domingo, 6 de setembro de 2009

ROSA IMORTAL.


Em nome do desespero.
Chamo teu nome.
Uma lamentação que suspiro.
Repetidamente.

Eclipse espiritual.
Os portões se fecharam para minha procura.

A noite...
Um véu de estrelas, olhando.
Minha sombra nasce da luz.
A luz do olho, na escuridão.

Sobre águas turbulentas as memórias pairam.
Infinitamente, procurando por dias e noites.
A luz da lua acaricia uma colina solitária.
Com a calma de um sussurro.

Visto uma alma nua.
Um semblante pálido na água fluente
Está frio aqui.
A geada marcou meu casaco com o pó.

Os olhos que se fixam no teu mudo retrato.
Nós falávamos apenas por pensamentos.
Juntos nós contemplamos, e esperamos.
As horas trouxeram a sede e o sol nascente.

Os pássaros abandonam seus descansos.
As sombras douram as arcadas.

Não vire o rosto em minha direção.
Confrontando-me com a minha solidão.
Você está numa floresta desconhecida.
O pomar secreto.
E a tua voz é vasta e acromática.
Mas ainda tão preciosa.

A canção de ninar da lua crescente te levou.
Hipnotizado, seu semblante caleidoscópico.
Presentou-te com um olhar vazio.
Outra alma dentro do rebanho divino.

Eu o guardei,
O símbolo do amaranto.
Escondido dentro do templo dourado,
Até que nos regozijemos nos campos
Do fim.
Quando nós dois andarmos pelas sombras.
Ele queimará e desaparecerá.
Rosa Negra Imortal.

Está escurecendo novamente.
O anoitecer se move por entre os campos.
As árvores noturnas lamentam, como se soubessem.
À noite, eu sempre sonho contigo.