domingo, 12 de fevereiro de 2012

O ÊXTASE É A GRANDE REVOLUÇÃO.


A miséria assemelha-se a um declive,
o êxtase assemelha-se a uma subida.
O êxtase parece muito difícil de ser alcançado - mas não é.
Na realidade, acontece exatamente o oposto:
O êxtase é um declive e a miséria uma escalada. A miséria é uma coisa muito difícil de ser alcançada, mas você a alcança, você faz o impossível para obtê-la -
Porque a miséria é tão anti-natural.
Ninguém quer ser miserável e todos são miseráveis.
A sociedade fez uma grande obra.
A educação, a cultura e os agentes culturais, os pais, os professores - fizeram uma grande obra. Transformaram criadores extasiados em criaturas miseráveis.
Toda criança nasce em êxtase.
Toda criança é um deus ao nascer.
E todo homem morre como um louco.
A menos que você descubra, a menos que recupere sua infância, não será capaz de tornar-se como as nuvens brancas sobre as quais estou falando. Este é todo o seu trabalho, o sadhana -
Recobrar sua infância, recuperá-la.
Se vocês puderem se tornar crianças novamente então... então não haverá nenhuma miséria.
Isso não significa que para uma criança não existam momentos de miséria - existem. Mas mesmo assim não existe nenhuma miséria.
Tente compreender isto.
Uma criança pode sentir-se miserável, pode ficar infeliz,
intensamente infeliz em um momento,
mas ela é tão total nessa infelicidade,
que não existe nenhuma divisão.
A criança separada da infelicidade não existe.
A criança não olha para sua infelicidade dividida, à parte.
Quando a criança está infeliz, fica totalmente envolvida. E quando você se torna inteiro na infelicidade a infelicidade não é infelicidade.
Se você se torna unido a ela,
então ela tem sua própria beleza.

Olhe para uma criança - uma criança não mimada, eu quero dizer.
Se ela estiver com raiva, toda a sua energia se transformará em raiva.
A criança nunca fica feia -
mesmo na raiva é bela.
Fica apenas mais intensa, mais vital, mais viva -um vulcão prestes a entrar em erupção.
E após a raiva, a criança fica silenciosa.
Após a raiva, a criança fica em paz.
Após a raiva, a criança relaxa.

Podemos pensar que é uma miséria estar com raiva, mas a criança não fica miserável -ela tem prazer nisso.
Se você se tornar inteiro em alguma coisa, ficará feliz.
Se separar a si mesmo de qualquer coisa, mesmo da felicidade, tornar-se-á miserável.
Portanto, esta é a chave:
fique dividido com o ego e esta será a base de toda a miséria.
Fique inteiro, fluindo com tudo o que a vida traz,
fique nisso intensamente, totalmente,
de modo a não ser mais, a se perder...
e tudo será felicidade.

A escolha existe,
mas você se tornou inconsciente dela.
Escolhe o errado tão continuamente,
fez disso um hábito tão morto,
que escolhe automaticamente.
Nenhuma escolha lhe resta.

Torne-se alerta.
Em todos os momentos em estiver escolhendo ser miserável lembre-se: a escolha é sua.
Essa conscientização o auxiliará -essa percepção de que a escolha é minha, De que eu sou responsável, e de que isto é o que estou escolhendo para mim mesmo, de que sou eu que estou fazendo isto.
Imediatamente você sentirá a diferença.
A qualidade da mente será mudada.
Será mais fácil caminhar para a felicidade.
E uma vez que você sabe que a escolha é sua, A coisa toda se torna um jogo.
Então, se você ama ser miserável, seja miserável.
Mas lembre-se: a escolha é sua.
E não reclame.
Não existe ninguém que seja responsável por isso.
Esse drama é seu.
Se você gosta desse caminho, se gosta de estar num caminho miserável, essa escolha é sua, o jogo é seu.
Você o está jogando. Jogue-o bem!
OSHO.

NÃO FORCE O RIO.


A questão não é se vocês devem viver seus sonhos e fantasias ou não. Vocês vivem neles. Vocês já estão neles. Não é uma questão de escolha. Vocês não podem escolher.

Você pode escolher?
Pode abandonar seus sonhos? Pode abandonar suas fantasias?
Se tentar abandonar seus sonhos terá de substituí-los por outros sonhos.
Se tentar mudas suas fantasias terá de trocá-las por outros tipos de fantasias - que continuarão sendo sonhos e fantasias.

Assim, o que deve ser feito? Aceite-os.
Por que ser contra eles?
Esta árvore tem flores vermelhas. Aquela tem flores amarelas. Está certo.
Você tem um tipo de sonho - sonhos amarelos. Outra pessoa tem outro tipo de sonho - sonhos azuis, sonhos vermelhos. Está certo.

Por que lutar contra os sonhos? Por que tentar mudá-los?
Quando você tenta mudá-los, acredita demais neles. Não pensa que são sonhos, pensa que são reais, e que mudá-los será significativo.
Se os sonhos são sonhos, por que não aceitá-los?

No momento em que você os aceita, eles desaparecem. Este é o segredo.
No momento em que os aceita, eles desaparecerem porque a mente sonhadora vive pela rejeição.
O próprio fenômeno da mente sonhadora é a rejeição.

Você tem rejeitado muitas coisas - eis porque elas surgem súbita e inesperadamente em seus sonhos.
Você está andando por uma rua. Olha para uma bela mulher ou homem.
O desejo surge. E, de repente, você o abandona: isto está errado!
Você o rejeita.
Tradição, cultura, sociedade, moralismo: isto não é bom.

Você pode olhar para uma bela flor, não há nada de mau nisso.
Mas quando olha um belo rosto, algo imediatamente fica errado - você o rejeita.
A partir desse momento, essa face tornar-se-á um sonho.
O que é rejeitado tornar-se um sonho.
Agora, esse rosto ficará rondando-o. Agora, durante a noite, esse rosto surgirá. Agora, esse corpo estará pairando.
O desejo que você reprimiu tornar-se-á um sonho.
Os desejos que você rejeitou tornar-se-ão sonhos e fantasias.
Então, como criar um sonho? - o segredo é este: rejeite-o.
Quanto mais você os rejeita, mais eles existem.

Assim, aqueles que vão para as montanhas, aqueles que rejeita a vida,
Ficam repletos de sonhos.
E seus sonhos tornam-se tão reais, tão alucinatórios, que se torna impossível fazer qualquer distinção entre o que é sonho e o que é realidade.

Não rejeite, do contrário criará sonhos. Aceite.
Seja lá o que for que lhe aconteça, aceite como uma parte do seu ser.
Não condene.
Quando você se torna mais receptivo, os sonhos se dissolvem.
Uma pessoa que aceita sua vida totalmente deixa de ter sonhos,
porque a própria base é cortada. Este é um fato.

Um segundo fato: o todo é natural - eu digo, o todo. Não apenas as árvores, não apenas as nuvens - tudo.
Tudo o que acontece, acontece por causa da natureza.
Não existe nada anormal - não pode existir. Do contrário, como poderia acontecer? Tudo é natural.

Assim, não crie uma divisão: isto é natural e aquilo é anormal.
Tudo o que existe é natural. Mas a mente vive de distinções, de divisões.
Não aceite as divisões, aceite tudo o que acontece e aceite sem qualquer análise.

Se você está no mercado ou nas montanhas, a natureza é a mesma.
Num lugar, a natureza tornou-se montanhas e árvores;
noutro tornou-se lojas num mercado.
E uma vez que você conhece o segredo da aceitação, até o mercado tem sua própria beleza, há vida nele, há atividade, uma bela loucura ao seu redor.
O mercado tem sua própria beleza!
E as montanhas não seriam tão belas se não houvessem mercados, lembre-se. As montanhas são tão belas e silenciosas porque os mercados existem. O mercado dá silêncio às montanhas.

Assim, em todo lugar - se você estiver no mercado, ou fazendo "Hare Krisna, Hare Ram", ou sentado sob uma árvore silenciosa, tome tudo como uma extensão, não divida nada.
E quando estiver dançando,
Cantando "Hare Krishna, Hare Ram", desfrute disso!
Este é o caminho no qual você está fluindo nesse momento.

"Hare Krishna, are Ram" pode tornar-se um florescimento em você; tornou-se um florescimento em você; tornou-se um florescimento para muitos.
Quando Mahaprabhu Chaitanya estava dançando nas cidades de Bengala e fazendo seu kirtan "Hare Krishna", Hare Ram", houve um florescimento.
Osho.

O CAMINHO DAS NUVENS BRANCAS.


O ego é sempre feio.
Assim, apenas quando o ego não existe, a pessoa torna-se bonita.
É o ego que é espelhado.

E seja o que for que lembre continuamente
de que você é feio
torna-se seu inimigo - você quer renunciar.
Mas é sábio renunciar ao espelho?
É tolice.
Mesmo que ninguém o espelhe, você continuará o mesmo.
Você pode até crescer mais na mesma direção
quando ninguém o faz lembrar-se.

O espelho é belo e bom.
Ajuda-o
E se você ficar alerta,
pouco a pouco poderá abandonar o ego.
E então no espelho do outro,
sua própria beleza será revelada.

Uma vez que você não é nada, apenas uma nuvem branca,
então todos os lagos do mundo
revelam sua pureza,
todos os lagos do mundo
revelam seu vôo livre.

Osho.

O ciclo dos sete anos.


A vida tem círculos de sete anos, ela se move em círculos de sete anos exatamente como a terra faz uma rotação em seu eixo em vinte e quatro horas. Ninguém sabe porque não são nem vinte e cinco nem vinte e três horas. Não há nenhum jeito de se responder isso. É simplesmente um fato. Assim, não me pergunte porque a vida se move em círculos de sete anos. Eu não sei. O máximo que eu sei é que ela se move em círculos de sete anos. E se você compreender esses círculos de sete anos, você compreenderá uma grande coisa sobre o crescimento humano.
Os primeiros sete anos são os mais importantes porque os alicerces da vida estão sendo assentados. É por isso que todas as religiões estão muito preocupadas em agarrar as crianças o mais rápido possível. Os judeus circuncidam as crianças. Que bobagem! Mas eles estão carimbando a criança como uma judia. Essa é uma maneira primitiva de carimbar. Ainda se faz isso com o gado aqui nas redondezas.
Aqueles primeiros sete anos são os anos em que você é condicionado, é preenchido com todos os tipos de idéias que irão atormentá-lo ao longo de toda a sua vida, que irão distraí-lo de sua potencialidade, que irão corrompê-lo, que nunca irão lhe permitir ver claramente. Elas sempre virão como nuvens diante de seus olhos e irão fazer com que tudo fique confuso. As coisas são claras, muito claras. A existência é absolutamente clara. Mas os seus olhos têm camadas e mais camadas de poeira.
E toda essa poeira foi arranjada nos primeiros sete anos de sua vida, quando você era tão inocente, tão confiante, que qualquer coisa que lhe fosse dita você aceitava como sendo verdadeira. E mais tarde, será muito difícil você descobrir tudo aquilo que entrou em seus alicerces. Terá se tornado quase parte de seu sangue, ossos, de sua própria medula. Você perguntará mil outras questões, mas você nunca perguntará a respeito dos alicerces básicos de suas crenças.
A primeira expressão de amor para com a criança é deixá-la absolutamente inocente em seus primeiros sete anos, sem condicionamento, deixá-la por sete anos completamente selvagem, uma pagã. Ela não deveria ser convertida ao hinduismo, ao islamismo, ao cristianismo. Qualquer um que esteja tentando converter a criança, não tem compaixão, é cruel, está contaminando a própria alma de um viçoso recém-chegado. Antes mesmo que a criança tenha formulado perguntas, ela já terá recebido respostas com filosofias , dogmas e ideologias pré-fabricadas. Essa é uma situação muito estranha. A criança não perguntou a respeito de Deus e você já está lhe ensinando. Por que tanta impaciência? Espere!
Se algum dia a criança demonstrar interesse por Deus e começar a perguntar a respeito, então tente dizer a ela não apenas a sua idéia sobre Deus, porque ninguém tem qualquer monopólio. Coloque diante dela todas as idéias de Deus que estiveram presentes em diferentes povos, em épocas diferentes, por religiões, culturas e civilizações diferentes. E lhe diga: 'Você pode escolher dentre essas aquela que mais lhe atrai. Ou você pode inventar a sua própria, se nenhuma estiver adequada. Se todas lhe parecerem defeituosas, e você achar que pode ter uma idéia melhor, então invente a sua própria. Ou se você achar que não há jeito de inventar uma idéia sem falhas, então abandone toda essa história, ela não é necessária. Um homem pode viver sem Deus.'
Não há qualquer necessidade de que o filho tenha que concordar com o pai. Na verdade parece muito melhor que ele não tenha que concordar. É assim que a evolução acontece. Se toda criança concordar com o pai, então não haverá qualquer evolução, porque o pai terá concordado com seu próprio pai, e todo mundo estará no ponto em que Deus deixou Adão e Eva: nus e expulsos do jardim do Éden. Todo mundo estará lá. O homem tem evoluído porque os filhos têm discordado de seus pais, dos pais de seus pais e de todas as tradições. Toda essa evolução é uma tremenda divergência com o passado. Quanto mais inteligente você for, mais você irá discordar. Mas os pais valorizam as crianças que concordam e condenam as que discordam.
Até os sete anos, se a criança puder ser deixada inocente, não corrompida pelas idéias dos outros, assim tornar-se-á impossível distraí-la de seu crescimento potencial.Os primeiros sete anos da criança são os mais vulneráveis. E elas estão nas mãos dos pais, dos professores, dos padres....
Como defender as crianças dos pais, dos padres e dos professores é uma questão de tamanha proporção que parece quase impossível de se fazer. Não é uma questão de ajudar a criança. A questão é proteger a criança. Se você tiver uma criança, proteja-a de si mesmo. Proteja a criança dos outros que possam influenciá-la, pelo menos até os sete anos, proteja-a. A criança é como uma pequena plantinha, fraca e suave. Um simples vento forte pode destruí-la, qualquer animal pode comê-la. Você põe um fio protetor ao redor dela, mas não a aprisiona, você está simplesmente protegendo-a.Quando a planta estiver maior, o fio será removido.
Proteja a criança de todo tipo de influência de modo que ela possa permanecer ela mesma. E isso é só uma questão de sete anos, porque então o primeiro círculo estará completo. Aos sete anos ele estará bem enraizado, centrado, forte o suficiente. Você não sabe o quanto uma criança de sete anos pode ser forte porque você só tem visto crianças corrompidas. Elas carregam os medos e a covardia de seus pais, mães e familiares. Elas não são elas mesmas.
Se uma criança permanecer sem ser corrompida por sete anos... Você ficará surpreso ao encontrar tal criança. Ela será tão afiada como uma espada. Seus olhos serão claros, seus insights serão claros. E você verá nela uma tremenda força que você não poderá encontrar nem mesmo num adulto de setenta anos.
Se você é um pai (ou mãe), você precisará muito dessa coragem para não interferir. Abra portas para direções desconhecidas de modo que a criança possa explorá-las. Ela não conhece o que ela tem dentro dela, ninguém sabe. Ela terá que tatear no escuro. Não faça com que ela tenha medo do escuro, não faça com que ela tenha medo do fracasso, não faça com que ela tenha medo do desconhecido. Dê a ela suporte. Quando ela estiver indo para uma jornada desconhecida, ofereça a ela todo o seu suporte, com todo o seu amor, com todas as suas bênçãos.
Não deixe que ela seja afetada pelos seus medos. Você pode ter medos, mas mantenha-os consigo mesmo. Não descarregue esses medos em cima da criança, porque isso será interferência.

Depois dos sete anos, no próximo círculo de sete anos, dos sete aos quatorze, algo novo é acrescentado à vida: os primeiros alvoroços da energia sexual da criança. Mas elas são apenas uma espécie de ensaio.
Ser pai é uma tarefa difícil. Assim, a não ser que você esteja pronto para assumir tal tarefa difícil, não se torne um pai. As pessoas simplesmente seguem se tornando pais e mães sem saber o que estão fazendo. Você está trazendo uma vida à existência e todo o cuidado do mundo será necessário.
Agora, quando a criança começa a brincar com seus ensaios sexuais, é o tempo em que os pais mais interferem, porque foi assim que fizeram com eles. Tudo o que eles sabem é o que foi feito com eles, assim eles seguem fazendo o mesmo com as suas crianças. As sociedades não permitem ensaio sexual, pelo menos não permitiram até o século XX, exceto nas duas e três últimas décadas em alguns países muito avançados. Agora já existem escolas mistas para as crianças, mas em um país como a Índia, mesmo agora, a educação mista começa a surgir apenas no nível universitário.
O menino de sete anos e a menina de sete anos não podem estar no mesmo internato. E este é o momento para eles, sem qualquer risco, sem perigo de gravidez, sem que quaisquer problemas surjam para suas famílias; este é o momento em que lhes deveriam ser permitidas todas as brincadeiras.
Sim, isso terá uma conotação sexual, mas será só um ensaio, não se trata de um drama teatral verdadeiro. E se você não permitir a eles nem mesmo esse ensaio, de repente então, um dia a cortina se abrirá e o verdadeiro drama começará... E eles não saberão o que está acontecendo e não haverá nem mesmo aquela pessoa escondida no palco para lhes soprar o que devem fazer. Você terá bagunçado a vida deles completamente.
Esses sete anos, o segundo círculo da vida, são significantes como um ensaio. Eles se encontrarão, se misturarão, brincarão e se conhecerão. E isso ajudará à humanidade a se livrar de quase noventa por cento das perversões. Se às crianças dos sete aos quatorze for permitido estarem juntas, nadarem juntas, estarem nuas juntas, noventa por cento das perversões e noventa por cento das pornografias irão simplesmente desaparecer. Quem irá dar atenção a essas coisas?
Quando um garoto conheceu tantas garotas nuas, que interesse uma revista tipo Playboy poderá ter para ele? Quando uma garota tiver visto tantos garotos nus, eu não vejo qualquer possibilidade de existir curiosidade a respeito do outro. Isso simplesmente desaparecerá. Eles irão crescer juntos naturalmente, não como duas espécies diferentes de animais. É assim que eles crescem agora, como duas espécies diferentes de animais. Eles não pertencem à mesma espécie humana, eles são mantidos separados. Mil e uma barreiras são criadas entre eles, e não lhes permitem qualquer ensaio de sua vida sexual que está chegando...
Se você tiver feito o dever de casa direitinho, se você tiver brincado com sua energia sexual exatamente com o espírito de um desportista (e naquela idade este é o único espírito que você poderia ter), você não se tornará um pervertido, um homossexual. Todo tipo de coisas estranhas não virão à sua cabeça, porque você está se movendo naturalmente com o outro sexo e o outro sexo está se movendo com você. Não haverá qualquer bloqueio e você não estará fazendo nada errado com quem quer que seja. Sua consciência estará clara porque ninguém pôs nela idéias do que é certo e do que é errado. Você simplesmente está sendo o que você é.

Dos quatorze aos vinte e um o seu sexo amadurece. E isso é significante para se entender: se o ensaio tiver sido bom no período dos sete aos quatorze quando o sexo amadurece, acontece uma coisa muito estranha que você nem mesmo deve ter pensado a respeito, porque não lhe foi dada a oportunidade. Eu disse a você que o segundo círculo de sete anos, dos sete aos quatorze, deu a você um vislumbre de antes da peça teatral. O terceiro círculo de sete anos da a você um vislumbre do que vem depois.Você está ainda com garotas ou garotos, mas agora uma nova fase começa em seu ser: você começa a se apaixonar.
Não é ainda um interesse biológico. Você não está interessado em procriar, você não está interessado em se tornar marido ou esposa. Esses são os anos dos jogos românticos. Você está mais interessado na beleza, no amor, na poesia, na escultura, que são fases diferentes de romantismo.

Dos vinte e um aos vinte e oito é um tempo em que eles podem se acertar. Eles podem escolher um companheiro. E eles são capazes de escolher agora, através de toda a experiência dos dois círculos passados eles podem escolher o companheiro certo. Não há mais ninguém que possa fazer isso por você. Isso é algo como um pressentimento. Nenhuma aritmética, nenhuma astrologia, nenhuma quiromancia, nenhum I-Ching poderão fazer isso.
Isso é um pressentimento: entrando em contato com muitas, muitas pessoas, de repente alguma coisa dá um clique que nunca deu com qualquer outra pessoa. E isso clica com tanta certeza e tão absolutamente, que você não pode nem mesmo duvidar. Mesmo se você tentar duvidar, você não conseguirá. A certeza é tão tremenda. Com esse clique vocês se acertam.
Entre os vinte e um e os vinte e oito, em algum lugar, se tudo correr bem do jeito que eu estou dizendo, sem interferência de outros, então vocês se acertam. E o período mais agradável da vida vem dos vinte e oito aos trinta e cinco: o mais alegre, o mais pacífico e harmonioso, porque duas pessoas começam a se derreter e a se fundir uma com a outra.

Dos trinta e cinco aos quarenta e dois, um novo passo, uma nova porta se abre. Se até os trinta e cinco você sentiu profunda harmonia, uma sensação orgástica e tiver descoberto a meditação através disso, então, dos trinta e cinco aos quarenta e dois vocês ajudarão um ao outro a ir mais e mais fundo na meditação sem sexo, porque o sexo neste ponto começa a parecer infantil, juvenil. Quarenta e dois anos é o tempo certo quando a pessoa deveria ser capaz de saber exatamente quem ela é.

Dos quarenta e dois aos quarenta e nove ela vai mais fundo e mais fundo na meditação, mais e mais para dentro de si mesmo, e ajuda o companheiro no mesmo caminho. Eles se tornam amigos. Não mais existe marido e não mais existe esposa. Esse tempo já passou. Isso já deu a sua riqueza para a sua vida. Agora existe alguma coisa mais alta, mais alta que o amor. Isso é amizade, um relacionamento de compaixão para ajudar o outro a ir mais fundo dentro de si mesmo, a se tornar mais independente, a se tornar mais só, como duas árvores altas, separadas mas ainda próximas uma da outra, ou dois pilares num templo suportando o mesmo teto, estando tão próximos e tão separados, tão independentes e tão sós.

Dos quarenta e nove aos cinqüenta e seis essa solitude se torna o foco de seu ser. Tudo no mundo perde o significado. A única coisa significante que permanece é essa solitude.

Dos cinqüenta e seis aos sessenta e três você se torna totalmente o que você está para ser: o florescimento potencial.

Dos sessenta e três aos setenta você começa a ficar pronto para deixar o corpo. Agora você sabe que não é o corpo, você sabe que também não é a mente. O corpo era conhecido como separado de você em algum lugar quando você tinha trinta e cinco anos. Que a mente está separada de você foi conhecido em algum lugar quando você tinha quarenta e nove anos. Agora, tudo mais foi deixado de lado exceto a auto observação. Só a pura consciência, a chama da consciência permanece com você, e isso é a preparação para a morte.

Setenta é a duração de vida natural para o homem. E se as coisas se moverem em seu curso natural, então ele morre com tremenda alegria, em grande êxtase, sentindo-se imensamente abençoado porque a sua vida não foi sem significado e que, pelo menos, ele encontrou o seu lar. E por causa dessa riqueza, dessa realização, ele é capaz de abençoar toda a existência.
Só por estar perto de tal pessoa, quando ela está morrendo, é uma grande oportunidade. Você sentirá, na medida em que ele deixa o corpo, algumas flores invisíveis caindo sobre você. Embora você não possa vê-las, você poderá senti-las."
OSHO.