lar. “ Tú, pois, converte-te a teu Deus; guarda a beneficiência e o juízo, e em teu Deus espera sempre” (Oséias 12:06). Associemos “teu Deus”, com a Divindade Interna (Eu Superior) que todos nós temos, individualmente. A palavra beneficiência, está intimamente relacionada à Divina Hierarquia Planetária de Júpiter, regente de Sagitário. Sugerimos – para informações mais detalhadas - o livro “Iniciação Antiga e Moderna “ de Max Heindel, capítulo IV/A Arca da Aliança.
PREPARAS UMA MESA PERANTE MIM, NA PRESENÇA DE MEUS INIMIGOS – Mesa, é o local onde realizamos nossas refeições, nossa alimentação. Este versículo nos exorta a compartilharmos o alimento com nossos (pseudos) inimigos. Vamos oferecer aos nossos inimigos o que temos de melhor: Nosso Eu-Superior. Devemos perdoa-los, orar e principalmente, auxilia-los. CAPRICÓRNIO nos pede responsabilidade e disciplina antes de prosseguirmos nossa jornada evolutiva, e uma das formas de se conseguir isso, é compartilhar nossa mesa, com nossos inimigos. Bem aventurados aqueles servos, os quais, quando o Senhor vier, achar vigiando! Em verdade vos digo que se cingirá, e os fará assentar à mesa, e, chegando-se , os servirá. (Lucas 12:37)
UNGES A MINHA CABEÇA COM ÓLEO, O MEU CALICE TRANSBORDA – Uma conduta essencialmente cristã é o óleo derramado em nossa cabeça (cristificação de nossas glândulas pineal e pituitária, localizadas na cabeça). Nosso Cristo (Interno) unge estas glândulas, onde nosso cálice (Corpos Denso, Vital, Desejos e Mente), transbordam de Éter Crístico. A Fraternidade Rosacruz, é o arauto da Idade de AQUÁRIO, sendo seus ensinamentos plenamente uníssono com o Cristianismo Esotérico. Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a sua vida pelos seus amigos. (João 15:13)
CERTAMENTE QUE A BONDADE E A MISERICORDIA ME SEGUIRÃO TODOS OS DIAS DE MINHA VIDA, E HABITAREI NA CASA DO SENHOR PARA SEMPRE - Em virtude de transgredir as Leis Divinas, o homem criou para si, Dividas do Destino. A Lei de Causa e Efeito tornou-se necessária. Contudo temos o livre arbítrio de – pela bondade e misericórdia – colocar em movimento novas situações (epigênese) que nos farão habitar a casa do Senhor para sempre (elevadas esferas de espiritualidade). PISCES nos convida a refletirmos sobre a relação de nossos pés (regência pisciana), base que suporta nosso corpo com a base que temos que desenvolver: uma vida de serviço a nossos semelhantes. “Depois deitou água numa bacia, e começou a lavar os pés dos discípulos, e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido. (João 13:05). Nossos pés , astrologicamente/anatomicamente, estão relacionados com a Divina Hierarquia Zodiacal de Peixes e à 12ª Casa Zodiacal, casa esta relacionada também com nossas dívidas do destino, contraídas nesta ou em vidas passadas. Cristo “lavou” os pés dos apóstolos, tornou limpa suas respectivas 12º Casa, lavou-lhes as dívidas do destino. Vejamos aqui um simbolismo muito rico. Nosso trabalho deve ser o de nosso Cristo Interno, lavar nossa 12ª Casa Zodiacal, nossas dívidas do destino contraídas. E a única forma para isso é:
SERVIR AMOROSA E DESINTERESSADAMENTE A NOSSOS SEMELHANTES.
Jonas Taucci de um artigo publicado na revista Serviço Rosacruz, abril,1973.
Mulheres egípcias: religião, sociedade e nobreza.
Falar sobre história das mulheres não é uma tarefa fácil, principalmente quando vamos abordar essa história na antiguidade, onde encontramos uma grande dificuldade com relação às fontes, ou seja, aos documentos históricos. Essa dificuldade de estudo está relacionada ao fato de que as fontes eram produzidas, em sua maioria, pela classe masculina e quando vamos analisá-las, precisamos filtrar o silêncio por trás de cada palavra e contexto de quem escreveu, pintou, ou produziu essas fontes, sejam elas iconográficas (imagens), escritas ou arqueológicas (vasos, estelas, entre outros objetos, que possam nos trazer algumas informações sobre determinada época). Neste artigo vamos falar um pouco sobre a história das mulheres no Egito Antigo, numa visão mais geral, porém cuidadosa.
Aprendemos que as mulheres egípcias viviam em pé de igualdade com os homens. Na realidade, se comparado a outras sociedades antigas, realmente houve um lugar de destaque para as mulheres no Egito, mas não podemos esquecer que havia uma hierarquia. Devido a isso, é necessário tomarmos certo cuidado com esse tipo de afirmação, pois existem documentos, como os ensinamentos de Ptah-Hotep - um conjunto de máximas do século 18 a.C -, que instruem os maridos a manterem as suas esposas afastadas de funções próximas ao poder: “Reprima-a, pois seu olho é um vento de tempestade quando ela encara”. Aqui é possível analisar que mesmo existindo um reconhecimento das funções das mulheres, elas não tinham total autonomia sobre si, pois sempre dependiam do pai, marido ou outro responsável para guiá-las. Contudo, não podemos esquecer que estamos fazendo uma generalização, ou seja, existiram mulheres que agiram de maneira diferente, e conseguiram se destacar e até obter cargo de poder no governo do Egito (Mulheres da nobreza). Assim, o objetivo deste artigo é abordar a história das mulheres egípcias na religião, sociedade comum e nobreza.
No contexto da religião as mulheres da nobreza possuíam instrução e desempenhavam um papel importante no culto religioso de vários deuses egípcios, podendo exercer diversas atividades como sacerdotisas, cantoras ou dançarinas; sendo assim responsáveis por funções como tocar instrumentos e cantar no culto aos deuses.
Em um dos mitos da criação mais conhecidos, vemos que das águas caóticas, antes da intervenção do deus criador, já existiam quatro casais que influenciavam o movimento e a transformação. Mediante a ação do deus criador surgiu o primeiro casal divino, Shu (ar) e Tefnut (umidade do ar), que por sua vez deu origem a outro casal, Geb (Terra) e Nut (Céu), que originaram os deuses Isís, Osíris, Néftis e Seth. Aqui percebemos que houve uma interação de pares femininos e masculinos para formação do universo. Através de fontes arqueológicas (estelas, pinturas nas tumbas, papiros, etc.) sabemos que no mundo divino, o pensamento religioso era habitado por inúmeras divindades femininas, a quem eram prestados cultos e oferendas. Podemos citar a deusa Ísis, que é associada como uma boa mãe e esposa, entre outras representações que a mesma possui. Assim, percebemos o papel divino da mulher como parte importante na criação do universo e como deusa que protege e salva.
Na sociedade egípcia as mulheres tinham a função de gerar e curar, elas podiam ter posse de terras e possuir bens próprios. Sabe-se ainda que o casamento funcionava como um ato social com consequências econômicas, de legitimidade, em relação à herança e de sucessão. Segundo documentos da III e V Dinastia, as mulheres podiam administrar a herança dos filhos caso fossem menores, alguns documentos mostram que tanto os filhos, quanto às filhas, recebiam de maneira igualitária a herança. Durante o Reino Médio, as mulheres podiam atuar na justiça como testemunhas e defensoras e em pé de igualdade no trabalho de corvéia (Sistema de trabalho compulsório no Egito Antigo) elas se destacavam na preparação de pães para distribuição do Estado.
No contexto real, onde já comentamos sobre algumas mulheres que exerceram o poder no Egito Antigo, podemos destacar Hatshepsut, considerada a mais poderosa rainha, que governou o Egito Antigo no século XV a.C. Com toda força política e carisma, ela usava a dupla coroa do faraó, indicando sua soberania sobre as duas terras, ou seja, o Alto e o Baixo Egito. Até então nenhuma mulher havia se tornado faraó, no máximo esposas dos reis ou regentes de seus filhos. Ainda no campo de mulheres de destaque, não podemos deixar de falar sobre outra mulher de grande importância, que conseguiu assumir uma função de poder: a rainha Cleópatra.
Cleópatra VII fugiu totalmente à regra dos padrões estabelecidos da Grécia clássica helênica de submissão, onde a política é de destaque masculino, e conseguiu, segundo documentos, com muita iniciativa e poder de decisão, chocar os homens da época, homens que tentaram deturpar a imagem de Cléopatra, colocando-a como muito bela e sedutora para desqualificar suas funções intelectuais. No período, uma mulher não podia ter tamanha capacidade de poder e artimanhas, por isso, segundo os padrões da sociedade em que a mesma viveu, só se conseguiria todo esse poder através da sedução. Não podemos deixar de lembrar que Cleópatra foi a ultima governante do Egito Antigo, antes da sua incorporação como província do Império Romano.
Observação: Essas mulheres da nobreza tiveram ascensão de poder com apoio masculino, caso contrário elas não conseguiriam manter seus tronos por tanto tempo. No caso das duas rainhas, elas eram filhas de faraós já falecidos, o que facilitou a situação delas no campo de privilégios.
Assim, neste artigo procuramos passar ao leitor não apenas a visão clássica da mulher no Egito Antigo, que nos transmite uma visão de igualdade com relação ao homem, mas também uma visão critica sobre essa história, que ao mesmo tempo nos fascina pela curiosidade, escassez das fontes e pelo desejo da busca por compreender um pouco mais a história das mulheres na antiguidade. Pensamos muitas vezes em mulheres como Hatshepsut e Cleópatra VII, que nos trazem mais informações registradas sobre como as mulheres(nobreza) viviam na antiguidade, do que as mulheres que trabalhavam nos campos. Através de análises por filtros destas nobres, conseguimos chegar até as outras mulheres, divinas e servas, que também possuem uma história que merece ser contada, mesmo que seja através do silencio das fontes.
Ana Clésia Santiago.
Monitora do Museu Egípcio e Rosacruz.
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