contos sol e lua

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sábado, 27 de março de 2010

O BEM E O MAL.


O Bem e o Mal estão misturados neste mundo e se manifestam sob diversos aspectos. A tragédia e a comédia, a infelicidade e a felicidade, a guerra e a paz, são sempre motivadas pelo Bem e o Mal. Mas porque existem homens bons e homens maus? Deve haver alguma causa fundamental que os origina e esta causa precisa ser conhecida.
Evidentemente, todo ser humano deseja ser bom. Ninguém gosta de ser mau. Tanto no campo da política social como no terreno da família, todos, salvo algumas exceções, amam o bem por inclinação natural, porque sabem que a paz e a felicidade não nascem do Mal.
Vou definir o homem bom e o homem mau.
O homem bom acredita no invisível. O homem mau não acredita no invisível. Quem acredita no invisível, acredita na existência de Deus; em outros termos, é espiritualista. Quem não acredita no invisível, é materialista e ateu.
Quando um homem pratica o Bem, seus pensamentos emanam do amor, da misericórdia, da justiça social e, em sentido amplo, do amor à humanidade. Há homens que praticam o Bem por acreditarem na lei do karma. Ajudam os outros por compaixão, imbuídos do pensamento budista de retribuição das quatro obrigações.
Não desperdiçar as coisas, agir com simplicidade e frugalidade – são algumas das manifestações do Bem. O homem de fé sente-se grato a Deus. A atitude de agradecimento, o esforço para submeter-se à vontade de Deus – estão entre as principais manifestações do Bem.
Vejamos agora a psicologia do homem mau. Quem pratica maus atos não acredita absolutamente na existência de Deus. Essas pessoas pensam que podem praticar qualquer maldade para se beneficiarem, desde que consigam fazê-lo às escondida. Têm pensamentos niilistas, iludem os outros como se tratasse da coisa mais comum, prejudicam o próximo sem pensar nas perturbações que causam aos homens e à sociedade. Em casos extremos chegam até a perpetrar assassínios. A guerra é um assassínio grupal. Os heróis da antiguidade provocavam grandes guerras para alimentar o seu desejo ilimitado de poder e procediam de acordo com o lema segundo o qual " a razão está com quem detém o poder".
Mas há um velho ditado que diz: " Enquanto os ventos lhes são favoráveis, o homem vence até o céu; quando o céu decide, entretanto, o homem é subjugado". O homem mau pode prosperar durante algum tempo, mas o seu fim será sempre um destino trágico. Isto é claramente demonstrado pela História. O motivo de sua ruína, naturalmente, foi o mal que praticou.
Essas pessoas, porém, crêem que obter vantagens à custas dos outros é até uma prova de esperteza e por isso praticam o maior número possível de atos malignos, para poderem levar uma vida faustosa. Elas também pensam que não existe vida no mundo espiritual e que o ser humano, após a morte, fica reduzido a zero. É através desses pensamentos que surge o Mal.
No entanto, ainda que esses indivíduos tenham sorte, o seu sucesso é apenas temporário. Se as observarmos com uma visão ampla, vemos que um dia acabam sendo infalivelmente destruídas.
Quem erra praticando o mal, vive sempre intranqüilo, no terror de ser descoberto e preso a qualquer momento. E torturado pelo peso da consciência, terá de se arrepender fatalmente.
Muitas vezes, uma pessoa que cometeu um delito acaba por denunciar-se a si própria. E não raro, ao ver-se presa e condenada, fica até contente, sentindo-se aliviada. Isto acontece porque a alma, dada por Deus, foi repreendida por Deus. Porque a alma se comunica com a divindade através do fio espiritual. Portanto, quando um homem pratica o mal, mesmo que iluda perfeitamente os olhos dos outros, não consegue iludir-se a si mesmo. Através do fio espiritual que liga o homem à divindade, Deus conhece detalhadamente todos os atos do ser humano. Todas as coisas que o homem pratica ficam registradas no Livro de Yama ( O Senhor de Hades, o Rei do Inferno).
Ensinamento de Meishu Sama.

O silencio.


Que me parece um silêncio na alma
Na noite solta que se vêm a mim
E renascendo nestas horas calmas
Rompe barreiras do seu próprio fim

Quem já permite ao seu cotidiano
Momentos calmos de uma solidão
Amansa o rumo do seu próprio plano
Planta taperas no seu coração

Um rancho tosco será testemunha
Por seu silêncio invadindo a vida
Um mate novo pra sorver os sonhos
Das minhas mágoas que são tão sentidas

Então eu busco nas razões que trago
Qual o motivo de um desassosssego
Talvez os olhos daquela morena
Seja uma estrada de guardar segredos

Mas muitas vezes é melhor o nada
De um silêncio que nos arrodeia
Pois toda a fúria que em nós deságua
Acaba um dia no cristal da areia

A gente aprende no amanhã depois
No próprio rastro que ficou no pó
Que é necessário se viver em dois
Do que o silêncio de viver tão só.
Luiz Marenco.