contos sol e lua

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sexta-feira, 8 de junho de 2012

Grande Hino a Aton: escrito por Akhenaton:


Grande Hino a Aton:

"Tu surges belo na terra de luz do paraíso
Ó Aton vivo, que dá vida.
Quando nasces ergues no horizonte oriental
Enches todas as terras com a tua beleza
Tu és belo, grande resplandecente,
Sublime sobre todas as terras o país;
Os teus raios abraçam e iluminam as terras
Até o limite de tudo o que criastes.
Sendo Rá alcanças os seus limites e os subjugas para teu filho amado.
Tu estás longe, mas os teus raios encontram-se sobre a terra,
Apesar de vê-lo seu caminho é oculto
Tu estás diante de nós, mas as pessoas não vêem o teu caminho.

Quando tu te pões na terra ocidental,
A terra fica na escuridão como morta.

Os que dormem encontram-se em suas casas,
As cabeças cobertas, um olho não vê o outro.
Se roubassem seus bens que se acham debaixo de suas cabeças,
Eles nem perceberiam.

Todos os leões saem de suas cavernas,
Todas as serpentes mordem.
A escuridão é uma tumba
Para eles claridade.
Jaz a terra em silêncio.
Seu criador repousa na sua terra de luz no horizonte.

Na aurora tu reapareces no horizonte.
E és irradiante como o disco solar do dia (Aton)
Tu eliminas as trevas e lanças teus raios.
As duas terras estão em festa.

As pessoas acordam e ficam de pé.
Tu as fizeste levantar.
Eles banham-se e vestem-se,
Os seus braços estão em adoração à sua feição.
A terra inteira se põe a trabalhar.

Todo animal goza de sua pastagem,
Árvores e relvas brotam e verdejam.
Os pássaros voam de seus ninhos,
Com as asas levantadas para teu ka
Todos os rebanhos ágeis estão sobre os seus pés,
Tudo que se levanta e voa, parte,
Tu nasces para eles.

Os barcos seguem para o norte, seguem para o sul também,
Todos os caminhos se abrem quando tu surges.
Os peixes no rio arrojam-se diante a ti movem-se deslizando em tua direção,
Os teus raios chegam ao meio do mar.

Tu fazes crescer a semente na mulher,
Tu fazes o semem nos homens,
Tu fazes viver o filho no ventre da mãe,
Tu o acalentas para que não chore,
Tu o alimentas no ventre!
Dás a respiração, para alimentar tudo o que ele faz.
Quando sai do ventre para respirar, no dia de seu nascimento, abre-lhe a boca e Provês as suas necessidades.
O pássaro fala dentro da casca do ovo;
Tu ali dentro lhe dás ar para viver.
Determinas um tempo para ele sair do ovo;
Quando ele sai do ovo, para piar, ao seu nascimento, já caminha em suas pernas.

Quão numerosas são as tuas obras!
Apesar de ocultas à vista, Ó Deus Único ao lado do qual não há outro!
Tu criaste a terra ao teu desejo, Quando tu estavas só,
Com os homens, as manadas, e as revoadas dos pássaros.
Tudo o que há sobre a terra e anda sobre seus pés,
Tudo aquilo que está no céu e que voa sobre suas asas.
Os países estrangeiros, da Síria, e Núbia, a Terra do Egito.
Tu colocaste todo homem em seu lugar,
Proveste as suas necessidades, cada um com o seu alimento,
É contada sua duração de vida .
Suas línguas diferem no falar, suas características também;
Suas peles são distintas, pois tu diferenciaste os povos.

Fizeste um Nilo no subterrâneo,
Tu o trazes quando queres, para dar sustento às pessoas,
Pois tu as criaste para ti.

Senhor de tudo, que trabalhas por eles,
Senhor de todas as terras, que brilha para eles,
Ó Aton do dia, grande em glória!

De todas as terras distantes, tu os mantêm vivos,
Fizeste um Nilo celestial, que desce para eles,
E que faz ondas nas montanhas como um mar,
E banha os seus campos com o que eles necessitam.
Quão perfeitos os teus planos, Ó senhor da eternidade!

Um Nilo do céu para os estrangeiros,
E para todas as criaturas no deserto que caminham sobre pernas,
Mas para o Egito, o Nilo que vem de Duat.

Os teus raios trazem a nutrição para todas as plantas;
Quando tu brilhas, elas vivem e prosperam para ti.
Tu fazes as estações para que se desenvolva tudo o que tu crias:
O inverno para refrescá-las, o ardor para que te degustem.

Tu fizeste o céu distante, para brilhar nele.
Para ver tudo que fazes, enquanto tu és Um,
Nascido em sua forma de Aton vivo,
Brilhante e radiante, próximo e distante.

Tu fazes milhões de formas de ti, sozinho,
Povoados, vila, campos, estrada e rio.
Todos os olhos o contemplam acima deles,
Quando tu estás acima da terra como, Aton.

Quando tu vais e não há olho cuja visão tu criaste,
não para olhar para ti como só mais uma de suas criaturas.

Tu estás ainda em meu coração.
Não há nenhum outro que te conheça
Exceto teu filho, Nefer-kheperu-Rá Ua-en-Rá Akhenaten,
A quem ensinastes.

A terra passa a existir por tua mão como tu a criaste,
Quando tu alvoreces, eles vivem, quando tu te pões eles morrem;
Tu mesmo és vida - se vive de ti.

Os olhos vêem beleza, enquanto tu não te pões.
Deixa-se todo o trabalho quando tu descansas no Ocidente;
O teu alvorecer é um fortalecimento para o Rei,
E todos movem-se desde que fundastes a terra.

Tu os levantas para o teu filho que saiu do teu corpo
O rei que vive pela verdade (Ma’at), o Senhor das duas terras,
O Senhor dos Dois Países Nefer-kheperu-Rá
O único de Rá, o filho de Rá que vive pela verdade (Ma’at),
O Senhor das duas coroas Akhenaton, Sublime em sua vida
E da Grande Rainha a quem ele ama,
A Senhora das Duas Terras Nefer-neferu-Aton Nefertite,
Que vive e rejuvenesce por toda a eternidade"

Akhenaton.


Origens familiares

Amen-hotep era filho de Amen-hotep III, o nono rei da XVIII Dinastia e da rainha Tié. Cresceu no palácio de Malkata, localizado a sul da cidade de Tebas. Durante o reinado do seu pai o Egito viveu uma era de paz, prosperidade e esplendor artístico. Não se sabe muito sobre a sua infância, dado que não era hábito entre os antigos Egípcios documentar a vida das crianças da família real. Teve provavelmente como preceptor Amen-hotep Filho de Hapu e ao que parece enquanto jovem era fisicamente débil, não lhe agradando as actividades relacionadas com a caça e o manejo de armas. Para Roger Bottini Paranhos o preceptor de Amen-hotep foi Meri-Rá, sacerdote do templo de Rá em Heliópolis.

Amen-hotep não estava destinado a ser rei do Antigo Egito. Este lugar seria ocupado pelo seu irmão mais velho, o príncipe Tutmés, que era filho de Amen-hotep III com Gilukhipa, uma esposa secundária filha do rei de Mitanni. Porém, Tutmés morreu antes do ano 30 do reinado do pai (possivelmente no ano 26) e Amen-hotep ascendeu à categoria de "Filho Maior do Rei", ou seja, herdeiro do trono.

As análises de DNA das múmias egípcias por Zahi Hawass confirmam Akhenaton como filho de Amen-hotep III e pai de Tutankamon, resgatando seu importante papel na história do Antigo Egito. No livro Akhenaton - a revolução espiritual do Antigo Egito, de Roger Paranhos, o autor afirma que a mãe de Akhenaton seria mesmo a rainha Tié (ou Tii), e não a segunda esposa do faraó Amen-hotep III (ou Amenófis III), conhecida por Telika, que seria de origem asiática, como defendem alguns livros, no entanto, além das confirmações de Roger, as análises de DNA não parecem corroborar essa hipótese.

Amen-hotep tinha sido criado para ser sacerdote do templo de Heliópolis, cidade do Baixo Egipto que era o centro do culto do deus solar Rá. Quando o seu irmão faleceu é possível que também tenha herdado o cargo de sumo-sacerdote de Ptah, deus associado aos artistas.
O reinado em Tebas.
Akhenaton e Nefertiti.

Akhenaton tornou-se rei aos quinze anos por volta de 1364 a.C. Os investigadores dividem-se em torno de uma possível co-regência de Amen-hotep III e do seu filho, não existindo certeza a este respeito. Associar um filho ao trono ainda em vida de faraó foi um recurso utilizado por vários reis egípcios de modo a garantir uma sucessão sem problemas.

Quando os reis egípcios subiam ao trono adoptavam cinco nomes, que de certa forma indicavam o programa simbólico do novo monarca. Estes cinco nomes são conhecidos como a titulatura e no caso de Amen-hotep IV foram os seguintes:

Nome de Hórus: Touro poderoso com as duas altas plumas
Nome das Duas Damas: Grande é a sua realeza em Karnak
Nome do Hórus de Ouro: O que leva as coroas de Hermontis
Rei do Alto e Baixo Egipto: Maravilhosas são as manifestações de Rá
Filho de Rá: Amen-hotep, divino regente de Tebas

Pensa-se que nesta altura já estaria casado com Nefertiti, a sua famosa esposa. Durante muito tempo defendeu-se que Nefertiti teria uma origem estrangeira, devido ao fato do seu nome significar "a bela chegou", mas actualmente a maioria dos investigadores considera que ela seria egípcia, talvez natural da cidade de Akhmim. A união entre ambos parece ter sido imposta pela mãe, que seria tia de Nefertiti; no entanto, entre os dois desenvolveu-se um grande afecto e Nefertiti alcançou um protagonismo político sem antecedentes entre as esposas reais.

Em Tebas, bem como em Mênfis e em Hermopólis, Amen-hotep iniciou um programa de obras públicas. Em volta do templo de Amon em Karnak (Tebas) mandou construir quatro templos dedicados a Aton, o que para alguns autores seria uma tentativa de realizar uma fusão entre os dois deuses.

Um dos mais interessantes destes templo é o conhecido como o "Hutbenben", o que significa casa de Benben. Benben era o monte inicial a partir do qual surgiu o deus Aton (uma manifestação do deus solar), que iniciou a criação do mundo. Neste templo vê-se como oficiante a rainha Nefertiti, acompanhada de uma filha, Meketaton, o que mostra o papel central desempenhado pela rainha nas concepções religiosas de Akhenaton.

Para se conseguir criar estes templos em pouco espaço de tempo os engenheiros de Amen-hotep recorreram a uma nova técnica. Dado que estes templos foram concebidos sem a necessidade de telhado, as paredes não tinham que ser tão robustas. Os construtores cortaram blocos de pedra com cerca de 50 cm de comprimento e 25 cm de largura e altura, que são conhecidos hoje como "talatat" ("árvore" em árabe). Recorrendo a estes blocos os pedreiros construíram os templos.

No ano 3 do seu reinado Amen-hotep celebrou o festival "sed". Estes festivais eram celebrados quando o faraó fazia trinta anos de reinado. Não se sabe a razão que levaria Amen-hotep a celebrar este festival tão cedo. O que sabe é que no festival apenas mencionou o nome do deus Aton. As cerimónias do "sed" tiveram lugar numas das estruturas referidas anteriormente, conhecida como o Guemetpaaton.
De Amen-hotep a Akhenaton

No ano 5 do seu reinado o jovem rei decide mudar de nome. De Amen-hotep, nome que significa "Amon está satisfeito" muda para Akhenaton o que significa "o espírito actuante de Aton", o que representou o seu repúdio ao deus Amon. O rei declarou-se também filho e profeta de Aton, uma divindade representada como um disco solar. Akhenaton instituiu o deus Aton como a única divindade que deveria ser cultuada, sendo o próprio faraó o único representante dessa divindade.

No entanto, o deus Aton não era um deus novo no panteão egípcio. Aton era considerado pelos egípcios como uma manifestação visível do deus Rá-Harakhti e já era mencionado nos Textos das Pirâmides, que são os textos de carácter religioso mais antigos encontrados no Egito. O que há de novo na religião introduzida por Akhenaton é o lugar central de Aton, remetendo outros deuses ao desaparecimento ou a uma posição secundária. Dessa forma, Akhenaton pode ser considerado o criador da idéia do Monoteísmo.

Não se sabe ao certo qual teriam sido as motivações de Akhenaton para tomar esta atitude. Aponta-se o poderio do clero de Amon, que possuía terras na Ásia e na Núbia, assim como pedreiras, minas e rebanhos. Todos estes bens seriam transferidos por Akhenaton para o templo de Aton que mandou construir numa nova cidade, Akhetaton.
Akhetaton, a nova capital do Egipto

No ano 6, Akhenaton decide abandonar Tebas para fundar uma nova cidade dedicada a Aton. Ao contrário de outros deuses, Aton não tinha ainda um local de culto próprio e Akhenaton decide-se por criar um. O local escolhido situa-se entre Mênfis e Tebas, na margem direita do Nilo e recebeu o nome de Akhetaton ("o horizonte de Aton"); actualmente as ruínas deste local são conhecidas como Amarna, o nome da aldeia egípcia próxima.

Os terrenos em redor da cidade eram favoráveis à prática agrícola e a criação, assegurando o abastecimento dos seus futuros habitantes. A cidade foi construída em quatro anos. Parte da população que se fixou na nova capital seria oriunda de Tebas, sendo composta pelos agricultores, militares, escribas e artífices que acompanharam o rei no seu projecto. Julga-se que Akhetaton teve uma população de cerca de vinte mil habitantes. O urbanismo da cidade caracterizava-se pela simplicidade, com grandes avenidas.

No centro da cidade encontrava-se o grande templo de Aton, que tinha cerca de oitocentos metros de comprimento e trezentos metros de largura. A sua arquitectura era completamente diferente de outros templos da XVIII Dinastia: não tinham salas escuras, onde se realizava o culto, mas vários pátios ao ar livre que levavam ao altar do deus. Sendo dedicado a uma divindade solar, não fazia sentido a escuridão das salas; uma estrutura ao ar livre permitia a presença dos raios de Aton.

O palácio real tinha cerca de oitocentos metros, erguendo-se ao longo do eixo principal da cidade,e anexo a ele o faraó possuía um templo particular para suas meditações e orações,que era chamado 'o castelo de Aton'. Ali eram realizados os rituais privados do rei para fazer levantar o Sol da justiça de todas as manhãs. Era uma cerimônia em que o faraó procurava manter a mente limpa e em paz no novo dia que nascia. Só através da influência benéfica dos planos superiores ele poderia julgar e decidir o rumo do Egito com sabedoria e justiça. À norte deste palácio encontrou-se aquilo que seria uma espécie de jardim zoológico. Os altos funcionários possuíam grandes quintas, com os seus jardins.

Uma avenida cortava a cidade de norte a sul. Essa grande avenida tinha mais de trinta e oito metros de largura; talvez tenha sido a maior rua do mundo antigo. O objetivo daquela extensa largura era promover desfiles de carruagens da família real e ser um grande largo para as festividades populares ao deus Aton. A cidade completa, incluindo suas demais ruas internas, dispersava-se para todos os lados em vinte e sete quilômetros, abrangendo os subúrbios de ambas as extremidades. Ali foram construídos templos e moradias para a classe média, composta de arquitetos artesãos e escribas. Além do bairro norte, construiu-se uma aldeia para obrigar os trabalhadores mais modestos, que trabalhavam as pedras e fabricavam os tijolos de barro para as construções.

Akhenaton teve seis filhas com Nefertiti. Com uma rainha secundária, chamada Kia, Akhenaton teve um menino chamado Tutankhaton (a imagem viva de Aton) que se tornou príncipe herdeiro do trono do Egito.
Governo de Akhenaton.

Akhenaton deixou-se absorver pelo sua devoção a Aton, ou talvez pela sua personalidade artista e pacifista, descuidando os aspectos práticos da administração do Egipto. Perante este desinteresse, Aye e o general Horemheb, duas personalidades que mais tarde se tornariam faraós, desempenharam um importante papel no governo.

Entre o ano 8 e o ano 12 sabe-se que Akhenaton desencadeou uma perseguição aos antigos deuses, e em particular, aos deuses que estavam associados à cidade de Tebas, Amon, Mut e Khonsu. O faraó ordenou que os nomes destes deuses fossem retirados de todas as inscrições em que se encontravam em todo o Egipto. Esta situação atingiu directamente não só os sacerdotes, mas a própria população. As descobertas da arqueologia mostram que os donos de pequenos objectos retiraram os hieróglifos do deus Amon deles, numa atitude de autocensura, temendo represálias. Entretanto, em registros arqueológicos de funcionários do faraó, por exemplo, pode-se encontrar, por vezes, utensílios relacionados a antigas divindades politeístas e até mesmo nomes de pessoas que faziam menção ao antigos deuses. Isso pode ser um indício de que, mesmo sob a reforma monoteísta Akhenaton, havia certa tolerância religiosa.

No ano 12 ocorreu um grande festival em Akhetaton, cujo motivo exacto não se conhece. Seria talvez uma espécie de refundação da cidade de Aton. No palácio real foram recebidas delegações da Ásia, Líbia, Núbia e das ilhas do Egeu. No livro Akhenaton - a revolução espiritual do Antigo Egito, este evento teve por razão a co-regência com sua esposa Nefertiti, que passou a adotar o título de Smenkhkare.

O império que o Egipto tinha construído ao longo das últimas décadas desintegrava-se aos poucos, possivelmente porque Akhenaton seria um pacifista, não desejando, portanto, manter reinos vassalos nem uma política militar imperialista. No Médio Oriente o Egipto tinha os seus aliados e parece que o faraó não atendeu aos seus pedidos de ajuda, face à ameaça hitita. Este povo acabará por conquistar o Médio Oriente, tomando os portos da Fenícia; os Mitânios, aliados do Egipto, são varridos do mapa. Povos beduínos invadem a Palestina e conquistam Jerusalém e Megido. Ao sul, o Egipto perde o controle sobre as minas de ouro da Núbia fundamentais para o comércio egípcio.
A arte de Amarna.

O reinado de Akhenaton assistiu à emergência da chamada "arte amarniana", que se caracteriza por um lado pelo naturalismo (abundância de plantas, flores e passáros) e pela convivência familiar do faraó e por outro lado, por uma representação mais realista das personagens que por vezes atinge o ponto da caricatura. A arte oficial apresenta o rei com uma fisionomia andrógina, com um crânio alongado, lábios grossos, ancas largas e ventre proeminente.

Acreditava-se que Akhenton era portador de algum tipo de deficiência ou portador de alguma doença genética rara que transmitiu aos seus descendentes, como a Síndrome de Marfan ou a síndrome de Fröhlich. Se este fosse o caso, Nefertiti e os altos dignitários também sofreriam de alguma destas doenças visto que surgem representados da mesma forma, o que em parte parece descartar esta hipótese. Contudo, essa hipótese foi posta ao chão com estudos detalhados desenvolvidos por análise de DNA pelo egiptólogo Zahi Hawass, que excluiu a possibilidade dos rostos alongados e aparência feminilizada serem devidos a uma enfermidade congênita na arte do período de Amarna e entende que a sua aparência andrógina é uma característica estilística. Para alguns autores, esta iconografia seria uma manifestação artística que visava romper com os canônes do passado (tal como Akhenaton fizera no domínio religioso) e afirmar a singularidade da família real.

Atribui-se a Akhenaton igualmente talentos na poesia. O faraó teria sido autor do famoso "Hino a Aton" que apresenta semelhanças com o Salmo 104 da Bíblia.
Últimos anos.

Akhenaton reinou por cerca de 17 anos. Aproximadamente no ano 15 do seu reinado surge um misterioso co-regente chamado Smenkhkare. Alguns egiptólogos acreditam que Smenkhkare era a rainha Nefertiti que assumiu atributos de faraó para tornar suave a transição de governo para o herdeiro do trono que, nessa época, deveria ter por volta de quatro anos de idade. Outros acreditam que ele era, na verdade, o filho mais velho de Akhenaton e irmão de Tutankhamon, que lhe sucedeu.

Seja como for, nada se sabe sobre Nefertiti após o ano 15. Na opinião de Cyril Aldred, Nefertiti morreu no ano 13 ou 14 do reinado de Akhenaton. Kia também teria desaparecido mais ou menos na mesma altura que Nefertiti e Meritaton, filha de Akhenaton e Nefertiti, tornou-se a primeira dama do reino.

Não se sabe ao certo sobre a morte de Akhenaton, a não ser que faleceu no 17.º ano de seu reinado. A sua múmia poderia talvez ter sido queimada ou colocada no Vale dos Reis. Suspeita-se que tenha sido assassinado a mando dos sacerdotes, prejudicados por sua administração austera. Uma múmia encontrada na Tumba KV55 também pode ser considerada de Akhenaton.

Smenkhkare reinou por cerca de dois anos até que, aos oito anos de idade, o jovem Tutankhaton foi elevado ao trono do Egito. Seu breve reinado (ele morreu quando tinha aproximadamente 18 anos de idade) foi marcado pela reaproximação da família real com o clero tebano do deus Amon. Tanto que o faraó recém entronizado trocou o seu nome para Tutankhamon (a imagem viva de Amon), selando uma certa paz com os sacerdotes de Tebas e com as antigas tradições egípcias. As radiografias feitas na múmia de Tutankhamon mostram um golpe no crânio, o que levanta a hipótese de ter sido assassinado. Tutankhamon foi sucedido por Aye, que reinou três anos, e este por sua vez foi sucedido por Horemheb.wikepédia.

O Livro Dos Mortos Do Antigo Egipto.


A múmia de Ani é transportada numa barca funerária, seguida por carpideiras e acompanhada pela viúva chorosa, enquanto um sacerdote faz libações. Atrás das carpideira um vaso de vísceras, que tem no topo uma cabeça de chacal, e alguns servos que transportam os bens funerários?Há obras que são símbolos de uma determinada civilização, O LIVRO DOS MORTOS do ANTIGO EGIPTO (PRT M HRU), inscreve-se nessa categoria de obras de excepção; sendo o mais antigo livro ilustrado do mundo.Aparece pela primeira vez na XVIII dinastia (c 1550 a.C.), embora a sua origem remonte ao reinado de Unas, último rei da V dinastia (c. 2345 a.C.).Estes primeiros textos funerários do antigo Egipto, foram gravados nas paredes da pirâmide real. Sendo constituídos por hinos, rituais e recitações mágicas a fim de assegurar a ressurreição real, bem como a protecção contra influências malignas.No 1º Período Intermédio e no Império Médio surgem duas novas colectâneas de textos funerários, os TEXTOS DOS SARCÓFAGOS e o LIVRO DOS DOIS CAMINHOS (entre 2300 e 1700 a.C.). Neles se constata a ?democratização? da imortalidade e a projecção conferida a Osíris, que agora se confronta com Rá no topo da hierarquia divina.No princípio da XVIII dinastia com a designada ?Recessão Tebana?, assiste-se à compilação e escolha de todos os textos escritos até então, mas sem qualquer preocupação de natureza sequencial na organização dos mesmos.Posteriormente na XXVI dinastia (c. 650 a.C.) irá surgir uma nova recessão, a ?Saíta?, que se caracterizará por procurar uma ordem sequencial nas fórmulas.Estas fórmulas, vulgarmente designadas capítulos, tem um conteúdo heterogéneo, o que se prende com a diversidade temporal da origem dos textos: Hinos, Prescrições, Orações, exposições da criação, Indicações sobre as diversas divindades que o morto devia conhecer, Textos mágicos de protecção contra determinados animais, etc.Todas as fórmulas (capítulos) tem um título e, a maioria apresenta ilustrações (vinhetas).Os textos são escritos em hieróglifos cursivos em todas as épocas, sendo que a partir da XXI (c.1080 a.C.) dinastia surgem igualmente em hierático. Ao conjunto destas fórmulas foi dado o nome de LIVRO DOS MORTOS, pelo alemão Richard Lepsius em 1842 na cidade de Leipzig.Em 1881 o egiptólogo holandês Willem Pleyte publica os Capítulos Suplementares, alterando a numeração de Lepsius e acrescentando-lhe mais algumas fórmulas (163-174). È no entanto o suíço Edouard Naville que produzirá a edição mais completa do LIVRO DOS MORTOS. Segundo a numeração de Lepsius e não de Pleyte, vem completá-la com novas fórmulas (166-186).Alguns anos mais tarde o egiptólogo inglês, Sir E. A. Wallis Budge publica os CAPÍTULOS DA SAÍDA À LUZ DO DIA. Neles são agrupados indiferentemente textos que vão desde a XVIII dinastia até à época ptolomaica. A partir deste momento o LIVRO DOS MORTOS surge com 190 fórmulas.Todos os egípcios ambicionavam fazer-se acompanhar de um LIVRO DOS MORTOS na sua viagem para o Além. O seu tamanho e a sua temática podiam variar de livro para livro, uma vez que dependiam de factores, tais como o poder económico, a qualidade dos escribas, a quantidade de escribas disponíveis, o tempo de que dispunham, etc.No LIVRO DOS MORTOS encontram-se dois caminhos possíveis para a vida, duas via de salvação: uma osiríaca e a outra solar. Como Osíris eram mumificados, purificados e embalsamados para que o seu corpo não sofresse corrupção e pudesse voar, livre, em direcção ao céu, fundir-se com Rá, transformando assim o Osíris de ontem, no Rá, de hoje e de amanhã.Osíris e Rá, símbolos de imortalidade e de eternidade, projectos de vida e de morte, senhores de Maet, justiça, verdade, ordem e equilíbrio cósmico e universal.Pelo poder mágico das fórmulas, o morto pode aspirar e conquistar a identificação perfeita comOsíris e, depois, com Rá. Pelo poder mágico da palavra, escrita e falada, lida. Porque a palavra, no antigo Egipto, era verbo criador. Palavra realizadora, uma das formas da criação.A magia das fórmulas era de dois tipos: operativa (produzindo determinados efeitos), ou defensiva (contra perigos vários). Por isso o ?morto? no seu lento e progressivo percurso para a Vida e para o Céu, para a Liberdade não temia as diferentes provas que teria de ultrapassar. Ia-se purificando e assim ao chegar junto de Osíris, para ser julgado, de novo pela força operativa das palavras, ele provava a sua inocência. A Osíris e aos quarenta e dois deuses que o acompnhavam, a Maet, a Tot e a Anúbis.Homem-Morto-Osíris-Rá, falcão, fénix ou carneiro, mas sempre egípcio, filho dos deuses, criado pelos deuses, que retorna à divindade depois de um percurso peculiar. Primeiro, sobre a terra do Egipto, sobre a areia do deserto ou aàgua do Nilo. Depois, sob a terra, na necrópole, como Osíris, no ventre de sua mãe. E, finalmente, voando em direcção ao céu, batendo as asas, como Hórus, ao encontro do abraço do seu pai, Rá.Tudo isto aconteceu há muitos anos. Mas perdura, ainda, hoje e? amanhã.Pela eternidade. Pela força da palavra e da magia, do pensamento e do homem, que é divino, quando quer.
Danuia.

Os Faraós.


Os faraós eram os reis do Egito Antigo. Possuíam poderes absolutos na sociedade, decidindo sobre a vida política, religiosa, econômica e militar. Como a transmissão de poder no Egito era hereditária, o faraó não era escolhido através de voto, mas sim por ter sido filho de outro faraó. Desta forma, muitas dinastias perduraram centenas de anos no poder.

O poder dos faraós.

Na civilização egípcia, os faraós eram considerados deuses vivos. Os egípcios acreditavam que estes governantes eram filhos diretos do deus Osíris, portanto agiam como intermediários entre os deuses e a população egípcia.

Os impostos arrecadados no Egito concentravam-se nas mãos do faraó, sendo que era ele quem decidia a forma que os tributos seriam utilizados. Grande parte deste valor arrecadado ficava com a própria família do faraó, sendo usado para a construção de palácios, monumentos, compra de jóias, etc. Outra parte era utilizada para pagar funcionários (escribas, militares, sacerdotes, administradores, etc) e fazer a manutenção do reino.

Ainda em vida o faraó começava a construir sua pirâmide, pois está deveria ser o túmulo para o seu corpo. Como os egípcios acreditavam na vida após a morte, a pirâmide servia para guardar, em segurança, o corpo mumificado do faraó e seus tesouros. No sarcófago era colocado também o livro dos mortos, contando todas as coisas boas que o faraó fez em vida. Esta espécie de biografia era importante, pois os egípcios acreditavam que Osíris (deus dos mortos) iria utiliza-la para julgar os mortos.

Exemplos de faraós famosos e suas realizações:

- Tutmés I – conquistou boa parte da Núbia e ampliou, através de guerras, territórios até a região do rio Eufrates.

- Tutmés III – consolidou o poder egípcio no continente africano após derrotar o reino de Mitani.

- Ransés II – buscou estabelecer relações pacíficas com os hititas, conseguindo fazer o reino egípcio obter grande desenvolvimento e prosperidade.

- Tutankamon – o faraó menino, governou o Egito de 10 a 19 anos de idade, quando morreu, provavelmente assassinado. A pirâmide deste faraó foi encontrada por arqueólogos em 1922. Dentro dela foram encontrados, além do sarcófago e da múmia, tesouros impressionantes.

A maldição do faraó

No começo do século XX, os arqueólogos descobriram várias pirâmides no Egito Antigo. Nelas, encontraram diversos textos, entre eles, um que dizia que: "morreria aquele que perturbasse o sono eterno do faráo". Alguns dias após a entrada nas pirâmides, alguns arqueólogos morreram de forma estranha e sem explicações. O medo espalhou-se entre muitas pessoas, pois os jornais divulgavam que a "maldição dos faraós" estava fazendo vítimas. Porém, após alguns estudos, verificou-se que os arqueólogos morreram, pois inalaram, dentro das pirâmides, fungos mortais que atacavam os órgãos do corpo. A ciência conseguiu explicar e desmistificar a questão.Wikepédia.