contos sol e lua

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quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Janela da Alma.


O olhar para o outro, segundo pude compreender com os amigos extrafísicos mais diversos, é realmente um dos símbolos mais sagrados do coração do Universo. Todo mundo já ouviu falar que “os olhos são as janelas da alma”, mas é do ser humano levar muito tempo para aprender certos ensinamentos perenes.
Se a pessoa está arrumada sob os valores sociais; se for mulher e tem certas medidas físicas ou, se como homem tem um carrão, então todos sabem apreciar com o olhar. E até mesmo podem pensar: que belo é esse aí!
Mas não é sobre esse tipo de olhar que interessa ao Iniciado. Pois ao olhar a aparência do outro, isso não significa que se tenha penetrado na alma e realmente visto as belezas que toda criatura traz em si.
Tenho encontrado muita tristeza e desconsolo nas pessoas. Elas têm se sentido rejeitadas e até mesmo desprezadas porque não sentem que estão sendo olhadas. Pensam que os outros humanos vão olhar as jóias que trazem em si. Um engano muito comum. O que essas pessoas não sabem é que estão sendo olhadas por almas nobres, criaturas de outra grandeza que procuram pelas jóias do coração para habitarem nelas com sua beleza divina. Esses seres nos olham muitas vezes de outros planos e também através de outros humanos que já religaram seus olhares à Alma do Universo.
É por isso que muitas vezes ao andar pela rua, você pode encontrar um desses seres no olhar de outra pessoa. Isto não quer dizer que se tem que sair por aí procurando ser olhada, não! A providencia divina olha constantemente por todas as criaturas e somente aqueles que estão Iniciados no Amor sentem esse olhar através do coração. As janelas de sua alma estão escancaradas pela luz que vem da alma e é ofertada a todos os seres, independente dessa luz ser percebida ou não. Essas pessoas se aliaram à Luz e não esperam ser recompensadas. Elas sofrem com a dor dos humanos, sentem pelos valores humanos, mas não se deixam arrastar para o poço fundo da ignorância dos humanos. Então, vocês vão me dizer: “ora, mas esses aí não são humanos?” E eu digo: nenhum ser ligado à Luz, à alma do universo, é humano ou é de qualquer natureza que não seja a da própria Luz.
Dêem uma boa olhada em suas almas e arrumem a casa por dentro, jogando fora a tristeza, o desconsolo e até mesmo o fato de não se sentir compreendido. Vocês vão descobrir a verdadeira origem e as janelas de suas almas vão brilhar para o mundo. E todos os seres luminosos vão querer entrar e habitar nas suas jóias e nunca mais ninguém se sentirá sozinho.
Quem tiver olhos para ver que veja!* Omraam Mikhael Aivanhov*.

Crepúsculo.


Teus olhos, borboletas de ouro, ardentes
Borboletas de sol, de asas magoadas,
Pousam nos meus, suaves e cansadas
Como em dois lírios roxos e dolentes…

E os lírios fecham… Meu amor não sentes?
Minha boca tem rosas desmaiadas,
E a minhas pobres mãos são maceradas
Como vagas saudades de doentes…

O silêncio abre as mãos… entorna rosas…
Andam no ar carícias vaporosas
Como pálidas sedas, arrastando…

E a tua boca rubra ao pé da minha
É na suavidade da tardinha.
Um coração ardente palpitando…
F. Espanca.

Dança da Lua.


Noite escura.A lua não mais brilha.Apenas uma tocha de fogo ilumina
Estou dentro de um círculo.Onde há uma dança.Onde todos são graduados.
Há um que me protege com o olhar a distância.Olhar seguro.Me dá confiança.
Para ali estar.Dentro do círculo.Após essa dança.Um corredor é formado.
Terei que passar por ele.Meu protetor se aproxima.Me entrega uma veste branca.
Coloca uma faixa azul em minha cintura.Me conduz até um portal.E me diz:
Terás que passar uns dias lá dentro.Pela confiança que senti.Não tive medo.
Entrei.Dentro havia apenas uma tocha iluminando o ambiente.O tempo que fiquei.
Não sei.Ouço passos se aproximando.A porta é aberta.Vejo então meu mestre.
Me dirije a palavra.Venha.Passo pelo mesmo corredor.Novamente entro no círculo.
Recebo uma nova vestimenta.É azul celeste.De todos que forma esse círculo.
Um presente recebo,de acordo que a dança vai tendo sequencia.
O mestre então se aproxima.Venha!quero te mostrar a lua.Veja como é linda.
Um novo círculo é formado.Sou encaminhada pra dentro do mesmo,com meu mestre.
Meu mestre agora dirije a dança da lua,que agora ilumina o azul do céu.
Todos dançam cantam músicas,o círculo que era formado por pessoas.
Vai na medida que fazem uma saudação.Se transforma em um cículo de fogo.
Aisha jalilah.

Cavaleiro.


Na tua mão, sombrio cavaleiro,
Cavaleiro vestido de armas pretas,
Brilha uma espada feita de cometas,
Que rasga a escuridão, como um luzeiro.

Caminhas no teu curso aventureiro,
Todo envolto na noite que projectas...
Só o gládio de luz com fulvas betas
Emerge do sinistro nevoeiro.

- «Se esta espada que empunho é coruscante
(Responde o negro cavaleiro andante),
É porque esta é a espada da Verdade:

Firo mas salvo... Prostro e desbarato,
Mas consolo... Subverto, mas resgato...
E, sendo a Morte, sou a liberdade.»
A. de Quental