terça-feira, 2 de novembro de 2010
Decifra-me.
Não venha me falar de razão,
Não me cobre lógica,
Não me peça coerência,
Eu sou pura emoção.
Tenho razões e motivações próprias,
Sou movido por paixão,
Essa é minha religião e minha ciência.
Não meça meus sentimentos,
Nem tente compará-los a nada,
Deles sei eu,
Eu e meus fantasmas,
Eu e meus medos,
Eu e minha alma.
Sua incerteza me fere,
Mas não me mata.
Suas dúvidas me açoitam,
Mas não deixam cicatrizes.
Não me fale de nuvens,
Eu sou Sol e Lua,
Não conte as poças,
Eu sou mar,
Profundo, intenso, passional.
Não exija prazos e datas,
Eu sou eterno e atemporal.
Não imponha condições,
Eu sou absolutamente incondicional.
Não espere explicações,
Não as tenho, apenas aconteço,
Sem hora, local ou ordem.
Vivo em cada molécula,
Sou o todo e sou uno,
Você não me vê,
Mas me sente.
Estou tanto na sua solidão,
Quanto no meu sorriso.
Vive-se por mim,
Morre-se por mim,
Sobrevive-se sem mim.
Eu sou começo e fim,
E todo o meio.
Sou seu objetivo,
Sua razão que a razão
Ignora e desconhece.
Tenho milhões de definições,
Todas certas,
Todas imperfeitas,
Todas lógicas apenas
Em motivações pessoais,
Todas corretas,
Todas erradas.
Sou tudo,
Sem mim, tudo é nada.
Sou amanhecer,
Sou Fênix,
Renasço das cinzas,
Sei quando tenho que morrer,
Sei que sempre irei renascer.
Mudo protagonista,
Nunca a história.
Mudo de cenário,
Mas não de roteiro.
Sou música,
Ecôo, reverbero, sacudo.
Sou fogo,
Queimo, destruo, incinero.
Sou água,
Afogo, inundo, invado.
Sou tempo,
Sem medidas, sem marcações.
Sou clima,
Proporcional a minha fase.
Sou vento,
Arrasto, balanço, carrego.
Sou furacão,
Destruo, devasto, arraso.
Mas sou tijolo,
Construo, recomeço...
Sou cada estação,
No seu apogeu e glória.
Sou seu problema
E sua solução.
Sou seu veneno
E seu antídoto
Sou sua memória
E seu esquecimento.
Eu sou seu reino, seu altar
E seu trono.
Sou sua prisão,
Sou seu abandono e
Sou sua liberdade.
Sua luz,
Sua escuridão
E seu desejo de ambas,
Velo seu sono...
Poderia continuar me descrevendo
Mas já te dei uma idéia do que sou.
Muito prazer, tenho vários nomes,
Mas aqui, na sua terra,
Chamam-me de AMOR.
Márcio Accioli.
Botôes gêmeos da vida.
Uma nota ressoa,
ouve-se um meio-tom...
O eco projeta-se pelo espaço
e agora volta,
sempre marcado no tempo.
Duas vidas desabrocham,
dois botões em flor se tocam.
Uma corrente dupla de puro amor
eleva-se e funde-se
com a chama brilhante
que vem do alto.
Pontos gêmeos se amalgamam e brilham em maior resplendor,
uma luz branca e clara lampeja
para iluminar o caminho que se bifurca.
Uma trilha dourada se funde...
misteriosamente, transforma-se em nós.
Dois seres se dissolvem
para se descobrirem duplamente inteiros.
Singulares, embora unidos
em outro plano,
mais elevado, mais revelador.
[D.A]
O Dia De Finados.
Para milhões de católicos espalhados pelo mundo o Dia de Finados é o dia da celebração da vida eterna das pessoas queridas que já faleceram. Enquanto o Dia de Todos os Santos (1º de novembro) celebra todos os que morreram em estado de graça e não foram canonizados, o Dia de Finados celebra todos os que morreram e não são lembrados na oração do Dia de Todos os Santos.
Durante muito tempo os cristãos não se relacionavam com os mortos. Eles acreditavam que a ressurreição do corpo aconteceria apenas no dia de juízo final para toda a humanidade e rejeitavam qualquer doutrina que implicasse em imortalidade da alma. Com a fusão da Igreja cristã ao Estado romano, os cristãos acabaram por adotar alguns costumes e crenças de vários povos, entre eles o de rezar e se comunicar com os seus antepassados mortos junto aos túmulos.
Crisântemos.
Os crisâtemos são as flores que os brasileiros preferem para homenagear seus entes queridos. Essas flores representam o sol e a chuva, a vida e a morte e podem ser amarelas, brancas ou vermelhas. Um vaso de crisântemos custa em torno de R$ 10.
O Dia de Finados foi instituído mesmo no século 10, por Santo Odílio, abade beneditino de Cluny, na França, para os mosteiros de sua ordem especificamente, até que, no século 11 a igreja católica universalizou a data, através dos papas Silvestre II, João XVIII e Leão IX, que obrigaram a comunidade a dedicar um dia por ano aos mortos. Já a data 2 de novembro foi institucionalizada a partir do século 13.
A vela.
Para os católicos, dizer que quando uma pessoa morre tudo acabou não é verdade. Os católicos crêem que o testemunho de vida daquele que morreu fica como luz acesa no coração de quem continua a peregrinação. Para tanto, eles acendem velas no Dia de Finados, buscando celebrar e perpetuar a luz do falecido.
No Brasil e na grande maioria dos países, a celebração de Finados tem início na semana anterior, quando as pessoas vão até os cemitérios limpar as sepulturas. No Dia de Finados, também conhecido como Dia dos Mortos, as pessoas vão aos cemitérios levar flores, acender velas e rezar pelos seus entes queridos que já faleceram. Alguns também mandam rezar missas em nome dos falecidos.
Apesar do significado de celebrar a vida eterna em outro plano, o Dia de Finados não deixa de ter um tom melancólico - afinal, muitos voltam a sentir a dor da perda de seus entes queridos e a saudade com a distância.
No México, porém, a celebração de Finados é completamente diferente. Os mexicanos fazem uma verdadeira festa nesse dia e preparam um grande banquete. Segundo a tradição mexicana, nos dias 1º e 2 de novembro, Deus deixa os mortos virem visitar os seus familiares que ainda estão na Terra. Ao mesmo tempo, os mortos têm a oportunidade de comer e beber aquilo que mais gostavam. Esse é um dos motivos dos grandes banquetes preparados nas casas mexicanas no Dia de Finados.
Assim, no dia 1º de novembro chegam as crianças que já morreram. Para elas é feito um altar com muitas velas que servem para iluminar o seu caminho de volta a Terra. Além disso, são colocados doces e brinquedos nos altares. No dia 2 de novembro, chegam os adultos. Para ter a certeza de que encontrarão o caminho do cemitério para as suas casas, são espalhadas pétalas de flores e velas pelas ruas. No altar preparado pela família, o morto encontrará as oferendas feitas pelos seus parentes, com os seus pratos favoritos em vida.
Dia de Finados e a chuva.
Não existe uma explicação racional, mas na grande maioria das ocasiões, chove no Dia de Finados! Diz a lenda que... "chove nesse dia porque toda a tristeza das pessoas que perderam um ente querido sobe ao céu e desce em forma de chuva para lavar toda a mágoa de quem ficou”.
Diferenças à parte, tanto no México quanto nos demais países a celebração do Dia de Finados, além do seu caráter espiritual, traz ainda um lucro enorme para a economia informal. Quem realmente aproveita a data são os proprietários de floriculturas, que obtém até mesmo licença de suas prefeituras para montar barracas em frente aos cemitérios. Além das floriculturas, outros comerciantes também lucram com a data, como os carrinhos de lanches, as pessoas que limpam os túmulos, os vendedores de santinhos, terços e velas, e até mesmo os vendedores ambulantes de flores que ficam próximos aos cemitérios.P.Wikepédia.
O nascer para o além...
Há quem morra todos os dias.
Morre no orgulho, na ignorância, na fraqueza.
Morre um dia, mas nasce outro.
Morre a semente, mas nasce a flor.
Morre o homem para o mundo, mas nasce para Deus.
Assim, em toda morte, deve haver uma nova vida.
Esta é a esperança do ser humano que crê em Deus.
Triste é ver gente morrendo por antecipação...
De desgosto, de tristeza, de solidão.
Pessoas fumando, bebendo, acabando com a vida.
Essa gente empurrando a vida.
Gritando, perdendo-se.
Gente que vai morrendo um pouco, a cada dia que passa.
E a lembrança de nossos mortos, despertando, em nós, o desejo de abraçá-los outra vez.
Essa vontade de rasgar o infinito para descobri-los. De retroceder no tempo e segurar a vida. Ausência: - porque não há formas para se tocar.
Presença: - porque se pode sentir.
Essa lágrima cristalizada, distante e intocável.
Essa saudade machucando o coração.
Esse infinito rolando sobre a nossa pequenez. Esse céu azul e misterioso.
Ah! Aqueles que já partiram!
Aqueles que viveram entre nós.
Que encheram de sorrisos e de paz a nossa vida.
Foram para o além deixando este vazio inconsolável.
Que a gente, às vezes, disfarça para esquecer.
Deles guardamos até os mais simples gestos. Sentimos, quando mergulhados em oração, o
ruído de seus passos e o som de suas vozes.
A lembrança dos dias alegres.
Daquela mão nos amparando.
Daquela lágrima que vimos correr.
Da vontade de ficar quando era hora de partir. Essa vontade de rever novamente aquele rosto.
Esse arrependimento de não ter dado maiores alegrias.
Essa prece que diz tudo.
Esse soluço que morre na garganta...
E...
Há tanta gente morrendo a cada dia, sem partir. Esta saudade do tamanho do infinito caindo sobre nós.
Esta lembrança dos que já foram para a eternidade.
Meu Deus!
Que ausência tão cheia de presença!
Que morte tão cheia de esperança e de vida!
Padre Juca
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