contos sol e lua

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quinta-feira, 28 de abril de 2011

Quem planta, colhe.


Por que sentimos que em algumas ocasiões estamos pagando por algo que nem sequer fazemos idéia? Quem ou o que nos coloca em circunstâncias favoráveis ou desfavoráveis, onde o fluxo das coisas parece ir bem, e às vezes, que estamos em seu sentido contrário? A pergunta mais comum e freqüente é: - O que eu fiz para merecer tais coisas?

Muitos pensadores como Aristóteles, Tomás de Aquino e Descartes ocuparam-se em estudar e compreender a justiça. Em alguns casos, foram além. Propuseram a idéia de que existe em nossa essência, ou nela encontra-se registrada a justiça, e para que ela seja ativada numa escala superior, falta ao ser humano a consciência a respeito, sobretudo a sua prática.

Em contrapartida, o filósofo Thomas Hobbes, empenhou-se em explicar a necessidade de existir um controle social, dada a natureza individualista e violenta do homem. No estado ainda atrasado em que nos encontramos, as ações controladoras de uma sociedade servem para conduzir as relações nela existentes, haja vista as barbaridades com as quais nos deparamos cotidianamente, pela televisão, rádio, jornal ou pessoalmente.

Podemos compreender estas questões da vida de diversas formas, através das experiências e do conhecimento adquirido. Para lidar com as dificuldades cotidianas, valemo-nos desta bagagem, a qual, presumimos, nos servirá para afastar os perigos existentes. Contudo, sempre somos pegos de surpresa, apesar de já termos evidenciado o nosso lado experiente.

É possível supor que exista um sistema auto-regulador em nossa mente, de cujas funções visam os ajustes de desenvolvimento por meio da justiça. Encontramos dentro de nós aquilo que é representado externamente e fruto da nossa criação, as essências de determinados papéis: advogado de acusação, de defesa, e o juiz que profere a sentença.

Contínuas experiências de vida nos exemplificam estas atuações auto-reguladoras, em que determinadas situações se nos apresentam “impróprias”, dando-nos a sensação de que haja algo errado existente, uma “injustiça”, porque estamos acostumados a lidar com a justiça pela ótica comum. Enxergamos a causa (ação injusta evidente) e o efeito (punição). Entretanto, é quase impossível perceber a causa (ação injusta e evidente praticada em determinado momento no passado e posteriormente “esquecida”) como a protagonizadora de determinado efeito (punição) no tempo presente. E, para dificultar, as autopunições não estão escritas em código algum, portanto, não podemos prever quais serão.

Podemos, ainda, fazer uma comparação com o famoso provérbio popular: “Aqui se planta, aqui se colhe”. Esta lei é uma força dinâmica que a tudo faz ativar, dando um constante impulso rumo à evolução. O Criador é infinitamente sábio, a ponto de dispor em suas criaturas, um sistema de auto-regulação, dispensando, evidentemente, a caderneta e o lápis.

Temos em nossas mãos a possibilidade de um melhor controle sobre o que pensamos, sentimos e agimos, devido aos resultados prováveis e decorrentes. Podemos compreender mais claramente sobre os mecanismos naturais que regulam a vida e assim mudar o enfoque de nossa própria atuação, valendo-se desta riqueza de possibilidades, inclusive do quanto podemos evoluir, à medida que damos lugar à consciência, assumindo maior responsabilidade perante o que somos e o que pretendemos enquanto seres humanos em desenvolvimento.

Este sistema mental auto-regulador encontra-se sob a forma potencial e disponível desde o nosso nascimento. Não obstante, quando pequenos e ainda dependentes, ficamos a mercê dos outros e de suas influências. Com o passar do tempo, acionamos o mecanismo aqui relatado, tornando-nos, cada vez mais, responsáveis pelo que fazemos. O sistema se torna presente de forma ativa e inconsciente a partir do desencadear da formação do conflito entre a natureza presente no homem e da introdução das regras e códigos morais que cada sociedade apresenta na educação de suas crianças.

Conforme este processo vai acontecendo, o sistema é acionado enquanto agente responsável pela culpa, punição e conseqüente desenvolvimento. Tal funcionamento não é linear e tampouco ocorre livre de obstáculos, podendo ser adiado e retomado em vários momentos da vida e de diferentes formas em sua aplicação, variando em cada pessoa, conforme a capacidade em lidar com tais acontecimentos ou de seu grau de consciência acerca dos valores de justiça internos.

Desde o homem primitivo e sua socialização histórica, este sistema vem se aperfeiçoando, o que explica a falha e irregular aplicabilidade, além dos resultados obtidos até o momento. O tempo aprimorará o sistema, acompanhando cada passo do homem em sua jornada evolutiva.

O funcionamento do sistema se dá por meio da ativação de culpa cometida; seja ela por pensamentos, sentimentos ou comportamentos, a qual cria uma demanda corretiva, tendo por impulso o narcisismo equilibrado, zelador da busca pela perfeição, que a seu turno, aciona o fator moral para efetuar na prática, tal ajuste, levando a pessoa a uma determinada sentença por algum período de tempo, a exemplo das situações embaraçosas que nos colocamos sem entendê-las bem.

De um lado temos a nossa natureza para defender aquilo, que em contraposição a moral apresenta enquanto culpa, resultando disso, via de regra, a sentença ou punição como veredicto.

O sistema funciona na autocorreção, considerando os fatos cometidos para si e para terceiros, o que não impede que influências externas, vindas de outrem, não interfiram, o que justifica a existência do livre-arbítrio.

Acionamos todo momento nosso sistema de auto-regulação, e cada vez mais, podemos nos aproximar deste entendimento lógico, aumentando a sua consciência e assim modificar os resultados de tudo o que vivemos, uma vez que nos cabe um controle para tal empreendimento, dando-nos a grata opção de causar, como sempre o fizemos. Todavia, podemos antever os resultados naturais em forma de respostas, que atualmente se nos parecem absurdas. Desta feita, chegaremos à virtude de um viver ético de dentro para fora.

Sair do casulo do inconsciente é permitir que a nossa essência se assemelhe à luz da manhã, que vai ganhando espaço sobre a escuridão que é deixada para trás.
Armando Correa de Siqueira Neto.

Simplesmente.


Entre o que desejamos e o que temos,
existe uma barreira, uma distância,
que pede muito mais do que o desejo puro e simples,
exige dedicação e por vezes um certo sofrimento,
paciência e abnegação, um preço para cada conquista,
que nem todos estão dispostos a pagar.

Por isso, há os que vencem,
e há os que nunca alcançam.
Gente que vê a estrada florida,
e outros que permanecem no charco,
há os que encontram, e os que nunca se acham.

Muitos desistem no meio, outros nem começam,
mas os que persistem, vencem a si mesmos,
são os que recolhem pedras com as mãos,
aqueles que não temem a noite escura,
porque não enxergam os problemas,
olham para a frente, para o futuro,
com a lanterna da insistência nas mãos,
e vão passando obstáculos, suando muito,
porque toda vitória é fruto maduro,
da perseverança e da transpiração.

Se o seu sonho te parece impossível,
saiba que a esperança é o estopim,
que acende a dinamite da determinação,
e que todo aquele que crê e persevera,
acaba encontrando mais do que espera,
na curva da vida que os tolos chamam de sorte,
e que os determinados munidos da paciência,
reconhecem de longe, alcançando o sucesso,
chamam sabiamente de “consequência”.
Paulo Roberto Gaefke.

Para nunca mais chorar.


Passava do meio-dia, o cheiro de pão quente invadia aquela rua, um sol escaldante convidava a todos para um refresco...

Ricardinho não agüentou o cheiro bom do pão e falou:
- Pai, tô com fome!

O pai, seu Agenor, sem ter um tostão no bolso, caminhando desde muito cedo em busca de um trabalho, olha com os olhos marejados para o filho, e pede mais um pouco de paciência...

- Mas pai, desde ontem não comemos nada, eu tô com muita fome, pai!

Envergonhado, triste e humilhado em seu coração de pai, seu Agenor pede para o filho aguardar na calçada enquanto entra na padaria a sua frente.

Ao entrar, dirige-se a um senhor no balcão:

- Meu Senhor, estou com meu filho de apenas 6 anos aí na porta com muita fome, não tenho nenhum tostão, pois saí cedo para buscar um emprego e nada encontrei. Eu lhe peço que, em nome de Jesus, me forneça um pão para que eu possa matar a fome desse menino. Em troca, posso varrer o chão de seu estabelecimento, lavar os pratos e copos, ou outro serviço que o Senhor precisar.

Seu Amaro, o dono da Padaria, estranha aquele homem de semblante calmo e sofrido, pedir comida em troca de trabalho e pede para que ele chame o filho.

Agenor pega o filho pela mão e apresenta-o ao seu Amaro que, imediatamente, pede que os dois sentem-se junto ao balcão, onde manda servir dois pratos de comida do famoso PF (prato feito) - arroz, feijão, bife e ovo.

Para Ricardinho, era um sonho comer após tantas horas na rua. Para Agenor, uma dor a mais, já que comer aquela comida maravilhosa fazia-o lembrar-se da esposa e mais dois filhos que ficaram em casa apenas com um punhado de fubá. Grossas lágrimas desciam dos seus olhos já na primeira garfada.

A satisfação de ver seu filho devorando aquele prato simples, como se fosse um manjar dos deuses, e a lembrança de sua pequena família em casa, foi demais para seu coração tão cansado de mais de 2 anos de desemprego, humilhações e necessidades.

Seu Amaro se aproxima de Agenor e, percebendo a sua emoção, brinca para relaxar:

- Oh, Maria, sua comida deve tá muito ruim ! Olha, o meu amigo está até chorando de tristeza desse bife, será que é sola de sapato...?

Imediatamente, Agenor sorri e diz que nunca comeu comida tão apetitosa, e que agradecia a Deus por ter esse prazer. Seu Amaro pede, então, que ele sossegue seu coração, que almoçasse em paz e depois conversariam sobre trabalho.

Mais confiante, Agenor enxuga as lágrimas e começa a almoçar, já que sua fome estava nas costas. Após o almoço, seu Amaro convida o seu Agenor para uma conversa nos fundos da padaria, onde havia um pequeno escritório.

Agenor conta então que há mais de 2 anos havia perdido o emprego e desde então, sem uma especialidade profissional, sem estudos, ele estava vivendo de pequenos "biscates" aqui e acolá, mas que há 2 meses não recebia nada. Seu Amaro resolve então, contratar o Agenor para serviços gerais na padaria e, penalizado, faz para o homem uma cesta básica com alimentos para pelo menos 15 dias.

Agenor, com lágrimas nos olhos, agradece a confiança daquele homem e marca para o dia seguinte seu início no trabalho. Ao chegar em casa com toda aquela "fartura", Agenor é um novo homem: sentia esperanças, sentia que sua vida iria tomar novo impulso....

Deus estava lhe abrindo mais do que uma porta, era toda uma esperança de dias melhores. No dia seguinte, às 5h da manhã, Agenor estava na porta da padaria, ansioso para iniciar seu novo trabalho... seu Amaro chega logo em seguida e sorri para aquele homem, que nem ele sabia porque estava ajudando.

Tinham a mesma idade, 32 anos, e histórias diferentes, mas algo dentro dele chamava-o para ajudar aquela pessoa. E ele não se enganou: durante um ano, Agenor foi o mais dedicado trabalhador daquele estabelecimento, sempre honesto e extremamente zeloso com seus deveres.

Um dia, seu Amaro chama o Agenor para uma conversa e fala da escola que abriu vagas para a alfabetização de adultos, um quarteirão acima da padaria e que ele fazia questão que Agenor fosse estudar.

Agenor até hoje não consegue esquecer o primeiro dia de aula: a mão trêmula nas primeiras letras e a emoção da primeira carta... Doze anos se passaram desde aquele primeiro dia de aula. Vamos encontrar o Dr. Agenor Baptista de Medeiros, hoje advogado, abrindo seu escritório para seu cliente e depois outro, e depois mais outro...

Ao meio dia, ele desce para um café na padaria do amigo Amaro, que fica impressionado em ver o "antigo funcionário", tão elegante em seu primeiro terno...

Mais dez anos se passam e, agora o Dr. Agenor Baptista, já conta com uma clientela que mistura os mais necessitados - que não podem pagar - e os mais abastados, que o pagam muito bem. Resolve criar uma Instituição que oferece aos desvalidos da sorte, que andam pelas ruas, pessoas desempregadas e carentes de todos os tipos, um prato de comida, diariamente, na hora do almoço.

Mais de 200 refeições são servidas diariamente naquele lugar, que é administrado por aquele seu filho, que agora é o nutricionista Ricardo Baptista. Tudo mudou, tudo passou, mas a amizade daqueles dois homens, seu Amaro e seu Agenor, impressionava a todos que conheciam um pouco da história de cada um.

Contam que aos 82 anos os dois faleceram no mesmo dia, quase que a mesma hora, morrendo placidamente com um sorriso de dever cumprido.

Ricardinho, o filho, mandou gravar na frente da "Casa do Caminho", que seu pai fundou com tanto carinho:

Um dia eu tive fome e você me alimentou.
Um dia eu estava sem esperanças, e você me deu um caminho.
Um dia, acordei sozinho e você me deu Deus e, isso, não tem preço.
Que Deus habite em seu coração e alimente sua alma...
E que te sobre o pão da misericórdia para estender a quem precisar.
Paulo Roberto Gaefke.

Terra dos Homens: Olhando Mozart.


E agora aqui, na ultima página deste livro, eu me lembro daqueles burocratas envelhecidos que nos serviram de cortejo na madrugada de nosso primeiro vôo, quando nos preparávamos para virar homens, tendo tido a sorte de ser designados Eles eram semelhantes a nós, mas não sabiam que tinham fome.

E há muitos homens assim, dormindo, sem que ninguém os desperte.

Há alguns anos, durante uma longa viagem de estrada de ferro, resolvi visitar aquela pátria em marcha em que ficaria por três dias, prisioneiro, durante os três dias, daquele ruído de seixos rolados pelo mar. Levantei-me. Pela uma hora da madrugada corri os carros, de ponta a ponta. Os dormitórios estavam vazios. Os carros de primeira classe estavam vazios.

Mas os carros de terceira estavam cheios de centenas de operários poloneses despedidos na França, que voltavam para a sua Polônia. Caminhei pelo centro do carro levantando as pernas para não tocar nos corpos adormecidos. Parei para olhar. De pé, sob a lâmpada do carro, contemplei naquele vagão sem divisões que parecia um quarto, que cheirava a caserna e a delegacia, toda uma população confusa, sacudida pelos movimentos do trem. Toda uma população mergulhada em sonhos tristes, que regressava para a sua miséria. Grandes cabeças raspadas rolavam no encosto dos bancos. Homens, mulheres, crianças, todos se viravam da direita para a esquerda, como atacados por todos aqueles ruídos, por todas aquelas sacudidelas que ameaçavam seu sono, seu esquecimento. Não achavam ali a hospitalidade de um bom sono.

E assim eles me pareciam ter perdido um pouco a qualidade humana, sacudidos de um extremo a outro da Europa pelas necessidades econômicas, arrancados à casinha do Norte, ao minúsculo jardim, aos três vasos de gerânio que notei outrora nas janelas dos mineiros poloneses. Nos grandes fardos mal arrumados, mal amarrados, eles haviam juntado apenas seus utensílios de cozinha, suas roupas de cama e cortinas. Mas tudo o que haviam acariciado e amado, tudo a que se haviam afeiçoado em quatro ou cinco anos de vida na França, o gato, o cachorro, os gerânios, tudo tiveram de sacrificar, levando apenas aquelas baterias de cozinha.

Uma criança chupava o seio de sua mãe que de tão cansada parecia dormir. A vida transmitia-se assim no absurdo e na desordem daquela viagem. Olhei o pai. Um crânio pesado e nu como uma pedra. Um corpo dobrado no desconforto do sono, preso nas suas vestimentas de trabalho, um rosto escavado com buracos de sombra e saliências de ossos. Aquele homem parecia um monte de barro. Era como um desses embrulhos sem forma que se deixam ficar à noite nos buracos das feiras. E eu pensei: o problema não reside nessa miséria, nem nessa sujeira, nem nessa fealdade. Mas esse homem e essa mulher sem dúvida se conheceram um dia, e o homem sorriu para a mulher; levou-lhe, sem dúvida, algumas flores depois do trabalho. Tímido e sem jeito, ele temia ser desprezado. Mas a mulher, por fagueirice natural, a mulher, certa de sua graça, talvez se divertisse em inquietá-lo. E ela, que hoje é apenas uma máquina de cavar ou de martelar, sentia assim no coração uma deliciosa angústia. O mistério está nisso: eles se terem tornado esses montes de barro. Por que terrível molde terão passado, por que estranha máquina de entortar homens? Um animal ao envelhecer conserva a sua graça. Porque essa bela argila humana se estraga assim?

E continuo minha viagem entre uma população de sono turvo e inquieto. Flutua no ar um barulho vago feito de roncos roucos, de queixas obscuras, do raspar das botinas dos que se viram de um lado para outro. E sempre, em surdina, o infatigável acompanhamento dos seixos rolados pelo mar.

Sento-me diante de um casal. Entre o homem e a mulher a criança, bem ou mal, havia se alojado, e dormia. Volta-se, porém, no sono, e seu rosto me aparece sob a luz da lâmpada. Ah, que lindo rosto! Havia nascido daquele casal uma espécie de fruto dourado. Daqueles pesados animais havia nascido um prodígio de graça e encanto. Inclinei-me sobre a testa lisa, a pequena boca ingênua. E disse comigo mesmo: eis a face de um músico, eis Mozart criança, eis uma bela promessa de vida. Não são diferentes dele os belos príncipes das lendas. Protegido, educado, cultivado, que não seria ele? Quando, por mutação, nasce nos jardins uma rosa nova, os jardineiros se alvoroçam. A rosa é isolada, é cultivada, é favorecida. Mas não há jardineiros para os homens. Mozart criança irá para a estranha máquina de entortar homens. Mozart fará suas alegrias mais altas da música podre na sujeira dos cafés-concertos. Mozart está condenado.

Voltei para o meu carro. E pensava: essa gente quase não sofre o seu destino. E o que me atormenta aqui não é a caridade. Não se trata da gente se comover sobre uma ferida eternamente aberta. Os que a levam não a sentem. É alguma coisa como a espécie humana, e não o indivíduo, que está ferida, que está lesada. Não creio na piedade. O que me atormenta é o ponto de vista do jardineiro. O que me atormenta não é essa miséria na qual, afinal de contas, um homem se acostuma, como no ócio. Gerações de orientais vivem na sujeira e gostam de viver assim.

O que me atormenta, as sopas populares não remediam. O que me atormenta não são essas faces escavadas nem essa feiúra. É um pouco, em cada um desses homens, Mozart assassinado.
Só o Espírito, sobrando sobre a argila, pode criar o Homem.
Antoine de Saint-Exupéry

Do livro Terra dos Homens, de Antoine de Saint-Exupéry, mesmo autor de O Pequeno Príncipe.