contos sol e lua

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terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Assassinos de Deuses.


Ao mesmo tempo em que esta sendo feita a União Dourada, no portão Norte do santuário, os soldados se deparam com uma sombra enorme, mas parecia que um montanha se aproximara mas havia labaredas, não era uma sombra mas sim um ser que deveria tomar conta do inferno, era Cerberus, o Cão de três cabeças que guarda os portões do inferno. Apesar de soldados bem treinados eles nunca esperariam lutar contra uma besta mitológica!!! Os cavaleiros de Ouro estavam na União Dourada e não poderiam sair. E os cavaleiros de prata estavam lutando no cemitério, contra os antigos cavaleiros que venderam sua alma para Hades.
Vários do soldados são cremados vivos, graças as baforadas de fogo profano da besta. Outros eram simplesmente devorados. Nada eles poderiam fazer por mais bem treinados que fossem. Somente cavaleiros poderiam lutar com aquele monstro. De mil soldados que guardavam o portão Norte, se tivesse setenta vivos já era muito. Até que uma poderosa rajada de cosmoenergia é disparada contra Cerberus. Quando os soldados observam quem os salvaram, viram cinco cavaleiros de bronze que uniram sua força para derrotar a besta, eles eram: Arkanis de Orion, Sano de Dragão, Lucian de Fênix, Kitsune de Carina e Yasmin de Cisne.
Nem os próprios cavaleiros de bronze acreditavam que tal besta existisse na vida real, rezava a lenda que todas as feras mitológicas foram transformadas em constelações e por suas vez em armaduras. Mas o impacto de suas forças combinadas não foi o bastante para derrotar o monstro, apenas o retardou durante poucos segundos antes da besta se recuperar. Apenas o suficiente para que os soldados restantes fugirem.
A cabeça da esquerda não queria deixar que os soldados fugissem, então ela aplica sua baforada de fogo profano, porém o cavaleiro de Fênix e a amazona de Carina intervem lançando respectivamente, Asas de Fênix e Coroa Solar, fazendo uma luta fogo contra fogo. Yasmin aplica seu pó de diamante contra a boca da cabeça direita de Cerberus, pois dos cinco cavaleiros ali presentes, seus golpes seriam os mais eficientes, assim evitando que seu fogo profano fosse lançado. Enquanto isso Sano de Dragão e Arkanis de Orion, os melhores em ataques físicos do quinteto, faziam manobras evasivas para chegar a cabeça do centro, mas Cerberus lança sua baforada neles, Sano se utiliza do Cólera do Dragão para rivalizar contra o fogo de Cerberus. As forças se equilibram, o suficiente para que Arkanis se aproximasse, para aplicar seu Choque Megatômico de Meteoros, na fera. Que fez a fera demoníaca cair sobre os muros do portão sul do santuário.
Mas quando Arkanis mal chegara ao chão, Cerberus se levantava contra os cavaleiros de bronze. A cabeça direita de Cerberus derretera o gelo de seu pó de diamante. Enquanto isso, as outras duas cabeças iriam lançar uma baforada de fogo demoníaco em conjunto, contra Arkanis.
O cavaleiro de Dragão se antecipa e se coloca na frente, usando como proteção o legendário escudo do Dragão. Mas o que Sano não esperava é que a pressão do golpe fosse tão forte que jogaria ambos para longe do cenário da batalha, apesar de estarem ilesos do fogo profano de Cerberus, estavam inconscientes com o impacto.
Kitsune em retaliação, se utiliza de seu golpe mais poderoso, As Chamas da Coroa do Sol. Lucian também une forças a ela e utiliza as Asas de Fênix. Por mais que seus golpes fossem do mesmo elemento do monstro que enfrentara, ambos estão dispostos a apostar que suas chamas poderiam superar o fogo profano de Cerberus. Mas, ainda foi um erro. A cabeça direita engolira o potente golpe, e a cabeça esquerda lançaria de volta. Numa ação quase desesperada Lucian se coloca na frente de Kitsune, recebendo assim todo o impacto. O golpe destrói a armadura de fênix quase que completamente, mas a amazona de Carina estava bem. Kitsune sabia que assim fora melhor pois apesar de sua armadura ser resistente a chamas, a armadura de Fênix tinha um poder excepcional de regeneração.
Yasmin se culpava por achar que o frio de seu pó de diamante não rivalizou contra o fogo de Cerberus, e como consequência a cavaleiro de Fênix estava ali caído. De cinco cavaleiros de bronze, se mantêm em pé apenas dois, as amazonas de Carina e Cisne. Yasmin, tenta agora distrair Cerberus para que Kitsune retire Lucian dali, pois apesar do poder de regeneração da armadura de fênix a deixar praticamente imortal, o seu cavaleiro era ainda um humano, então ela aplica o circulo de gelo, ela sabe que não vai durar muito mas era o suficiente para que Kitsune tirasse Lucian dali.
Kitsune entende a manobra de Yasmin e retira Lucian para um lugar afastado do campo de visão de Cerberus, mas não volta a tempo suficiente antes que o circulo de gelo da amazona de Cisne se desfazer. As três cabeças de Cerberus se voltam para a amazona de Cisne, as três ao mesmo tempo concentravam em suas bocarras as suas chamas profanas com a intenção de aniquilar totalmente Yasmin. Ela sabe que não poderia competir com uma imensa rajada dessa magnitude. Com sorte, sua armadura resistiria. E não dava tempo de utilizar seu Trovão Aurora pois a distância que ela tinha de Cerberus era muito pouca.
Cerberus lançara com toda a vontade que possuía sua rajada, mas quando Yasmin pensava que seria seu fim. Kitsune havia chegado e colocava sua Coroa do Sol como parede de proteção para ambas. Sabendo que o por mais forte que fosse o fogo profano de Cerberus, ele encontraria dificuldade em passar pela parede de fogo. Porém Kitsune sabia que essa parede não iria durar por muito tempo. E mesmo sem a Deusa Athena reencarnada, ela esperava por um milagre. Mas parece que Athena estava muito longe para ouvir suas preces pois Cerberus naquele momento acabará de aumentar a intensidade de suas chamas. Yasmin não podia fazer muita coisa, pois se utilizasse o trovão Aurora iria apenas enfraquecer a proteção de Kitsune, a única coisa que ela poderia fazer é acumular o Trovão Aurora para que no momento que a parede de chamas de Kitsune não as defendessem mais o seu golpe as defenderem.
Mas subitamente, as chamas profanas cessaram seu ataque. Kitsune desfaz a parede de chamas e cai ajoelhada pelo imenso gasto de cosmo, Yasmin se preocupa primeiro em ver se sua companheira estava bem , para depois ver o que acontecera com Cerberus. Quando ambas olham, Cerberus parece se recuperar de um golpe, mas ainda estava em condições de lutar. E quando olham que aplicara o tal golpe, viram Arkanis e Sano, não em tão melhores condições de Kitsune e Lucian pois os golpes que receberam lhe custaram muitos ossos fraturados, e com o esforço do golpe que aplicaram, as suas armaduras agora não eram mais que algemas pesadas.
Yasmin, sabe que agora, Cerberus deve estar mais atento agora, e se seu ataque fosse falho agora,toda a energia acumulada até agora seria em vão. Cerberus se recompõe e olha para as duas direções as quais estão seu adversários e parece esboçar um riso de satisfação vindo das três cabeças. Agora os cavaleiros tem a confirmação que não lutavam com um monstro qualquer mas sim um ser consciente e de elevado poder, o que deixava-os mais temerosos ainda. E que reafirmava a sabia decisão de Cisne.
Cerberus se prepara para atacar os cavaleiros de Orion e Dragão. A cabeça do meio acumula uma grande porção de fogo profano em sua enorme bocarra, em quanto as outras duas cabeças laterais pareciam que iriam aplicar uma investida a grande velocidade. Os dois cavaleiros desafiantes não sabem mais o que esperar daquele monstro, e na situação em que se encontravam não tinham muito o que fazer. Não poderiam atacar com grande eficiência por causa da pesada armadura e também dos ossos quebrados, não poderiam intercepta-lo com golpes a longa distância pois já gastaram demais para aplicar o golpe que deram em Cerberus, o qual ele acaba de se levantar. Tudo que eles poderiam fazer, é pagar para ver, e torcer para que Yasmin haja no momento certo.
Cerberus avança com tudo, com as cabeças laterais abrindo suas bocas, cada uma em direção ao cavaleiro correspondente, enquanto a cabeça do meio continuara a acumular chamas profanas.
- Foi bom enquanto durou. - Diz Sano à Arkanis enquanto vê Cerberus correr em sua direção.
- Mas não vamos morrer sozinhos. Vamos pelo menos levar esse bicho para nos fazer companhia. - Diz Arkanis em resposta.
Mas ambos não tinham mais cosmo suficientes para queimar, eles apenas esperam Cerberus chegar como alguém que cria coragem para se matar. Quando Cerberus esta próximo dos dois cavaleiros, Yasmin e Kitsune por um breve momento desviam o olhar instintivamente não querendo ver a morte de seus companheiros.
Quando retornam a olhar, elas tem uma surpresa. Arkanis e Sano seguram as cabeças laterais de Cerberus pela boca, no ultimo momento. Ambas ficam felizes por poucos instantes, pois a cabeça central se prepara para lançar sua baforada nos dois cavaleiros.
- AGORA LUCIAN!!!! - Ambos os cavaleiros gritam!!!
-GOLPE FANTASMA DE FÊNIX!!!- Lucian ataca na cabeça central. Esse golpe visa em destruir o sistema nervoso de sua vítima, Lucian temia que seu golpe não fosse eficaz contra a besta pois temia que ela não fosse um ser racional por isso nem pensara em aplicar este golpe mas quando acordou viu o esboço de felicidade da fera e não teve duvidas ao atacar com este golpe.
E esse era o momento que Yasmin tão esperava. Arkanis e Sano juntam suas ultimas forças para empurrar a fera para o mais longe que pudessem. E depois de tanto esperar Yasmin aplica o seu golpe.
- TROVÃO AURORA ATAQUE!!!!
Cerberus não esperava por isso, a besta nem teve tempo sequer de reagir. Yasmin também lançara todo o cosmo que possuirá no momento para compensar o que seu companheiros sofreram. Tanto que Arkanis e Sano sem forças para resistir seriam jogados para longe se Lucian não tivesse se entreposto entre eles e a área de choque.
Como consequência da ira da amazona de Cisne, todo o cenário em eu teve contato com o ar frio produzido por ela fora congelado, parecia até um pedaço do deserto de gelo da Sibéria, lugar de seu treinamento. Ela caíra desmaiada com tamanho esforço; Arkanis e Sano também caíram de cansaço mas não antes de ver Cerberus congelado por completo. Em pé só se encontravam Kitsune de Carina, servindo agora de apoio para Yasmin, e Lucian de Fênix, apesar de sua armadura parecer intacta, seu corpo estava ainda desgastado graças ao ataque a queima-roupa de Cerberus.
Lucian confere se Arkanis e Sano estão vivos, enquanto Kitsune leva Yasmin desmaiada para perto deles. Lucian fica mais aliviado ao perceber que todos, apesar de muito feridos estão vivos. Kitsune ao saber também sente um fardo a menos em sua consciência.
No Entretanto, Kitsune e Lucian começam a ouvir um barulho como se fosse o rachar de um vidro. Quando olham para trás Cerberus esta vivo e tentando quebra o gelo feito pela amazona de Cisne.
- Não. Não pode ser.- Diz Lucian não acreditando que todo o esforço tenha sido em vão.
- Será que somo tão insignificantes assim? Como Hércules conseguiu derrota-lo? - Pergunta Kitsune mesmo sabendo que ninguém iria responder.
-Não achei que os cavaleiros de bronze dessa época fossem tão poderosos assim.- Diz Cerberus, numa voz que talvez fizesse um cavaleiro de ouro tremer. - E eu achando que só os cavaleiros de ouros prestavam. Mestre Hades fez bem em me mandar para cá, estou muito feliz mas acho que nossa luta acabou. Minhas chamas alcançam os 20 mil célsius facilmente. Enquanto a vocês, alcançariam no máximo uns 11 mil.
- Cerberus, você até pode estar certo, mas as chamas que carregamos vem de nosso cosmo, o qual é infinito. - Retruca Kitsune de Carina. - Por tanto, nossas chamas podem superar as suas.
- Acham que podem me matar com chamas cavaleiros de bronze? Isso é ridículo! - Diz Cerberus. - Estão dispostos a apostar suas vidas nisso?
- Um cavaleiro de Athena sempre arrisca sua vida para defender este mundo! - Diz Lucian de Fênix. - Não importa nossa hierarquia, todos nós temos esse dever.
Cerberus, agora vê os cavaleiros de bronze como ameaças a ser consideradas. Ele incinera seu corpo tornando-se agora algumas das citações cristãs sobre bestas demoníacas. Os cavaleiros de bronze de Fênix e Carina aumentam seu cosmo ao máximo. É o mínimo que eles podem fazer por todos que confiaram neles. O ataque é simultâneo, Kitsune e Lucian usam seus golpes lacrados, respectivamente, A Ascensão da Fênix e a O Inferno Solar. Cerberus dispara sua rajada definitiva contra os cavaleiros de bronze.
O choque das chamas é impressionante, fazendo até parecer que o sol estava nascendo mais cedo. Cerberus já se vangloria pois Kitsune e Lucian, já estão desmaiados mas seus cosmos insistem em lutar, e mesmo assim as chamas deles ainda não equivalem ao seu fogo profano. Porém, as chamas num momento chegam a superar 1 milhão de graus célsius!!! Acertando Cerberus e o derrubando-o definitivamente.
A cabeça esquerda de Cerberus acorda do choque mas não é capaz de se levantar. Pois quando olha para seu corpo não o vê mais, nem suas outras cabeças, os cinco cavaleiros de bronze estão desmaiados porém com seus ferimentos estabilizados. Ele ainda não acredita que fora derrotado, ele que só perdeu para o filho de Zeus. Mas quando ele olha com mais clareza vê um jovem um pouco mais velho que os cavaleiros de bronze, e com um traje dourado. Sim, ele fora derrotado por um cavaleiro de ouro, um dos humanos mais poderosos existentes.
- Então foi você. - Diz Cerberus ao jovem dourado. - Por que não lutou comigo mais cedo e poupou as crianças?
- Crianças? Deve estar enganado, o que eu vejo são os valorosos cavaleiros de Athena que fizeram um ato que somente um semi-deus fez. Matar Cerberus. - Diz o Jovem cavaleiro de ouro a besta mitológica. - E eu não pude ajudar pois estava lutando contra os vendidos de Hades.
- Não seja modesto cavaleiro Áureo, isso me irrita. Se não fosse por você estes projetos de cavaleiros estariam mortos. - Fala Cerberus com profunda raiva. - Mas sem sua deusa vocês não poderam matar o mestre Hades.
- Pense o que você quiser, mas em quem vão acreditar, num cavaleiro de ouro ou numa cabeça de cachorro falante? - Diz o Cavaleiro de ouro. - Agora desculpe, pois estou atrasado para uma Reunião.
- Mestre Dincht!!! Mestre Dincht!!! - Grita um jovem de armadura branca em direção ao cavaleiro de Ouro visivelmente cansado. - Finalmente. eu o encontrei. Mestre Dincht. tenho um. despacho oficial. do Grande Mestre Tao.
- Nossa, serviço postal do zodíaco? Vejo que o dinheiro do Santuário anda mal investido em Zion, colocaram você como entregador. - Diz Dincht pegando as ordens do Grande Mestre.
- Minha Deusa! O que houve aqui? - Diz Zion de Altar incrivelmente surpreso.
- Bem, quando eu cheguei encontrei estes cavaleiros de bronze desmaiados e essa cabeça de cachorro falante aqui! - Diz Dincht à Zion. - Presumo que estes cavaleiros tenham derrotado o que falta do monstro.
- Mas este é Cerberus, O cão de três cabeças que guarda os portões do inferno!!! Como cavaleiros de bronze puderam derrotar-lo? - fala Zion.
- Quer dizer cavaleiros de Athena?! Esse é o nosso poder meu caro Zion!! - Diz Dincht.
- Você não vai acreditar nesta história idiota, não é? - Diz Cerberus a Zion.
- Se mestre Dincht disse que não foi ele, quem sou eu para questiona-lo!!- Diz Zion incomodado por falar com uma cabeça sem corpo.
- Vá ajudar os outros cavaleiros a lutar Zion!!! Siga o exemplo desses cavaleiros. -diz Dincht.
- Certo mestre Dincht. - fala Zion, se dirigindo ao cemitério.
- Não adianta, o Grande Deus dos Mortos Hades pode reconstruir meu corpo seu idiota! - Diz Cerberus com maior irritação ainda por sua memória ser maculada por Dincht.
- Não de acordo com as minhas ordens. - diz Dincht. - De acordo com elas, os cavaleiros de ouro deveram matar Hades.
- Não blasfeme humano miserável!!! Como um humano podera derrotar um Deus. - diz Cerberus.
- Minha mestra me ensinou duas coisas muito importantes. A primeira é que os cavaleiros do zodíaco são deuses com corações humanos e a segunda é que nada é impossível para quem acredita. - Termina Dincht.
- Espere ai! - fala Cerberus – Você por acaso é o discípulo de Clair?
-Sou sim.- afirma Dincht.- E fiquei sabendo que ela foi derrotada por quatro cavaleiros de prata.
- O QUE!!! - grita exaltado Cerberus.
- Essa época é estranha não é? - ironiza Dincht.- Cavaleiros de Prata derrotam cavaleiros de ouro; Cavaleiros de Bronze matam monstros mitológicos. Somos mais poderosos que pensamos. Bem, se ver minha mestra agradeça pelo meu treinamento. Adeus! - Após terminar seu discurso, Dincht monstra-lhe a palma de sua mão concentrando uma grande quantidade de cosmo.
-NÃO!!!!
Dincht, dispara uma grande rajada de energia contra a cabeça de Cerberus, nem sobrando vestígios de sua existência, transformando ele agora numa lenda que nunca mais existiria.Texto do google.

o Gótico (horror e comédia).


Strawberry Hill, o castelo fajuto de Horace Walpole. Construído com a sua fortuna entre 1749 e 1776 para fugir de um mundo que mudava rapidamente e para atender o seu gosto pelo passado medieval.
The Castle of Otranto, subtítulo a gothick story (1764), escrito por Sir Horace Walpole, é a obra seminal que marca o uso do termo gótico em literatura pela primeira vez. O pequeno romance, O Castelo de Otranto é um autodeclarado híbrido entre o antigo e o moderno (ver prefácios), entre o romanesco e o romance, colocando em cena um elmo monstruoso, espadas gigantes, uma mão invisível, calabouços labirínticos, quadros fantasmagóricos e toda a parafernália sobrenatural que faria o sucesso dos romances góticos subseqüentes. A veia teatral e cômica desta narrativa são aspectos declarados pelo próprio autor no prefácio à segunda edição (1765), mas que a crítica especializada não costuma destacar. Walpole foi um erudito, um diletante e um entusiasta da idade medieval e, a leitura do romance deixará patente que ele não pretendia ser levado a sério com este livro. O interesse do autor por assuntos medievais se manifesta nas descrições meticulosas do cenário, já que a narrativa investe na representação de átrios, pórticos, abóbadas, criptas e galerias. São precisamente essas características arquitetônicas que conferem o status de “gótico” ao romance walpoliano.
Panfleto do período vitoriano. O romance é transformado em comédia teatral.
Na história, o único filho do príncipe usurpador Manfred, o enfermiço príncipe Conrad, morre no dia do seu casamento. O acontecimento é insólito: um elmo gigantesco cai misteriosamente do céu esmagando o jovem príncipe. Sem herdeiros e com uma antiga maldição do castelo pairando sobre a sua dinastia, o pai Manfred passa então a assediar sexualmente a noiva do filho morto. Obcecado pela idéia de desposar Isabella, contra a vontade da donzela, Manfred passa a rejeitar veementemente a filha “inútil” e a esposa “estéril”, tentando de todas as formas evitar a terrível profecia.
Não obstante, dos acontecimentos de inspiração sobrenatural desta obra derivará a tradição gótica inglesa, toda a literatura de Ann Radcliffe, o ser errante de Charles Maturin, Melmoth, the wanderer (1820), Dracula (1897) de Bram Stoker, todo o imaginário gótico anglo-americano do século XIX, nomeadamente, os contos de Edgar Allan Poe e Nathaniel Hawthorne, assim como as histórias de suspense, de detetives, romances policiais e thrillers contemporâneos. No momento assistimos à era digital reatualizar o gótico por meio de cartoons, graphic novels e videogames.Wikepédia

A literatura gótica em sua época.


A década de 1790 representou o auge da literatura gótica, é nesse período que suas principais obras são escritas consagrando autores como Ann Radcliffe e Matthew Lewis, por exemplo. Entretanto, se o termo 'gótico' já era conhecido na Inglaterra desde a época Shakespeare, até esse momento ainda não havia ainda consolidado um significado confortável para a palavra. 'Gótico' era empregado em um encontro de vertentes políticas e condições históricas, de ansiedades sobre a vida que encontrariam sumarização por meio de romance.
Dizer "gótico" podia ter diversas conotações, dependendo de lado a discussão se estava. Naquele contexto a palavra podia conotar: antiquarianismo inglês, diletantismo do partido Whig, influências do sturm und drang alemão, Jacobinismo, ocultismo e medo de sociedades secretas, nacionalismo inglês conservador, anti-catolicismo, medo da Inquisição, nostalgia do mundo feudal, medo da Revoluçao Francesa e uma série de outros significados antagônicos entre si. Apesar de ser um movimento multi-facetado, reflexo de conjunturas históricas e políticas, pode-se notar que a literatura gótica é, em grande parte, uma literatura ligada ao terror e ao medo.
Talvez, uma melhor maneira de se compreender o gótico na literatura seja entendê-lo como um momento narrativo no qual a nossa razão é desafiada por um acontecimento insólito. Como discurso literário, o efeito "gótico" consiste na criação de uma atmosfera narrativa, que deve envolver o leitor na história, para em seguida assustá-lo, mas de modo que lhe provoque prazer. Entendida assim, como efeito narrativo, a literatura gótica é um dos mais influentes modelos narrativos para as histórias de horror e terror que temos atualmente.
Características.
Há uma relativa consistência nas convenções narrativas que fazem do romance gótico uma literatura reconhecível como tal, mas que não chega a constituir um gênero. O romance gótico é uma manifestação essencialmente híbrida, um elo entre o romanesco e o romance no qual uma atmosfera de mistério, aflição e terror prevalece. Chamados de “góticos” por retirarem sua inspiração de construções medievais, em parte, pode-se dizer que tais romances representaram uma volta ao passado feudal, provocada pela desilusão com os ideais racionalistas e pela tomada de consciência individual frente aos dilemas culturais que surgiram na Inglaterra a partir da metade final do século XVIII.
Por este ângulo, o romance gótico representa uma mescla de tradições distintas, uma mistura entre o mitológico e o mimético, entre imaginação e realidade. A proposta subjacente seria o retorno a uma época de sonhos, contra o materialismo burguês e, até certo ponto, de encontro às características gerais do Iluminismo. Nesses romances aquelas convicções mais simples do pensamento cartesiano e racionalista são postas em dúvida em detrimento de um discurso do sentimento, o qual, ora choroso ora violento, é freqüentemente exagerado na sua representação das emoções. À luz de uma filosofia da literatura, o romance gótico levantou questões que desafiaram o projeto das Luzes ao expor, em parte, a natureza caótica do mundo e a contingência da vida. Ao se encarregarem de uma disposição existencial mais lúgubre, tais romancistas abrem um caminho para o surgimento da psicanálise do século seguinte, apresentando em suas narrativas a divisão ontológica do ser humano em duas grandes matrizes constitutivas: às vezes equilibrado, racional, harmônico (clássico) e às vezes exaltado, sentimental, excessivo (então gótico, ou possivelmente barroco).
Em oposição à filosofia neoclássica, de procedência aristotélica, os autores góticos investiram na criação de imagens obscuras e representações simbólicas. O medo e o anseio pela morte foram temas centrais nessas narrativas cujos enredos oscilavam entre a realidade verificável e a aceitação de um mundo sobrenatural. O romance gótico catalisou imagens que, devidamente adaptadas, reaparecerão no romance histórico do século posterior. Alguns exemplos recorrentes dessas imagens iniciais são: abadias decadentes habitadas por clérigos maléficos, castelos sinistros onde aristocratas tirânicos vivem isolados da sociedade como um todo. Dentro desses cenários, é possível que portas se fechem misteriosamente e velas se apaguem com uma súbita rajada de vento ao se caminhar em corredores escuros. Enquanto isso, personagens se locomovem através de passagens secretas ou se escondem em úmidos recintos subterrâneos. Em contraposição às ambientações internas, geralmente tensas e claustrofóbicas, também são freqüentes nesses romances as representações de quadros externos, ou seja, a interpretação de cenas da Natureza. Entretanto, o interesse por tais temas naturais não foi exclusividade da narrativa gótica e remontam a tradição clássica. A Natureza, enquanto tópico literário, já se encontra presente em Horácio e em Virgílio, cujo conceito de locus amoenus seria revisitado pelo neoclassicismo. Todavia, a Natureza nos romances góticos freqüentemente se reveste de um certo terror, cujo efeito é alcançado por uma retórica do excesso, uma linguagem hiperbólica com ênfase adjetival que torna o cenário grandioso e intimidante: vastas paisagens, montanhas, abismos, vulcões, tempestades, mares revoltos, cachoeiras trovejantes, florestas escuras nas quais bandidos cruéis espreitam e as heroínas perseguidas temem (e os leitores desejam) que o pior lhes aconteça.
Enquanto fenômeno comercial, o romance gótico, essa ficção pré-romântica e pseudomedieval, foi intensamente produzida e avidamente lida na Inglaterra do final do século XVIII até o começo do século XIX. Durante o período os romances góticos haviam se tornado voga e obsessão entre um público leitor que não se cansava de consumi-los. A publicação desses romances havia virado um negócio rentável para livreiros e escritores profissionais constantemente ocupados em suprir a demanda de um número crescente de leitores e em prover lançamentos para os gabinetes de leitura.Mas o ciclo de prosperidade teve curta duração. O romance gótico alcança seu auge na década de 1790, com a publicação das obras que consolidam suas características principais. Todavia, ao final da próxima década esses romances já eram tido como um produto literário “obsoleto”, criticado em seus aspectos mais extravagantes.
O grande sucesso de público deu início a uma série de lançamentos do mesmo formato. O furor desencadeado pela ficção gótica ocasionou uma produção enorme, em sua maioria direcionada para a venda e com pouca preocupação pela inovação literária. As imagens e símbolos usados pelos autores para a criação de efeito (ruínas, monastérios, castelos, labirintos, igrejas), as ambientações em países distantes e católicos, a donzela em perigo, seriam exemplos desses lugares-comuns. Primeira literatura pré-fabricada da História, a saturação da produção, a complexidade e previsibilidade dos enredos seriam os motivos para o declínio desse gótico passível de formularização, em função de uma literatura vitoriana de aspectos mais referenciais e contemporâneos, mas que volta e meia vê o gótico ressurgir nos espessos fogs londrinos de Dickens, por exemplo. Esse gótico reaparecerá no Romantismo do século seguinte fornecendo 1) quase uma cartilha para uma estética de efeito, 2) um inventário de objetos e situações e 3) a relação psicológica do homem com aquilo que ele considera o mundo exterior, embora o entendimento da cultura e da História já tenha mudado.Wikepédia.

LEWIS, O MONGE.


Em 1796, Beckford foi substituído por Matthew Gregory Lewis, autor de The Castle Spectre (1797), um melodrama gótico que ajudou na introdução de temas proibídos na sociedade inglesa. Como Beckford, ele nasceu com muitas vantagens e estudos, identificando-se mais com os europeus do que com os ingleses.
Em 1792, ele estava em Weimar, aprendendo alemão e traduzindo baladas fantasmagóricas populares, escritas por seu compatriota, Bishop Thomas Percy, Reliquies of Ancient English Poetry, em 1765.
Em 1794, manteve uma coluna diplomática em The Hogue, onde conheceu os franceses aristocratas que haviam escapado da Revolução e do Reino de Terror, uma época na França descrita por Wordsworth como carnificina doméstica.
Os franceses emigraram, carregando na mémoria muito terror, em parte porque escaparam de assassinatos, prisões, torturas, massacres e injustiças. Lewis encontrou na filosofia sensacionalista do Marquês de Sade, a tortura, a humilhação, a perseguição, o sofrimento e a exploração das mulheres, iniciando, assim, uma nova e macabra direção para a literatura de sentimentos. (Bloom, 1981)
Juntamente com o sobrenaturalismo da literatura germânica e a depravação da literatura contemporânea francesa, Lewis influenciou a bem delimitada tradição gótica nativa. Em dez semanas, enquanto cumpria seu trabalho diplomático, Lewis escreveu Ambrosio, ou O Monge, que surgia para ser uma resposta diabólica para a obra sentimental Vicar of Wakefield, de Oliver Goldsmith, de 1766.
O Marques de Sade escreveu em Reflexões Acerca dos Romances:
Talvez devêssemos analisar aqui os romances modernos cujo mérito reside quase inteiramente no sortilégio e na fantasmagoria, colocando à cabeça O Monge, superior em todos os aspectos às bizarrias da brilhante fantasia de Radcliffe. (Sade, 1794)
Para o advento de O Monge, foi necessária a conjunção num coração de vinte anos de todas as brasas que o vento tempestuoso de 1789 a 1794 havia reanimado no fundo do principais cadinhos do mundo ocidental, escreve André Breton, o pai do surrealismo, em 1915, que reinstalou o gosto irracional do romance noir, na cultura moderna. Para a elaboração das obras e das histórias modernas que ornam e complicam a trama central, Lewis inspira-se nos modelos germânicos (O Visionário, de Schiller; O Bruxo, de Weit Weber; lendas alemãs como a Monja Sangrenta, e, evidentemente, o Fausto, de Goethe).
Sofre igualmente a influência dos franceses (O Diabo Amoroso, de Gazzote, Justina, de Sade, a literatura anticlerical da Revolução e o Auto-da-Fé, de Gabiot), bem como dos espanhóis, dos escoceses e dos dinamarqueses, sobretudo da Balada de Alonso e Inogênia.
Na trama, Ambrosio, abade de um convento capuchinho, em Madri, cuja eloqüência, virtude e perfeição espiritual atrai a atenção de Satã, é cercado por um luxurioso e insaciável demônio, quando é seduzido por Matilde, uma nobre dama que entra no convento, vestida como uma jovem noviça. Ambrosio resolve obter os favores de uma das suas penitentes e entra nos aposentos da vítima escolhida, a bela Antonia, mas é surpreendido pela mãe da jovem. Louco de furor e despeito, ele estrangula a pobre senhora e, em seguida, obriga Antonia a beber um poderoso narcótico.
Todos a julgam morta e transportam a infeliz para os subterrâneos da igreja. Ali, em plenas trevas, entre os túmulos, o frade viola Antonia e a mata. Descoberto e denunciado à Santa Inquisição, Ambrosio é preso, torturado e condenado à fogueira. Para escapar do suplício, tenta concluir um pacto com Satã e vende-lhe a alma. Mas Satã não cumpre a sua palavra. Revela-lhe até que as mulheres que matou covardemente eram sua mãe e sua irmã. Depois, Lúcifer o carrega pelo céu, por cima de horríveis montanhas e precipita-o no interior dos abismos mais profundos.
Alguns escritores criticaram o realismo, a fascinação pela decadência da carne, a corrupção física, a blasfêmia, enfim, os elementos que destruíram a delicadeza do drama O Monge, mas também aplaudiram o que poderia somente ter sido uma expressão de ira de um vigário contra a igreja, contra toda a filosofia de benevolência e sensibilidade, contra o modelo de virtude que foi promovido por Hannah More, e Maria Edgeworth em seus panfletos educacionais, contra qualquer coisa que tenha sido defendida pelos escritores devotos e críticos que reclamavam para agradar o público.
Embora os críticos descrevessem Beckford e Lewis como maus, obscenos, depravados ou sempre demoniamente possuídos, eles simplesmente representaram um público que estava sendo espiritual e esteticamente preparado por todo um século de razão, de empirismo e pensamento democrático. Depois dessa geração, esses autores iniciados continuaram sendo uma potente força na literatura inglesa, auxiliados por autores como Wordsworth, Tennyson, e Matthew Arnold, que experimentaram comparáveis períodos de confusão.
André Breton acrescenta:
O fantástico céu tempestuoso de O Monge, que cobre e descobre com uma violência sem igual o conflito entre as aspirações à virtude mais austera e o desejo carnal exasperado pela provocação mais ardente exercerá uma perseverante fascinação ao longo de todo o século XIX. Matthew Gregory Lewis.O monge.Wikepédia.