contos sol e lua

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segunda-feira, 27 de maio de 2013

Orgulho.

Leontina Rita Aocrinte trentin Falemos um pouco sobre o Orgulho, chaga esta que assola a humanidade perturbando corações, lares, relacionamentos, parcerias etc... Fomos criados por Deus a sua semelhança para perfeição, portanto, o mal não nos foi designado ou imposto, somente equivocadamente nos iludimos imaginando ser o caminho mais simples. Muitas vezes, mesmo sem o saber enveredamos pelos caminhos mais curtos e destruidores, e acabamos por adquirir dividas com a divindade por escolhas mais fáceis e menos penosas em detrimento de outrem. É desta forma que o orgulho infiltrado em nós, fica camuflado e escondido, somos taxativos em dizer que o mal não existe, não pertence a nós, não somos assim, justamente por assim ser é que por medo de o acharmos se coloca na defensiva e se esconde fazendo-nos muitas vezes passar por situações de ridículo. Este orgulho mascarado aparece quando estamos sem vigilância e dissimuladamente atua perversamente fazendo-nos a tomar atitudes grotescas e impensadas. Mais adiante, quando mais calmos nossa consciência volta a ser dona do nosso eu espírito, então nos arrependemos, infelizmente muitas vezes tarde demais. Contudo, displicentemente o tal orgulho que disfarçado está nos fazendo pensar que somos os melhores e mais corretos e o outro é que está errado e equivocado acaba por fazer estragos em nossos relacionamentos sejam eles de que ordem for. Até que um dia alguém ou alguma leitura nos puxe a atenção fazendo-nos enxergar a terrível discrepância cometida por nós. Enfim, há um despertar para a espiritualidade e é neste momento oportuno que devemos colocar nossa energia e com atenção passar a ter uma cobrança diária de atitudes certas e quando vermos uma pequena parcela que seja de possibilidade de erro, termos a humildade de consertar o estrago, pois assim teremos o policiamento de procurar mais acertos do que erros. Quando começarmos a entender as nuances que existe em nossas vidas, o peso do fardo fica menor. A dor é menor por saber que estávamos errados. São estes questionamentos que devem constar em nossas noites ante o sono. Façamos de nossos dias oportunidades de melhorias, nos cobrando, nos policiando e não como misantropos que têm aversão à sociedade e a filantropia. Expurguemos sentimentos negativos de orgulho, indispensável é pedir desculpas por atos impensados, saber sorrir, falar amorosamente, saber desviar do caminho incerto para o certo através do aprendizado espiritual. Sejamos simples para pedir ajuda, saibamos perdoar mais aquele que errou ou não. Cultivemos o bom pensamento positivo, ressaltando virtudes em todos que relacionamos. A humildade caminha junto com o sucesso continuo e não com o momentâneo, se almejamos tal sucesso estejamos aptos às mudanças que nos trarão a pura felicidade vivenciando o amor. No amor e na luz.

A palavra Apocalipse.

NERI DE PAULA CARNEIRO Em geral a simples menção à palavra APOCALIPSE já causa mal estar em muita gente: medo, fim do mundo, fim dos tempos, catástrofes... Nas artes, no cinema principalmente, apocalipse é sempre sinônimo de desgraça, destruição, fim catastrófico, desolação... Existem pessoas que identificam alguns desastres naturais com aquilo que, segundo elas, estaria “previsto” no apocalipse: desastres ambientais, terrorismos, terremotos, epidemias... Outros, e talvez estes sejam os piores, se utilizam do medo do povo, para anunciar o fim iminente; e disso tiram proveito pessoal. Alguns usam o medo para criar novas denominações religiosas, alguns até identificando o papa católico, com alguns elementos simbólicos do livro do apocalipse. Esses enganadores exploram ao povo, tanto quanto a “besta do apocalipse”. Esses, podemos dizer, são atuais personificações da besta apocalíptica, pois se utilizam do nome de Deus, que é paz, tranqüilidade, segurança, para infundir discórdia, medo, terror. Muita coisa pode ser dita como se estivesse “previsto” no apocalipse, mas na realidade está na cabeça de quem falou. “Cada um lê o apocalipse conforme o seu próprio entendimento. E dele tira suas conclusões. Onde procurar o entendimento certo?” (Mesters; Ourofino, 2002, p. 9). Importa não crer em qualquer coisa que seja dito, nem nos espertalhões que nos aparecem. É preciso cautela. “Cuidado para não vos alarmardes”, ensinou Jesus. Se nos tempos bíblicos a cautela era necessária, nos dias atuais possivelmente ela seja ainda mais importante, pois tem muito espertalhão tirando proveito; tem muito medroso provocando pânico; tem muito ignorante querendo ensinar. Vale o cuidado recomendado por Mateus (Mt, 24,15-24): “hão de surgir falsos cristos e falsos profetas”. De modo geral as pessoas não se sentem muito à vontade diante desta palavra, pois ela “traz sempre a idéia de algo que foge ao normal. Em épocas de crise, como a nossa, há uma espécie de sensibilidade apocalíptica como se ficássemos à espera do inesperado” (CEBI, 2000, p. 57). É necessário, portanto que iniciemos compreendendo o significado dessa palavra, buscando sua mensagem libertadora. E, diante dos anunciadores do fim do mundo, não esquecer as palavras de Jesus: “Daquele dia e da hora, ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o fiho, mas só o Pai” (Mt 24, 36) Que significa apocalipse? Podemos começar dizendo que apocalipse é uma palavra composta com um verbo e uma preposição gregos e significa “Revelação”. No site o professor Airton oferece as seguintes informações: “O verbo grego kalýpto significa cobrir, esconder, ocultar, velar”. Diz também que a “preposição grega apó indica um movimento de afastamento ou retirada de algo que está na parte externa de um objeto”. Nessa página o professor Airton diz mais: “Deste verbo deriva o substantivo feminino grego apokálypsis, revelação, apocalipse”. E conclui dizendo que: “De apocalipse deriva apocalíptica e é exatamente com esse nome que designamos uma corrente de pensamento e uma literatura surgidas em Israel entre os anos 200 a.C. e 100 d.C., mais ou menos”.(Silva, 2008) Usando as palavras de Etiene Charpentier, podemos dizer que “A palavra ‘apocalipse’ vem do grego ‘apocaluptein’ que significa ‘tirar o véu’; no sentido literal, uma re-velação” (Charpentier, 1983, p. 8). Revelar, para nós é algo assim como contar um segredo! Pois a revelação apocalíptica também tem um sentido semelhante. É como se Deus, por meio de seu escolhido, estivesse contando um segredo para seus amigos, escondido de seus inimigos. E faz isso justamente porque os inimigos são muito ousados e tentam enganar ou sufocar os amigos de Deus. Por sua vez Carlos Mesters e Francisco Ourofino também afirmam que apocalipse quer dizer revelação, falam que “revelar é o mesmo que tirar o véu, desvelar o que está escondido. O livro vai revelar o que até agora estava escondido, a saber, as coisas que devem acontecer muito em breve”. E acrescentam: “a expressão ‘deve acontecer’ não significa que as coisas anunciadas vão acontecer independentemente de nós, sem nossa participação” (Mesters; Ourofino, 2002, p. 15). A intenção de Deus em “Revelar” o que está escondido é justamente para que seus amigos fiquem alertas e não sejam ludibriados pelo inimigo. Esse alerta é feito pelo próprio Jesus: “atenção para que ninguém vos engane. Muitos virão em meu nome, dizendo ‘sou eu’, e enganarão muitos. É preciso que aconteçam, mas ainda não é o fim. Pois levantar-se-ão nação contra nação e reino contra reino. E haverá terremotos em todos os lugares, e haverá fome” (Mc 13,5-8) Estamos, portanto, diante de uma palavra que já traz uma carga de significados. Já que se trata de uma “revelação” caberia perguntar o que o apocalipse pretende revelar/mostrar. Podemos dizer que antes de ser um termo que desperta medo ou catástrofe, apocalipse deveria despertar um sentimento de esperança, pois sua mensagem não é de catástrofe, nem sobre o fim do mundo, mas sobre a necessidade de se ter coragem para alcançar a alegria da vitória. Neri de Paula Carneiro: Mestre em Educação pela UFMS. Especialista em Educação; Especialista em Didática do Ensino Superior; Especialista em Teologia; Professor de História e Filosofia na rede estadual, em Rolim de Moura – RO. Filósofo; Teólogo; Historiador; Professor de Filosofia e Ética na Faculdade de Pimenta Bueno (FAP). Jornalista e produtor e apresentador de programa radiofônico.