quinta-feira, 21 de junho de 2012
Só
Não fui, na infância, como os outros
e nunca vi como outros viam.
Minhas paixões eu não podia
tirar de fonte igual à deles;
e era outra a origem da tristeza,
e era outro o canto, que acordava
o coração para a alegria.
Tudo o que amei, amei sozinho.
Assim, na minha infância, na alba
da tormentosa vida, ergueu-se,
no bem, no mal, de cada abismo,
a encadear-me, o meu mistério.
Veio dos rios, veio da fonte,
da rubra escarpa da montanha,
do sol, que todo me envolvia
em outonais clarões dourados;
e dos relâmpagos vermelhos
que o céu inteiro incendiavam;
e do trovão, da tempestade,
daquela nuvem que se alteava,
só, no amplo azul do céu puríssimo,
como um demônio, ante meus olhos.
Allan Poe.
Edgar Allan Poe
Nasceu em Boston, em 1809, e faleceu em Baltimore, em 1849. Filho de actores, muito cedo viu desaparecer os pais, vitimados pela tuberculose. Edgar e seus irmãos foram recolhidos por pessoas de família, tendo ele sido adoptado por um tio rico, com quem conheceu um verdadeiro lar. No entanto, os anos de miséria e a morte dos pais desenvolveram no jovem um espírito mórbido, que a sua natureza enfermiça mais propiciou.
Em 1827 abandona a casa dos pais adoptivos, vivendo por uns tempos um período de instabilidade emocional. Matricula-se na Academia Militar de West Point, mas depressa se manifesta avesso à disciplina militar e é expulso. Publica ainda em 1827 o seu primeiro livro de poesia, Tamerlane and other poems, by a Bostonian. Em 1833 ganha um prêmio instituído pelo jornal Philadelphia Saturday Visitor com seu conto Manuscript found in a bottle. O diretor do jornal, vendo a situação de miséria e depressão em que Poe vivia, consegue-lhe um lugar de vice-diretor do Southern Literary Messenger, onde ficará por pouco tempo, pois que, devido à sua permanente morbidez, se tornara num alcoólico inveterado.
Casa com sua prima Virgínia, uma noiva-criança, com 13 anos apenas, junto de quem parece readquirir um pouco de confiança em si. Trabalha em vários jornais de Nova Iorque e Filadélfia. Nesta cidade aparece em 1840 a sua primeira colecção de contos: Tales of grotesque and arabesque. O ano de 1840 foi de grande atividade literária: escreveu Os crimes da Rua Morgue, criando a figura do detetive Dupin, predecessor de Sherlock Holmes, e desempenhou funções de chefe de redação do Graham's Magazine. A doença da mulher, atacada de tuberculose, tem sobre ele nefasta influência, fá-lo voltar ao alcoolismo e leva-o a procurar a companhia duma poetisa menor, Frances Osgood, na tentativa de se furtar talvez ao trágico ambiente familiar. Em 1847 morre sua mulher e Poe mergulha num estado de desespero que o leva a procurar novas mulheres e a passar a maior parte do seu tempo embriagado.
Em outubro de 1849, numa taberna, é encontrado em profundo estado de embriaguez. Levado ao hospital, ali morre três dias depois.
Deixou um espólio literário considerável e a sua figura dramática tem dado origem a inúmeros estudos da gênese da sua obra por meio da psicanálise.
A sua influência na Europa foi flagrante, sobretudo em França, entre simbolistas e decadentes. Além de contos, deixou poesias diversas, das quais a mais conhecida é The Raven.
Personagem patético, cujo valor como criador literário foi justamente celebrado pouco depois da sua morte, viveu apagadamente, como revela uma carta sua de poucas linhas a um editor a quem pedia como única “compensação umas vinte cópias do seu livro para oferecer a amigos”. Por uma daquelas ironias proverbiais da vida de Poe, esta pequena carta valeria três mil dólares um século depois da sua morte.
Os seus contos, recusados durante muito tempo pelos editores por serem demasiado “germânicos” para um público comum, conheceram depois da sua morte um êxito notável. Visto com a perspectiva que o tempo concede à obra literária, sabemos hoje que a criação de Poe tem por base o temor ao dogmatismo da ciência e à influência nefasta do materialismo.
Os seus contos têm sido largamente utilizados pelo cinema, que neles descobriu uma perfeita construção cinemática de incontestável modernidade.
Balada nupcial.
No meu dedo anelar,
nupcial coroa templo minha decoração;
sedas e diamantes olhar para o brilho,
e eu estou feliz agora.
E o meu Senhor me dá amor seguro;
mas diga-me ontem o quanto eu adoro,
meu coração tremeu, como a magia,
de "que caíram na guerra", ao pé do muro,
e está feliz agora.
Mas ele tranquilizóme, e na minha testa
palidez beijou você ama.
E eis que um sonho, eu vi isso,
D'Elormy mortos ', sua, na minha testa,
foi o beijo, e suspiro (como é doce!)
"- Ah, eu estou feliz agora!"
E se eu pudesse dar nova palavra,
e eu jurei a voto e, embora traiçoeiro,
e apesar de um luto para o amor conduz a alma,
eis que esse anel brilhar "me testar"
Estou feliz agora.
Ah! Deus me ilumine esse passado,
sonhos para se sonhos alma não ou ignorado,
eo coração é pressionado e incomodado
pregúntase, ó Senhor, se a "esquecida"
ser feliz agora!e.alan poe.
UM SONHO NUM SONHO.
Este beijo em tua fronte deponho!
Vou partir. E bem pode, quem parte,
francamente aqui vir confessar-te
que bastante razão tinhas, quando
comparaste meus dias a um sonho.
Se a esperança se vai, esvoaçando,
que me importa se é noite ou se é dia...
ente real ou visão fugidia?
De maneira qualquer fugiria.
O que vejo, o que sou e suponho
não é mais do que um sonho num sonho.
Fico em meio ao clamor, que se alteia
de uma praia, que a vaga tortura.
Minha mão grãos de areia segura
com bem força, que é de ouro essa areia.
São tão poucos! Mas, fogem-me, pelos
dedos, para a profunda água escura.
Os meus olhos se inundam de pranto.
Oh! meu Deus! E não posso retê-los,
se os aperto na mão, tanto e tanto?
Ah! meu Deus! E não posso salvar
um ao menos da fúria do mar?
O que vejo, o que sou e suponho
será apenas um sonho num sonho?
edgar allan poe
poema.
Vida,
Tediosa existência,
Incessante movimentação,
Eterna dúvida,
Maior dos mistérios
O que senão o sono,
O inibidor dos sentidos,
Para nos desprender daqui,
Oh, sofrido mundo!
O sono é a morte dos que ainda vivem
Para os que dele retornam,
Resta apenas serem tolos
E procurarem a felicidade
Ou serem sábios
E procurarem evitar a dor
Ciclo vicioso, degradante, tedioso
O que senão o sono eterno,
O finalizador dos sentidos,
Para nos tirar daqui,
Oh, sofrido mundo!
A morte é o sono dos que não vivem
Os que para ela foram,
Aqui não mais retornarão
Resta-lhes o nada,
Fazer nada,
Não serem, pois nada são
Nada é!
Não há ciclo
Apenas a degradação completa
Insistentes,
As artes preencherão o vazio de tuas almas
Pobres almas...
Destroçadas pela vida
O sono,
O analgésico para a dor da vida
As pessoas estao indo embora
sangue pelo chão
gritos pelo ar...
Não sei o que vou fazer
nao sei como encontrar forças para correr
pois quem eu amo
está morto no chao
Maldito aquele que viola a lei divina
matando pessoas por pura diversão!
Por ti, amor! morrerei!
só nao quero viver
num inferno de podridão!
Ilusão minha era achar que eles tivessem alma
que eles tivessem compaixão!
Um bando de jovens destruídos
por uma sociedade de eterna maldição.
Jovens assassinos...
jovens sem alma e sem coração!
jovens, condenados por um mesmo destino que eu...
o destino da solidão!
Perdi quem mais amei
e em cima de seu corpo chorarei
minha alma destruída pela vingança
e meu coração consumido pela tristeza
vão sempre ficar assim...
até que no inferno te encontrarei!
Certas Derrotas nos preparam pra grandes vitorias ?
Na escuridão das trevas,
onde a luz não ousa chegar,
existe um lugar onde a vida apenas sobrevive.
Muitos chamam esse lugar de inferno,
outros de fim do mundo.
Eu, chamo de lar.
O sono é uma morte incompleta,
a morte é o sono perfeito.
A sombra é a luz negativa.
Uma cadeia de ferros é mais facil do que romper uma cadeia de flores.
A pratica é o verbo em ação,
o homem que pratica pertence
a doutrina cujo ritos realiza.
Se eu avançar, segue-me.
Se eu morrer, vinga-me.
Se eu recuar, mata-me.
Se você é capaz de amar,
não faça sofrer quem te ama.
Lutar sempre,
vencer se possível,
desistir nunca.
Antes de magoar um coração,
veja se não esta dentro dele.
[d.a]
Assinar:
Postagens (Atom)