quarta-feira, 16 de março de 2011

Os Anjos do Destino.


A Bíblia foi dada à Humanidade pelos Anjos do Destino, com o propósito de a preparar para um maior avanço moral e, consequentemente, espiritual.
Os Anjos do Destino são aqueles grandes seres que velam pela nossa evolução. E para melhor poderem cumprir o seu dever possuem a história de cada um de nós e utilizam-na para nos melhorar. Eles conduzem todos os esforços que temos de fazer para nos aperfeiçoarmos. Contudo, deixam-nos sempre à vontade para agirmos como for do nosso maior agrado, pois os grandes seres são magnânimos, sabem usar de piedade para com todos aqueles que seguem a via dolorosa da evolução. Todavia, a sua magnanimidade não é licença para que nos comportemos miseravelmente. Ela é exercida pacientemente. Deixa-nos à vontade para agirmos como quisermos, pois a responsabilidade ou os benefícios que resultarem das nossas acções revertem a nosso favor, caem sobre nós para nos tornar felizes ou infelizes!

Os Anjos do Destino são os nossos cronistas. Eles vão registando tudo quanto fazemos para ficar como padrão de glória ou de infortúnio porque, tudo quanto fazemos, de bom ou de mau, tecerá o nosso porvir. Os Anjos do Destino apenas conduzem os seres humanos ao longo de linhas que são mais propícias à modificação do carácter. E para esse nobre fim aproveitam as influências que, ao nascer, nos assinalam as fraquezas e as forças que trazemos connosco. Por isso, todos somos tão desiguais e temos destinos tão diversos.
Por esta razão existe a ROSACRUZ e nós lhe damos toda a nossa alma, certos de que ajudamos os nossos leitores, a Cristo e aos seus obreiros, que chamamos Anjos do Destino. Na medida em que os nossos leitores tomarem consciência do seu estado irão mudando os seus hábitos no sentido de os melhorar. E desta maneira, por se tornarem cada vez melhores, vencerão mais facilmente os seus destinos e preparam-se para serem muito mais felizes.
Como simples e modestíssimo discípulo do grande místico cristão que se chamou Max Heindel, seguimos a sua orientação inteiramente à vontade. E muitas vezes utilizaremos mesmo as suas lições, pois o seu grande poder de penetração nos mundos ocultos permitiu-lhe reunir materiais admiráveis que nos servem agora para orientar os nossos passos na senda do misticismo cristão.
A nossa intenção é desvelar as figuras bíblicas diante dos nossos prezados leitores, para que possam compreender com maior perfeição a mensagem que chamamos Novo Testamento. Por isso iremos escolhendo sempre os passos mais obscuros, para sobre eles derramarmos esclarecedora luz.
Francisco Marques Rodrigues.

O Corpo de Pecado – A Autopossessão.

Há uma região (a inferior do Mundo do Desejo) que é o ambiente em que se movem os espíritos errantes. Neste plano eles estabelecem uma íntima ligação com as pessoas "vivas" que sejam mais facilmente influenciáveis. Geralmente, permanecem nestas condições durante cinquenta, sessenta ou setenta e cinco anos. Já observámos casos em que tais infelizes permaneceram séculos no ambiente físico. Tanto quanto foi possível investigar, parece não haver limite para o que possam fazer. Nem se pode prever, com segurança, quando possam deixar de actuar, por obsessão ou sugestão. Deste comportamento resulta uma tremenda responsabilidade da qual não poderão fugir, uma vez que o corpo vital reflecte e grava profundamente, no corpo de desejos, o registo de todas as acções. Quando, finalmente, abandonarem a vida errante, é que iniciam a existência purgatorial. E aí encontrarão o merecido castigo.

O sofrimento destas pessoas é, naturalmente, proporcional ao tempo em que estiveram nestas condições, depois da morte do corpo físico.

O corpo-de-pecado é o veículo formado pelos corpos vital e desejos amalgamados. Não se desintegra tão facilmente como os outros, quando é abandonado pelo espírito.

Quando este espírito renasce, atrai naturalmente o seu corpo-de-pecado. Vive com ele, geralmente, durante toda a vida, como um demónio. As investigações efectuadas revelam que este tipo de criaturas sem alma, eram abundantes nos tempos bíblicos. O Salvador referia-se-lhes chamando-lhes "demónios". São a causa de diversas obsessões e doenças físicas (erradamente atribuídas por vezes a outros espíritos). Ainda hoje, uma boa parte do Sul da Europa e Oriente é prejudicada pela sua influência. Em África, há tribos inteiras que, por causa das suas práticas de magia negra, arrastam consigo estes tenebrosos espectros. O mesmo se pode dizer dos indígenas da América do Sul.

No entanto, o mal não é um exclusivo dos povos menos desenvolvidos. Encontramos esses demónios mesmo entre os habitantes dos países ditos civilizados, no Norte da Europa e na América tanto do Norte como do Sul. A sua forma é, porém, menos repugnante do que nos casos atrás citados, frequentemente associados a práticas abomináveis.

A possibilidade de a guerra contribuir para que os corpos vital e de desejos se pudessem unir fortemente entre si preocupou-nos imenso tempos atrás. Poderia originar o nascimento de legiões de monstros que afligissem as gerações futuras. Concluímos, todavia, com satisfação, que esse receio era infundado. A cristalização do corpo vital e a sua forte ligação ao corpo de desejos só acontece como resultado da perversidade, da vingança premeditada e quando se alimentam estes sentimentos por muito tempo.

Os arquivos da Grande Guerra informam-nos até que, em alguns casos, os combatentes de ambos os lados, uma vez cessadas as hostilidades ou impedidos de permanecer em combate, se relacionavam normalmente sempre que para tal havia oportunidade.

Por isso, ainda que a guerra seja causadora de enorme mortalidade, mesmo infantil, não pode ser acusada, no entanto, das penosas consequências da obsessão nem dos crimes induzidos por esses tenebrosos corpos-de-pecado.

Os corpos-de-pecado abandonados permanecem normal e preferencialmente nas regiões etéreas inferiores. A sua densidade coloca-os no limiar da visão física. Algumas vezes materializam-se, atraindo alguns constituintes do ar, até se tornarem perfeitamente visíveis às suas vítimas.
Max Heindel.

As Palavras sem Rosto.


Sinto que há certas coisas que nunca poderão ficar claras; não há palavras adequadas para elas; contudo, essas coisas existem.

Krishnamurti.

Há coisas que pertencem ao reino da alma, lá, onde moram as coisas indizíveis, as que sentimos como verdadeiras e eternas.

As palavras foram inventadas para nomear as coisas concretas; o visível torna-se dizível, portanto. Mas outras há para as quais as palavras ficam sempre aquém. Se os sentidos ao menos pudessem ver-lhes a substância, provavelmente torná-las-iam dizíveis, explicáveis, sossegando a alma inquieta. Também escapam à razão que não consegue capturá-las, esquadrinhá-las, estudá-las, dar-lhes uma identidade.

Depois de tentar infrutiferamente traduzir o indizível, aprendemos que nunca conseguiremos nomeá-lo com precisão. Ele não existe para ser pensado, mas para ser sentido.
Ana M. Martins