sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Os Planos de Existência.


Os Planos de Existência são metafísicamente observados nas Tradições Misteriosas da Wica, como dimensões paralelas, onde ambas podem de certa forma serem alcançadas (isto depende enormemente de qual destas estariamos tratando) e interligadas. Algumas destas dimensões sutis são normalmente reflexivas ao Plano Físico, e, todas estas recebem influencias deste como um efeito de `reação em cadeia' tanto dos planos superiores ao plano físico, quando do plano físico aos superiores. Assim uma ação desencadeada no plano físico será elevada aos planos superiores, e vice-versa. O que por sua vez, assim podemos relaciona-la à máxima mágica, ou, ao Dogma Wicano que dita que `O Superior é como o Inferior' ou, que mundo físico é um reflexo do mundo superior (o mundo material é um espelho dos planos superiores e tudo o que existe aqui existiu antes como forma de energia sutil).
No ínício as localizações em termos ocultos eram divididas em apenas três planos, como, alto, médio e inferior. Porém com o passar dos anos estas sofreram alterações se dividindo até alcaçarem inúmeras frações de vários, e ou de um mesmo plano.
O Plano Astral é observado como um espaço/tempo paralelo ao plano físico, no qual de acordo com as vibrações em que algo possa vir a atingir, este pode acessa-lo. Logo ele é assim permissivel à mente e ao espírito que através de certos processos, como, por exemplo, o do sonhos, pode-se neste viajar . O plano denso ou físico é um plano relativo às formas, as densidades e a composições materiais. Já o Plano Astral esta para as forças sutis, ou às vibrações. Muitas vezes descrito como Luz Astral, a 'unidade palpável' dentro do Plano Astral pode ser moldada e conduzida através de nossas emoções e pensamentos, desta forma nós bruxos, podemos sob determinados aspectos, concebemos a eficácia de um deteminado sortilégio através da ação direta neste plano. Porém esta unidade,ou "material moldável" também pode receber influencias tanto de planos inferiores, como de planos superiores, o que a reserva de certa forma às aceitações de Seres superiores (como é o caso dos Guardiões dos Quadrantes) para que o desejo lançado através destes planos possa então ser densificado e concretizado.
Como o Plano Astral existe em uma forma vibratória elevada, este se torna assim invísivel a nossa visão comum. Contudo, membros treinados, ou médiuns, podem olhar entre o véu que separa os planos e vislumbra-lo (muitas das vezes em uma coloração azulada, devido a cor do Centro Frontal).
O Plano Astral é encontrado entre o Plano Elemental e o Plano Mental. Como podemos ver na numerção descrita abaixo:
1.O Plano Superior;

2. O Plano Divino;

3. O Plano Espiritual;

4. O Plano Mental;

5. O Plano Astral;

6. O Plano Elemental;

7. O Plano Físico;
Como descrito neste trecho abaixo podemos colocar o Plano Astral como uma localização em si, no qual esta Dimensão etéria, podeiria assim possuir uma vastidão tão grande quanto a dos Planos densos. Assim:
A'Geografia' do plano astral". É o caminho lógico que nos conduz ao nosso assunto. Porque antes de observarmos os habitantes de um novo país, costumamos colher conhecimento do próprio país, familiarizando-nos com seus montes e vales, seus rios e lagos, suas planícies, serras e várzeas. Empregando, pois, a mesma figura de discurso, vamos agora tomar uma pequena lição de 'geografia' do plano astral.
Porém, antes de tudo, relembrai-vos que o plano astral não é um país, não é um lugar, no sentido usual do termo. Suas dimensões não são as do espaço, porém as de vibração.
Poderíamos dizer, talvez, que as dimensões do plano astral são as dimensões do tempo, porque as vibrações podem ser medidas unicamente quanto ao movimento, e este pode ser determinado só em termos de tempo. Isto é verdade concernente a todas as vibrações, tanto às da energia astral, como às das formas inferiores de energia. As vibrações de luz medem-se em termos de tempo; isto quer dizer: tantas vibrações num segundo, tantas num minuto, etc. Quanto mais alto o grau de vibração, tanto maior o grau de rapidez que a vibração manifesta. Os antigos ocultistas tinham razão quando diziam que há um grau de vibração tão infinitamente rápido que parece ser um repouso absoluto e imóvel! Deste extremo descemos, degrau por degrau, até às formas mais grosseiras de matéria, onde achamos um grau de vibração tão lenta que igualmente se assemelha à imobilidade.
A substância do plano astral é muito mais sutil do que a do plano material; as suas vibrações são muito mais altas, isto é, mais rápidas do que as mais sutis formas da substância material. Existe, porém, um campo muito mais largo entre as vibrações dos planos mais baixos e os mais altos. Com efeito, a diferença entre o plano mais baixo do astral e o mais alto plano material, é menor do que a diferença entre o mais baixo e o mais alto plano do mundo astral mesmo. Assim, pois, entre estes dois extremos das vibrações astrais temos um território igualmente grande como o teríamos no plano material, com a diferença, entretanto, que o território material se mede pelas dimensões do espaço, e o do astral só se pode medir em termos de vibração ou tempo, mas não em termos de espaço.R.Planeta

Oração à Hécate.


"Ó Poderosa Hécate,

Faça com que o círculo nunca seja quebrado,

Faça com que a terra esteja sempre firme,

Faça com que o vento seja sempre constante,

Faça com que o mar esteja sempre agitado,

Faça com que o fogo nunca se apague,
e sua luz mostre o caminho.

Hécate!

Faça-se sempre viva em minha alma.”

AS TRÊS FACES DE HÉCATE.


Hécate é o arquétipo mais incompreendido da mitologia grega. Ela é uma Deusa Tríplice Lunar vinculada com o aspecto sombrio do disco lunar, ou seja, o lado inconsciente do feminino. E, representa ainda, o lado feminino ligado ao destino. Seu domínio se dá em três dimensões: no Céu, na Terra e no Submundo.
Hécate é, portanto, uma Deusa lunar por excelência e sua presença é sentida nas três fases lunares.
A Lua Nova pressupõe a face oculta de Hécate, a Lua Cheia vai sendo aos poucos sombreada pelo seu lado escuro, revelando o aspecto negativo da Mãe. E a Lua Minguante revela seu aspecto luminoso. É preciso morrer para renascer.
Esta Deusa ainda permanece com o estigma de ser uma figura do mal. Essa percepção foi particularmente consolidada na psique ocidental durante o período medieval, quando a igreja organizada projetou este arquétipo em simplórias pessoas pagãs do campo que seguiam seus antigos costumes e habilidades populares ligados a fertilidade. Estes indivíduos eram considerados malévolos adoradores do “demônio”. Hécate era então, a Deusa das bruxas, Padroeira do aspecto virago, mas nos é impossível termos uma imagem clara do que realmente acontecia devido às projeções distorcidas, aos medos íntimos e inseguranças espirituais destes sacerdotes e confessores cristãos.
Em épocas primevas, antes do patriarcado ter se estabelecido, é mais fácil descobrir a essência interior do arquétipo Hécate e relacionar-se com ele. Hécate está vinculada com as trevas e com o lado escuro do Lua. A Lua, na verdade, não possui luz própria. A luz que se projeta na Lua é a luz solar. Logo, a Lua Cheia é a Lua vista pela luz do Sol. A Lua Nova Negra é, portanto, a verdadeira face da Lua.
Hécate costuma ser considerada uma Deusa lunar tríplice: Àrtemis (a Lua Cheia), Selene (a Lua em várias fases), Hécate (o lado negro da Lua Nova). Ou, como as forças da Lua em vários reinos: Selene no Céu, Ártemis na Terra e Hécate no Mundo Inferior.
Hécate seria então, uma projeção de Ártemis, pois a luz pressupõe a sombra. O lado visível da Lua, o lado de Ártemis, que reflete a vida em pleno vigor, pressupõe o lado de Hécate, o lado oculto da lua, o lado da sombra e da morte; a polaridade negativa, o impedimento para a realização, o lado inconsciente.
O perigo que pode ocorrer quando esse lado sombrio se constela é o de que a energia psíquica seja posta a serviço da morte e da doença.
Hécate nos revela, os caminhos mais escondidos e secretos do inconsciente, os sonhos guardados, o lado dos desejos mais ocultos. A Lua Crescente, com suas fases clara e escura, também nos sugere esse domínio do feminino.
O lado de Hécate ainda, traz um potencial para a fertilização, desde que seja encaminhado para este fim. A doença pode ser uma via para a saúde e a morte para servir de adubo para a vida.
O feminino tem um movimento livre dentro do reino oculto. O terreno da magia pertence ao feminino. O masculino está ligado aos aspectos mais claros, mais visíveis, mais objetivos. O campo de ação da ciência pertence ao reino masculino.
Hécate é a Deusa que pode conduzir aos caminhos mais difíceis e perigosos, aos abismos e às encruzilhadas da própria psique. A sua função é de guia dentro do reino oculto da alma.
A Terra é o grande inconsciente uterino de onde brota toda a semente. É também o lugar para onde tudo retornará. Nesse inconsciente ctônico a vida e a morte coexistem em um mesmo processo cíclico. Deste modo, o "ser" e o "não ser" podem viver sem conflito.
MITOLOGIA.
Hécate é uma antiga Deusa de estrato pré-grego de mitos. Os gregos tiveram dificuldade em enquadrá-la em seu esquema de Deuses, mas terminaram por vê-la como filha dos titãs Perseus e Astéria ,Noite Estrelada, que era irmã de Leto, que por sua vez, era mãe de Ártemis e Apolo. A avó de Hécate era Febe, uma anciã titã que personificava a Lua. Dizia-se que Hécate seria uma reaparição de Febe, e portanto uma Deusa Lunar, que se manifestava na lua escura.
Outras tradições tomaram-na por uma Deusa mais primal, fazendo dela irmã de Erebo e de Nix (a Noite).
Zeus deu-lhe um lugar especial entre os Deuses, porque, embora ela não fosse membro do grupo olímpico, permitiu-lhe o domínio sobre o Céu, a Terra e o Mundo Inferior. Ela é, pois, a doadora da riqueza e de todas as bênçãos da vida cotidiana.
Na esfera humana, cabia-lhe presidir os três grandes mistérios do nascimento, da vida e da morte. Seu nome significa "a distante, a remota", sendo ela vista como protetora dos lugares remotos, guardiã das estradas e dos caminhos.Seu aspecto tríplice tornava-a especialmente presente nas encruzilhadas, ou seja, na convergência de três caminhos. Nesses locais, os gregos podiam encontrar-se com facilidade com Hécate, razão por que os consideravam sagrados, erigindo aí com freqüência estátuas tricéfalas chamadas Hecatéias. Também deixavam oferendas do seu alimento ritual, o "almoço de Hécate", nessas encruzilhadas durante seus festivais especiais.
Os três símbolos sagrados de Hécate são: a Chave, por ser ela carcereira do Mundo Inferior; o Chicote, que revela o seu lado punitivo e seu papel de condutora das almas; e o Punhal, símbolo de seu poder espiritual, que mais tarde tornou-se o Athame das bruxas.
Todos os animais selvagens eram consagrados à Hécate e por isso, foi mostrada muitas vezes com três cabeças de animais: o cão, a serpente e o leão, ou alternadamente, o cão, o cavalo e o urso. Seus animais mais conhecidos são entretanto, o cão e o lobo. O cipreste era a árvore sagrada da Deusa.
Na mitologia grega, Hécate, como representação da Lua Escura, aparece sempre acompanhada por cães que ladram. Como Deusa Tríplice, podia aparecer na representação de um cão com três cabeças (cão da lua), para lembrar de que em eras passadas ela própria era o cão da lua. Sua qualidade trina é representada também em estátuas posteriores, onde aparece como mulher tripla. Freqüentemente carregava consigo o cão que ela própria havia sido, ou uma tocha, emblema lunar, que é seu poder de fertilidade e seu dom especial.
No Submundo, ou Mundo Inferior, Hécate é a carcereira e condutora das almas, a Pritânia, a "Rainha Invisível" dos Mortos. Tendo passado por Cérbero, o cão tricéfalo, e tendo sido julgadas pelos três Juízes dos Mortos (Minos, Radamando e Éaco), as almas devem chegar às encruzilhadas tríplices do Inferno. Nesse ponto, Hécate envia ao reino para o qual foram julgadas adequadas: para as campinas do Asfódelo, para o Tártaro ou para os Campos Elíseos.
Como aspecto de Deusa Amazona, a carruagem de Hécate era puxada por dragões. As mulheres que a cultuavam normalmente tingiam as palmas das mãos e as solas dos pés com hena.
Seus festivais aconteciam durante a noite, à luz de tochas. Anualmente, na ilha de Aegina no golfo Sarônico, acontecia um misterioso festival em sua honra.
Hécate está associada a cura, profecias, visões, magia, Lua Nova, magia negra, encantamentos, vingança, livrar-se do mal, riqueza, vitória, sabedoria, transformação, purificação, escolhas, renovação e regeneração.Wikepédia.

A Fece Negra da Lua.


Há muitas divergências quanto à celebração da face negra da Lua. Alguns dizem que é a Lua Nova outros explicam que é a fase de total escuridão da lua, que são os últimos três dias da lua minguante, quando a lua acabou de minguar e desapareceu totalmente, abandonando os céus. Isso vai depender da Tradição ao qual você escolher para estudar.
Nas antigas religiões o lado negro da Deusa era representado pela lua nova, quando a lua estava totalmente coberta pela sombra da TERRA e não era vista no céu.
Representava a passagem do mito da Deusa onde ela descia às profundezas do mundo subterrâneo. Um mito recorrente nas mais variadas mitologias, desde a descida de Deméter ao Hades em busca da sua filha Perséfone, passando pela busca de Ísis por seu amado Osísis, Cibele em busca de Átis e, o mais antigo e significativo, no qual Inana, uma deusa múltipla com atributos luminosos como fertilidade e sensualidade, desce ao submundo para consolar sua irmã Ereshkigal, despindo-se no caminho de todos seus atributos luminosos e divinos, e chega junto a sua irmã, nua e encurvada pelo cansaço, numa atitude de submissão e reconhecimento do poder crônico do interior do planeta. Assumindo a própria morte, Inana conhece a si mesma já que Ereshkigal é ela própria. Não é apenas mais uma das fases visíveis da lua, mas sim o lado dela que nunca vemos, a face oculta da Lua e portanto pela primeira vez a deusa se sente completa e plena.
A maioria dos bruxos não celebra a Lua Negra.
Nessa fase as deusas então se mostram como a Deusa Negra, a que revela o Seu lado obscuro e terrível, muitas vezes cruel, bem como o nosso. Essa fase da lua é mais difícil de ser trabalhada e não é recomendável que alguém recém-chegado à BRUXARIA já comece a celebrá-la.
Não leve ao pé da letra o "não ser celebrada", porque com conhecimento você pode utilizar esse poder em seu benefício.
As Deusas negras seriam o lado obscuro de suas faces.
E se nós somos a personificação dessas Deusas .
O encontro com o lado obscuro é sempre assustador, é reconhecer em nós mesmos uma mola propulsora que pode causar loucura e até mesmo tragédias. E se é aterrorizante em nós que somos humanos, é o próprio terror em se tratando de DEUSES .
É por isto que lemos em muitos autores que a Deusa Negra é devoradora e destruidora por natureza, mas na verdade o que não reconhecemos na divindade é que é o obscuro, o negrume é o véu que uma vez desvelado nos revela a totalidade das deusas, ou mesmo dos DEUSES ., Dionisio desceu aos mundos inferiores em busca da Mãe, fazendo o roteiro inverso de Deméter; Orfeu, seu maior profeta, pode ter sido Deus consorte de uma Deusa Mãe anterior aos olímpicos, desmembrado e devorado pela Ménades, coisa típica de consortes das Grandes Mães do neolítico depois humanizado pelos dominadores.
A Lua Negra é tão poderosa quanto o plenilúnio.
Porém, o Seu poder é das sombras, do terror, da face destrutiva da Divindade,em geral assusta quem começa a trabalhar com ele, mas é um poder necessário de ser compreendido, pois faz parte da Deusa (e portanto de nós).
Os esbás da Lua Negra são voltados ao conhecimento do nosso lado obscuro e a sua CURA , para que transmutemos as nossas características improdutivas (nervosismo, ódio, etc) em características produtivas (paz interior, AMOR , etc) e para que aprendamos a lidar com as nossas sombras.
As deusas normalmente relacionadas a esses RITUAIS são Hécate, Ceridwen e Lillith e Kali, Mas também podem ser encontradas citações em Sekhmet, Baba Yaga, Ereshkigal, Éris, Ísis, Afrodite, Kuan Yin, Gaia, Lakshmi.R.Planeta

Os Primeiros Vampiros.


A lenda de Nosferatu: as primeiras imagens dos vampiros eram de monstros repugnantes e sem raciocínio que matavam suas vítimas sem pena em busca de sangue
A ideia de que existem criaturas tomadoras de sangue talvez tenha nascido junto com a humanidade, e, ao longo de toda a História, esses seres assustadores surgiram e ressurgiram repetidas vezes, em diferentes épocas e em incontáveis culturas ao redor do mundo. Nem todos, porém, influenciaram o surgimento e a evolução do mais famoso de todos: o vampiro.
O conceito do vampiro, tal como o conhecemos hoje, tem uma origem bem definida no tempo e no espaço: ele surgiu na Europa Centro-Oriental, em especial nos países eslavos, há pouco mais de trezentos anos. No começo, esse tomador de sangue só era conhecido pelos moradores de aldeias remotas e atrasadas.
Entre o final do século XVII e o início do século XVIII, porém, uma verdadeira epidemia de vampirismo espalhou-se pela Sérvia. O episódio permitiu que o termo vampiro atingisse o oeste europeu, mais desenvolvido e culto, uma vez que os relatórios oficiais e médicos sobre as mortes atribuídas aos vampiros introduziram a palavra em idiomas como latim, inglês, francês e alemão.
A figura do vampiro ganhou, então, as atenções nos círculos culturais mais sofisticados, em pleno coração do mundo ocidental. Na Alemanha e França, entre outros países, médicos, filósofos e religiosos estavam perplexos com os relatos de vampirização e discutiam o fenômeno como um possível fato médico. Logo eles se deram conta de que o vampiro não passava de um ser folclórico, mas já era tarde. O desmorto assassino já havia invadido e se instalado de vez na imaginação e na cultura da Europa.
Surgimento do mito.
Na época em que surgiu, o vampiro não era só um mero fantasma ou assombração. Seu mito apareceu como explicação para acontecimentos reais, que a população inculta e sem acesso a informação ou ajuda externa não conseguia explicar de forma mais convencional.
É bem provável que a lenda tenha nascido da necessidade de explicar o alastramento de doenças epidêmicas, numa época e num lugar onde não se conheciam os mecanismos de contágio de enfermidades transmissíveis. Surgiu, assim, a crença de que o morto transformado em vampiro retornava da cova para atacar familiares e amigos, ou seja, pessoas com quem tivera contato mais estreito.
Essa situação nos lembra muito a transmissão de uma doença contagiosa, do doente para as pessoas mais próximas a ele. O intervalo que havia entre as mortes sugere o transcurso de período de incubação e de desenvolvimento dos sintomas do doença, antes da próxima vítima morrer. Várias enfermidades que poderiam dado origem ao mito vampiro foram sugeridas, como a peste bubônica, a tuberculose e a raiva. Outro fator que pode ter contribuído para o surgimento do vampiro folclórico foi a falta de conhecimento sobre o processo de decomposição cadavérica e de como ele pode ser perturbado por fatores externos. Assim, se uma exumação revelasse um cadáver muito menos decomposto do que o esperado, as pessoas lançavam mão da única explicação possível: a sobrenatural.
Seus ancestrais.
O vampiro não nasceu simplesmente do nada. Ele derivou de antepassados mais antigos, por sua vez originários de diferentes pontos não só da Europa como da Ásia. Tais antepassados eram criaturas que já tinham alguma característica “vampírica”, mas não exibiam todo o conjunto que define o vampiro propriamente dito.
Os vampiros originais da Sérvia, ancestrais diretos do vampiro moderno, assimilaram características de cinco tipos diferentes seres sobrenaturais: os mortos-vivos, presentes no folclore por toda a Europa; os espíritos que fazem visitas noturnas, como os íncubos e súcubos da Igreja Católica; os seres que chupam sangue, como as estriges, bruxas da Roma antiga; os bruxos dos países eslavos e balcânicos, que faziam malefícios mesmo depois de mortos; e os licantropos ou lobisomens, pessoas que se transformavam em lobos e que voltavam após a morte para tomar sangue humano.
O vampiro ancestral eslavo assumiu e amalgamou características de todos esses seres sobrenaturais, mas estes não desapareceram do folclore. Alguns sobreviveram até os dias de hoje e podem ser reconhecidos na mitologia europeia e até na brasileira, como as bruxas e os lobisomens. De certa forma, poderíamos considerar o vampiro ancestral como uma criatura transgênica, que incorporou e transmitiu a seus descendentes características que originalmente eram de outras espécies.
Nasce um vilão
A partir do momento em que o vampiro ancestral invadiu a literatura e o teatro, em especial na Alemanha, França e Grã-Bretanha, ele começou a sofrer um processo de transformação e de adaptação ao ambiente cultural. Muitas de suas características originais foram perdidas ou alteradas, enquanto outras surgiam. De monstro repugnante e sem raciocínio, ele se tornou um nobre atraente e cínico, cheio de más intenções. O cenário deixou de ser a aldeia atrasada, e a criatura vampira passou a circular nas altas rodas e a viajar livremente entre países e até continentes, atrás de suas vítimas, em geral mocinhas lindas, indefesas e de boa família.Wikepédia