contos sol e lua

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quarta-feira, 26 de junho de 2019

"OS FILHOS DE CAIM E OS FILHOS DE SET"

No início da criação, a Humanidade foi divida em duas grandes correntes de evolução: a mística e a ocultista. Na Bíblia, tal divisão é representada pelas correntes de Set e de Caim. Set atingiu seu progresso pela fé; Caim o fez pelo trabalho. De Set (Sheth), portanto, derivou a Igreja; de Caim, por outro lado, derivou o estadismo, a ciência e a arte. Dentre os filhos de Noé , Sem tipifica a corrente de Set ou o Coração; Cam (Ham), a linha de Caim ou o intelecto. Ambas as linhas estão sujeitas ao pecado. Os filhos de ambas as casas são tentadas. Na linha de Cam, o filho de Cush (Gen 10:6) foi Nemrod (confusão, construtor da Torre de Babel, onde o intelecto é exaltado sobre o Espírito. Dentre os filhos de Sem, Faleg defendeu a confusão e a divisão. Em todos os capítulos da Bíblia, a divisão entre os Filhos da Água (Místicos) e os Filhos do Fogo (ocultistas), é observada. Apenas na Segunda Vinda de Cristo, como vislumbrado no Livro do Apocalipse, tal divisão será sanada e a união, alcançada. A doutrina esotérica de Israel, eminentemente exemplificada no Zohar, ou Livro do Esplendor (do Equilíbrio ou Temperança entre Rigor e Misericórdia), tem por objetivo curar tal desunião. Em linguagem moderna, este Equilíbrio ou Temperança é chamado de Trabalho da Iniciação. A Bíblia, que é um manual da Iniciação, retrata a luta das almas aspirantes que buscam alcançar tal Temperança, e, por meio deste Equilíbrio, alcançar o Céu e a sua Glória. Os Livros dos Reis é o Livro do Ocultismo, enfatizando o caminho da realização pelo Labor. Os Livros das Crônicas (primeiro e segundo) são livros sobre Misticismo, enfatizando o caminho da realização pela Fé. Os Livros dos Reis apontam para os seguidores de Jeroboão, a corrente de Caim (Fogo); Crônicas, aos seguidores de Roboão, corrente de Set (Água). Jeroboão significa luta do povo; Roboão significa crescimento do povo. Jeroboão e Roboão eram filhos de Salomão. Enquanto irmãos, estavam completamente divididos por diferenças e antagonismos. Uma divergência indicativa das barreiras que separam aqueles que seguem a corrente do conhecimento dentre aqueles que caminham pela fé. Embora os eventos descritos em ambos os Livros (Reis e Crônicas) sejam amplamente correlacionados entre si, os mesmos produzem reações divergentes entre os personagens envolvidos, pois eles descrevem, em linhas gerais, as variadas reações às experiências da vida, de um lado pela via ocultista, aqueles que seguem o caminho da cabeça, e por outro, os místicos, aqueles que seguem o caminho coração. Reis, o Livro do Ocultismo, relata como o tempo de vida de Ezequias se prolongou; Crônicas não faz qualquer menção sobre isto. O Livro das Crônicas fala do arrependimento do malvado Manassés; em Reis, não se encontra nenhuma referência a isso. Novamente, o Livro dos Reis demonstra o conflito entre Adonias e Salomão, pelo trono de Davi, uma luta omitida no Livro das Crônicas. Nem este último registra a queda de Salomão na idolatria ou o pecado de Davi e Bate-Seba, ambos mencionados em Reis. No idioma Hebreu, as Crônicas são chamadas de Dibre Hayzamin, que significa os eventos do tempo. Crônicas II foi o último Livro histórico antes do Cativeiro. O Livro de Ezra foi o primeiro depois do Cativeiro. Os versos finais do último capítulo das Crônicas antecipam os versos iniciais do primeiro capítulo de Ezra. Os 77 anos de Cativeiro ocorrem entre os primeiros 40 versículos do capítulo 36 das Crônicas. Assim, o registro profético mostra que a profecia preencheu o abismo da história, de modo que, para a visão do Clarividente, a história de Israel é ininterrupta do primeiro ao último. Embora as grandes massas tenham vivido em escuridão, alguns poucos encontraram a Luz. Assim, nas Crônicas, a Rainha de Sabá, que simboliza a humanidade, busca pela luz aos pés de Salomão, o Rei da Sabedoria. A primeira e a segunda Crônicas são ligadas ao número 10. Onde as massas estão concentradas, este número leva a destruição de Jerusalém, isto é, a perda da paz e do poder espiritual. Mas para os poucos que encontraram a Luz, o número 10 é um caminho secreto, o Caminho ao Rei, que leva ao equilíbrio, harmonia e a realização, quando o UM (1) supera o NADA (0) como a Luz dissipa as trevas. O primeiro e o segundo livros dos Reis estão ligados ao número 6, que simboliza uma Cruz de Lux e a Estrela de Seis Pontas de David. Seis é tanto masculino quanto feminino. Ele abarca as forças mescladas do Sol e da Luz e é representado no Livro do Apocalipse como s Mulher Vertida de SOL que tem a LUA em seus pés. A força vibratória que imprime o poder do 6 sobre qualquer forma de criação proclama o fato de que a evolução na forma alcançou a perfeição, assim, o trabalho do espírito é soberano. Deus sempre vê que o trabalho do sexto dia é bom. Assim, o sexto dia é seguido pelo dia do “descanso”, um interlúdio subjetivo. O crescimento e o desenvolvimento do cosmos, e a relação disso com o Homem, é revelada pelo estudo esotérico dos números. Por esta razão um candidato a maçonaria* é instruído a estudas ambas as ciências: matemática e as ciências das estrelas. “Porém alguns dos filhos de Judá, e dos filhos de Benjamim, e dos filhos de Efraim e Manassés, habitaram em Jerusalém”. 1 Crônicas 9:3. Em Jerusalém, cidade da grande mescla, foi ensinado a arte alquímica do Casamento Místico, união entre o Coração e a Cabeça – o ideal para muitos, porém alcançado apenas por alguns. Ali, Melquisedeque, Rei e Sacerdote de Salém, ensinou este grande mistério alquímico a Abraão, o primeiro Mestre iluminado da Era de Áries. O Caminho para se alcançar este casamento foi ilustrado no Tabernáculo do Deserto, e sua consumação era o Santo dos Santos (Sala Oeste, local onde havia a Glória de Shekinah). Mas o Homem falhou nesta consumação. O Místico Rei Salomão e o Mestre do Ocultismo e Ofício Hiram Abiff tentaram instruir as pessoas no Grande Trabalho, mas seus esforços também encontraram a falha. Após está falha de realizar a mescla divina, ocorreu à destruição do Templo e de Jerusalém, e os 70 anos de escravidão na Babilônia. Cristo Jesus, o Mestre Supremo, fez-se carne e ensinou o Trabalho que foi consumado Nele mesmo. Seu corpo foi à oficina. Ele mesmo foi o Grande Trabalho e o Artífice; o Labor e Quem Labora; A Verdade e o Revelador da Verdade. Seu secreto desenvolvimento foi e é a mescla alquímica entre Água e Fogo, entre Coração e Mente, entre Set e Caim. Ele não é um ou outro, mas ambos. Ele ensinou este segredo aos seus discípulos; e no Dia de Pentecostes, quando a Língua Espiritual dupla (fogo e água) desceu sobre eles, tornaram-se Filhos de Deus com Ele. Este é o verdadeiro ensinamento esotérico do Judaísmo e do Cristianismo, e o florescimento de tudo isso foi ensinado por Homens Sábios de todos os tempos e raças. Em nenhum lugar do Mundo Cristo é um estranho. Ele é o Irmão, e mais do que um Irmão, Ele é todos os Homens. Enquanto seus ensinamentos profundos estão escondidos para as grades massas, os estudantes do esoterismo podem enxergar isso como uma Luz distante e viajam em direção a ela, sem desanimarem pelos terrores do caminho, pois eles sabem que o Cristo é o Caminho, a Verdade e a Vida.(Corinne Heline)

A Finalidade da Vida Humana.

Somos “pensamentos” de DEUS. “Pensamentos de DEUS”, vivos e desdobrando a potencialidade que, como herança divina, DEUS nos deu. Envolveram-se estes “pensamentos” desta vida virginal em todas as substâncias necessárias para adquirir consciência de si mesmos. É verdade que um dia fomos inconscientes de nós mesmos. Por assim dizer, movimentávamo-nos na vida una sem consciência dela mesma. Hoje, estes “pensamentos”, Espíritos Virginais convertidos mais tarde em Egos humanos, chegaram a esta perfeição de poderem se manifestar como indivíduos separados e, no entanto, tão unidos e tão imensamente unificados na vida de DEUS. Penso que assim foi para alcançar esta consciência consciente de que hoje dispomos. A humanidade toda tem percorrido tantos e tantos tempos que mesmo se perde na memória. Assim, amigos, já passamos por três grandes Anos Siderais. Cada ano sideral se compõe de 25.868 anos. E passamos três anos Siderais para chegar à metade de nossa Evolução. É apenas o que se pode comprovar em relação aos passos que já realizamos na Terra. Quanto teremos nos movimentado antes de chegarmos a esta forma concreta? Somente na infinita vida de DEUS é que se poderá encontrar a exatidão destes “pensamentos de DEUS”. Entretanto, a vida humana tem uma finalidade: adquirir o domínio total de tudo que possuímos como Espíritos em evolução. Para isto, é que manifestamos pensamentos, sentimentos, desejos que nos vêm de DEUS e nos provocam uma reação, à medida de nossa evolução, que cada dia é maior. Sentimos, hoje em dia, a necessidade imensa de poder ter um mundo de Paz e que toda a humanidade possa ter a alegria de viver em Paz. Paz e Paz para com todos os homens. Paz, trata a ciência e Paz, trata a religião, e ambas trabalham. E como trabalham separadas, separadamente extraem seus resultados. Em conjunto, unidas, é difícil. Por isto, é preciso que se trate de uma unificação integral da criatura de DEUS. Quando se tratar a ciência, a religião e a arte juntas, não haverá tanta preocupação com a Paz e a Paz será uma realidade entre todos nós. Porque o essencial da vida humana é adquirir experiência, e a finalidade de estarmos na Terra é somente adquirirmos uma consciência consciente, para podermos penetrar em outros planos de atividade ou Dias de Manifestação, onde possamos viver em corpos mais leves, com uma Inteligência ou Sabedoria desdobrada mais próxima da realidade da Vida de DEUS. Amigos, na verdade, entender o Cristianismo de Cristo é simples e natural. Nós, os cristãos, é que somos complicados e, sobretudo, é muito difícil para nós entendermos a unificação de toda humanidade. Sim, enquanto isso não seja uma realidade, andaremos pelas areias da vida sempre à procura da última fórmula fora de nós, e sem sentir que ela está no mais interno de nosso coração. Por que ela está no mais interno de nosso coração? Porque em nosso coração há um ventrículo e nele, de verdade e em verdade, mora a Voz de DEUS. É essa voz de DEUS que se manifesta, é essa voz de DEUS que pulsa constantemente para dar algo que nos traga a Paz, algo que nos dê a sensação da Unidade completa com tudo. Por que temos esta ânsia de chegar a DEUS? Em verdade, não há criatura que esteja satisfeita. Não há poder na Terra que dê a completa harmonia, a satisfação do Espírito, porque ele se sente movido sempre por seu eterno Criador, por Aquele que pensa, que o provoca e o movimenta. Assim, amigos, o Espírito, envolvido em corpos, vai desenvolvendo a Vontade do Pai, o Amor e a Sabedoria de Cristo e a Atividade do Espírito Santo. Como isto se manifestará na vida humana? Através da manifestação de cada um de nós. Quando nos manifestamos, pomos em movimento as essências que estão em nosso interior. Assim, vamos desenvolvendo uma vontade, essa vontade que se dirige para o divino, para o perfeito; esta é a Vontade do Pai. De certa forma, a Vontade do Pai sustém o mundo para ver se cada um de nós deseja mesmo empregar a vontade para unir e construir, para amar e levantar a humanidade, se cada um de nós está fazendo contato com a Vontade do Pai, assim como o Pai fez contato com a Vontade de DEUS. Assim será quando desejarmos amar profundamente, amar por amar mesmo sem nada possuir, apenas por um desejo de dar-nos. Dar-nos, amigos, é uma palavra muito difícil. É tão difícil para o cristão dar-se!... O único espelho, o único que temos no Cristianismo, deu-se, deu-se sem nada pedir, deu-se por dar-se mesmo na ânsia infinita de amar até mesmo o imperfeito, como imperfeitos somos nós. Ele é grande, imensamente grande e nós, na nossa pequenez, desejamos somente amar o perfeito. Oh! Quantas vezes negamos a caridade do sentimento! Haverá caridade maior do que a caridade do sentimento para uma alma que sofre, seja qual for a natureza de seu sofrimento? Não há caridade maior que esta, mas nós escolhemos a quem dar nosso sentimento... O Cristianismo é perfeito. O Cristianismo é único. Nós, os cristãos, é que somos imperfeitos, é que selecionamos para amar. Quando amarmos integralmente, quando amarmos sem nada pedir, quando amarmos sem nada possuir, estaremos amando como nos ensina o Cristianismo. Amando, amando tudo, estaremos fazendo contato com o Salvador do Mundo. Não temos outro meio para salvar-nos senão esse meio: o meio de contato com o Pai, o meio de contato com o Filho. Sim, usando nossa vontade, a parte do Pai que está em nós se manifesta através dela, mesmo a vontade para realizar no plano material. É sempre um contato com a vontade do Pai. Assim, quando amamos, quando desejamos saber dar, quando desejamos dar tudo o que possuímos, estamos fazendo contato com o Amor e a Sabedoria de Jesus Cristo. E quando pomos em atividade este Princípio Divino em nós, estamos entrando em contato com a origem de nossa vida e, como “pensamentos de DEUS”, manifestar-nos-emos muitíssimo mais amplamente em toda a atividade da vida. Porque quando a nossa Vontade, o nosso Amor e o nosso desejo revolucionarem o nosso próprio ser de encontro a uma meta divina, estaremos entrando em contato consciente com os poderes latentes que estão em nosso interior e, de certa forma, estarão os “pensamentos de DEUS” buscando a origem de como manifestar-nos divina e sabiamente. A atividade de nossa vida, a ação de nossa vida, está dirigida pelo Espírito Santo. Do Espírito Santo nos chega a ação. Em tudo o que é ação em nossa vida está-se manifestando em nós o Espírito Santo. Em verdade, três divindades em uma, pois, na verdade, todas as três divindades são DEUS mesmo, através de seu Verbo Criador. Assim como nós, Espírito tríplice, em verdade um Espírito agindo em diferentes facetas de nossa manifestação, assim como o Espírito tríplice manifesta-se ou extrai a alquimia destas atividades, a alma, que não é de DEUS, se forma para DEUS. Quando nós, em Espírito como somos, manifestarmos a Vontade, o Amor e a Atividade, estará se manifestando em nosso interior a triplicidade de nosso Espírito. Essa triplicidade de nosso Espírito põe em atividade os Corpos. Chamamos na Filosofia Rosacruz de Max Heindel de Sombras do Espírito. Sombras porque são de matérias mais densas e denominam-se Corpo Denso, Corpo Vital, Corpo de Desejos e Mente. Em verdade, são instrumentos do Espírito Uno. Mas o Espírito Uno não se manifesta diretamente senão através de sua Santíssima Trindade e nós, como”pensamentos d´ELE”, nos manifestamos em Triplicidade. É assim que DEUS põe em movimento o Pai, o Filho e o Espírito Santo para manifestar seu Poder Criador Divino. Nós, como Espíritos Virginais imortais, pomos em manifestação a triplicidade do Espírito com seu tríplice corpo, e, trabalhando através de seus corpos, o Espírito extrai de cada um deles a alquimia, a grandiosa e formosa alquimia dos alquimistas: a transmutação do material inferior em ouro puríssimo da alma. Quando o Espírito consegue trabalhar manifestando a Vontade Divina, o Amor, a Sabedoria e uma Atividade correta, digna e unificante, está trabalhando as alquimias de seus corpos e ele extrairá disso o resultado. Forma-se, então, através do trabalho do Corpo Físico o que se denomina Alma Consciente. Extrai-se do Corpo Vital o que se denomina Alma Intelectual e extrai-se do Corpo de Desejos o que se denomina Alma Emocional. Tem, então, o Espírito o que se denomina as alquimias, como um grande alquimista que há de transmutar a partir dos metais baixos o puríssimo ouro para formar as almas em homenagem Àquele que o criou. Em Verdade e em Verdade disse Paulo: “Não sabeis que sois Templos de DEUS?” Sim, somos Templos de DEUS, onde DEUS se manifesta, mas através de um grande alquimista que também está em nosso interior – o Espírito Uno em potencial. Assim, amigos, poderemos realizar tudo o que nos propuzermos a realizar. Sim, amigos, tudo alcançaremos, dependendo das forças que pusermos em movimento dentro de nós. Não se esqueçam de que a vontade deve ser uma Vontade Divina, deve ser uma vontade sublime, deve ser uma vontade mística e magnífica. O Amor deve ser um amor de dar por dar mesmo. E a Atividade deve ser uma atividade que nos dê a experiência sábia e consciente, sem magoar, sem oprimir, sem nada querer, senão pela forma de dar-se. Dar-nos é a única forma que temos de ganhar. Dar-nos para ganhar o Caminho de Retorno, Sábio e Consciente à Fonte de toda Origem. Hoje é um grande dia para recolher-se, para recuperar a saúde, harmonizar os corpos e sobretudo revestir-se de harmonia interna. Que a Paz seja convosco e a Paz seja entre todos nós! - Palestra radiofônica feita ao microfone da Rádio Copacabana, no Programa "A Voz Rosacruz",17/09/1959