contos sol e lua

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quinta-feira, 17 de maio de 2012

O Albatroz.



Às vezes, por prazer, os homens de equipagem
Pegam um albatroz, enorme ave marinha,
Que segue, companheiro indolente de viagem,
O navio que sobre os abismos caminha.

Mal o põem no convés por sobre as pranchas rasas,
Esse senhor do azul, sem jeito e envergonhado,
Deixa doridamente as grandes e alvas asas
Como remos cair e arrastar-se a seu lado.

Que sem graça é o viajor alado sem seu nimbo!
Ave tão bela, como está cômica e feia!
Um o irrita chegando ao seu bico em cachimbo,
Outro põe-se a imitar o enfermo que coxeia!

O poeta é semelhante ao príncipe da altura
Que busca a tempestade e ri da flecha no ar;
Exilado no chão, em meio à corja impura,
As asas de gigante impedem-no de andar.
charles beudelaire.

CARTA DE AMOR de ludwig van beethoven.



Bom dia! Todavia, na cama se multiplicam os meus pensamentos em ti, minha amada imortal; tão alegres como tristes, esperando ver se o destino quer ouvir-nos. Viver sozinho é-me possível, ou inteiramente contigo, ou completamente sem ti. Quero ir bem longe até que possa voar para os teus braços e sentir-me num lugar que seja só nosso, podendo enviar a minha alma ao reino dos espíritos envolta contigo. Tu concordarás comigo, tanto mais que conheces a minha fidelidade, e que nunca nenhuma outra possuirá meu coração; nunca, nunca… Oh, Deus! Por que viver separados, quando se ama assim?


Minha vida, o mesmo aqui que em Viena: sentindo-me só, angustiado. Tu, amor, tens-me feito ao mesmo tempo o ser mais feliz e o mais infeliz. Há muito tempo que preciso de uma certeza na minha vida. Não seria uma definição quanto ao nosso relacionamento?… Anjo, acabo de saber que o correio sai todos os dias. E isso me faz pensar que tu receberás a carta em seguida.

Fica tranquila. Contemplando com confiança a nossa vida alcançaremos o nosso objectivo de vivermos juntos. Fica tranquila, queiras-me. Hoje e sempre, quanta ansiedade e quantas lágrimas pensando em ti… em ti… em ti, minha vida… meu tudo! Adeus… queiras-me sempre! Não duvides jamais do fiel coração de teu enamorado Ludwig.

Eternamente teu,
eternamente minha,
eternamente nossos.

Ludwig van Beethoven.

Ludwig Van Beethoven.


Compreender este génio – ou o de Shakespeare, de Paracelso, de Ricardo Wagner, de Leonardo da Vinci, de Miguel Ângelo, de Goethe, ou de Camões e assim por diante – não é fácil. Como todos os outros, possui tão elevada experiência, adquirida ao longo de muitas vidas, que tem uma capacidade epigenésica fora do comum – acompanhada do carácter brusco e quase intratável de que o acusam, mas que não pode ser apreciado de acordo com os parâmetros habituais ou preconceituosos.

Se unirmos as palavras que no intróito acima se transcrevem, às de Santo Isidoro de Sevilha (560-636) ao defender "a música como a criadora de tudo o que existe", a que conclusão – ou conclusões – chegaremos?

E se juntarmos agora estes dois pontos de vista aos ensinamentos expendidos por Max Heindel sobre esta sublime arte, não se tornarão eles muito mais luminosos?

Mas deixemos estes pensamentos transcendentais e limitemo-nos à obra e à vida de Beethoven, cujo monumento evocativo visitámos num belo dia do Verão de 1995, em Viena, a capital da música, na companhia da nossa esposa.

Ao redor floriam lindas rosas vermelhas que serviam de excelente elo de união das nove estátuas colocadas na base do monumento. São alegorias das suas nove Sinfonias. Tudo contribuía para uma análise mais profunda, para a reflexão e para a meditação. Ficámos admirados da capacidade do autor deste maravilhoso trabalho escultórico. Cada uma das figuras comunicava concepções metafísicas. Todavia, o cisne foi a figura que mais nos prendeu. Estava ali representado o estado real deste génio, um elevado Iniciado, que chegou a começar a 10ª Sinfonia. Seria ele era um Irmão Leigo, que, passando as 9 iniciações nos Mistérios Menores, tal como Max Heindel, se preparasse para o grau seguinte, de Adepto?

Mas, como o poderemos admitir, se Beethoven mantinha o vício de fumar e reacções tão bruscas que têm servido para críticas destrutivas?

Max Heindel dá-nos uma explicação possível quando nos relata a experiência de um amigo, também ele Irmão Leigo, que não se recordava das suas experiências ocorridas no corpo-alma, devido, precisamente, ao tabaquismo. De facto, quer o tabaco, quer as bebidas alcoólicas, afectam gravemente o cérebro e os veículos supra-físicos. Por outro lado, quem, como Beethoven, por meio da música, foi capaz de comunicar os nossos sentimentos em todos os seus níveis? Por isso, ora subia aos céus e tinha a capacidade de ouvir os sons da Lira de Apolo, embora não captasse os sons físicos, ora descia aos infernos dos nossos enormes conflitos e das confusões de sentimentos e actos.

Uma das pessoas que teve o ensejo de o ver tocar, John Russell, disse que entre Beethoven e o piano havia uma união tão perfeita que se espantava de, sendo já o compositor surdo, conseguir "ouvir" o que tocava, reflectindo-se-lhe no rosto os sons que produzia. A resposta já a sabemos...

Quem, como ele, soube vencer as adversidades da vida, trabalhar tão intensa e magistralmente? Quem, como ele, soube transmitir por meio desta arte sublime os sentimentos e os actos?

Que poder imenso têm as suas obras, e, em particular, as sinfonias, para nos libertar das nossas limitações corporais! Não nos ajudarão elas a voar como um cisne, até à nossa verdadeira pátria?

Os homens do seu tempo jamais poderiam compreender Beethoven... É que ele já estava para além do seu – e também do nosso – tempo.

Beethoven nasceu a 16 de Dezembro de 1770, sob influência das energias cósmicas das Hierarquias dos Senhores da Mente, Sagitarianas, a cujo signo pertence.

Aprendeu duras lições pela influência de Plutão, o "fogo congelado"; de Júpiter, que noutra ocasião chamámos "Zeus", e de Vénus, que no mesmo trabalho denominamos "Madalena". Deste conjunto de influências teve um destino algo semelhante ao de Camões, que muito amou e muita incompreensão arrecadou. Todos estes planetas estavam no signo do Capricórnio, signo regido pela "Mão Dura", Saturno, com todas as provas que daí advêm.

Contudo, Beethoven beneficiava das influências do "Senhor de Luz", que é o Sol, o Cristo Cósmico, da "Senhora da Forma", a Lua, e ainda de Mercúrio, a que chamámos "Hermes", todos eles em trânsito no Sagitário, o que lhe permitiu formar um canal divino por onde fluíam os sons da fonte primeira.

Ao afirmar que Deus estava mais perto dele que dos outros, Beethoven sabia que Deus age muito mais facilmente por meio dos seres com muita experiência – quase todos perseguidos, difamados, incompreendidos.

Em Beethoven há o génio revolucionário, o amante da liberdade e da verdade, o espiritualista rosacruciano da fraternidade, o cosmocrata nos ideais da Idade do Aquário.

Aprendamos a apreciar e a ser mais gratos àquele para quem Deus era tudo e que reconhecia que o Mundo estava n’Ele como ele estava no Mundo, usando os nossos talentos, como ele o fez.D. D. C.

A Lenda de Hiram.


A lenda diz que Salomão, querendo fazer de seu corpo um templo digno, pediu a Hiram, rei de Tiro, um mestre arquiteto de obra. Hiram, Rei Consciência, envia e lhe recomenda Hiram Abiff (Mestre Construtor), filho de uma viúva

Hiram Abiff é designado como chefe supremo dos obreiros para a construção do templo. Estes obreiros tinham diversos graus de capacidade e diferentes talentos individuais. Era, pois, necessário dividi-los segundo suas capacidades para poder aproveitar melhor o trabalho de cada um.

Hiram, como sábio, justo e benevolente, os repartiu em três categorias: aprendizes, companheiros e mestres. Hiram deu a cada um a maneira de se fazer conhecido como tal por meio de signos, toques e palavras apropriados.

Hiram construiu e ergueu no Templo duas grandes colunas bronze, ocas. Determinou que os Aprendizes recebessem seu salário na primeira coluna, os Companheiros, na segunda e os Mestres na "câmara do meio".

Cada classe de obreiro, para poder receber seu salário, se fazia conhecer pelo esforço e trabalho que havia dedicado à Obra.

O trabalho foi dirigido e executado com sabedoria, ordem e exatidão, segundo as instruções recebidas, e a obra avançou em progresso e elevação rapidamente.

Apesar do número de obreiros, que entre todos eram mais de oitenta mil, e de ser feito todo gênero de obra, não se ouvia nenhum ruído de instrumento de metal.

Durante sete anos ou mais de construção, não houve chuva, porque o templo estava constantemente coberto. Igualmente reinaram a paz e a prosperidade durante a construção do Templo.

Três obreiros da classe dos companheiros, julgando-se merecedores e dignos de serem mestres, e querendo conseguir isso pela força, como acontece com todos os ignorantes, tramaram uma conspiração para se apoderarem, pela violência, da Palavra Sagrada, e de serem reconhecidos como Mestres.

Estes três trataram de convencer outros nove companheiros mestres, mas estes, no último momento, desistiram, porque foram perturbados pelo remorso.

Os três cúmplices ficaram sozinhos, e, urdindo o crime, resolveram obter a Palavra pela força, do próprio Hiram.

Os três aguardaram-no, a quem, por sua bondade, esperavam intimidar.

Escolheram o meio-dia como a hora mais propícia, pois a essa hora Hiram costumava visitar e revisar o trabalho, e elevar suas preces enquanto os demais descansavam. Os três se dirigiram para as três portas do Templo, que naquele momento já estavam desertas, porque todos os obreiros já haviam saído para descansar.

Quando Hiram terminou sua prece e quis atravessar a porta do sul, o companheiro ali postado o ameaçou com sua régua de vinte e quatro polegadas, pedindo-lhe a Palavra e o Sinal de Mestre. Todavia, o Mestre respondeu-lhe: "Trabalha, e serás recompensado!" Vendo a inutilidade de seus esforços, o companheiro ignorante o golpeou fortemente com a régua. E, havendo o Mestre levantado o braço direito para deter o golpe vibrado sobre sua garganta, seu ombro direito foi atingido, paralisando o braço.

O Mestre dirigiu-se, então, até a porta do Ocidente, e, ali, o segundo companheiro lhe exigiu, como o primeiro, A Palavra e o Sinal de Mestre, recebendo a mesma resposta: "Trabalha, e obterás". Então este companheiro deu-lhe um forte golpe no peito com o esquadro de ferro. Meio aturdido, Hiram dirigiu-se até a porta do Oriente.

Nesta porta o terceiro o esperava. Era o pior intencionado dos três, que, recebendo a mesma negativa do Mestre, deu-lhe um golpe mortal sobre a fronte, com o malhete que havia levado consigo.

Quando os três se encontraram novamente, comprovaram que nenhum possuía o Sinal nem a Palavra; horrorizaram-se pelo crime inútil e não tiveram outro pensamento senão o de ocultá-lo e fazer desaparecer seus vestígios. E, assim, de noite, levaram a vítima em direção ao Ocidente e a esconderam no cume de uma colina, perto do local da construção.

Quando Hiram não apareceu no lugar do trabalho, todos ficaram perplexos, pressagiando uma desgraça.

Terminou o dia, e o Arquiteto não apareceu; então, os nove companheiros, que haviam se oposto à empresa dos três malvados, decidiram revelar aos Mestres o ocorrido. Foram conduzidos à presença de Salomão, que, depois de ter escutado o relato dos três mestres e dos nove companheiros, ordenou aos primeiros que formassem três grupos, cada um deles unindo-se com seus companheiros para esquadrinhar os territórios e regiões do Oriente, do Ocidente e do Meio-dia, em busca do Grande Mestre e Arquiteto Hiram Abiff, e dos três companheiros da Palavra Perdida, a qual nem mesmo Salomão conhecia, e que havia se perdido com o desaparecimento de Hiram.

Durante três dias o procuraram, inutilmente; porém, na manhã do quarto dia, um dos grupos que se dirigia para o Ocidente achava-se sobre as montanhas do Líbano a fim de encontrar um lugar onde pudesse passar a noite; ouviu então vozes humanas numa caverna. Eram os três companheiros assassinos. Estes viram os visitantes fazer os sinais do castigo, sinais que foram adotados depois para os três graus, como meio de reconhecimento.

Os três delinqüentes escaparam por outra saída da caverna, e ninguém depois conseguiu encontrar seus rastros.

Quando regressavam a Jerusalém, na noite do sexto dia (já perto da cidade), um dos três viajantes se deixou cair, extenuado, sobre um montículo. Observou, então, que a terra havia sido recentemente removida, e que dela emanava o odor putrefato dos cadáveres.

Começando a escavar, chegaram a apalpar o corpo mas, como estava escuro, não se atreveram a continuar suas pesquisas. Recobriram então o cadáver e colocaram sobre o montículo um ramo de acácia, espécie de árvore comum, cujas flores e folhas são sempiternas.

No dia seguinte, relataram seu descobrimento a Salomão; este fez o Sinal e pronunciou a palavra, que depois foram usados como sinais de socorro. Em seguida encarregou os nove mestres de verificar se se tratava do Grande Mestre Hiram, e de buscar nele os sinais de reconhecimento, os quais ficaram fixados pelas palavras que foram pronunciadas no momento em que o corpo foi levantado da sepultura.

Assim procederam e, ao verem a fronte ensangüentada, coberta por um avental, e sobre o peito a insígnia do grau, fizeram o Sinal de Horror, que ficou sendo o sinal de reconhecimento entre os maçons.
Hiram na Tradição Maçônica

De acordo com a lenda Maçônica, Hiram Abiff era um homem de Tire, o filho de uma viúva e o arquiteto-chefe do Templo construído pelo Rei Salomão. Ele era o personagem principal da construção do Templo (Hiram, Rei de Tire) e também um de outros três personagens envolvidos com Salomão e ele. Hiram Abiff, segundo a Maçonaria, era o único no mundo que conhecia os "segredos de um Mestre Maçon", incluindo o mais importante deles, a "Grande Palavra Maçônica", o nome de Deus ("o inefável nome"). Do mesmo modo, na doutrina oculta, saber o nome de um espírito é uma chave de ter seu poder, e existe um grande poder envolvido com o conhecimento desta palavra. Saber os outros "segredos de um Mestre Maçon" habilitava os maçons/obreiros a trabalhar no projeto do Templo to go out on their own, trabalhando como Mestres Maçons e recebendo o salário de Mestres Maçons.

Este Hiram prometeu revelar os "segredos de um Mestre Maçon", incluindo o nome de Deus, ao completar-se a construção do templo, e fazer com que os obreiros se tornem Mestres Maçons, aptos a frequentar seu interior como mestres (they were, as yet, only "fellowcraft" Masons). One day Hiram went, as was his custom, into the unfinished Holy of Holies at noon ("High Twelve") to worship and to draw up the work plans (on his "trestleboard") for the workmen to follow the next day. The workmen were outside the Temple for their lunch break ("…the craft were called from labor to refreshment…")

As Hiram was leaving the Temple he was accosted by three "ruffians," in succession, who demanded that they be given the secrets immediately (without waiting for the Temple to be completed). He was handled roughly by the first ruffian (Jubela), but escaped. Accosted and handled roughly by the second ruffian (Jubelo), he again refused to divulge the secrets and again escaped. The third ruffian (Jubelum) then accosted him and, when Hiram again refused to divulge the secrets, killed him with a blow to the forehead with a setting maul. The body was hastily concealed under some rubbish in the Temple until midnight ("low twelve") when it was taken out to the brow of a hill and buried. The grave was marked by a branch of Acacia (an evergreen tree common in the Middle East), and the three ruffians attempted to escape the country. Denied passage on a ship out of the country, they retreated into the hills to hide. Meanwhile, back at the Temple, it was noticed that Hiram was missing and King Solomon was notified. Solomon immediately ordered a search in and about the Temple with no success. At this point 12 "fellowcrafts" reported to the King that they and three others (the three "ruffians") had conspired to extort the secrets of Hiram Abiff but they had repented and refused to go through with the murderous plan. They reported that it was those other three who had murdered Grand Master Hiram and King Solomon then sent them out in groups of three to search in all directions.

After questioning the sea captain who had refused the murderers passage, three of the searchers then followed the murderers' path and discovered the grave with its Acacia at the head. Digging down and recognizing the body, they reported back to Solomon. Solomon sent them back to locate the grave, positively identify the body as Hiram and to attempt to raise it from the grave with the grip of an Entered Apprentice. They relocated the grave but were unable to raise the body because decomposition had caused the flesh to cleave to the bone. Reporting back to Solomon, they were told to return to the grave and attempt to raise the body with the grip of a Fellowcraft. When this failed because the skin slipped away, they reported back to Solomon who, himself, went to the grave and raised the body up with the grip of a Master Mason, the "Strong Grip of a Lion's Paw." Hiram was not only brought up out of the grave, but restored to life. The first word he spoke was the replacement for the "Grand Masonic Word" lost at his death and that word is the one passed down to Master Masons to this day. (1) This, then, is the Masonic legend of Hiram Abiff, and most Blue Lodge Masons believe that it is a factual, scriptural and historical account. It is generally believed, in spite of the fact that the Masonic authorities and writers of doctrine agree that it is not only a myth, unsupported by facts, but acknowledge that it is but a retelling of Isis and Osiris.
O registro bíblico

A Bíblia registra dois homens nomeados Hiram, relativo a construção do Templo do Rei Salomão; uma é Hiram, Rei de Tire, que era assistente de Salomão e quem providenciou materiais e trabalhadores para o projeto.

O outro Hiram, chamado "o filho de uma viúva da tribo de Naftali", era um trabalhador de metais, não o arquiteto do Templo inteiro. Ele fez os pilares, pás e bacias de metal. As escrituras registram que este Hiram, o filho da viúva, completou todo o trabalho que ele tinha vindo fazer no Templo. Presumivelmente, ele voltou então à sua casa em Tire, são e salvo (não há nenhuma indicação na Bíblia de que qualquer coisa tenha ocorrido).

Relativo à reivindicação maçônica que Hiram, o filho da viúva, era o arquiteto principal do Templo, a Bíblia está clara estabelecendo que ele não era tal coisa. A Bíblia revela que Deus, Ele mesmo, era o desenhista e arquiteto do Templo, que Ele deu os planos em detalhes minuciosos para Davi e que Davi os deu a Salomão, junto com a maioria dos materiais.
A conexão egípcia

É o consenso da opinião entre autoridades maçônicas, filósofos e escritores da doutrina que a lenda de Hiram Abiff somente é a versão maçônica de uma lenda muito mais antiga que a de Ísis e Osíris, a base dos Mistérios egípcios.


A Lenda de Ísis e Osiris

Osíris, Rei dos Egípcios e seu Deus, realizou uma longa viagem para abençoar nações vizinhas com o seu conhecimento das artes e ciências. Seu irmão ciumento, Tifão (deus do Inverno) conspirou para assiná-lo e roubar seu reino. E assim aconteceu. Isis, irmã e esposa de Osiris e sua rainha (e também deusa da lua) partiu em procura do corpo de seu marido, investigando tudo que encontrou.

Após certas aventuras, ela encontrou o corpo com uma Acácia próxima à parte da cabeça no caixão. Retornando ao lar, ela secretamente enterrou o corpo, pretendendo dar um verdadeiro enterro assim que os preparativos fossem feitos. Tifão, por traição, roubou o corpo e cortou-o em 14 pedaços e os escondeu em diversos lugares. Isis então fez uma segunda busca e localizou todos os pedaços com exceção de um: o phallus.

She made a substitute phallus, consecrated it, and it became a sacred substitute, and object of worship.

This, in extremely abbreviated form, is the Egyptian legend of Isis and Osiris. It is without doubt, the basis for the Masonic legend of Hiram Abiff. To support this "Egyptian connection," let's consider two things: a brief comparison of key elements in both stories and the conclusions of the Masonic authorities in Masonic source-writings.
Uma breve comparação das Lendas de Hiram Abiff e Osíris

A semelhança fundamental entre as duas histórias pode ser vista em muitos aspectos, a seguir estão alguns dos mais importantes:

Ambos os homens foram para terras estrangeiras para partilhar os seus conhecimentos de artes e ciências.
Em ambas as lendas os dois possuiam algo precioso: Hiram possuía a palavra secreta, Osiris possuía o reino.
Em ambas as lendas há uma conspiração perversa por homens maus para adquirir as posses dos dois.
Em ambas as lendas há uma luta e um assassinato do líder virtuoso.
Ambos são assassinadas por seus irmãos (Osiris por Tifão; Hiram por Jubelum, seu irmão maçom).
Ambos os corpos são enterrados às pressas, com a intenção de um futuro funeral.
Locais dos corpos estão ambos marcados por uma Acácia na cabeça do local do enterro.
Em ambas as lendas, há duas buscas separadas para encontrar os corpos.
Em ambas as lendas há uma perda de algo precioso: com a morte de Hiram, a palavra secreta está perdida; na morte de Osíris, o falo está perdido.
Em ambas as lendas há uma substituição para o bem precioso que se perdeu; A palavra perdida de Hiram é substituída pela palavra secreta; O falo perdido de Osíris é substituído por outro falo consagrado.

O Terceiro Landmark

"A lenda do terceiro grau é um Landmark importante, cuja integridade tem sido respeitada. Nenhum rito existe na maçonaria, em qualquer país ou em qualquer idioma, em que não sejam expostos os elementos essenciais dessa lenda. As fórmulas escritas podem variar e, na verdade, variam; porém, a lenda do construtor do Templo constitui a essência e a identidade da Maçonaria. Qualquer rito que a excluísse ou a alterasse materialmente, cessaria, por isso, de ser um rito maçônico."
Antecedentes Históricos

Elias Ashmole, sábio e antiquário inglês (1617–1692), iniciado em 1646, teria sido o criador dos rituais dos três graus da maçonaria simbólica e, inclusive, da Real Arco, autoria hoje contestada por autores modernos mas a época em que eles foram criados permanece a mesma e que é uma época interessante pelos fatos históricos que aconteceram e que muito tem a ver com o desenvolvimento da maçonaria moderna. Carlos I, príncipe da dinastia escocesa dos Stuart, foi decapitado em 1649, com o triunfo da revolução de Oliverio Cromwell que instala sua república puritana. Elias Ashmole, que era do partido dos Stuart, haveria decidido modificar o Ritual de Mest.´. fazendo uma alegoria do trágico fim de Carlos I e para que fora usado tanto os conhecimentos míticos como o espírito místico; Hiram ressuscita dos mortos assim como Carlos I será vingado pelos seus filhos.

Especulações foram desenvolvidas por quem procura descobrir a origem da Lenda e, de fato, nem seus autores são conhecidos, tendo aparecidos em escritos diversos mencionados por quem ouviu falar. A Lenda não tem mais de 300 anos, dentro da ritualística maçônica e nenhum dos antigos manuscritos maçônicos menciona a Lenda de Hiram, nem mesmo a Constituição de Anderson de 1723 e nem os Regulamentos Gerais compilados por George Payne em 1720.

Uma lenda é uma narração transmitida pela tradição, de eventos considerados históricos, mas cuja autenticidade não se pode provar. Sendo assim, não poderíamos falar que o fato realmente não existiu, somente que não temos provas sobre ela.

A Lenda de Hiram não é mencionada desde o Primeiros Graus porque sem ter os conhecimentos completos do primeiro e segundo grau, não pode ser compreendido ainda o mistério da vida, da morte e da ressurreição. O novo Mestre, irá estudar que a morte vence porque, por deficiência nossa, nos não temos estudado o segredo da vida que é a verdade; com um estudo mais profundo veremos que a morte é negação, a vida é afirmação; a morte é como o erro; o erro existe porque existe a ignorância; procuremos o secredo da vida que vence a morte.
Antecedentes Bíblicos

A morte de Hiram nas mãos dos três maus companheiros também não é mencionada na Bíblia pese a que são dedicados muitos capítulos à construção do Templo de Salomão com dados detalhados da quantidade de obreiros, financiamento, custos, arquitetura, etc. É mencionado Hiram Abif como Hirão de Tiro, (Reis 7, 13) ou Hurão Abiú sendo Hurão, meu pai, (Crônicas 2,13) filho de uma mulher viúva, filha de Dã e que, junto com ser um homem sábio de grande entendimento, sabia lavrar todos os materiais. Mas a Bíblia não credita a Hiram Abif o cargo de diretor dos trabalhos de construção do Templo e sim como um artífice encarregado de criar as obras de arte que iriam a causar admiração aos visitantes.

Todos sabemos que os livros da Bíblia não são exatos historicamente falando. Temos o exemplo das medidas do Mar de Bronze que, conforme cálculos da engenharia moderna, é de 75.000 lts. Conforme Reis era de 53.000 lts, conforme Crônicas era de 79.000 lts e, ainda, conforme uma Bíblia inglesa em Reis dá a medida de 9.273 lts. Na própria construção do Templo a quantidade de obreiros empregados era, em Reis de 30.000 que o rei Hiram de Tiro enviava em levas de 10.000 cada mês, e havia mais 150.000 entre carregadores e cabouqueiros, sendo eles 70.000 aprendizes e 80.000 companheiros, todos eles dirigidos por 3.300 mestres. Considerando que as dimensões do Templo (o interior de edifício era de 60 cúbitos de comprimento e 20 de largura, equivalentes a 30 x 10 mts) para a época eram grandes, mas hoje em dia não seria maior que qualquer igreja modesta, por tanto, aparece um exagero a quantidade de obreiros mencionado na Bíblia. O filósofo holandês Spinoza, século XVII, no seu Tratado Teológico Político menciona que os livros da Bíblia não são muito autênticos, especialmente pelo fato de ter sido escrito muitos séculos depois que os fatos neles relatados teriam acontecido, e os tradutores não sempre ter entendido a mensagem que a Bíblia encerra.
O martírio de Hiram e outros grandes Iniciados

Noah. Conforme a tradição judaica, os três filhos de Noah tentaram ressuscitar seu pai da mesma forma e com os mesmos resultados iniciais de nosso ritual de terceiro grau e, somente com os 5 pontos de perfeição conseguiram seu objetivo. Outro detalhe relacionado com a tradição judaica e da qual, aliás, nosso ritual tem usado tantos ensinamentos, seria que o significado de dois nomes dos maus companheiros, estar-ia relacionado com o Bem e o Mal, na sua onomatopéia, similar para YH ou YHVH e Bel ou Baal, que para os israelitas significavam respectivamente o Bem e o Mal.

Osíris. Osíris é assassinado pelo seu irmão Set por inveja e recupera a vida quando seu filho Horus, usa fórmulas mágicas. Horus era filho da viúva Isis e coincide com a origem da denominação "Filhos da Viúva" com que os maçons somos conhecidos. Lembremos que Hiram também era filho de uma viúva.

Tammuz. Deus fenício amado por Astarté, chamado Adonis pelos gregos onde é amado por Afrodita, esposo de Istar babilônica, morre em Primavera e desce aos infernos onde sua viúva Istar vai procurar a fonte de água que lê devolverá a vida. O Irmão J. S. Ward, autor maçônico inglês, falecido em 1955, escreveu “Who was Hiram Abiff” onde ele pensa que a Lenda de Hiram Abiff é uma adaptação do mito de Tammuz e acrescenta que Hiram Abiff pertencia a uma ordem de sacerdotes que ordenaram seu sacrifício para dar boa ao Templo.

Sócrates. Existe um paralelo entre as características de Sócrates e de Hiram Abiff, tanto na suas qualidades morais como na suas inteligências e dotes de líderes. Os acusadores de Sócrates foram três e os três de escassa significação na sociedade ateniense, sem comparação coma importância de Sócrates. Hiram e Sócrates puderam livrar-se da morte mas isso seria uma traição aos seus ideais. Sócrates vive eternamente na sua sabedoria que deixou como legado para a humanidade e Hiram vive eternamente na acácia maçônica. Ambos simbolizam o triunfo do valor moral sobre a covardia, do espírito sobre a matéria, do bem sobre o mal, do certo sobre o errado.
A lenda e o Zodíaco

As obras do Templo estavam já por terminar-se indicando que o Sol já teria percorrido as três quartas partes do seu curso anual; os três maus companheiros situam-se nas portas do Médio dia, Ocidente e Oriente, ou seja, os pontos do céu por onde sai o Sol, onde alcança sua maior força e onde se põe, ao morrer o dia. O primeiro golpe é dado com a régua de 24 polegadas que representa a revolução diária do Sol. O segundo golpe é dado com um esquadro; dividindo o círculo zodiacal em quatro partes temos quatro esquadros de 90 graus sendo que cada um deles representa uma estação do ano. O terceiro golpe é dado com o maço que tem uma forma cilíndrica o que acaba representando uma revolução anual.

Três CComp\matam o Mestre Hiram e nove Mestres procuram seu corpo. São os doze meses do ano zodiacal sendo que os Companheiros simbolizam os meses do Outono que antecedem o Inverno, quando a natureza morre. Os três CComp\são Libra (23/setembro à 22/outubro), Escorpião (23/outubro à 21/novembro) e Sagitário (22/novembro à 21/dezembro) quando começa o Inverno (sempre estamos falando do Hemisfério Norte, onde foi criada a simbologia maçônica) e quando nosso querido Mestre recebe o terceiro golpe que acaba com sua vida. Em Capricórnio (22/dezembro à 20/janeiro) a substância terrestre está inerte mas é fecundante; é descoberto o corpo do Mestre. Em Aquário (21/janeiro à 19/fevereiro) os elementos construtivos são reconstituídos na terra e se preparam para uma vida nova.

Hiram Abiff vive para sempre.
Wikepédia.