contos sol e lua

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sábado, 12 de setembro de 2009

FLIDIAS, SENHORA DAS FLORESTAS.



Flidias é a bruxa da Sensualidade e Senhora das Florestas. Ele reúne os atributos da bruxa Àrtemis com a sensualidade de Afrodite. A combinação é perfeita!
MACHA
A bruxa Macha foi adorada na Irlanda mesmo antes da chegada dos celtas. Ela é uma bruxa Tríplice associada com Morrigan a bruxa da guerra e da morte. É ligada também a Dana no aspecto de fertilidade da mulher.
Macha chega até nossas vidas para nos afirmar que todas as mulheres são bruxas. Todas nós somos pequenos pedaços de um grande ser: a Grande-Mãe. Ela, nas suas várias formas de manifestação, é o símbolo principal da própria representação do inconsciente.

BRUXA MORGANA

Para a mulher, o significado da experiência devia residir na sua submissão ao instinto, não importando que forma a experiência lhe acontecesse. Depois de passar por essa iniciação, os elementos de desejo e de posse ficam para trás, transmutados através da apreciação de que sua sexualidade e instinto são expressões de força de vida divina cuja experiência no plano humano.

Esse é decididamente o retrato da bruxa, com toda sua ambigüidade, as vezes boa, outras nem tanto, "cálida e luxuriosa", como a Grande bruxa oriental e, "virgem", pois não se submete à autoridade masculina. Observemos também que Merlim ensinou-lhe magia do mesmo modo com que fez com Viviana, a Dama do Lago.
Flidias é a bruxa da Sensualidade e Senhora das Florestas. Ele reúne os atributos da bruxa Àrtemis com a sensualidade de Afrodite. A combinação é perfeita!

MACHA
A bruxa Macha foi adorada na Irlanda mesmo antes da chegada dos celtas. Ela é uma bruxa Tríplice associada com Morrigan a bruxa da guerra e da morte. É ligada também a Dana no aspecto de fertilidade da mulher.
Macha chega até nossas vidas para nos afirmar que todas as mulheres são bruxas. Todas nós somos pequenos pedaços de um grande ser: a Grande-Mãe. Ela, nas suas várias formas de manifestação, é o símbolo principal da própria representação do inconsciente.
BRUXA MORGANA
Para a mulher, o significado da experiência devia residir na sua submissão ao instinto, não importando que forma a experiência lhe acontecesse. Depois de passar por essa iniciação, os elementos de desejo e de posse ficam para trás, transmutados através da apreciação de que sua sexualidade e instinto são expressões de força de vida divina cuja experiência no plano humano.
Esse é decididamente o retrato da bruxa, com toda sua ambigüidade, as vezes boa, outras nem tanto, "cálida e luxuriosa", como a Grande bruxa oriental e, "virgem", pois não se submete à autoridade masculina. Observemos também que Merlim ensinou-lhe magia do mesmo modo com que fez com Viviana, a Dama do Lago.

CAILLEACH.


Cailleach é a Anciã ancestral da Escócia, também conhecida como a Carline ou Mag-Moullach, representado o aspecto de velha da bruxa no ciclo anual. Esta ligada às trevas e ao frio do inverno e assumiu a direção no ciclo das estações em Samhaim, a véspera de primeiro de novembro. Ela portava um bastão negro do inverno e castigava a terra com frias forças contrativas que ressecavam a vegetação. Com a aproximação do fim do inverno, ela passava o bastão do poder para Brigid, em cujas mãos ele se tornava branco que estimulava a germinação das sementes plantadas na terra negra. As forças expansivas da natureza começavam então a se manifestar.

Está representada no vôo da bruxa que aparece na noite de Halloween. Foi caracterizada como uma fada do mal que traz consigo o inverno e a morte. Apesar de ser perpetuada deste modo terrível, sabemos que neste aspecto de bruxa Anciã, ela está inteiramente realizada em sabedoria e beleza.

DANA

"A mãe celeste, que dança na espiral das serpentes das estrelas, é a fonte de onde nasceu aquele povo antigo, que trouxe o druidismo a terra da esmeralda, seu nome Dana, significa bailarina brilhante" Cathbad

Também conhecida como Danu, é a maior bruxa da mitologia celta. Seu nome "Dan", significa conhecimento, tendo sido preservada na mitologia galesa como a bruxa Don, enquanto que outras fontes equipararam-na à bruxa Anu. Na Ibéria, a divindade suprema do panteão celta é considerada a senhora da luz e do fogo. Era ela que garantia a segurança material, a proteção e a justiça. Dana ou Danu também é conhecida por outros nomes: Almha, Becuma, Birog, ou Buan-ann, de acordo com o lugar de seu culto.

BLODEUWEDD.


Não tenho pai

Não tenho mãe

Todo meu sangue

Todo meu corpo

Foi obra da magia de Gwydion

Que me deu forma de nove flores

Para o encanto e deleite de todos os homens.

Bloudeuwedd é a bruxa das Flores, da terra, da sabedoria, dos mistérios lunares e iniciações. Seu nome significa "Face de Flor" ou "Flor branca"

Esta bruxa está associada à madrugada e ao May Queen.

A fase da lua que representa Blodeuwedd é a Lua Escura, época de total introspecção. O vento frio carrega seu nome e suas cores são o branco e o preto.

Na Roda do Ano, Blodeuwedd associa-se as festividades de Samhaim. Em sua honra, deve-se nesta noite, acender tochas, escrever seus pedidos para o novo ano que se inicia e queimá-los nelas.

Blodeuwedd foi criada por Math e Gwydion, a partir da florescência de nove flores.

A MULHER IDEALIZADA PELO HOMEM
Mediante seus feitiços e a partir das flores, ou seja, da natureza em plena evolução, Math e Gwydyon "fabricam Blodeuwedd. Math é o Senhor da Magia e trabalha as forças da natureza, porém como ele é impotente, será Gwydyon quem desempenhará a função de pai.

BRANWEN.

Brandwen é a bruxa galesa do amor e da beleza, similar a nossa tão conhecida Afrodite. É considerada a Vênus dos mares do norte. Ela é uma das três matriarcas da Grã-Bretanha, junto com Rhiannon e Arianrhod e a principal bruxa de Avalon. Em algumas lendas arturianas, Branwen é considerada a Dama do Lago.

Também chamada de "seios brancos" ou "vaca prateada"está associada à Lua e à Noite. Foi cristianizada como Santa Brynwyn e é a Padroeira dos Namorados. Seus atributos mágicos são a inspiração, as novas idéias, a energia, a vitalidade e a liberdade. Na tradição Avalônica, Branwen corresponde ao espírito dos Elementais e é a incorporação da Terra.

ARIANRHOD.

Arianrhod é a guardiã da "Roda de Prata", ou "Disco de Prata", que é uma roda de prata com oito raios que representam a roda das estrelas. "Arian" significa "prata" e "rhod" significa roda ou disco.
Considerada uma bruxa do Amor e da Sabedoria, ela representa os elementos Ar e Água. É igualmente bruxa da reencarnação, do tempo cósmico, do carma, da Lua Cheia dos namorados e a Grande Mãe Frutuosa. Irmã de Gwydion, Gobannon e Amaethon. Gwydion, das artes, da eloqüência e magia, um mestre da ilusão e da fantasia, um auxiliar da espécie humana, um príncipe dos poderes do ar, que como mago, pode transmutar de forma.
Essa bruxa gaulesa é a figura primal de poder e autoridade feminina, considerada a bruxa dos Ancestrais Celtas.
Vive em um reino estelar, Caer Arianrhod, na constelação Corona Borealis, onde fica seu palácio, com suas sacerdotisas e de lá decide o destino dos mortos, carregando-os para a Lua ou para a sua constelação. A bruxa portanto, doadora de vida e administradora da morte.
A Arianrhod é atribuído os poderes da coruja, que através de seus olhos vê o subconsciente da alma humana. A coruja é um pássaro noturno que simboliza a morte, renovação, sabedoria, a magia da lua e as iniciações.

BANBA, FOTLA e ERIU
ERUI, é a mais antiga bruxa da Terra que representa a Irlanda é uma Rainha dos Tuatha De Danann. Como Deusa Solar, ela segura a taça dourada cheia de vinho tinto para os sucessivos reis. Isso significa sua união e a fertilidade do país. Uma mulher bonita e transmutadora de forma, ela pode modelar guerreiros a partir de torrões de terra. O nome poético para Irlanda, Erin, significa "a terra de Erui". Também era a bruxa que vigiava o Jardim Ocidental da Maçã da Imortalidade.

O emprego da expressão "Damas Brancas" para designar algumas bruxas é uma indicação da estreita ligação existente entre as bruxas e os mortos.


BANDHEE

A função fúnebre está relacionada com a "banshee" irlandesa, espécie de bruxa vinculada a certas famílias de origem antiga e prestígio elevado, para os quais aparecia, com o rosto muito aflito, para anunciar a morte próxima de um dos membros da família. Quando várias choravam juntas, era indicação que iria morrer alguém muito importante ou santo.
A Banshee possui o cabelo comprido e ondulado e chega com uma capa cinza sobre um vestido verde. Seus olhos são de vermelho ardente e sempre choram.
Nas Terras Altas da Escócia, as Banshee recebem o nome de Bean-Nighe, ou Pequena Lavadeira do Valo.

ANDRASTE, A INVENSÍVEL
[Andrasta, Adraste, Andred)
Andrasta é uma bruxa guerreira da Vitória, dos Céus e das Batalhas, semelhante a Morrigan. Seu nome significa "Invencível" e quando invocada em meio a uma guerra, será uma ajuda que pode significar a vitória.
Os britânicos têm santuários dedicados à bruxa Andraste em um bosque sagrado, como nas florestas da ilha Mona (Anglessey). Ela está associada a lebre.

BRUXARIA ITALIANA.


Na Bruxaria Italiana esta tradição não é tão diferente. Em grande parte das tradições da Bruxaria Italiana (se não mesmo em todas as tradições), os ancestrais são honrados e invocados para trazer sabedoria e proteção. Oferendas de mel, leite, água, grãos, pães, vinho, velas e incensos são feitas junto de orações em um oratório por vezes conhecido como "santuário dos ancestrais" ou "santuário das lasas". Lasa é um antigo termo etrusco que corresponde ao termo lares romano. O Termo Lasa também está associado à palavra fada. Comparando as tradições e folclores da Bruxaria Italiana e das tradições Celtas podemos ver uma analogia entre as fadas, as lasas e os ancestrais. Para os antigos Celtas as Fadas eram as criaturas morenas que viviam nos topos das montanhas e no interior das colinas. Essas "Fadas" eram os povos que viviam nas regiões célticas e que com as invasões tiveram que se retirar para locais escondidos. É muito comum ouvir que "fulana de tal era descendente do Povo das Fadas". As tais fadas citadas não eram seres minúsculos dotadas de asinhas (esta imagem das fadas foi criada por Shakespeare em suas obras e imortalizada na mentalidade da Sociedade Ocidental). Percebemos que, comparando as religiões e folclores, chegamos normalmente nos mesmos ideais e crenças; e por que não dizer que essas tradições diferentes, mas tão semelhantes, vieram de uma mesma fonte? Quem sabe se tais tradições não compartilham de um ancestral comum? Isso parece se confirmar cada vez mais.

Os ancestrais são aqueles que vieram antes e nos transmitiram conhecimento, sabedoria, estrutura e vida. Eles devem ser honrados com amor e respeito. Eu honro meus ancestrais, meus ancestrais honravam seus ancestrais e futuramente meus descendentes me honrarão como ancestral. Honrar os ancestrais é honrar os próprios Deuses, já que sendo, os criadores de tudo, são também os nossos primeiros Ancestrais.

Que os ancestrais, sejam eles consangüíneos, sejam eles espirituais, possam proteger e abençoar a todos com a sabedoria dos antigos caminhos.

Benedizioni di Larunda!

BRUXAS ANCESTRAIS.


Falar sobre ancestrais é algo que requer muito respeito e até mesmo responsabilidade. Eles são cultuados e honrados nas mais diversas culturas e tradições do mundo. Na religião celta (o Druidismo) eles detinham um papel fundamental dentro do culto e liturgia. Vemos claramente o papel dos ancestrais em religiões como o Budismo, Hinduismo, práticas xamânicas (entre as quais o Candomblé e Umbanda brasileiros e o Vodu haitiano), e até mesmo na religião Católica. E na Bruxaria não poderia ser diferente.

Primeiro temos que definir o que representa a palavra "ancestral" para nós adeptos da Bruxaria. Existem duas definições para os ancestrais: Os ancestrais consangüíneos, nossos antepassados de sangue (pais, avôs, bisavôs, etc) e os ancestrais espirituais, ou seja, os bruxos e bruxas, sacerdotes e sacerdotisas que através dos tempos mantiveram e passaram o conhecimento e a sabedoria das artes mágicas, curas e Espiritualidade de nossas Tradições para que essas chegassem até nós. É claro que um Ancestral consangüíneo pode muito bem ser também um Ancestral espiritual (como no caso das streghe hereditárias).

Para os antigos romanos, o culto aos ancestrais era importantíssimo. Eles eram chamados de lares, os espíritos que cuidavam da casa e da família. Os lares eram regidos pela Deusa Acca Larentia, a mãe dos lares, considerada a parteira divina de Rômulo e Remo, os fundadores de Roma. Os Romanos sempre mantinham a chama da lareira acessa em honra aos seus ancestrais e oferendas a eles eram sempre depositadas em um altar dentro das casas.

O Batismo da Bruxa.

Ritos de passagem sempre fizeram parte das culturas sobre a Terra. São cerimônias sagradas que marcam a passagem de um estágio de vida para outro. Existem muitos ritos de passagem e sua relação com o Paganismo é tão ampla quanto em qualquer outra religião.


Quando a Bruxaria tornou-se proibida, as bruxas compartilhavam de uma característica comum a todas as sociedades secretas: a admissão era realizada por meio da iniciação. Essa iniciação exigia que o membro recém-admitido fizesse um juramento de silêncio e lealdade. Quando a Bruxaria era severamente punida com torturas e até mortes, um juramento como esse era levado muito a sério. Hoje em dia, apesar de já não ser proibida, a Bruxaria ainda é uma sociedade com segredos, por isso a Iniciação permanece na maioria de suas vertentes.
A iniciação exigia que o neófito fizesse um juramento de lealdade. É fácil compreender por que; naquele tempo, ser um adepto da Bruxaria era assinar sua própria sentença de morte. Dessa forma, um juramento de silêncio era necessário. Hoje em dia, não corremos mais esse perigo como antes, mas como a Wicca, por exemplo, continua sendo uma religião de mistérios, a iniciação prevalece.


Há várias formas de iniciação entre as bruxas hoje em dia e existiram muitos tipos no passado também. A tradição maior é de que uma bruxa deve iniciar um bruxo, e um bruxo deve iniciar uma bruxa. Tudo porque a Wicca trabalha com as polaridades energéticas, e essa interação entre membros do sexo oposto se faz necessária. No entanto, há tradições não-wiccanas que trabalham com iniciações entre pessoas do mesmo sexo, como uma mãe iniciando sua própria filha, por exemplo.


Em alguns lugares como a Itália e a Grã-Bretanha, há uma forte crença de que uma bruxa ou bruxo não deve morrer sem passar o seu conhecimento a alguém. Isso significa duas coisas: que a Arte não pode morrer jamais e que o conhecimento só é passado através de uma iniciação.
De todas as informações já conhecidas sobre iniciações em tempos antigos, podemos elaborar uma visão geral. A aceitação total da religião das bruxas e o juramento de lealdade eram umas das principais características. Outras incluíam, por exemplo, a adoção de um novo nome para ser conhecido dentro do círculo.

Até hoje, nas cerimônias de iniciação os neófitos são marcados com óleo, vinho ou algum pigmento, como o carvão, assim como uma tatuagem. Depende essencialmente da tradição.

Mulher - Símbolo da Fertilidade.


Muitas bruxas dizem que a sua Arte é tão antiga quanto a humanidade.

A Bruxaria vem da época em que os homens das cavernas desenhavam em suas paredes os animais que desejavam caçar, para garantir assim a captura da alma do animal antes do dia seguinte. Isso é conhecido como magia simpática e pode ser considerada a primeira forma de Bruxaria a existir no mundo. Tudo o que os nossos ancestrais conheciam era a fertilidade dos animais e dos humanos; a agricultura ainda não tinha sido desenvolvida. O princípio misterioso da vida vinha da Natureza e conduzia o mundo adiante.
Era um mundo de florestas e montanhas, de caça a animais enormes e mais fortes, da segurança de sua caverna, do calor do fogo recém-descoberto, das estrelas à noite, da fusão dos quatro elementos em suas vidas.
Eles viam a Lua ficar cheia e ficar vazia, em uma eterna dança que se repetia, assim como as mulheres às vezes davam à luz novos membros da tribo, garantindo a sua continuidade. Todo mês as mulheres sangravam muito e não morriam, e esse era um grande mistério para os antigos. A mulher era o símbolo da fertilidade.
Os primeiros trabalhos artísticos foram enormes estátuas de mulheres com seios grandes e ventre cheio, uma clara representação da Mãe. Muitos afirmam que essas são as primeiras imagens formadas de um possível culto à Deusa, o que pode ser ou não verdade. O que é fato mesmo, é que a mulher era tida como sagrada por ter o "dom" de dar origem a novas vidas. Naquela época, o homem ainda não estava associado à reprodução.
Tais estátuas não parecem ser retratos. Elas representam o princípio abstrato da fertilidade, da vida; por que não poderia ser uma Deusa da fertilidade?
Ligada à mulher estava a Magia. Foi encontrada na Argélia um desenho Paleolítico muito interessante. Alguns inclusive dizem que é o desenho mais antigo de uma bruxa. Trata-se de uma mulher em pé com os braços erguidos, em uma posição de invocação. De sua região genital, uma linha passa para a região genital de um homem. Este é mostrado um pouco agachado, preparando-se para lançar uma flecha com seu arco. Em volta dele estão alguns animais, e a flecha está sendo mirada em direção a um grande pássaro que se parece com um avestruz.
Esta é claramente uma representação da caça mágica: uma mulher em casa praticando magia para possibilitar que seu homem possa ser bem sucedido na caçada e conseguir alimento.
Apesar de o desenho ser primitivo, está relativamente bem feito. A mulher é representada em um tamanho maior que o homem, significando a sua importãncia, e parece usar algumas jóias mágicas, uma faixa e alguns amuletos em ambos os braços. Aliás, braços levantados como se estivesse acontecendo uma invocação são freqüentes nas artes mais antigas.
Outra figura bastante famosa da Idade da Pedra foi o "Feiticeiro", encontrado na Caverna des Trois Fréres, em Ariége, França. Mostra uma figura dançando, meio homem, meio animal, com os chifres grandes de um veado. Algumas autoridades consideram esse desenho um homem mascarado, outros, um Deus de Chifres.
Hoje em dia, ainda há o culto a uma Deusa da fertilidade e a um Deus de chifres. É claro que isso não prova uma herança direta dos tempos antigos, com exceção daquela que mantemos em nossas mentes. No entanto, podemos ver que a Bruxaria não é uma invenção de eclesiáticos da Idade Média, como muitos ainda hoje querem que nós pensemos.

PARTE II.


Os julgamentos de setembro mandaram para a forca Martha Cory, Alice Parker, Ann Pudeator, Mary Esty, Margaret Scott, Mary Parker, Wil- mot Reed e Samuel Wardwell. O marido de Martha Cory, Giles, teve morte por esmagamento sob o peso de pedras. E quando esse hediondo verão terminou, mais de uma centena de pessoas estavam ainda aguardando julgamento, e várias centenas mais tinham sido acusadas.
Finalmente, cabeças mais frias começaram a predominar. Increase Mather pregou em Cambridge que a questão de provas aceitáveis como evidência de "Feitiçaria" assentava-se em bases muito duvidosas e precárias, sobretudo a noção de evidência espectral, ou a habilidade do diabo para assumir a forma de alguém na comunidade. Embora não negando que o diabo podia assumir a forma de um homem ou de uma mulher, era bastante difícil' 'provar" que ele ou ela tinha efetuado o pacto inicial com o diabo. Não podia o diabo assumir igualmente a forma de uma pessoa inocente? Algumas pessoas estavam começando a pensar que sim.
Finalmente, Increase Mather argumentou ser preferível deixar
uma "Bruxa" escapar à execução do que dar a morte a dez pessoas 'inocentes'. Seus argumentos levaram a melhor e a caça às Bruxas cessou pouco depois.
Uma questão que freqüentemente vem à tona acerca das 20 pessoas executadas e as centenas acusadas é a seguinte: Eram elas realmente Bruxas?
Os dados históricos são escassos. Estou certa de que algumas ou muitas delas, como suas congêneres na Europa, ainda retinham muitas das práticas da Velha Religião: ervas, poções especiais, adivinhação, técnicas de cura natural. Algumas podem ter até celebrado
as antigas datas festivas naturais.
Sabemos que colonos do Massachusetts em Marymount erigiram um Maypole (o mastro enfeitado da festa da primavera) no começo do século. Mas a questão sobre se eram devotos da Deusa ou não nunca foi apurada. Havia certamente Bruxas entre seus ancestrais, mas elas próprias podem não ter sido Bruxas na acepção de serem nossas correligionárias. A maioria dessas pessoas era, provavelmente, de cristãos devotos. Não obstante, penso que devemos reivindicá-las como Bruxas. Certamente morreram pela nossa liberdade. Recusaram-se a admitir que tivessem cometido qualquer crime. (É interessante assinalar que nenhuma das que confessou praticar a Feitiçaria foi enforcada. Declararam-se arrependidas e foram readmitidas na comunidade. Também poderíamos indagar se aquelas que confessaram eram realmente Bruxas ou o fizeram para salvar a própria vida. Muita coisa se perde nas páginas da história.)
Se as vítimas da caça às Bruxas em Salem e cidades vizinhas não eram bruxas, então o Museu da Bruxa, situado a algumas quadras de minha casa, não é realmente sobre Feitiçaria, e os visitantes que o percorrem aos milhares todos os anos não estão realmente aprendendo a verdade sobre quem somos ou o que praticamos. Durante anos, as Bruxas de Salem protestaram a esse respeito junto à Administração do Museu e conseguimos finalmente que os turistas fossem alertados para isso. O que os visitantes aprendem em seus giros pelo museu não é a religião da Deusa, mas o que pode acontecer a uma comunidade cristã que sucumbe a um medo irracional do diabo e projeta essa imagem maléfica em membros da própria comunidade.
À medida que o século XVIII avançava, as pessoas foram ficando mais céticas a respeito de Feitiçaria. O espírito da época - a racionalidade do Iluminismo - convenceu as pessoas de que essa magia era embromação e de que quem a praticava estava cedendo à auto-sugestão.
A nova era, também era mais cética sobre a religião em geral e menos zelosa em perseguir os não-crentes. A ira que tinha alimentado as caças às Bruxas aquietou-se. Em 1712, a última pessoa condenada por Feitiçaria era executada na Inglaterra, embora as leis antibruxaria permanecessem teoricamente em vigor até o século XX. Na Escócia, a última execução teve lugar em 1727 e as leis foram revogadas em 1736. E claro, por toda a Europa e na América houve julgamentos e execuções esporádicas. Na Hungria, em 1928, por exemplo, os tribunais absolveram uma família que tinha espancado uma anciã até a morte por suspeita de bruxaria.
Com ou sem as leis e as autoridades civis ou eclesiásticas para apoiá-Ias, as pessoas continuaram molestando Bruxas e, com freqüência, causando-lhes sérios danos físicos. Certa vez, um fotógrafo perguntou-me se eu estaria disposta a posar para uma foto ao lado do túmulo do Juiz Hathorne, um dos magistrados que perseguiu Bruxas em Salem nas cidades vizinhas no século XVII. Eu concordei e agora, sempre que olho para a foto, digo ao Juiz Hathorne e seu bando: "Nós sobrevivemos. Ainda estamos aqui."

Autora: Laurie Cabot (uma bruxa de Salem).

BRUXAS DE SALÉM.PARTE I


Na minha cidade ninguém foi queimado em fogueira. As bruxas eram enforcadas ou esmagadas sob pesadas pedras. As vinte pessoas executadas em Salem sempre pareceram um pequeno número quando comparado aos milhões que sofreram na Europa, mas, proporcionalmente, os mortos, os que ainda estavam presos e os acusados, mas ainda não detidos formavam uma considerável percentagem da população numa área escassamente povoada.
Foi uma verdadeira histeria. Gente de todos os setores da vida tinha sido acusada: um pastor graduado por Harvard e dono de uma grande propriedade rural na Inglaterra; o mais rico armador e proprietário de navios mercantes em Salem; o capitão John Alden, filho de John e Priscilla, os lendários amantes da colônia de Plymouth; até a esposa do governador da colônia de Bay. Ninguém estava seguro.
Tudo começou na cozinha do Reverendo Paris, onde Tituba, uma escrava de Barbados, entretinha a filha do Reverendo e suas amiguinhas durante os frios meses do inverno de 1691.
As meninas perguntaram a Tituba, que conhecia métodos de adivinhação, como seriam seus futuros maridos, uma preocupação normal da maioria das meninas que rondavam a puberdade.
Com o passar do tempo, as meninas começaram a ter desmaios, acessos de melancolia, adotavam posturas e gestos insólitos, e tinham visões. (“Uma geração depois, em Northampton, Massachusetts, o mesmo tipo de comportamento entre jovens levaria o Reverendo Jonathan Edwards a declarar que estava ocorrendo uma’ ‘aceleração’, espiritual, e assim começaria o primeiro’ ‘Grande Despertar” na história do revivescimento religioso americano.) Na aldeia de Salem, esse mesmo comportamento foi interpretado por líderes eclesiásticos como obra do diabo.
Foram tomados depoimentos em audiências públicas durante os meses seguintes, nas quais as meninas e outras que tinham começado a ser também afligidas pelo mesmo comportamento (“que se convertera numa coqueluche” entre as adolescentes) acusaram membros adultos na comunidade de as perseguirem e atormentarem. Elas tinham fantasias bizarras de pessoas em tudo o mais respeitáveis que estariam envolvidas em atividades sinistras com o diabo.
Quando o inverno cedeu o lugar à primavera, infortúnios naturais foram associcados ao diabo através de certos habitantes da aldeia. De acordo com as teorias da época, o diabo só podia operar através de alguém com a cooperação dessa pessoa. Alguém que tivesse feito um pacto com o diabo. Alguém que fosse uma "Bruxa".
Foram feitas acusações, pessoas detidas, inquéritos abertos, e no começo da primavera as prisões estavam superlotadas. Depois a coisa propagou-se. Foram descobertas' 'bruxas" em Beverly, Topsfield, Andover, Ipswich, Lynn e virtualmente em todas as cidades e aldeias do Condado de Essex.
Na realidade, houve em Andover mais prisões do que em Salem. As autoridades de Boston enviaram representantes para conduzir os julgamentos.
Os primeiros julgamentos começaram em junho, e Bridget Bishop foi enforcada depois de ter ficado encarcerada desde abril. Os acontecimentos sucederam-se com rapidez. Em julho, Rebecca Nurse, Sarah Good, Elizabeth How, Sarah Wild e Susanna Martin foram enforcadas.
Os julgamentos de agosto consideraram culpados John Willard, John e Elizabeth Proctor, George Jacobs, Martha Carrier e o Reve- rendo Géorge Burroughs. Todos foram executados, exceto Elizabeth Proctor, que estava grávida e teve sua execução suspensa até nascer o bebê.
Autora: Laurie Cabot (uma bruxa de Salem)