domingo, 21 de março de 2010

Estrela Congelada.


Aí para encarar o pecado das trevas cósmicas.
No mar de destinos esquecidos.
A estrela congelada agora ergue-se.
E trazer com você meu segredo.
O que eu escondo.
Por trás da máscara do medo obscuro.
Por mil sols moribundos.

Eu estou aprendendo a viver aqui.
Achei a mim mesmo neste planeta.
Vindo para a vida, indo para morte.
Sem saber uma única resposta.

Algumas escolhas, parecem.
São apenas ilusões divinas.
Mas de uma coisa eu tenho certeza.
Não há qualquer jeito de negar a mim mesmo.

Atreva para encarar.
O pecado de trevas cósmicas.
No mar de destinos esquecidos.
A estrela congelada agora ergue-se.
E trazer com você meu segredo.
O que eu escondo.
Por trás da máscara do medo obscuro.
Por mil sols moribundos.

Amor, ódio, bom e mau.
Refrações da mesma fonte.
Não negue seus fragmentos.
Não perca o caminho cósmico para lugar algum.
Luca Turilli.

LILITH.


Onipotente criação.
Semente do barro,
aos olhos da escuridão.
A mulher do primogênito.

Perfeita formosura,
mas um coração intrigante.
Sedenta pela igualdade,
trancafiada em divina ordem.

Sol poente.
Revolta e rancor.
Blasfêmia, ódio e abandono.
O manto da noite.

Ao horizonte, o oceano vermelho.
Profano território.
Verdadeiro lar, enfim.
Um ser das trevas, ela se proclamou.

Noiva de Samael.
Genitora da legião.
Pelos anjos, foi alertada.
Irredutível furiosa.

Guerra ao pai.
Vingança aos homens.
infantes e írritos.
Sombrio destino.

Invasora dos sonhos.
Abrasante cópula.
Exaustiva destruição,
pela voraz pecadora.

Ela, Mãe das trevas.
Rainha da noite.
Força destrutiva
Avassalador instinto.

Em sua palavra, oposição.
Em suas mãos, sangue.
Em seu corpo, fogo.
Em seus atos, Morte.
Em seu nome, Lilith.
Fabio de Oliveira.

lilith.


Arranco corações enamorados,
e como, como sobremesa.
Bebo o sangue quente
e arrebatado das paixões.
Mereço as glórias de um amor eterno,
ou a dedicação de um amante?
Pareço inalcançável. Inatingível.
Tenho medo de amar demais.
Pois eu sou aquela que tem amor.
transbordando no peito, sem jeito de doar.
Sou aquela que tem desejo, fascínio.
O carinho que te dou é a carícia que sempre faço
naquele que cai no meu espaço.
Não te darei mais que isso,
um beijo, um abraço, um afago.
Meu coração... este não!
Parece quase impossível arrancá-lo da prisão
Que é medo, fantasia, ilusão.
Sou toda minha e minha parte é quase o todo.
Que é tão simples que vira complexidade.
Estou em ti e estou em mim mas não me basto.
Pois eu sou todo que procura sua metade.
Lia Santos.

Ponte para o sempre:


Pensamos, às vezes, que não restou
um só dragão.
Não há mais qualquer bravo cavaleiro, nem uma única
princesa a passear por florestas encantadas.

Pensamos. às vezes, que a nossa era está além das fronteiras,
além das aventuras. Que o destino
já passou do
horizonte e se foi para sempre.

É um prazer estar enganado.
Princesas e cavaleiros,
encantamentos e dragões, mistério
e aventura... não apenas
existem aqui e agora,
mas também continuam a ser
tudo o que
já existiu nesse mundo!

Em nosso século, só mudaram de roupagem. As aparências
se tornaram tão insidiosas, que princesas e cavaleiros
podem se esconder um dos
outros, podem se
esconder até de si mesmo.

Contudo, os mestres da realidade ainda nos encontram em
sonhos para dizer que nunca perdemos o escudo de
que precisamos contra os dragões,
que uma descarga de fogo azul
nos envolve agora, a fim
de que possamos mudar
o mundo como desejarmos.

A intuição sussurra a verdade!
Não somos poeira, somos magia!
Feche os olhos e siga sua intuição.
Richard Bach.

Història de Lilith.Na Tradição Judaica.


Se Eva se acusou de ter atraído a morte, o pecado e a tristeza ao mundo, Lilith já era demoníaca desde que foi criada. Lilith surgiu do intento de compreender a difrença entre os mitos da criação de Gênesis, já que em sus primeira história em Gênesis 1, homem e mulher são criados iguais e conjuntamente, enquanto na segunda história, em Gênesis 3, a mulher é criada depois do homem e a partir de seu corpo. Segundo as lendas, Lilith era a primeira esposa, que era bem pior que a segunda. No entanto, a figura escolhida para desempenhar esse papel na lenda judia era originariamente suméria, a resplandecente "Rainha do Céu", cujo nome "Lil" significava "ar" ou "tormenta". As vezes se tratava de uma presença ambígua, amante dos "lugares selvagens e desabitados", associada também com o aspecto obscuro da Deusa Inanna e com sua irmã Ereshkigal, Rainha do Mundo Subterrâneo". Aparece pela primeira vez no poema sobre Inanna, quando o herói Gilgamesh tala a árvore de Inanna:
"Gilgamesh golpeou a serpente que não podia ser encantada.
O pássaro Anzu voou com suas crias às montanhas;
e Lilith aniquilou seu lar e retirou-se aos lugares selvagens e desabitados."
"Lil" também era a palavra sumero-acádia que designava a "tormenta de pó" ou "nuvem de pó", um termo que também se aplicava aos fantasmas, cuja forma era uma nuvem de pó e cujo o alimento era supostamente o pó da terra. Na língua semítica "liliatu" era então "a criada de um fantasma", porém prontamente se fundiu com a palavra "layil", "noite", e se converteu em uma palavra que se designava a um demônio noturno.
A "lílít" do texto hebraico se traduz na versão grega de Septuaginta e por Lamia na Vulgata latina de São Jerônimo. As "lamiae" são muito conhecidas nas tradições gregas e latinas, como monstros voadores noturnos, que sempre aparecem sob o aspecto de pássaros. A maioria dos autores, afirma que as lamias são monstros femininos que devoram homens e crianças. Portanto, as lamias e Lilith têm muitos pontos em comum e foram convertidas em "vampiras".
No mito hebreu, Lilith, portanto, acumulou sem descanso todas as associações à noite e à morte. é possível que a imagem hebréia de Lilith se baseasse nas imagens de Inanna-Isthar como Deusa das grandes alturas e de grandes profundidades, porém, compreensivelmente rebaixada ao ser percebida desde o ponto de vista de um povo deportado à BABILÔNIA.
Só há uma referência à Lilit, como coruja, no Antigo Testamento. É encontrada no meio de uma profecia de Isaías. No dia da vingança de Yahvé, quando a terra se envolverá num deserto,"e um sátiro chamará o outro; também ali repousará Lilith e nele encontrará descanso." Inanna e Isthar eram chamadas de "Divina Senhora Coruja" (Nin-nnina Kilili). Isso pode explicar de onde provêm Lilith e porque era representada como uma coruja.
Uma versão da Criação de Lilith na mitologia Hebréia conta que Yahvé fez Lilith, como a Adão, porém no lugar de usar terra limpa, "tomou a sujeira e sedimentos impuros da terra, e deles formou uma mulher. Como era de se esperar, essa criatura resultou ser um espírito maligno". Lilith se converteu a posteriori na primeira esposa de Adão, cuja presença original nunca terminou de eliminar-se totalmente de de seu segundo matrimônio. O que falhou no primeiro foi obviamente a independência de Lilih e sua igualdade com Adão, por isso depois criou-se Eva. Em conseqüência, a lenda tacha de insubordinação a atitude por parte de Lilith, pois, segundo a história, se negava a aceitar seu "lugar apropriado" que aparentemente era permanecer debaixo de Adão durante a relação sexual:
-"Porque teria que ficar debaixo de ti quando sou tua igual, já que ambos fomos criados de barro?", pergunta ela.
Adão não sabe contestar essa pergunta, de maneira que, pronunciando o nome mágico de Deus e Lilith se foi voando pelos ares até o Mar Vermelho. Ali dá à luz a mais de 100 demônios por dia
Adão fala de sua esposa a Yahvé, e esse enviou a sua procura os três anjos Senoi, Sansenoi e Samanglof, que a encontraram nas margens do Mar Vermelho, onde mais tarde as tropas egípcias seriam engolidas por ordem de Moisés.
Lilith se negou a voltar a ocupar seu lugar junto de Adão e ameaça dizendo que possui poder de matar crianças. Então os anjos tentaram afogá-la no Mar Vermelho, porém Lilith advogou em causa própria e salvou sua vida com a condição de jamais causar dano a uma criança recém-nascida de onde viera seu nome escrito.
Finalmente Yahvé deu a Lilith, Sammael (Satã), e ela foi a primeira das quatro esposas do diabo e a perseguidora dos recém-nascidos.
Mas, em conseqüência dessa fala, a ordem divina se converteu no centro de todas as fantasias de terror que provoca a sensação de indefesa. Lilith poderia aparecer em qualquer momento da noite, ela ou algum de seus demônios, para levar uma criança, aterrorizando os pais dos pequenos. Podia também possuir um homem durante o sono. Esse constataria que havia caído debaixo de seu poder se encontrasse restos de sêmen ao despertar. É difícil evitar concluir que Lilith se converteu em uma imagem de desejo sexual não reconhecido, reprimido e projetado sobre a mulher, que se converte em sedutora. Por todos os lugares foram encontrados amuletos contra o "poder" de Lilith.
Através da figura de Lilith, na cultura hebréia, a divisão e polarização próprias da Idade do Ferra da Grande Mãe em seus aspectos, a Deusa que dá a vida e a Deusa que atrai a morte, é levada um pouco mais longe. Ao terror do sofrimento inexplicável que pode manifestar-se sem aviso prévio e se insere uma dimensão nova da demonização da sexualidade.
O mito em Gênesis, estabelece que é a infração do mandamento de Yahvé, e não a sexualidade, a causa da expulsão do Paraíso à condição humana; e o conhecimento do bem e do mal, que alcançaram através da desobediência, tampouco se pode explicar em termos de conhecimento sexual. No entanto, tanto a desobediência como o conhecimento se associaram com a sexualidade porque a primeira coisa que Adão e Eva "viram" quando "seus olhos se abriram" foi que estavam nus. Antes disso, andavam nus e sem vergonha. A nudez, portanto, se converteu em sexualidade pecaminosa, especialmente quando a serpente fálica entra na especulação teológica. Em certas ocasiões a serpente era identificada como Lilith e se desenhava a serpente com um corpo de mulher, interpretando-se que a dita criatura era Lilith. Outras vezes a serpente tinha um rosto como o de Eva. Por esta razão, uma percepção da sexualidade como algo "não divino", invade as lendas de Lilith como aspecto escuro de Eva.
Mas, o papel de Lilith parece não terminar quando se une a Satã, aliás, muito pelo contrário. Segundo Zohar (Hhadasch, seção Yitro, p.29), depois participa da perdição de Adão, ao qual Yahvé (Jehová) concede como segunda esposa a Eva, nascida da sua própria costela, ou seja, à imagem do homem, o reflexo do homem, ou a imagem castrada de Adão. "Depois de que o Tentador (Sammael) houvera desobedecido ao Santíssimo, bendito seja, o Senhor o condenou a morrer". A Cabala faz eco desta tradição (Livro Emek-Ammelehh, XI), que Sammael será castigado: "Esse dia, Yahvé visitará com sua terrível espada a Leviatã, a serpente insinuante, que é Sammael, e a Leviatã, a serpente sinuosa, que é Lilith.
Esse texto nos diz que tão somente Lilith está incluída no castigo junto com Sammael e não as outras três esposas e que, Lilith também apresenta o aspecto de serpente. O que se conclui é que Lilith está reprimida no inconsciente e, quando surge, coloca a sociedade paternalista em xeque. Assim, quando Eva convida Adão para comer a maçã, é das mãos de Lilith que a receberá.
LILITH, MÃE DE ADÃO?
Pode parecer até exagerado achar que Lilith foi mãe de Adão, mas Adão tinha que ter uma mãe, senão não seria humano. E, se Adão não conheceu uma mãe material, deveria ter a imagem dela para si mesmo. Talvez seja por esse motivo que o nome de Lilith tenha desaparecido do texto oficial da Bíblia. Estaria em desacordo com as normas cristãs Adão ter uma mãe e essa mãe ter sido sua esposa. E a rejeição de Lilith pela companhia de Adão, não poderia ser interpretada como um desmame? De todas as formas, a equivalência de esposa e mãe existe. "A noção de proibição havia sido deslocada do jogo genital ao feito de chupar o peito (comer a maçã). O verdadeiro sentido é: "podemos comer da maçã, porém está proibida para o filho que tenha contato sexual com sua mãe".
Quem é Lilith então? Para Adão é um primeiro objeto de amor, do qual deve acordar-se e descobrir seu sexo." Ou seja, Lilith representa o primeiro estágio de desenvolvimento de Adão, chamado matriarcal e governado pelo arquétipo da "mãe", que será seguido pelo estágio patriarcal, no qual o arquétipo do pai será dominante. A expressão "estágio patriarcal" significa que Adão alcançou um nível de desenvolvimento do ego e da consciência no qual se dá uma importância crescente à vontade, à atividade, ao aprendizado e aos valores transmitidos pelo mundo. Entretanto, sem a separação, que levará Lilith para longe, Adão não poderia se desenvolver e se tornar adulto. Mas nessa transição da fase matriarcal para a patriarcal, o arquétipo anteriormente dominante da mãe é constelado de tal modo que seu lado "negativo" aparece. O arquétipo da fase a ser superada aparecerá como a "Mãe Terrível". Lilith começa então a provocar medo, porque representa o elemento que "reprime" e que dificulta o desenvolvimento necessário e devido. Por isso é transformada novamente na serpente é a antítese da energia ascendente do desenvolvimento do ego, tornando-se então, símbolo de estagnação, regressão e morte.
Lilith com rabo de serpente era a imagem da divindade andrógina, antes da criação, ou seja, antes do aparecimento do desejo, antes da separação do ser primitivo e absoluto, portanto, equivalente ao nada, de acordo com as teses de Hegel. Essa imagem representa a reminiscência da Lilith primitiva. Porém ela se converteu em pássaro noturno e alçando vôo desapareceu entre as trevas. Sua segunda forma, como corresponde a uma imagem desprovida de elementos terrestres, é uma forma para ficar na memória. O mito não é teológico, é essencialmente social. Em uma sociedade paternalista, Lilith é reprimida para dar lugar a Eva. Portanto, Eva representa a mulher moldada pelo homem.
Eva, entretanto, é uma mulher incompleta, lhe falta algo: o aspecto de Lilith que toma as vezes, quando se rebela, o aspecto que irá tomar Eva ao comer a maçã.
A Eva, como mulher, está totalmente alienada, não é nada mais do que a imagem castrada de Jehová e de Adão e não a imagem da parte feminina de Deus. Eva é uma mulher muda, a sombra de uma mulher, quase um fantasma. A mulher real é Lilith.
Wikepédia.