contos sol e lua

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sábado, 31 de março de 2012

Os Espíritos Lucíferos e os Filhos da Neblina.

Agora, chegamos à parte do grande filme de Deus, que retrata a Terra na última fase da Época Lemúrica. O homem adquiria, gradualmente, uma posição ereta. A coluna vertebral começava a endurecer e o sangue estava conseguindo absorver o ferro, fornecido pela influência marciana. O ego, que até aquela época tinha trabalhado sobre seus veículos de fora, foi, aos poucos, atraído para dentro, e o homem começou a sentir as coisas fora dele. Neste período, ele era totalmente inconsciente de seu corpo físico. No entanto, estava desperto no Mundo do Desejo e podia, naquele estágio, comunicar-se diretamente com os deuses.

O som do ruído dos ventos, as tempestades, o ímpeto das águas, eram para ele as vozes de seus deuses. Ele estava, pelo sacrifício de parte de sua faculdade criadora, desenvolvendo uma laringe, que permitia-lhe produzir sons. Aprendia o uso deste órgão, imitando o farfalhar das folhas e o barulho dos ventos. A mesma faculdade criadora ia também construindo um cérebro, embora ele tivesse somente uma imperfeita faculdade de observação. Este homem Lemuriano não tinha olhos, mas dois pontos sensíveis, previamente mencionados, estavam se desenvolvendo. Como a luz do Sol que aparecia muito fracamente através da neblina tornou-se mais forte, estes pontos sensíveis, com a ajuda da luz solar, desenvolveram-se em olhos.

Neste período da involução do homem, uma classe de seres entrou no quadro, seres que deveriam desempenhar uma parte muito proeminente na modelagem do futuro do homem, a classe dos espíritos Lucíferos, que eram anjos caídos, uma classe de atrasados do Período Lunar. Estes espíritos estavam a meio caminho em sua evolução entre o homem e os anjos, e precisavam encontrar uma forma pela qual pudessem obter conhecimento. Sua evolução dependia do que obtivessem através de uma onda de vida inferior, e, como eles não sabiam como construir um corpo físico, não podiam funcionar tão baixo quanto o homem que tinha um corpo físico. No entanto, estes espíritos Lucíferos, ajudando o homem a desenvolver um cérebro, sabiam que criariam um caminho para ajudá-lo em sua evolução e, assim fazendo, eles também obteriam maior experiência e crescimento para si próprios.

Sempre foi e ainda é uma lei na natureza que todos os seres, não importa em que onda de vida se encontrem - sejam eles os grandes senhores da criação, os arcanjos, anjos, espíritos Lucíferos, espíritos-grupo ou espíritos virginais - ao descerem para auxiliar ou guiar os seres inferiores ou ondas de vida, ajudando-os em seu desenvolvimento e crescimento, adquirem maior experiência e crescem na proporção da ajuda prestada. Podemos seguir esta lei até ao reino mais inferior - todas as classes estão sob ela. Os espíritos Lucíferos viram uma oportunidade de ajudar a humanidade e, não obstante, fizeram com que o homem caísse no ato da geração, o que tem causado muito sofrimento. Mostraram o caminho através do qual ambos, tanto eles como o homem, poderiam obter uma grande experiência. Experiência é o caminho do conhecimento, ainda que possa trazer sofrimento. Na verdade, para o homem, esta queda no pecado foi a abertura para maiores perspectivas e novos valores. Estes espíritos Lucíferos, aparentemente malignos, foram portadores da luz.

Enquanto o homem estava inconsciente do mundo externo, podia comunicar-se com estes espíritos Lucíferos no mundo etérico. Através deles foi-lhe ensinada a diferença entre o bem e o mal. Por meio deles, o homem foi tentado e levado ao ato da geração. Enquanto estava inconsciente da Terra e de seu ambiente físico, ele percebia, espiritualmente, a presença de seus irmãos, assim como o homem de hoje que, possuindo apenas um leve desenvolvimento do sexto sentido, pode sentir e perceber uma presença invisível quando, às vezes, algum ser desencarnado está próximo dele, e que é incapaz de ver com seus olhos físicos. Da mesma maneira, o Lemúrico era consciente de seu irmão. As condições, naquela época, eram opostas às de agora. O homem podia ver e comunicar-se com seu irmão, assim como com os seres superiores no Mundo do Desejo, mas no Mundo Físico estava em um estado de sonho, pois seus olhos físicos ainda não haviam sido abertos. Por outro lado, o homem de hoje tem seus olhos físicos abertos e pode ver seus irmãos no corpo físico, mas seus olhos espirituais estão cegos - ele perdeu a faculdade de ver no Mundo do Desejo.

Agora, voltemos nossos olhos para o lugar de nosso quadro que abrange a primeira e segunda partes da Época Atlante. Ainda encontramos a atmosfera cheia de uma neblina espessa; era possível ver, mas só a alguns metros de distância. O corpo do homem, que já estava ereto, era maciço; a parte de cima era muito grande, com enormes ombros e braços compridos; sua cabeça era pequena em proporção ao seu corpo, a testa inclinada para trás, um nariz muito achatado; a mandíbula era sólida e o pescoço grosso. Este primitivo homem Atlante, ainda não havia adquirido o uso de seus pés para andar, como o homem o faz hoje, mas ele se movia saltando, semelhante à marcha do canguru.

No começo do Período Atlante, a Terra era freqüentemente assolada por inundações que faziam com que homens e animais abandonassem as terras baixas. Gradualmente, à medida que a neblina se condensava, as terras baixas ficavam cobertas de água, impelindo todas as coisas viventes a procurarem segurança subindo para pontos mais altos. Esta migração para terras mais altas e a condensação da neblina, capacitaram o homem para ver o Sol brilhar através das nuvens e, mais tarde, a desenvolver seus olhos. Então, Adão percebeu sua companheira, Eva.

Neste estágio do desenvolvimento do homem, ele podia ver tanto no mundo espiritual quanto no físico. Isto era necessário neste período, pois ele tinha apenas o germe do corpo mental. Possuía, então, um corpo tríplice; um corpo físico, um de desejos e um vital, mas somente os rudimentos de um cérebro; portanto, ele ainda tinha que ser guiado pelos líderes divinos, com os quais podia comunicar-se no Mundo do Desejo. Quando um Atlante olhava para seu irmão, imediatamente reconhecia sua alma e seus atributos. À medida que a neblina recuava para as terras baixas, causava grandes inundações. O mais avançado ser da humanidade de então, que simbolicamente lemos na Bíblia como sendo Noé, líder dos Semitas, e sua família, haviam desenvolvido pulmões, com os quais respiravam o ar puro acima da atmosfera carregada de neblina, e eles foram os primeiros a ver o arco-íris. O homem não era mais um membro infantil da família de Deus, pois, à medida que desenvolvia a memória, tornava-se ambicioso, e o egoísmo começou a aparecer, o que dividiu a humanidade em raças.

Ao alcançarmos o terceiro período dos Atlantes, encontramos a humanidade dividida em nações; os reis eram adorados, não por sua bondade e amor, mas por sua altivez e poder, que alguns usavam de uma maneira muito depravada e egoísta. Templos foram erguidos para a prática da magia negra, que os sacerdotes exerciam sobre o povo a fim de mantê-los submissos. Arrogância e brutalidade reinavam, pois o ego do homem ainda era fraco. A natureza animal, o corpo de desejos, regia a mente infantil das pessoas daquela época. Isto fez com que os Atlantes desenvolvessem a faculdade da astúcia, o que os levou a grandes perversidades. A mais brutal de todas as sete raças Atlantes foi a dos Turianos, a quarta raça Atlante. A magia negra era praticada por esta raça da maneira mais revoltante. As classes mais baixas eram oprimidas cruelmente por aqueles que julgavam-se líderes. Vaidade e ostentação exterior eram a moda reinante.

Os Semitas originais, a seguinte ou quinta raça, foram os primeiros a esforçar-se para desenvolverem o pensamento. Embora muito primitivos, mesmo assim procuraram regular seus desejos. Estas pessoas eram muito zelosas e, desejando manter a raça pura, casavam-se somente na mesma família. Isto acontecia com o propósito de manter seu contato espiritual com os mundos invisíveis. Eles ainda estavam em contato consciente com líderes espirituais no Mundo do Desejo. Mas, à medida que as faculdades mentais se desenvolveram, a glândula pineal, (descrita em nossos capítulos anteriores como o órgão de orientação que se projetava do corpo do homem em forma de saco, na Época Polar, e que, à medida que o corpo se desenvolveu e o homem começou a andar ereto, recuou para dentro da cabeça) através da qual o homem contata os reinos espirituais, retraiu-se para dentro da cabeça, enquanto a matéria cinzenta condensava-se e, desta forma, impedia o contato com os líderes espirituais.

Uma condição semelhante pode ser notada nos dias atuais: por exemplo, nas fases inferiores da evolução, em algumas das raças mais atrasadas que ainda não estão iluminadas, encontramos, até certo ponto, faculdades espirituais desenvolvidas, enquanto que no tipo puramente intelectual, o gigante mental do Ocidente, deparamos mais freqüentemente com o que escarnece das coisas espirituais, que não acredita no que não pode provar no plano material. Não somente a visão espiritual foi sacrificada pelo crescimento do cérebro, à semelhança de uma cúpula sobre a glândula pineal, mas os abusos da faculdade geradora fizeram com que esta minúscula glândula se atrofiasse e se tornasse muito menor.

Passemos, agora, para o quadro que é, talvez, o mais familiar para nós, aquele da quinta época ou Época Ariana. O homem que retratamos até o período atual, expressava-se através de um corpo quádruplo, isto é, um corpo físico, um vital, um de desejos e um corpo mental parcialmente desenvolvido. Mas, à medida que o homem se desenvolve, mudanças ocorrem, pois a necessidade exige isso. Ele está formando agora a matriz para um novo corpo, o corpo-alma, o traje brilhante com o qual encontrará Cristo no ar, e também seu Mestres Espirituais e se comunicará diretamente com Eles.

Muitos estão trabalhando para formar este corpo, purificando suas vidas, sentindo a necessidade de viver não somente para si mas também para os outros. À medida que o corpo de desejos é dominado e o corpo físico é purificado, os dois éteres superiores vão sendo desenvolvidos, e este novo corpo-alma é formado.
do livro.EVOLUÇÃO SOB O PONTO DE VISTA ROSACRUZ.Augusta Foss-Heindel.