contos sol e lua

contos sol e lua

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

ESPÍRITOS DOENTES.

Quase todos somos espíritos doentes. Guardamos paixões. Mantemos opinião arraigada. Dominamos corações. Espezinhamos sentimentos. Conservamos animosidades. Iluminados pela claridade Divina escondemos o sol da crença por detrás da nuvem da dúvida. Tocados pelo amor universal em mensagem vigorosa, dilatamos a força da ociosidade, intrigando, invalidando esperanças, lutando pelo egoísmo em construções vulgares do prazer pessoal. Fascinados pelos altos cimos ainda sonhamos com a Terra, lutando nos seus poderosos comandos. Fraternistas dirigimos consciências sob o relho de palavras, atos ou pensamentos hostis. Somos quase todos espíritos doentes… Mas a semente que se recusa a morrer não enseja à árvore oportunidade de viver. A água que se não submete, não movimenta dínamos que beneficiam a vida. O trigo que se obstina ante o esmagamento, não favorece oportunidade ao pão. Da tua enfermidade surgirá a morte da forma, para crescimento da fagulha de luz de que és constituído. Ninguém te pode acusar por trazeres a lama de ontem e o lodo de hoje nos pés, transformados em feridas. Sem o sulco que a dor rasgou em teus tecidos, o avanço teria sido impossível. Sem a enfermidade, a esperança não teria razão de ser. Sim, somos espíritos doentes, quase todos, caminhando para Jesus que, em se fazendo embaixador da vida verdadeira, trocou as excelências do seu Reino para buscar-nos e doando-se a todos, espíritos em jornada, fez-se “o pão da vida” para alimentar-nos na difícil trajetória da evolução. Joanna de Ângelis Do Livro: Messe de Amor Psicografia: Divaldo Pereira Franco Editora: LEAL

O DESAPEGO.

O amor é a única libertação do apego. Quando você ama tudo, não está preso a nada. Na verdade, o fenômeno do apego precisa ser entendido. Por que você se agarra a algo? Porque tem medo de perdê-lo. Talvez alguém possa roubá-lo. Seu medo é de que amanhã você não possa ter o que tem hoje. Quem sabe o que acontecerá amanhã? A mulher ou o homem que você ama… qualquer movimento é possível: vocês podem se aproximar ou podem se distanciar. Vocês podem novamente se tornar estranhos ou podem ficar tão unidos que não seria correto dizer nem mesmo que vocês são duas pessoas diferentes; é claro, existem dois corpos, mas o coração é um só, a canção do coração é uma só e o êxtase os envolve como uma nuvem.] Vocês desaparecem nesse êxtase: você não é você, ela não é ela. O amor passa a ser tão total, tão grande e irresistível que você não pode permanecer você mesmo; você precisa submergir e desaparecer. Nesse desaparecimento, quem se prenderá, e a quem? Tudo é. Quando o amor desabrocha em sua totalidade, tudo simplesmente é. O receio do amanhã não surge, daí não surgir a questão do apego. Todas as nossas misérias e sofrimentos não são nada mais do que apego. Toda a nossa ignorância e escuridão é uma estranha combinação de mil e um apegos. Nós estamos apegados a coisas que serão levadas no momento da morte, ou mesmo, talvez, antes. Você pode estar muito apegado a dinheiro, mas você pode ir à bancarrota amanhã. Você pode estar muito apegado a seu poder e posição, mas eles são como bolhas de sabão. Hoje eles estão aqui; amanhã eles não deixarão nem um traço. (…) Todas as nossas posições, todos os nossos poderes, nosso dinheiro, nosso prestígio, respeitabilidade são todos bolhas de sabão. Não fique apegado a bolhas de sabão; senão, você estará em contínua miséria e agonia. Essas bolhas de sabão não se importam por você estar apegado a elas. Elas continuam estourando e desaparecendo no ar e deixando-o para trás com o coração ferido, com um fracasso, com uma profunda destruição de seu ego. Elas o deixam triste, amargo, irritado, frustrado. Elas transformam sua vida num inferno. Compreender que a vida é feita da mesma matéria que os sonhos é a essência do caminho. Desapegue-se: viva no mundo, mas não seja do mundo. Viva no mundo, mas não permita que o mundo viva dentro de você. Lembre-se que ele é um belo sonho, porque tudo está mudando e desaparecendo. Não se agarre a nada. Agarrar-se é a causa de sermos inconscientes. Se você começar a se desprender, uma tremenda liberação de energia acontecerá dentro de você. A energia que estava envolvida no apego às coisas trará um novo amanhecer ao seu ser, uma nova luz, uma nova compreensão, um tremendo descarregar – nenhuma possibilidade para a miséria, a agonia, a angustia. Ao contrário, quando todas essas coisas desaparecem, você se encontra sereno, calmo e tranqüilo, numa alegria sutil. Haverá um riso no seu ser. (…) Se você se tornar desapegado, você será capaz de ver como as pessoas estão apegadas a coisas triviais, e quanto elas estão sofrendo por isso. E você rirá de si mesmo, porque você também estava no mesmo barco antes. O desapego é certamente a essência do caminho. Osho.

Signos Astrológicos e Chakras.

A Astrologia e a ciência dos chakras têm algo essencial em comum: ambas lidam com vibrações, com o estudo de diferentes intensidades e ritmos dessas “palpitações sutis” em nossas dinâmicas internas. São vibrações não visíveis ao olho comum, mas que nem por isso deixam de se inter-relacionar e influir em tudo o que podemos perceber a “olhos nus”. Estudar o comportamento dos signos astrológicos possibilita entender muito sobre o funcionamento e função dos chakras e observar os chakras possibilita decifrar alguns dos mistérios – aparentemente indecifráveis – dos signos. Pessoas diferentes entendem a relação entre chakras e signos com lógicas e mapeamentos diferentes, a mais comum é a que relaciona saturno ao primeiro chakra, júpiter ao segundo, marte ao terceiro, vênus ao quarto, mercúrio ao quinto, sol ao sexto e lua ao sétimo, dessa maneira, defendendo que quanto mais lento o planeta, ele estaria relacionado a um chakra mais “baixo” e quanto mais rápido, a um chakra mais alto. Respeito essa leitura, foi a primeira que me deram mas, nos últimos 25 anos dirigi grupos de trabalho com chakras, onde sempre levantei os mapas astrológicos de todos os envolvidos e os acompanhei no dia-a-dia tentando perceber o que acontecia em seus mapas astrológicos e com sua evolução na sensibilização e vitalização dos chakras. Cheguei de início a uma relação diferente e desde então venho reiteradamente observando o quanto as resposta é mais efetiva na prática, na vida de quem trabalha seus chakras. Foram cerca de mil e seiscentos participantes nesses grupos e acredito que já seja hora de compartilhar as conclusões, entendendo que devam ser experimentadas por quem busca desenvolver e harmonizar seus chakras, para que cada um tire suas conclusões a partir da própria experiência, mais do que a partir de uma teoria. Nop sistema que adoto, os seis primeiros chakras refletem todas as dualidades que carregamos em nós e com as quais nos defrontamos diariamente. Esses seis primeiros chakras estão ligados, cada um, a dois signos complementares. Esses signos complementares refletem as duas polaridades básicas do chakra. O primeiro chakra por exemplo, o muladhara, mula em sânscrito significa “raiz” e adhara significa “base”. Ele está relacionado aos signos de Capricórnio e Câncer. Câncer está ligado às nossas raízes emocionais e Capricórnio ao estabelecimento de fundamentos concretos para aquilo que pretendemos realizar. Como das raízes da árvore depende a sua solidez e segurança, ambos os signos e o chakra estão sempre voltados para esse tema e o medo da sobreviência se torna o principal medo ligado ao muladhara. Um primeiro chakra bem desenvolvido dá à pessoa condições para que assuma responsabilidade sobre o próprio destino; quando inibido, esse chakra leva a pessoa a se fechar em seu casulo e tornar-se arisca a contatos diretos que exponham seu emocional. O primeiro chakra atrofiado torna a pessoa uma fácil vítima da culpa e do medo, levando-a a apequenar e reduzir seus objetivos e alcances. Quando a energia desse chakra flui sem empecilhos a pessoa é capaz de coordenar sonhos com realizações da maneira mais positiva possível. O segundo chakra está sintonizado aos signos de Virgem e Peixes. Seu nome, swadisthana, significa “a sua morada”. No Oriente se diz que nessa região do seu corpo mora o seu buda interno. Assim como o signo de Virgem, esse chakra rege os intestinos, órgão que filtra o que nos serve e devolve ao Universo o que não nos é apropriado. Assim, o swadisthana quando ativado e harmonizado, proporciona uma infinita capacidade de discernimento. Discernimento é a qualidade essencial de um buda. Virgem e Peixes são dois signos perfeccionistas e é dito que aí mora nosso buda interno pelo constante compromisso com a constante auto-elaboração e auto-aperfeiçoamento que o chakra quando acordado estimula. O terceiro chakra chama-se Manipura, que significa “jóia brilhante” e está ligado aos signos de Áries e Libra, dois signos impulsivos, capazes de se atirar na realidade como a mariposa quando se sente atraída pela luz. Se o primeiro chakra era a raiz de nossa árvore, o segundo é o momento em que essa raiz se divide em duas e o terceiro, o momento em que a planta sai buscando seu lugar ao Sol. Dessa maneira, é um chakra ligado à auto afirmação (Áries) ou à afirmação de nossos projetos coletivos (Libra). É o chakra do guerreiro (Áries) e do general (Libra) e sempre fonte de estímulo para irmos à frente, estímulo que pode ser canalizado para propósitos pessoais (Áries) ou coletivos (Libra). O quarto chakra está ligado a Leão e Aquário, é o chakra do coração, sempre vivo em nossas relações amorosas (Leão) e de amizade (Aquário). Nesse chakra temos que decidir quanto à questão básica do Leonino, se viveremos em função de nosso orgulho ou de nossa auto-estima. O coração tem também outra dimensão, a da coragem. A palavra “coragem” vem de “core”, âmago, a mesma raiz de coração. É aí que mora a coragem do revolucionário ou do rebelde (dimensões aquarianas). É esse chakra desenvolvido que nos dá uma visão otimista e positiva da vida (Leão) mas também com visão humanista e noção de como relacionar-se com o outro preservando a própria liberdade e independência (Aquário). O quinto chakra está ligado aos signos Touro e Escorpião. Localizado na garganta, pode se dizer que o Escorpião é a polaridade mais presente na nuca, fonte de uma inacabável criatividade, enquanto Touro está relacionado à parte da frente do chakra, ligada ao senso estético, mas também à vaidade. Quem vive na superfície desse chakra, tende a se preocupar com a forma e gerenciar sua vida de maneira conservadora e apegada. Quem se torna consciente das camadas mais profundas do chakra, passa a ter uma capacidade infindável de avaliação da realidade e de desprendimento. Quem vive na superfície desse chakra tende a se tornar obediente e um bom executor. Quem vive na profundidade, costuma questionar a legitimidade da autoridade de quem tenta regê-lo ou se aproveitar dele. Quem vive na parte anterior do chakra, tem grande capacidade de dedicação por aqueles e por tudo o que gosta, mas costuma empacar quando não gosta de alguém ou de algo. Quem vive na parte mais essencial e posterior do chakra, mostra sempre enorme capacidade de superação e uma intensidade de compromisso com o que faz, que torna o aparentemente impossível em possível. O sexto chakra está ligado aos signos de Sagitário e Gêmeos. Mais popular no Ocidente como chakra da “terceira visão” ele está ligado à intuição, à capacidade de lidar com os componente sutis do que nos está perto (Gêmeos) e distante (Sagitário). Quando desenvolvido e harmonizado esse chakra, ele nos deixa objetivos e com senso de direção (Sagitário) ao mesmo tempo em que nos torna capaz de traduzir o que a pessoa mais simples diz para a mais sofisticada e vice-versa (Gêmeos). Ele é chamado por muitos de chakra da fé (Sagitário) capaz de concretizar o suposto “inconcretizável”. No tantra se diz que esse chakra desenvolvido torna tudo possível para você, que basta que você queira as coisas e elas acontecem. Assim como acontece com pessoas que se relacionam bem com se Júpiter, planeta de Sagitário. Por outro lado é um chakra que pode se tornar ligeiramente perigoso para quem o desenvolve sem ter uma base emocional sólida, uma vez que ele nos dá uma incrível capacidade de manipular o que nos rodeia (Gêmeos). É o chakra onde chegamos à beira de transcender a mente (Gêmeos e Sagitário). Os seis primeiros chakras administram todas as nossa dualidades internas. Quando chegamos ao sétimo, experimentamos a dissolução de nossa noção de identidade e de todos os nossos valores, crenças, certezas, medos, desejos, e todas as outras criações da mente e do ego. Dessa maneira, esse chakra não se liga a nenhum planeta particular, uma vez que todos os planetas incorporam as qualidade de uma polaridade de algum eixo. O sétimo está ligado ao centro de nosso mapa astrológico, o lugar onde encontramos o constante equilíbrio e harmonia entre todas as nossas polaridades e facetas. Chegar à ele é experimentar a liberdade última possível a um ser humano, a liberdade de todas as ilusões e a felicidade que a lucidez em sua dimensão ampla é capaz de oferecer.. Pedro Tornaghi. .

Amor Platônico.

Em um dos mais belos textos da literatura mundial, O Banquete, Platão expôs aquilo que seria a sua doutrina sobre o amor. A narrativa que rememora uma festa acontecida na casa de um famoso poeta (Agatão) vai desencadear uma série de elogios ao deus que, se acreditava, não havia ainda recebido os louvores dos homens. Assim, o deus foi tido por diversos caracteres, desde o deus mais antigo e por isso bom educador, passando por uma força cósmica universal geradora dos seres, até uma dupla característica, uma vulgar e outra ascética, bem como também o deus mais jovem, mais belo e por isso irresponsável, criador, etc. Chegada a vez de Sócrates falar, surge o problema: Sócrates não sabe falar bem (eloquência). Ele não sabe elogiar, mas gostaria, na forma dialogada, falar do deus. E sua primeira questão é: o que é o amor? Ou seja, antes de falar se ele é bom ou mau, belo ou feio, se ajuda ou se atrapalha na educação, deveríamos saber o que ele é. Para desconcerto geral, Sócrates define o amor como sendo a busca da beleza e do bem. E sendo assim, ele mesmo não pode ser belo nem bom. Quem ama, deseja algo que não tem. Quando se tem, não se deseja mais, ou se se deseja, deseja manter no futuro, o que significa que não o tem. E todos só desejam o melhor, ninguém escolhe o mal voluntariamente. Logo, o amor é o desejo do belo e do bom. Essa definição permite uma compreensão universal do objeto (o amor). Mas não devemos também acreditar que por não ser bom, o amor é mau. Não é uma conclusão necessária. Para isso, Sócrates vai contar o que Diotima contou-lhe sobre o amor. Para combater o mito que acabara de escutar da boca de um comediógrafo (Aristófanes - mito da alma gêmea), Sócrates mostra o que aprendeu com aquela que o iniciou nos mistérios do amor. Diotima disse ao nosso filósofo que durante uma festa, todos os deuses foram convidados, menos a deusa Penúria. Faminta e isolada, ela procurou alimento nos restos da festa. Porém, ao ver o deus Astuto, deus engenhoso, cheio de recursos e que estava embriagado, deitado num jardim, a deusa resolveu ter um filho com ele. Nasce daí o deus Eros (ou amor), que assume as características de seus pais. Como sua mãe, ele é pobre, carente, faminto, desejante. Mas como seu pai, ele é nobre, cheio de recursos para alcançar o que lhe aprouver, saciando suas necessidades. Em um nível cósmico, a função do deus é ligar os homens a Zeus, sendo um intermediário entre eles. Aos deuses, o amor leva as súplicas dos homens, seus anseios, suas dúvidas e necessidades através das preces e orações. Aos homens, o deus do amor traz as recomendações aos sacrifícios e honra aos deuses. Por isso, não sendo nem bom nem mal, mortal e também imortal, o amor é o que nos leva a escolher sempre o melhor, a fazer o bem. Ele morre, como um desejo que se acaba, mas logo nos inflama novamente, renascendo na alma dos homens. Todavia, o que é o belo e o bem que o amor busca? Para Platão, no nível mais imediato, o amor refere-se à nossa sensibilidade e apetites, principalmente o sexual. Vemos, a partir de um corpo, a beleza, e o desejo de procriar nele. Isso significa, inconscientemente, que o desejo por um corpo belo é a tentativa da matéria de se eternizar. Os filhos são uma forma dos pais serem eternos. No entanto, o belo não é somente o corpo, tanto que logo que esse desejo se esvai, percebemos que outros corpos também nos atraem. Assim, passamos do singular (indivíduo) para o universal (todos os indivíduos). Mas ainda nisso não consiste a beleza, apenas participa da ideia. Para Platão, subimos degraus na compreensão da beleza, dos corpos até as ações nas ciências, nas artes e na política, que expandem a ideia de beleza. Mas ela mesma é uma ideia, norteadora das ações humanas, que dirige as almas para o bem absoluto que não pode simplesmente ser conquistado pelo homem encarnado. Portanto, o homem, como duplo corpo-alma, jamais conhecerá a verdade de modo absoluto. Isso cabe somente aos deuses. Mas nem por isso deve deixar de se desenvolver. É moral dever agir procurando o melhor sempre. Ao homem, ser desejante intermediário entre os deuses e os outros seres não conscientes, cabe buscar o conhecimento que o aproxime dos deuses, não se deixando fascinar pelo sensível, mas buscando compreender o inteligível, o reino das ideias, o que propriamente é o saber. Assim, naturalmente, o homem é filósofo (ou deveria ser!) buscando a sabedoria, entendendo por isso a melhor forma de usar a parte que lhe é principal – a alma – para agir, ser dono dos desejos, compreendendo a função de cada um e não se tornar escravos desses. Por João Francisco P. Cabral Colaborador Brasil Escola Graduado em Filosofia pela Universidade Federal de Uberlândia - UFU Mestrando em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP