contos sol e lua

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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Ficções do Interlúdio.

Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.

A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós-próprios.

Suave é viver só.
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses.

Vê de longe a vida.
Nunca a interrogues.
Ela nada pode
Dizer-te. A resposta
Está além dos deuses.

Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração.
Os deuses são deuses
Porque não se pensam.

Ricardo Reis*

O AMOR É A DANÇA DA SUA VIDA!


A vida é a sua oportunidade.

É o solo no qual as rosas do amor florescem.

O amor, em si mesmo, é precioso - não tem nenhum objetivo, não tem significado. Ele tem uma imensa importância, tem imensa alegria, tem um êxtase próprio - mas esses não são significados. O amor não é um negócio no qual objetivos, metas, tenham importância.

Existe sempre uma certa loucura no amor.

E o que é essa loucura? A loucura é que você não consegue provar por que você ama. Você não pode dar qualquer resposta sensata para o seu amor.

Você pode dizer que faz um determinado negócio, porque precisa de dinheiro; você precisa de dinheiro porque precisa de uma casa; você precisa de uma casa, porque como você pode viver sem uma casa?

Na sua vida comum, tudo tem algum objetivo, mas para o amor você não pode dar qualquer motivo. Você pode simplesmente dizer: "Eu não sei. Tudo o que eu sei é que amar é experimentar o mais belo espaço dentro de si mesmo". Mas isso não é um objetivo. Este espaço não é cerebral. Este espaço não pode ser transformado numa utilidade. Este espaço é, ao contrário, um botão de rosa com uma gota de orvalho em cima, brilhando como uma pérola.

E na brisa da manhã, o botão de rosa está dançando ao sol.
O amor é a dança da sua vida!Osho.

CERTA MANHÃ...


Certa manhã bem cedo, antes do sol nascer, um pescador foi a um rio. Chegando à margem, sentiu alguma coisa sob seus pés, e descobriu que era um saquinho de pedras. Ele o apanhou e, colocando sua rede de lado, sentou-se na margem do rio para esperar o sol nascer. Esperava pela alvorada para iniciar seu dia de trabalho. Preguiçosamente, pegou uma pedrinha de dentro do saco e atirou-a à água. Depois apanhou outra e mais outra. Na falta do que fazer, continuou jogando as pedras na água, uma após a outra.
Lentamente, o sol foi surgindo e iluminando. A essa altura, ele já havia jogado todas as pedras, menos uma; a última ficou na sua mão. Seu coração quase parou, quando viu, à luz do dia, o que segurava nas mãos. Era uma pedra preciosa! No escuro, ele havia jogado um saco inteiro delas! O que havia perdido sem saber! Cheio de pesar, amaldiçoou a si mesmo. Lamentou-se, chorou e quase enlouqueceu de desgosto.
Acidentalmente, havia encontrado a possibilidade de enriquecer pelo resto da vida, mas na escuridão, por ignorância, havia perdido a chance. Por outro lado, ainda teve sorte: sobrara-lhe uma pedra; a luz havia surgido antes que ele a tivesse jogado também. Geralmente, as pessoas não têm tanta sorte.
Há escuridão por toda parte e o tempo voa. O sol ainda não surgiu e já desperdiçamos todas as pedras preciosas da vida. A vida é um imenso tesouro e o homem não faz nada além de jogá-lo fora. No momento em que compreendemos a importância da vida, o tempo já passou. O mistério, o segredo, a graça, a redenção, o paraíso - tudo é perdido. E a vida é desperdiçada.Bhagwan Shree Rajneesh. Osho.