contos sol e lua

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sábado, 4 de maio de 2013

Nos desertos da vida.

leticia carrijo de azevedo sá. Estamos correndo o tempo todo, porém não chegamos a lugar algum, nossa vida pode ser facilmente descrita, mas compreendida jamais. Não podemos parar para ouvir ninguém em conseguencia ninguém nos ouve. E quando se faz necessário ouvir se paga um profissional para nos escutar já que ele não vai intrometer na minha vida, apenas ouvir e me deixar encontrar a resposta. Queremos ser reconhecidos a todo custo, mostrando corpos, destruindo vidas, pichando muros e vendendo nossas vidas a realites shows onde o que importa é o ibope e não a mensagem a ser transmitida, queremos é ser conhecidos e reconhecidos. Queremos a bala e não desembrulhá-la para depois degustar. Queremos o mais fácil, queremos a conquista e não conquistar. Temos a vida mais sem sabor de todos os séculos, estamos em meio a maior tecnologia já vista e vivemos sós, sem graça eternamente cansada e enfadada a solidão. Criamos nosso próprio mundo com a tv, internet e estamos sempre exaustos, vista cansada e sem alegria. Estamos vivendo a farça da felicidade e da realidade. O sexo sem prazer e de fácil acesso, drogas como fuga de uma ferida não curada. Estudo sem vontade de vencer. Conhecimento sem crescimento interior. Comercializamos a nós mesmos na expectativa de ganhar algo como paz, felicidade e liberdade. Defendemos tudo que não agrada a Deus como se assim estivéssemos dizendo a todos que somos libertos de preconceitos e nem sabemos bem o que a palavra significa. Queremos aparecer e existir. Sermos alguém em meio ao deserto de palavras bem ditas e de amores vividos de forma irreal e ilusória, onde quando estamos longe sentimos saudade e perto não suportamos viver juntos. Estamos na era da razão, tudo tem que ter uma explicação, mas a solidão humana ninguém consegue explicar. Do deserto pessoal ninguém consegue sair. A razão deixou o coração e entrou na fria realidade do tudo pronto e imediato. O coração se esfriou dando lugar a uma rocha. É terra onde não deixamos ninguém pisar por medo de feridas. Então ficamos com outras pessoas enquanto elas nos fazem aparente bem. “Enquanto sentimos borboletas no estômago”, não para podermos dividir esperanças e alegrias e na dificuldade termos alguém com quem passar pelo deserto. Tudo é numérico, pessoas, doenças, expectativas de realização do sonho de uma casa, uma geladeira, uma vida melhor, a saúde cuidada. Somos apenas números. Não sabemos nomes nem filiação. Ninguém tem alma nem coração. Preferimos uma vida de pensamentos ao invés de uma vida de sensações. Não sentimos o computador sente por nós. A realidade é vista através de carinhas expressas na tela ao invés de estamos juntos compartilhando alegrias e tristezas, realizações e frustrações. Somos ausentes com aparente presença tecnológica. Vivemos desconfiados até da sombra, temos medo até do cão, já que é modificado pela tecnologia genética. Não confiamos no filho, marido amigo são meus inimigos em potencial. Estou e não estou tento estar, mas tenho medo de me ferir. Vivo a solidão em meio à multidão. Silencio meu coração no meu profissionalismo, não me deixo envolver, quero só o relativo. Nada de entregas. Isso só gerou em nós desamor e violência. Não sentimos nada por ninguém, não queremos nada com ninguém a menos que tenha algo que me interesse neste momento. Estamos nos desertos da vida, procurando um pouco de água para molhar a garganta, algo que não sabemos o que é. Desejamos tudo e nada nos satisfaz. Queremos alguém, mas não sabemos até quando. Se você não tem intimidade com seu filho amigos que são humanos como conhecerá Cristo que é necessário entrega, fé, verdade de sentimento, coração quebrantado, vida aberta. Com Cristo um pai ausente pode se tornar presente, uma mãe viciada pode se curar. Um filho rebelde pode voltar aos braços do pai como filho amado. Há um oásis neste deserto. Deus não se amoldará a sua vida, você é quem se molda a Ele. A fortaleza que nos acolhe, a água que falta no nosso deserto. Você vai estar no deserto, não tenha dúvida, mas precisa sair dele, ele não é para sempre na sua vida. Encha seu coração de vontade sua mente de coragem, abra o peito encha os pulmões de ar e grite alto, grito por socorro a Jesus Cristo. Ele não está surdo nem mudo. Te escuta e te responde já. Não está oculto em teclas do computador nem o encontrará nos orkut nem em sites de relacionamento, mas o encontrará no céu olhando para você esperando que o veja no íntimo da sua esperança – o coração. A chave para sair do deserto é esta. Entrega os teus caminhos ao Senhor, confia nele e o mais Ele fará. Vamos nessa!!! Tudo terá mais graça, paz e felicidade, não esta felicidade aparente devido à bebida, droga, libertinagem que vem e passa. Mas a felicidade mesmo em lutas, mesmo em problemas. Vamos, espero por você e Jesus também espera por você desde sua morte e ressurreição, não demore, o tempo de sua vinda está chegando

O valor de uma lágrima.

silvia leticia carrijo de azevedo sá. “Contaste os meus passos quando sofri perseguições; recolheste as minhas lágrimas no teu odre: não estão elas inscritas no teu livro?” Salmos 56:8 A alma está abatida, o mundo se fechou, não consigo enxergar nada a minha volta. Lágrimas quentes saem dos meus olhos. Elas que insistem em não me obedecer e caem. Não tem como segurar. É mais forte que eu. Estou sufocada em meio a tantos sentimentos, meu coração sente-se apertado. Só me resta deixar a lagrima rolar para aliviar minha dor e lavar minha alma. As lágrimas verdadeiras expressam o mais puro sentimento e dor. Elas expõem meu interior ferido e abatido. Nelas também encontro alivio e retorno a ver uma luz ao fim do túnel. Choramos de vergonha, alegria e tristeza. Não importa o motivo, precisamos chorar para sermos consolados. O Rei e Salmista Davi disse que sofreu e por isso chorou, mas suas lágrimas não caíram ao chão simplesmente, Deus as recolheu e trouxe a solução. Ele inicia o texto pedindo misericórdia a Deus, ele havia experimentado o melhor de Deus e sabia que Ele o ajudaria neste momento. Suas lágrimas vieram do fato que o salmista sabia em quem confiava, sabia que Deus estava atento a sua vida. Assim como está atento a nós hoje. Ele não descansa e nem dormi. A vida só pode vivida se envolver sentimento e possibilidade de sofrimento. Aquele que não enfrenta a possibilidade de perda não sabe o que é ganhar. Deus vê e Deus guarda e recolhe cada uma de nossas lágrimas. Elas demonstram nossa fragilidade em meio a uma situação. Faz com que reconheçamos que não somos tão independentes do criador como imaginamos. O que não chora é covarde consigo mesmo, não é feliz, pois não conhece o que é sentimento real, íntimo. Muitos choram escondido para que ninguém saiba que fracassou. Acovardam-se em meio às lutas e não conseguem pedir ajuda. O que chora é aquele que reconhece sua fragilidade de alma. Depende de Deus vir ao seu auxilio. Lágrimas sem valor, são aquelas egoístas, pelas perdas somente pessoais, que não leva em conta o outro. Perdas por ambição é choro sem consolo. Não há quem ajude. Devemos sim chorar de arrependimento, que evoca consolo divino, aquele que sai da alma, do mais íntimo do seu ser. Só você e Deus sabem o quanto dói. Quando choramos descobrimos a mansidão, a bondade de Deus “mesmo quando a alma vive imersa no sofrimento e não vê razão para isso.” Deus vê, Deus sabe, Deus te conhece. “A Mansidão é uma atitude interna de quem é rico de espírito e de quem chora” Ao chorarmos crescemos nos conhecemos e deixamos Deus agir por nós. Somente os que choram serão consolados. ”Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados.” (Mateus 5:4) O choro nos aquieta nos faz pensar e entender boa parte dos nossos dramas. Nos sentimos renovados após as lágrimas. “Olharei o mundo através das lágrimas. Talvez eu veja coisas que eu não veria com os olhos secos.”(Nicholas Wolterstorff). As lágrimas nos fazem entender o perdão, mesmo que leve tempo para isso. Qual o valor das lágrimas? Está no valor que você da à vida, no sentido em que deixa sua vida caminhar. Se você deixar seu coração quebrantado deixará lágrimas valiosas rolarem, mas se endurecer seu coração colherá lágrimas de amargura e sofrimento. Deus resiste aos soberbos, mas aos mansos concebe graça e sabedoria. “Porque a sua ira dura só um momento; no seu favor está a vida. O choro pode durar uma noite; pela manhã, porém, vem o cântico de júbilo.” (Salmos 30:5) Não deixe de chorar, que seja de raiva, para alivio, que seja de alegria para expressar sentimentos, que seja de vergonha para que transpareça seu desagrado. NÃO VIVA CHORANDO, mas chore quando for necessário. Diga sempre a Deus porque está chorando, só Ele pode recolher suas lágrimas e trazer alegria pela manhã. Que Deus em Cristo Jesus possa a cada manhã renovar suas forças e enxugar suas lágrimas.