sábado, 26 de março de 2011

A partida do filho do sol.


De onde vens, peregrino errante?
Em teus olhos luminosos trazes o brilho de Anar,
A noite primeva teu espírito sincero desdenha,
Para o Oeste distante tua face sempre se volta, temerosa,
De onde vens, peregrino errante?

Que trazes consigo, arauto da luz?
Em teu rosto sofrido refletem-se batalhas vencidas,
Pela morte honrosa teu coração destemido anseia,
Para a luz ancestral tua face sempre se volta, ansiosa,
Que trazes consigo, arauto da luz?

Que pretendes fazer, filho mais novo?
Em teus braços cansados carregas o peso dos anos,
A lida brutal tua vida sofrida vergou,
Para os braços de Eru teu ser agora caminha, confiante,
Que pretendes fazer, Filho mais novo?

Para onde vais então, filho do Sol?
Em tua tez serena refletes o brilho de Arien,
O descanso merecido teu ser solitário deseja,
Para o horizonte distante teus braços se estendem, confiantes,
Para onde vais então, filho do sol?

A Maldição dos Elfos-Profundos.

Sangue foi derramado
Em Aman a bela terra
os Noldor inflamados
Macularam-na com as tristezas da guerra

Os lindar injustiçados
ajuda recusaram
e por amigos assassinados
a morte encontraram

Pelo sangue derramado
que brancas espumas manchou
Pelo som das ondas abafado
A maldição se formou

" - Por roubar seus barcos
por matar seus irmãos
morte por espada ou arcos
traição e dor encontrarão."

"- Dos Valar não esperem compaixão
nem auxílio ou piedade
como Exilados que agora são
nunca terão felicidade."

E assim os Noldor rebelados
ouviram em Araman sua condenação
até o fim do mundo exilados
estariam sujeitos à Maldição.

A Maldição de Turambar.


Tive uma vida amaldiçoada,
Sou de uma casa sem sorte.
Na zuna o fio da espada,
Inflingindo a outros a morte.

Aqueles a quem tanto amei,
Fins trágicos logo encontraram.
Fugi do julgamento de um rei,
De pessoas que muito me amaram.

Na fria escuridão da noite
A loucura andara comigo,
Tão súbito quanto um açoite
Tirei a vida de um amigo.

Compaixão de outro encontrei,
Mas o atingiu minha escuridão;
Sem querer eu me apaixonei
Pela dona de seu coração.


Pela minha inconseqüência eu sei
Que o forte oculto caiu,
A amada, o amigo e o rei
Jaziam agora em chão frio.

Vivi na floresta então,
O mistério em pessoa me desposou,
Acabei por matar o dragão
Que a verdade do sangue revelou.

Minha amada e irmã se matou,
E o líder dos homens matei.
Metal negro que tanto lutou
Com você eu me matarei.

Por último meus genitores
De mãos dadas encontram seu fim,
E do mundo se foram as dores
Da valorosa família de Húrin.

À espera do tempo.


Vem agora o momento do adeus
Aquele em que não mais terei-o
não sei por mais quanto tempo.

A aurora que se afigura perde a beleza
As estrelas perderam o seu brilho
não sei por mais quanto tempo.

Triste hora aquela em que o Pequeno chegou
já que sua nobreza o levou pelo Caminho
não sei por mais quanto tempo.

Cada segundo chega a durar uma estação
Cada palavra vã chega a durar um triênio
não sei por mais quanto tempo.

Mas haverá o momento em que a luz brilhará
pois não há quem eternamente viva na tristeza
O amor é uma luz que não deixa escurecer a vida.