Me lembro como se fosse hoje.
Seu cabelo belo, negro e suave como seda.
Sendo espalhado pelo ar.
Seu rosto, como sempre belo, causava meu desejo.
Com olhos que me atraíam fatalmente.
Que me perseguiam.
Que sabiam de meu desejo.
Brilhantes pela luz da Lua.
Lua que presenciou o crime.
Apenas a Lua.
Lua que não podia gritar por mim.
Lua que já deve ter presenciado esse crime mil vezes.
Lua que por séculos eu vejo.
Aquela Lua que me viu.
E não me ajudou.
Lua que hoje vê a mim cometendo o mesmo crime.
Lua que não te ajudará também, minha criança.
Paulo Faria.
segunda-feira, 10 de maio de 2010
Sutra de Lótus.A estratégia.
“Estratégia”, no sentido original da palavra, refere-se a uma série de táticas militares ou marciais. Porém, considerada mais amplamente, denota um método empregado para obter melhores resultados em qualquer área; ou seja, para conduzir uma vida de vitórias e de criação de valor.
A “estratégia do Sutra de Lótus” corresponde à fé no Gohonzon; à fé que combate a ignorância e a ilusão, que transforma o carma negativo em positivo e que triunfa sem falta por meio da oração convicta, da sabedoria e da coragem ilimitadas — todas derivadas dessa oração.
Seja qual for a circunstância, quando nos baseamos na Lei Mística, a Lei suprema do Universo, jamais nos veremos num beco sem saída. O poder inigualável do Nam-myoho-rengue--kyo nos permite transcender todos os obstáculos ou impedimentos que se interponham em nosso caminho para a consecução do estado de Buda.
Daishonin cita a seguinte passagem do 23º capítulo do Sutra de Lótus, “Os Feitos do Bodhisattva Rei dos Remédios”: “Todos os que guardam rancor ou animosidade serão, da mesma forma, eliminados”.42 Estas palavras exemplificam a imensa boa sorte que provém da prática do Sutra de Lótus e do ato de propagá-lo. Ser capaz de vencer todos os obstáculos e funções negativas por meio da fé na Lei Mística é o poder que nos brinda a “estratégia do Sutra de Lótus”.
Por essa razão, Daishonin diz que “a estratégia e o domínio da esgrima” que possibilitaram Shijo Kingo a sair ileso e vitorioso desse confronto com os inimigos, na realidade, derivam da “estratégia do Sutra de Lótus” ou da Lei Mística.
A base de nossas atividades, de nossos esforços e desafios — para manter a saúde, ter uma vida realizada, comprovar a vitória e conquistar a confiança na sociedade — é a estratégia do Sutra de Lótus, em outras palavras, a forte fé.
No final da carta, Nitiren Daishonin declara a Shijo Kingo: “Tenha uma forte fé. Um covarde é incapaz de obter resposta de suas orações”.
"A covardia nos fecha os olhos”, declarou com sagacidade Ralph Waldo Emerson (1803-1882), uma das figuras ilustres da Renascença norte-americana. O medo nos impede de perceber a verdade, não nos deixa enxergar os fatos como realmente são. Faz com que uma dificuldade insignificante pareça um obstáculo enorme e com que a porta para uma solução pareça um muro espesso ante nossos olhos. Portanto, é fundamental munirmo-nos de coragem.
Emerson disse algo muito interessante: “É obvio que não existe uma entidade separada chamada ‘coragem’, não há célula do cérebro nem vaso sanguíneo que contenha gotas ou átomos que nos concedam essa virtude. No entanto, a valentia é o direito ou o estado saudável de qualquer ser humano, que o torna livre para fazer aquilo que lhe corresponde por sua constituição ou natureza. A coragem é uma força direta, é a execução instantânea do que se deve fazer”. Do ponto de vista do budismo, coragem indica o espírito mais forte e firme que existe, derivado da nossa natureza de Buda inerente. Poderíamos dizer que esse “estado saudável” se aplica à energia combatente de vencer a própria escuridão intrínseca e revelar num instante nossa natureza iluminada do Darma.
Para nós, coragem significa desafiar as questões reais e cotidianas no local em que nos encontramos, com a convicção de que somos manifestações da Lei Mística. Essa é a forma de aplicar a estratégia do Sutra de Lótus e de edificar uma história indestrutível de glória e de triunfo.
Quando jovem, trabalhei com meu mestre Toda e, juntos, travamos árduas batalhas. Sempre que me encontrava num impasse, recitava Daimoku para achar uma solução. Orava e, revigorado, voltava a desafiar. Decidido a conquistar vitórias para meu mestre e pelo Kossen-rufu, cada dia me lançava destemidamente a enfrentar os obstáculos. Com essa atitude, no fim, triunfei sobre todas as adversidades.
"Por meu mestre!”, “Pelo Kossen-rufu!” — quando os jovens atuam com a firme determinação de corresponder ao mestre e contribuir para o Kossen-rufu, podem manifestar livremente todo o seu potencial. Digo por experiência própria, que esta é a “estratégia do Sutra de Lotus”.
Para realizar o sonho de meu mestre, empenhei-me na linha de frente de difíceis batalhas e, como resultado, compreendi o significado da fé capaz de gerar vitórias absolutas. Durante onze anos que servi ao meu mestre, comprovei vitórias inequívocas com base na “estratégia do Sutra de Lótus”. E isso proporcionou grande alegria ao Sr. Toda.
Chegou a hora de confiar a meus genuínos discípulos esta filosofia prática para a vitória infalível.
Tal como nos perguntou o mestre Toda há cinquenta e cinco anos, hoje apelo a todos os jovens, meus verdadeiros sucessores: “Meus jovens amigos, de que forma realizarão o Kossen-rufu? Quais são os desafios que têm diante de vocês? Onde lutarão e como triunfarão?”F.P.Wikepédia.
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