contos sol e lua

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segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Tédio.


O tédio é um sentimento humano, um estado de falta de estímulo. Aborrecimento, fastio, nojo, desgosto. Ter muito ou pouco tempo pode ocasionar o tédio. Para as pessoas entediadas, o tempo parece passar mais lentamente do que quando elas estão O tédio é um insulto à fraternidade humana, porque a dor e a necessidade, a tristeza e a doença, a pobreza e a morte não se acham longe de ti.
Desde a Antiguidade até a Idade Média o termo correspondente ao tédio é acédia. Os pensadores cristãos do fim da Antiguidade e começo da Idade Média tinham o termo como indiferença e ociosidade. Esta concepção fez Heidegger dizer que o tédio é "a raiz de todos os males". Há, porém, uma diferença entre os termos acédia e tédio. O primeiro refere-se à alma, à moral; o segundo, ao estado psicológico.
Evágrio Pôntico entendia a acédia como demoníaca. O demônio do meio-dia (daemon meridianus) é um tipo de acédia, o mais ardiloso de todos, pois ataca o monge em pleno dia, fazendo com que tudo lhe pareça uma ilusão. O demônio o faz detestar o lugar onde se encontra - e até a própria vida, lembrando-o dos atrativos que tinha antes de se devotar a Deus. Segundo Evágrio, quem consegue resistir à acédia, mediante vigor e paciência, será também capaz de resistir a todos os outros pecados e encontrará aí a alegria.
No Renascimento, o conceito de acédia foi substituído pelo de melancolia. A acédia diferia da melancolia por estar ligada à alma, enquanto esta última estava ligada ao corpo.
Após o século XIV a acédia foi considerada menos um pecado que uma doença, e seus aspectos morais criaram, em certa medida, uma base para o tédio.
Em vista do exposto, temos para com o tédio uma atitude de censura, considerando-o como um defeito grave do caráter. O TÉDIO COMO UM PROBLEMA FILOSÓFICO.
Por que deveríamos considerar o tédio como um problema filosófico e não apenas psicológico, religioso e sociológico? O problema filosófico mostra uma certa desorientação, algo que não temos uma resposta de imediato. Observe que para Wittegenstein, um problema filosófico tem a forma: "Não sei por onde ir". Nesta mesma linha de pensamento, Martin Heidegger diz que "Um conhecimento não completo" transforma-se em um problema filosófico.
O tédio se encaixa bem a essas observações, por isso pode ser considerado como uma das grandes questões de filosofia.
TIPOS E TÉDIO.
Martin Doehlemann distingue quatro tipos de tédio:
tédio situacional – aquele que sentimos ao esperar alguém, ao ouvir uma conferência, ao assistir a um filme.
tédio da saciedade – quando obtemos demais de uma coisa e tudo o mais se torna banal e sem valor. tédio existencial – em que a alma está sem conteúdo e o mundo em ponto morto.
tédio criativo – quando sentimos que temos que fazer algo novo.
POSIÇÕES DE ALGUNS FILÓSOFOS SOBRE O TÉDIO
Kierkegaard descreveu o tédio como "a raiz de todo o mal". Rochefoucauld, referindo-se à corte francesa, disse: "Quase sempre somos entediados por pessoas para as quais nós mesmos somos entediantes". Para Pascal, "o homem sem Deus está condenado à diversão". Para Nietzsche, o tédio é "a 'desagradável calma' da alma" que precede os atos criativos, e enquanto os espíritos criativos o suportam, "natureza menores" fogem dele. No romance Lucinde (1799), no capítulo "O Idílio do Lazer", Friedrich Schlegel escreve: "Toda atividade vazia, agitada, não produz qualquer coisa senão tédio – o dos outros e o nosso".
TÉDIO: SIGNIFICADO E TRANSGRESSÃO.
ATITUDES IMPULSIVAS.
O tédio pode levar a atitudes impulsivas e às vezes mesmo excessivas, que não servem para nada e podem causar danos. Por exemplo, estudos mostram que acionistas da Bolsa de Valores podem vender ou comprar ações sem nenhuma razão objetiva para tal, simplesmente porque eles sentem-se entediados por não terem nada para fazer, onde o tédio é desencadeado por uma situação de saída de uma atividade rotineira de fazer contas, verificar investimentos etc.
INFORMAÇÃO E SIGNIFICADO.
O tédio relaciona-se com informação e significado. Sabemos que informação e significado não são a mesma coisa. Significado consiste em fazer uma conexão da parte com o todo; a informação, não. Podemos encher o nosso cérebro com dados, fórmulas e as mais variadas técnicas, mas sem significado algum para nós. Nesse caso, temos de distinguir o essencial do acessório, a novidade, da verdade. Quantas não são as informações que recebemos diariamente que nada tem a ver com o nosso crescimento moral? O tédio aqui representa a perda de significado.
TRANSGRESSÃO.
transgressão, por seu turno, é a satisfação da necessidade que só se sacia na novidade. Para fugir ao tédio, procuramos os divertimentos, as festas, as peças teatrais, as viagens, as discotecas, os barzinhos etc. Nada disso, porém, preenche-nos intimamente. Incita-nos, pelo contrário, a fugirmos de nós mesmos. Contudo, com mais ou menos tempo, o tédio volta a nos visitar, pois desprezamos a verdadeira necessidade de nosso espírito, que é a evolução espiritual.
A MELANCOLIA.
O sentimento de que existe um mundo melhor, além deste, vem de longa data. Os Espíritos degredados de Capela sonhavam em voltar ao mundo mais evoluído do qual eram procedentes. Daí, a melancolia.
O Espírito François de Genève esclarece-nos que a vaga tristeza que o Espírito sente, quando está jungido a um corpo físico, é porque aspira à felicidade e à liberdade, a qual não encontra neste mundo. Consequentemente surge o desânimo, o cansaço, a descrença, gerando pensamentos sombrios e impelindo-nos ao tédio.
Anotemos um trecho de sua mensagem: "Lembrai-vos de que, durante o vosso degredo na Terra, tendes de desempenhar uma missão de que não suspeitais, quer dedicando-vos à vossa família, quer cumprindo as diversas obrigações que Deus vos confiou. Se, no curso desse degredo-provação, exonerando-vos dos vossos encargos, sobre vós desabarem os cuidados, as inquietações e tribulações, sede fortes e corajosos para suportá-los. Afrontai-os resolutos. Duram pouco e vos conduzirão à companhia dos amigos por quem chorais e que, jubilosos por ver-vos de novo entre eles, vos estenderão os braços, a fim de guiar-vos a uma região inacessível às aflições da Terra". TÉDIO NO LAR.
No relacionamento entre os casais, muitas arestas devem ser aparadas, pois cada qual, em sua posição, deve consertar erros do passado e preparar-se para um futuro mais promissor.
"Verificada a presença do tédio, é imperioso ausculte, cada um deles, o próprio íntimo, de modo a saber se o desequilíbrio estará enraizado nos desregramentos poligâmicos, que nos marcaram a individualidade em existências pretéritas, a fim de corrigir-se, em salvadora dieta emotiva, a compulsão que, porventura, os arraste ainda para a fome de prazeres inúteis". . SIRVAMOS EM PAZ.
Não são poucas as pessoas que se sentem angustiadas, doentes, passando de médico em médico, de religião em religião, sem encontrar uma solução para o seu desânimo. Prostram-se e choram de tédio.
A imprensa dedica-se à tragédia, ao crime, ao sensacionalismo. Isso é inevitável. O Espírito Emmanuel, porém, adverte-nos: "Basta empregar exageradamente a energia mental, num escândalo ou num crime, para entrar em relação com os agentes destrutivos que os provocaram... Se consumimos alimento deteriorado, rumamos para a doença; se repletamos o cérebro de preocupações descontroladas, inclinamo-nos, de imediato, ao desequilíbrio".
Em síntese, da mesma forma que nos imunizamos dos alimentos deteriorados, o mesmo deveríamos fazer para com os nossos pensamentos.
CONCLUSÃO.
O tédio pode ser positivo e negativo. É positivo, quando esse sentimento nos leva a criar, a sair do nosso mundo interior e progredir. É negativo, quando nos faz abaixar a cabeça e chafurdarmo-nos em nossas desgraças.Wikepédia.

A Lâmina do Imortal.


Blade -
Conrad Editora
Agora é a hora de lançar produtos ligados a samurais - um blockbuster(bom ou ruim, não é o caso) estrelado por Tom Cruise é, por si só, retaguarda mercadológica para garantir o sucesso de qualquer produto do gênero. E nada mais apropriado que um mangá. Afinal, um dos precussores do quadrinho japonês no Brasil foi justamente Lobo Solitário, um clássico do estilo.
A escolha de Blade foi muito acertada: embora aborde um tema já bastante explorado no mangá (a ponto de levar a pecha de "faroeste oriental"), o gibi o faz introduzindo elementos próprios. Tais desvios vão desde homenagens a bandas ocidentais como Sex Pistols e Black Sabbath até a adaptação do estereótipo "anti-herói", em contraposição ao detalhismo histórico e aos códigos de honra, tão comuns em outras obras.
Claro, nem tudo isso salta aos olhos do leitor ocidental, salvo aquele que já tenha lido muito mangá de samurai. Mas quem não é tão veterano também deve gostar, já que os elementos "clássicos" também estão muito bem explorados. A simbologia exige interpretação fora do contexto ocidental(só para se ter uma idéia: o personagem "do bem" usa uma suástica). Felizmente a Conrad fez o costumeiro bom trabalho de adaptação.
A atitude macabra dos personagens, a narrativa mais aprofundada, a arte, enfim, todos os elementos que constituem um bom mangá de samurai estão presentes.

Uma animada festa na casa da Morte.

Morte - A Festa.
Jill Thompson.
Para quem conhece o universo do personagem de quadrinhos Sandman, criado por Neil Gaiman, o episódio é arquiconhecido. O Senhor dos Sonhos entra no Inferno disposto a lutar com Lúcifer, o Príncipe da Luz, para recuperar a alma de sua antiga amada. No entanto, ao chegar nas terras tenebrosas, encontra tudo vazio, abandonado. Lúcifer desistiu de ser dono do Inferno! Está cansado. Fechou a conta. Esvaziou seus domínios, expulsou as almas e todos os demônios que ali habitavam e está acabando de fechar os últimos portões quando Sonho se aproxima.
Aproveita para lhe pedir que corte suas asas celestiais: agora, ele vai curtir uma vida de ermitão de meia-idade no litoral (que tem toda a cara de ser a Califórnia) e nunca mais voltará. Antes de partir, seu último gesto soberano: entrega a chave do reino para Sandman. Ele que faça o que quiser com ela.
Sandman é o novo rei de um reino triste e esvaziado. E ainda ouve de Lúcifer, quando este vai embora: "A chave é sua agora, Senhor dos Sonhos. Talvez isto vá te destruir. Talvez, não. Mas, duvido que sua vida se torne mais fácil!"
O que fará Sonho com tal poder? Ninguém sabe. Nem o próprio. Enquanto tenta decidir, começam a chegar diversas delegações reivindicando a chave para si, com toda série de propostas, presentes ou ameaças: de Odin e seu filho Thor, acompanhado de Loki Skywalker, Filho dos Gigantes; Anúbis, Senhora dos Mortos do Delta do Nilo; Azazel, formalmente um príncipe do Inferno, além de outros. E também os anjos Remiel e Duma que vieram... observar.
Pois bem. Como disse, essa história é antiga e os velhos leitores da saga de Morpheus, o Senhor dos Sonhos, sabem muito bem como isso termina. Acontece que um certo detalhe no meio dessa bagunça nunca havia sido revelado anteriormente: afinal de contas, para onde foram todas aquelas almas subitamente libertas da eterna prisão infernal? Ora, elas foram realizar seus desígnios últimos, foram para onde havia Luz, dirigiram-se para a ultima coisa conhecida que viram antes de irem pagar suas penas. Em outras palavras, para a casa da querida irmã de Sandman, a Morte!
Subitamente, Death vê sua cuidada e bonita casinha invadida por milhares de almas perdidas procurando por um caminho e que a cada segundo vão aumentando cada vez mais. Com uma pequena ajuda de suas irmãs Despair (Desespero) e Delirium (Delírio), precisa dar um jeito de distrair as almas enquanto sai para trabalhar. Cuidando para que os "convidados" sejam "alimentados" e ninguém faça muita sujeira no carpete, nem destrua a mobília! E torcendo para que seu irmão decida logo o que vai fazer da vida. E da morte.
"Morte - A Festa" é uma hilária e muito bem sacada adaptação do universo dos Perpétuos realizada por Jill Thompson, uma ganhadora do prestigiadíssimo Prêmio Will Eisner de HQ e fã ardorosa do trabalho do genial Neil Gaiman. Thompson traçou perfeitamente os personagens, trazendo humor e agitação sem perder em nada suas características originais: Morte está tão sensual, lúcida, carismática e inteligente como sempre. Delírio está perfeita como uma criança maluca e não a costumeira adolescente; e vemos um inesperado affair de Desespero com ninguém menos que Edgar Allan Poe!
E os desenhos ainda trazem um inusitado sabor a mais: estão no formato de mangá. É uma perspectiva bem diferente e, para dizer a verdade é bem esquisito. Não sei se me acostumei, não. Creio que continuo preferindo os traços e desenhos e arte originais.
Além do que, Morte está aqui. Em plena ação.

Livro dos Magos - De Merlin a Harry Potter.


Tim Dedopulos.
Quem não gostaria de resolver problemas, dos mais complicados aos simples, num piscar de olhos? Se fosse dada a opção, até mesmo os céticos gostariam de possuir poderes mágicos. O "Livro dos Magos - De Merlin a Harry Potter", de Tim Dedopulos, traz informações preciosas sobre essa figura que está longe de ser apenas um senhor de chapéu pontudo e manto bordado.
Já no início o autor se preocupa em diferenciar magos de bruxas, xamãs e outros seres dotados de poderes mágicos. Segundo Dedopulos, a diferença está na forma com que a magia é usada. Os magos se valem de encatamentos, gestos, rituais, ferramentas e adivinhações para modificar a realidade ao seu redor sem usar os processos naturais. Já as bruxas trabalham com o relacionamento que travam através de rituais com a natureza e com os espíritos da terra, geralmente em rituais que exigem a participação de mais de uma pessoa.
Depois de esclarecer as dúvidas sobre os tipos de magos, o livro passa a apresentar os personagens mágicos, magos nascidos em livros e lendas e que se tornaram mundialmente famosos. É claro que a lista começa com Harry Potter, o menino mago criado por J.K. Rowling. O livro dá uma biografia do mago, uma descrição de seu mundo, os tipos de magia que usa e uma ficha com altura, idade, descrição, habilidades e outras características.
Gandalf, de "O Senhor dos Anéis" é o segundo da lista. O livro traz ilustrações belíssimas do mago e de outras criações de JRR Tolkien. Segundo o autor, Gandalf é um mago arquetípico, já que a trilogia criou o gênero fantasia na literatura. Outros magos citados são Yoda, da série de filmes "Guerra nas Estrelas", Rincewind, da série de livros "Discworld", do escritor britânico Terry Pratchett, o Mágico de Oz, criado por L. Frank Baum, Abdul Al-hazred, do ciclo de histórias "Mitos de Cthulhu", de H.P. Lovecraft, o Aprendiz de Feiticeiro, que aparece no desenho "Fantasia", da Disney, e outros que receberam menções honrosas, como Tim, o Encantador, do filme "O Cálice Sagrado", do sexteto Monty Python.
O terceiro capítulo do livro é dedicado aos magos míticos, cuja galeria começa com o mago Merlin, conselheiro do Rei Arthur. Ele é seguido pelo galês Taliesin, pelo Imperador Amarelo, criador tradicional da religião taoísta na China e por Circe, a feiticeira grega que tentou atrapalhar Ulisses em sua jornada.
Os magos do mundo real têm o seu espaço reservado no livro. John Dee, o verdadeiro "007", já que era assim que ele assinava os relatórios de espionagem que entregava para a rainha Elizabeth I, é o primeiro, seguido dos cavaleiros templários, alquimistas, e menções honrosas para Aleister Crowley e Nostradamus.
O capítulo cinco apresenta aos curiosos as ferramentas e instalações mais "populares" entre os magos. Além de trajes, varinhas e caldeirões, o livro apresenta uma lista de armas rituais, espaços sagrados e conta o que não pode faltar em laboratórios e bibliotecas de magia.
Já que magos raramente conseguem se relacionar com os "reles mortais", que muitas vezes os temem, as sociedades mágicas são os principais espaços para o aprendizado das artes mágicas e para a troca entre outros magos. Tim Dedopulos descreve os Istari, a irmandade de magos da obra "O Senhor dos Anéis". A Escola de Hogwarts e suas quatro casas (Grifinória, Lufa-Lufa, Corvinal e Sonserina), e o conselho Jedi.
É sabido que nem todos os magos sabem usar com sabedoria o poder que possuem. Dentre os feiticeiros que não conseguiram controlar sua ambição estão Darth Vader, dos filmes "Guerra nas Estrelas", Lord Voldemort, o arquiinimigo de Harry Potter, Morgana Le Fay, inimiga do Rei Arthur (para tristeza dos fãs da série "As Brumas de Avalon", de Marion Zimmer Bradley) e menções densonrosas para Saruman, o Branco, de "O Senhor dos Anéis" e o Barão von Frankenstein.
Finalmente, para quem ainda não esta saciado, o autor listou uma biblioteca mágica, que além dos óbvios "O Senhor dos Anéis" e da série "Harry Potter", tem um livro de nosso mago brasileiro, "O Diário de um Mago" de Paulo Coelho. As belíssimas ilustrações e a bela encadernação tornam o "Livro dos Magos" um ótimo presente para qualquer aprendiz de feiticeiro.

A DOR MORA AO LADO.


Mas eu não me importo. A maioria das pessoas também bebe dessa indiferença. Eu não sei se ficamos alheios às dores de tantas almas porque não buscamos saber ou não sabemos porque a correria da vida, a estafante busca pelo amanhã leva o homem a achar que sempre a sua dor é maior que a do seu semelhante, de um amigo, de um desconhecido perdido entre a poeira da vida.
Os sonhos de glória nas grandes cidades, os traumas da alma, as emboscadas da vida, estão tornando o ser humano cada vez mais impessoal, cativo dos seus próprios interesses, de seus reservados e impertubáveis momentos.
Escravo da necessidade de voar atrás do mágico bálsamo que vai aliviar seus infortúnios, seus medos, suas angústias, virou refém da ânsia de procurar as estradas que possam dar no nascedouro da sua própria felicidade, sem se preocupar com as dores alheias, sem sentir o aroma da solidariedade.
Será que a emboscada das saudades que me assaltam no meio da noite são sempre maiores que do vizinho que mora ao lado? Não sei. E como vou saber se não pergunto, se não me interesso em saber? Será que as incertezas do meu futuro são tão mais continuas que as de tanto que trabalham ao meu lado. Como vou sentir? Se, inconseqüente, penso somente em mim, no meu destino.
Será que a primeira luz da manhã que vem enxugar as minhas lágrimas, vai também enxugar as de quem está tão perto de mim? Como vou descobrir? Se só olho para frente. Se o lado esquerdo do meu coração é um depósito de dor e o direito é um templo fechado, cujos batimentos ficam a cadenciar o amor que sinto somente por aqueles que me são mais caros, pela mulher que amo, pelos amigos do peito.
Será, se o que falo para poucas pessoas, que nem mesmo sei se escutam, alguém também não tem vontade de soltar o grito para que meus insensíveis ouvidos virem os almoxarifados das suas dores. Como saber? Se só escuto os sussurros dos maus ventos que nas suas idas e vindas ficam a repetir o alarido das minhas próprias palavras.
Será que fui só eu que tracei planos para um futuro, que não via vazios, que não sabia que ia ser sabotado pela caravana do destino? E o parceiro do lado? É tão desprendido da vida que pouco ou quase nada lhe perturba o amanhã? Como perceber que seus desejos também não foram podados, se não me preocupo com seus pesadelos, com seus insípidos amanheceres.
Será que só a minha vida conheceu perdas irreparáveis. Será que só eu tenho uma janela aberta para a vida e uma porta sempre escancarada para a eternidade? Como sofrer pelo meu semelhante? Se não rebusquei seu passado, se não bisbilhotei suas perdas, se não tentei espiar pela sua porta entreaberta.
Será que só eu percebo que tenho caminhado porque Deus tem segurado nas minhas mãos, ensinando-me a rescrever minha vida, apagar minhas desesperanças? Como navegarei no mar da sensibilidade de quem anda ao meu lado se não vejo seus lábios clamarem por conforto espiritual, suplicando com fervor as orações que sobem aos céus, se não estanco o passo para, juntos, realizarmos um pacto de fé, de partilha, de solidariedade?
Como, afinal, posso escrever sobre amizade, se ao meu lado alguém sofre com a sua alma em retalhos e eu não me preocupo em saber a extensão da sua dor?Wikepédia.

Pensamento Obscuro.


Olhar frio e impetuoso
É o olhar que sedes
O poder da minha alma
As flores murcham- entrega-se ao pó

As paredes gelam quando exala
Vazio é o solido vacu, que habita em meu peito
Vós digo com tom afirmativo
Não sou homem de ferro
Mas sou o incrível homem de gelo

Deitado num quarto escuro
Da brecha na telha, uma luz refletia
Percebi que o grão de pó ao atravessar a luz
No escuro não enxergaria

Me senti sozinho muitas vezes
Mas tamanha solidão só me fortalecia
Afinal de quê seria o Goticismo
Se não fossem gotas de Melancolia
Lord Marlon.

"A Lenda da Rosa Azul"


A lenda da rosa azul é até hoje estudada por vários criadores de rosas, que tentam geneticamente criar a tal rosa azul, mas até hoje ainda ninguém conseguiu. Eu vou falar de duas lendas acerca desta rosa, uma portuguesa e outra da mitologia grega.
A LENDA PORTUGUESA:
No Mosteiro da Cartuxa, no Buçaco, em Portugal, vivia, em séculos que já se foram, um piedoso e santo monge, cuja vida se consumia, inteira, entre a oração e as rosas. Jardineiro da alma e das flores, passava ele as manhãs de joelhos, no silêncio da nave, aos pés de um Cristo crucificado, e as tardes, no pequeno jardim da ordem, curvado diante das roseiras, que ele próprio plantava e regava.
A sua paciência de jardineiro era absorvida, entretanto, por uma ideia, que era um sonho: encontrar a rosa azul das lendas do Oriente, de que tivera notícia, uma noite, ao ler os poemas latinos dos velhos monges medievais. Para isso, casava ele as sementes, os brotos, fundia os enxertos, combinando as terras, com que as cobria, e as águas, com que as regava, esperando, ansioso, o aparecimento, no topo da haste, do sonhado botão azul!
Ao fim de setenta anos de experiências e sonhos, em que se lhe misturavam na imaginação as chagas vermelhas de Cristo e as manchas celestes da sua rosa encantada, surgiu, afinal, no coroamento de um galho de roseira, um botão azul, como o céu. Centenário e curvado, o velhinho não resistiu à emoção; adoeceu, e, conduzido à cela, ajoelhou-se diante do Crucificado, pedindo-lhe, entre soluços pungentes, que, como prémio à santidade da sua vida, não lhe cerrasse os olhos sem que eles vissem, contentes, o desabrochar da sua rosa azul.
Em volta do santo velhinho, no catre do mosteiro, todos choravam, compungidos. E foi, então, que, divulgada de boca em boca, foi a notícia ter a um convento das proximidades, onde jazia, orando e sonhando, uma linda infanta de Portugal. Moça e formosa, e, além de formosa e moça, - fidalga e portuguesa, compreendeu a pequenina freira, no jardim do seu sonho, o valor daquela ilusão, e correu à sua cela, consumindo toda uma noite a fazer, com os seus dedos de neve, uma viçosa flor de seda azul, que perfumou, ela própria, com essência de gerânio.
E no dia seguinte, pela manhã, morria no seu catre, sorrindo entre lágrimas de alegria, por ter nas mãos trémulas, por um milagre do céu, a sua rosa azul!
A LENDA GREGA:
Conta a lenda que a Rosa foi criada por Clóris, a deusa grega das flores, a partir de um corpo sem vida de uma ninfa que ela encontrou certo dia numa clareira no bosque.
Pediu ajuda de Afrodite -a deusa do amor – que deu à flor a beleza. Dionísio -deus do vinho – ofereceu o seu néctar para lhe proporcionar um perfume doce, e as três graças deram-lhe:encanto, esplendor e alegria. Depois Zéfiro - o vento oeste - afastou as nuvens com seu sopro para que Apolo - deus sol - pudesse brilhar e fazer a planta florescer. Desta forma a rosa nasceu e foi logo coroada "Rainha das flores".Significados: AMOR, GRATIDÃO, RESPEITO, APRECIAÇÃO, ADMIRAÇÃO.Wikepédia

Ghost Whisperer.


Visão Geral.
Melinda Gordon é uma jovem mulher casada que consegue comunicar com os espíritos terrenos de pessoas que morreram. Ela vive com o seu marido Jim Clancy e é a proprietária da loja de antiguidades "Tal Como Nunca Fui". Os fantasmas que procuram a ajuda de Melinda pretendem enviar uma mensagem ou completar uma tarefa que irá colocar o seu espírito em repouso, e assim permitir-lhes atravessar para a Luz, uma metáfora para a ideia de Paraíso. Mas, estas mensagens são por vezes confusas e intensas. Como resultado, Melinda encontra por parte dos vivos muito cepticismo, mas consegue que o seu talento seja uma mais valia para ajudar tanto os espíritos como as pessoas que estes querem contactar.
A citação seguinte apareceu em todos os episódios da primeira e segunda temporadas, e foi referida sempre por Jennifer Love Hewitt que interpreta a personagem principal da série:
O meu nome é Melinda Gordon. Acabei de me casar. Mudei-me recentemente para uma pequena cidade. Abri uma loja de antiguidades. Sou uma pessoa como qualquer outra. Excepto que desde a minha infância que sei que falo com os mortos. Espíritos terrenos, era assim que a minha avó os chamava. Para contar-lhes a minha história, terei de contar a deles.
Resumo da Série.
* A 1ª temporada introduz Romano, um antigo chefe religioso da Europa que influenciou os seus seguidores a cometer um suicídio em massa em 1930. O seu próprio suicídio transformou-o num espírito terreno negativo. Durante toda a temporada, Romano vai fazendo aparições a Melinda para a assustar. Isto porque o seu objectivo é fazer exatamente o oposto que a jovem, e assim impedir que as almas terrenas façam a passagem para a Luz.
* Na 2ª temporada, Melinda conhece Delia Banks, o seu filho Ned Banks, e o professor Rick Payne, os quais, virão a conhecer a existência do dom de Melinda até ao fim da temporada. Cada personagem, dependendo da sua personalidade, dá origem a reações contrastantes. Esta temporada gira em torno da fina linha que existe entre o mundo dos vivos e o dos mortos. Melinda conhece um homem, cuja chegada a Grandview determina os eventos finais de uma desastrosa profecia que está em movimento, bem como o reforço do lado Negro sobre a Luz.
* Depois de se aperceber que Gabriel Lawrence, o cruel homem que conheceu na temporada anterior, pode ser seu irmão, na 3ª temporada, Melinda procura na sua história familiar respostas às confusas questões que invadiram a sua mente. À medida que ela fica mais perto da verdade, mais perto de aprender o segredo de seu dom, da sua infância e do seu pai que a abandonou quando era pequena, Melinda entra numa jornada perigosa.
* Na 4ª temporada, Melinda conhece Eli James após um incêndio na Universidade Rockland e diz adeus ao seu grande amigo Rick Payne, que deixa Grandview seguindo rumo a uma viagem de investigação. Depois de viver a sua própria tragédia familiar com a morte do seu marido, Melinda descobre que a sua vida nunca mais será igual. Nesta temporada, depois de o seu amor por Jim receber uma segunda oportunidade, ela descobre que está grávida.Wikepédia.

Personagens.


* Melinda Gordon (Jennifer Love Hewitt)
Melinda tem a capacidade de ver e comunicar com fantasmas. Ela mudou-se para Grandview depois de se casar com Jim Clancy, um paramédico que tem noção do dom da sua esposa. Ela sempre foi capaz de falar com os mortos, ou "espíritos terrenos", tal como a sua avó (grande confidente e amiga) os chamava. A sua mãe, Beth Gordon, possui o mesmo dom, mas ela nega a sua existência, o que faz com que a relação entre mãe e filha não seja muito saudável.
* James "Jim" Clancy/Sam Lucas (David Conrad)
Jim é o marido de Melinda. Antes de se casar, como bombeiro, conheceu a futura esposa resgatando-a de um apartamento em chamas. Jim sabe da habilidade de Melinda e ajuda-a sempre que pode e consegue. Depois de ter testemunhado a morte do seu irmão mais velho, Dan Clancy, quando ambos eram ainda jovens e de se sentir incapaz de o salvar, Jim decidiu tornar-se um paramédico. Apesar disto o seu grande sonho é o de ser médico, mas nunca lutou por ter de estudar demasiado. Depois de morrer na 4ª temp. e de se "infiltrar" no corpo de Sam Lucas ele descobre que este homem tirou a maioria dos cursos que eram necessários para se tornar médico e por isso decide seguir em frente com o seu sonho.
* Andrea Moreno (Aisha Tyler)
Andrea quando viveu em Nova Iorque trabalhava como advogada, até que o seu emprego mudou. Por isso ela estabeleceu-se em Grandview e arranjou emprego no antiquário de Melinda. Aqui elas tornaram-se grandes amigas e Melinda, ao sentir uma grande confiança, revelou-lhe o seu dom. Isto fez com que sempre que a médium precisasse de ajudar um fantasma, Andrea mantinha a loja. Ela era solteira e uma mulher decidida até à sua morte no final da 1ª temporada.
Delia Banks (Camryn Manheim)
Delia e o seu filho adolescente, Ned Banks, perderam o seu marido e pai, Charlie Banks, três anos antes da sua aparição no programa. Depois disto ela tornou-se uma agente imobiliária. Mas quando Ned é apanhado a furtar o antiquário de Melinda, as duas conhecem-se e começam uma amizade, apesar de a médium não revelar a existência da sua habilidade especial. Delia chega mesmo a começar a trabalhar no antiquário. Quando Melinda descobre que Charlie assombra a sua mulher, ela revela-lhe o seu segredo e a reacção não podia ser pior. Delia demite-se e insulta a médium, mas, apesar disso, ela apercebe-se que Melinda não é maluca nem uma aldrabona e por isso, apesar do seu cepticismo, mantém a sua amizade.
* Richard "Rick" Payne (Jay Mohr)
Rick Payne é um professor da Universidade Rockland e casado com Kate Payne. Ele conhece Melinda, quando esta lhe pede ajuda para salvar a sua amiga, Andrea, que, depois de morta, começa a ser atacada por espíritos sombrios. Depois disto, ela continua a procurar a ajuda de Rick em relação a ocorrências paranormais. Nas suas conversas, Melinda descobre que o professor, apesar de ensinar história e crenças ocultas, é incrivelmente céptico. Mesmo assim, Melinda revela-lhe o dom, e assim tornam-se grandes companheiros.
* Ned Banks (Tyler Patrick Jones/Christoph Sanders)
Ned Banks foi originalmente interpretado por Tyler Patrick Jones quando a personagem tinha 13 anos. Mas na 3ª temporada Christoph Sanders assumiu o papel de um Ned mais maduro. No princípio, ele foi apanhado a roubar na loja de antiguidades de Melinda, mas a médium apercebeu-se que ele só o fazia porque um espírito o persuadia. Ned descobriu o segredo de Melinda antes da sua mãe, mas mesmo assim está sempre ansioso para ajudar Melinda com os seus fantasmas.
* Eli James (Jamie Kennedy)
Durante um incêndio na Universidade Rockland, Eli James, um professor de psicologia e terapeuta, morre, mas os paramédicos conseguiram reanimá-lo no local. Esta experiência de quase-morte desbloqueou-lhe a capacidade que lhe permite ouvir fantasmas, mas não a de os ver, tal como Melinda. Durante toda a 4ª temporada, ele tenta ajustar-se à sua recém habilidade e assim, começa a ajudar a médium a fazer a travessia dos fantasmas.