contos sol e lua

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sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Fénix e a Pira.


Ave fabulosa que, segundo a mitologia, vivia durante muitos séculos e que, depois de queimada, renascia das cinzas. Significa, também, única na sua espécie ou gênero e superior às outras.
Na mitologia Antiga, a Fênix habitava os desertos da Arábia e vivia muitos séculos. Era do tamanho de uma águia, tinha na cabeça uma crista brilhante, as penas do pescoço eram douradas e as outras, de cor púrpura, a cauda era branca com plumas encarnadas e os olhos brilhantes como estrelas.
Diz-se que, quando sentia aproximar seu fim, fazia um ninho com ramos untados de gomas odoríferas, expunha-o aos raios do Sol, nele se abrasando. Das suas cinzas nascia um verme, ou um ovo, segundo outros, do qual nascia uma nova Fênix, cujo primeiro cuidado era transportar a Heliópolis e depositar, no altar do Sol, os restos de seu pai. Era um símbolo do Sol e, entre os egípcios, um emblema da alma.
O mito da Fênix foi popular durante a era Cristã, tendo sido interpretado como um símbolo da Ressurreição. A Fênix acha-se representada em um grande número de monumentos antigos e muitas vezes como símbolo de Hermés. Na simbologia Cristã, a Fênix é circundada de raios solares e simboliza Jesus Cristo, morrendo e ressurgindo no terceiro dia.
Na mitologia oriental, dá-se igualmente o nome de Fênix a uma ave maravilhosa que os chineses transformaram em símbolo da felicidade, da virtude e da inteligência. Participam da ave o dragão, a serpente, a tartaruga e o peixe. Na sua plumagem, brilham cinco cores sagradas.
A Fênix é também, símbolo da morte e renascimento perpétuo da natureza.
Esta ave fabulosa é o símbolo do renascimento e da ressurreição. Neste sentido, ela simboliza o Cristo ou o Iniciado, recebendo uma segunda vida, em troca daquela que sacrificou pela humanidade.
No Egito, a Fênix está sempre em relação com a relação com a estrela Sothis ou estrela de cinco pontas, ou estrela flamejante, que é pintada, muitas vezes, ao seu lado.
Para a Rosa-Cruz, a Fênix representa a depuração da alma, a reintegração do homem em sua Essência Divina original. Dentro da simbologia maçônica, a Fênix é usada para representar a inviolabilidade, o Fogo Divino, inesgotável benefício de Deus.
Os Alquimistas, em sua linguagem pitoresca e Hermética, simbolizavam pela Fênix, pelo pelicano, ou por um Jovem Rei Coroado, a Pedra Filosofal; durante as várias fases da operação alquímica, , chamada "A Grande Obra", ela adquiria a cor vermelha, passando pelo estado de rubrificação. Diziam, então, que a Pedra é como a Fênix, que renascia das próprias cinzas.
A antiga lenda mitológica da Fênix é muito familiar. Dizia-se que vivia seiscentos anos no deserto, construindo, para si mesma, uma "pira funerária" com madeiras aromáticas; que acende, abando-a com as asas e emergindo das chamas com uma nova vida.
A Pira representa o receptáculo onde arde o "Fogo Sagrado". Do ponto de vista Hermético, o fogo possui as qualidades quente e seca, que correspondem ao verão, ao meio-dia. A cor vermelha é Tamas, vibrando em seu aspecto mais sutil.
Desde os tempos mais remotos da humanidade, o fogo tem sido adorado por todos os povos, como símbolo da vida ou da força animadora, seja diretamente como fogo aceso, seja como Sol. Por isso, o fogo sempre foi sagrado.
Para estudantes da Sabedoria Iniciática das Idades, o Fogo Sagrado reside no Homem em estado latente e deverá ser transformado em Energia Consciência.Wikepédia.

O Romance da Deusa.

No coração das trevas ecoou um grito, EU SOU A LUZ, e numa explosão luminosa brilhou a primeira fonte de luz do universo. Os poderes da escuridão recuaram diante daquele brilho, quem ousaria desafiar as trevas?
Mas a luz cresceu, e os espíritos da noite eterna recuaram ainda mais. Rodopiando em seu próprio eixo aquela chama luminosa transformava matéria negra em alimento para sua luz. Os poderes do caos não se conformaram, que era aquilo, que era aquele brilho rutilante que cegava, quem deles os desafiava, quem ousava destruir a ordem disforme do nada. Que loucura era aquela?
Um novo grito se ouviu, agora do coração da luz, EU SOU O PODER, e rodando ainda com maior velocidade. Formava um cone de energia luminosa que crescia como uma serpente clareando tudo que antes era escuro.
Dentro de seus escuros corações as forças das trevas, decidiram sufocar a luz, aquilo que os cegava e os machucava deveria terminar. Apenas um entre eles acreditou que a luz era boa, e acostumando sua visão, se maravilhava e se apaixonava pela novidade, todos os demais cerraram fileiras contra o escândalo. Compactaram-se formaram uma grande barreira e passaram a envolver aquilo que os feria. A dor daquele que se apaixonou pela luz, ao ver que ela poderia se extinguir, se transformou em força, e cresceu tanto dentro dele, ao ponto que sem poder se conter gritou EU AMO VOCÊ, e explodiu em luz e fogo.
Cercados os poderes negros perderam completamente a visão, para onde que olhassem a luz os cegava, perdidos e cegos eles dispersaram e se esconderam nos profundos abismos do Universo.
No centro de tudo os dois pontos luminosos transformavam matéria, cresciam, duas enormes serpentes de fogo ígneo, se maravilhavam uma com a outra, como numa dança de acasalamento se volteavam, enroscavam-se trocavam matéria, alimentavam-se uma da outra.
Quem era o Deus? Quem era a Deusa?
A força feminina da criação, o encanto da Deusa seus atrativos despertaram o espírito masculino da proteção, mas agora, se misturavam, copulavam, eram um só, dois poderes ligados pela atração, duas forças em busca de um objetivo. Ou será que só em busca do prazer? O prazer até então inexistente de estar juntos, de roçar seus espíritos transformados em matéria, se sentir o calor um do outro.
Os poderes do caos também se juntaram para apagar a luz, mas não perceberam o prazer de estar junto e por isto tiveram que fugir, se esconder, estes nunca se uniram, sempre solitários amargam suas penas com o ódio e a intransigência, e só pensam em destruir, em terminar com a ordem e voltar ao nada onde inertes deixam os milênios passarem.
Porém junto a Deusa e o Deus, ainda maravilhados um com o outro, as duas serpentes cósmicas, não param de crescer e se amar, e num dado momento, fundem as suas pontas e um circulo de fogo se forma, é tal a felicidade de sentir as ondas de energia fluírem de um para o outro num fluxo constante e ininterrupto, que eles circulam a tal velocidade, como uma roda de fogo neste orgasmo cósmico, que deles se desprendem as galáxias, os sois e os planetas, parindo o universo por força do sexo e do amor.
Deste parto cósmico da vagina flamejante foi criado o universo, e desta energia também nasceram os seus filhos, filhos do seu espírito, os Deuses.
Esgotados depois de transformar a matéria negra em tudo que existe a Mãe e o Pai repousaram sobre sua criação. E os filhos de seu espírito os deuses trabalharam febrilmente na manutenção do que eles construíram, enquanto o ódio dos poderes do caos crescia.
Levantaram-se da noite varias vezes, mas nunca unidos e eram facilmente rechaçados. Apenas uma vez o mais forte dos poderes da sombra uniu em torno de si um exercito de espíritos da escuridão e varreram partes do universo envolvendo a luz, mas a eles foi dado combate pelos filhos da deusa, que terminaram vitoriosos, mas permitiram que existissem as zonas de trevas formando o equilíbrio que sustenta tudo.
A grande Mãe, minha querida irmã de muitas vidas tem um belo raciocínio sobre o amor:
As pessoas não conhecem o Amor.
O que elas chamam de Amor, na verdade, é somente uma projeção em cima de outra pessoa.
O Amor não existe de alguém para alguém.
O Amor é.
Ele não é para alguém, simplesmente é.
O Amor é um estado vibratório que, quando alcançado, a pessoa vibra tão intensamente que se liga no Infinito.
O Amor direcionado para alguém, até mesmo para a divindade, é um aspecto projetivo da personalidade.
Daí o amor e o ódio serem irmãos gêmeos.
Ambos são aspectos projetivos.
Um projeta o aspecto de luz, outro projeta o aspecto de sombra.
Todo o universo é formado pelo corpo da Deusa e do Deus, que estão presentes até mesmo das zonas escuras,
Tudo que existe é parte do amor dos dois, galáxias, planetas, estrelas, buracos negros (que são portais para o mundo das trevas) e tudo que existe neles é parte do corpo dos dois, até mesmo os opositores são parte deles, pois nada resiste à força da atração, a força do amor.
Mesmo os olímpicos a geração mais forte dos deuses, ou A trindade Hindu, temem a força das setas de Eros ou Kama, que transforma os deuses em escravos de simples mortais.
Quem dirá então o que acontece conosco, tocados por uma simples seta do desejo, muitas vezes a simples visão de alguém nos leva a viajar o universo em busca daquilo que os olhos viram por apenas um segundo, e esta força de atração é tão grande que buscamos e trazemos para nosso lado o objeto de nossa paixão.
Ou que nossas palavras escritas se identifiquem tanto com o outro que nos transformamos em musas ou musos que inspiram versos ou imagens que circulam pela rede. E quando concretizamos uma de nossas paixões, e o amor e o sexo acontecem, um vulcão entra em erupção dentro de nós, terremotos e vendavais são pouco perto da força que geramos que num orgasmo recria o universo.
Então... Deuses e Demônios fazem parte do romance da Deusa com o Deus, são lados de luz e sombra, são muitas vezes a face da mesma moeda assim como disse a Mãe aí em cima o amor e o ódio são irmãos, assim como o dia e a noite, a claridade e a escuridão.
Tudo é fruto do amor dado ou negado, da paixão desesperada correspondida ou não, que criam zonas de luz e trevas, e despertam os deuses ou demônios em nossas mentes, nos dando prazer ou sofrimento, alegria ou tristeza, já que o bem e o mal não existem na natureza, mas sim na nossa cabeça.Wikepédia


"A Deusa no Reino da Morte".


Neste mundo, a deusa é vista na lua, aquela que brilha na escuridão, aquela que traz a chuva que move as marés, a senhora dos mistérios. E, enquanto a lua cresce e mingua, e anda três noites no sei ciclo da escuridão, diz-se que a deusa, certa vez passou três noite no reino da morte.
Pois, no amor, ela sempre busca seu outro self e, uma vez no inverno do ano em que ele havia desaparecido da terra verde, ela o seguiu e chegou, finalmente, aos portões além dos quais os vivos não entram. O guardião do portão desafiou-a e desnudou-se de suas roupas e jóias, pois nada pode ser levado para aquela terra. Por amor ela estava aqui confinada como todos os que ali penetram, e foi conduzida à morte.
Ele a amava e ajoelhou- se a seus pés, deu-lhe o beijo quíntuplo e disse: -Não retorne ao mundo dos vivos, mas permaneça aqui comigo e tenha paz, descanso e conforto. Mas ela respondeu: -Por que você faz com que todas as coisas que amo e prezo murchem e morram? -Senhora- disse ele- é destino de tudo que aquilo que vive morrer. Tudo passa, tudo se esvai. Eu trago conforto e consolo para aqueles que cruzam os portões, para que possam juvenescer, mas você é o desejo do meu coração, não volte, fique aqui comigo.
E ela ficou com ele durante três dias e três noites, e ao final da terceira noite, ela colocou sua coroa, que se tornou o diadema que ela colocou em seu pescoço, dizendo: -Eis o circulo do renascimento. Através de você todos saem da vida, mas através de mim todos podem renascer novamente. Tudo passa, tudo muda. Mesmo a morte não é eterna. Meu é o mistério do ventre, que é o caldeirão do renascimento.
Penetre em mim e me conheça e estará liberto de todo o medo. Pois se a vida é somente uma passagem para a morte, a morte é somente uma passagem de volta para a vida e em mim, o círculo sempre gira. Amorável ele penetrou-a e assim renasceu para a vida. No entanto ele, é conhecido como senhor das sombras, o confortador e consolador, aquele que abre os portões, rei da terra da juventude, o que dá paz e descanso.
Mas ela é a mãe de toda a vida; dela todas as coisas nascem e para ela devem retornar novamente. Nela estão todos os mistérios da morte e do renascimento; nela encontra-se a realização de todo o amor. Extraído do livro
"A Lenda da Descida da Deusa ao Mundo Subterrâneo"
Nos tempos antigos, nosso Senhor, o Cornudo, era (e ainda é) o Consolador, o Confortador. Mas os homens o conheciam como o terrível Senhor das Sombras, solitário, inflexível e justo. Mas nossa Senhora, a Deusa resolveria todos os mistérios, até mesmo o mistério da morte; e assim ela viajou ao Mundo Subterrâneo. O Guardião dos Portais a desafiou...
"Tira tuas vestes, põe de lado tuas jóias, pois nada tu podes trazer contigo o interior desta nossa terra."
Assim ela se despojou de suas vestes e de suas jóias, e foi amarrada, como todos od vivos que buscam ingressar nos domínios da Morte, a Poderosa, têm que ser.
Tal era a beleza dela, que a própria Morte se ajoelhou e depositou sua espada e coroa aos seus pés. e beijou seus pés, dizendo: "Abençoados sejam teus pés, que te trouxeram por estes caminhos. Permanece comigo, mas deixa que eu ponha minhas mãos frias sobre o teu coração.
" E ela respondeu: "Eu não te amo. Por que fazes todas as coisas que amo e nas quais me comprazo fenecerem e morrerem?"
"Senhora" – respondeu a Morte – "trata-se da idade e da fatalidade, contra as quais sou impotente. A idade, o envelhecimento, leva todas as coisas a definharem; mas, quando os homens morrem ao desfecho de seu tempo, concedo-lhes repouso, paz e força para que possam retornar. Mas tu, tua és linda. Não retornes, permanece comigo." Mas ela respondeu: "Eu não te amo.
" E então disse a Morte: "Se não recebem minhas mãos sobre seu coração, tens que te curvar ao açoite da Morte." "É a fatalidade, melhor assim..." – ela disse e se ajoelhou. E a Morte a açoitou brandamente.
E ela bradou: "Eu conheço as aflições do amor."
E a Morte se ergueu e disse: "Sejas abençoada." E lhe deu o beijo quíntuplo, dizendo: "Assim apenas pode atingir a alegria e o conhecimento.
" Então a Morte desamarra os seus pulsos, depositando o cordel no chão.
E ele a ela ensina todos os seus mistérios e lhe dá o colar que é o círculo do renascimento.
A Deusa, então, toma a coroa e a recoloca na cabeça do Senhor do Mundo Subterrâneo.
E ela ensina a ele o mistério da taça sagrada, que é o caldeirão do renascimento.
A Deusa toma o cálice em ambas as mãos, eles se entreolham, e ele coloca ambas as mãos nas dela.
Eles amaram e se tornaram um, pois há três grandes mistérios na vida do homem, e a magia os controla todos. Para realizar o amor, tendes que retornar novamente no mesmo tempo e no mesmo lugar daqueles que são os amados; e tendes que encontrá-los, conhecê-los, lembrá-los e amarrá-los de novo.
O Senhor do Mundo Subterrâneo solta as mãos da Deusa e esta recoloca o cálice no seu lugar. Ele toma o açoite em sua mão esquerda e a espada na sua mão direita e fica na posição do Deus, antebraços cruzados sobre o peito, espada e açoite apontados para cima. Ela fica na posição da Deusa, pernas escarranchadas e braços estendidos formando o pentagrama.
Mas para renascer tendes que morrer e ser preparado para um novo corpo. E para morrer tendes que nascer, e sem amor não podes nascer. E nossa Deusa sempre se inclina para o amor, e o júbilo, e a ventura; e ela protege e acaricia suas crianças ocultas na vida, e na morte ministra o caminho da comunhão com ela; e mesmo neste mundo ela lhes ensina o mistério do Círculo Mágico, que é disposto entre os mundos dos homens e dos Deuses.Wikepédia

Aprendendo com os Mitos e Lendas.

Os Xamãs foram os primeiros contadores de estórias, tecendo os mitos que ainda hoje nos emocionam. O melhor modo de se ensinar ainda é através da parábola, um tipo especial de estória. O xamã deve aprender o maior número possível de estórias, lendas, contos apócrifos e mitos. Porém, a mais importante estória a ser aprendida é a sua própria. Não só você deve aprendê-la, como também deve aprender a contá-la, para a mais exigente platéia que existe: você mesmo.
Tudo possui as qualidades do mito. A vida é cheia de alusões míticas, as quais você, como um xamã contador de estórias, deve aprender a cantar. Por esta razão, você deve prosseguir em sua exploração pessoal das infinitas dimensões interiores do universo. Sempre que um xamã ingressa no Outro Mundo, retorna com uma nova estória para contar.
As práticas religiosas convencionais, por mais válidas que sejam, costumem desapontar, pois não atendem ao profundo desejo que os humanos nutrem por mitos. Como diz Alberto Villoldo em seu livro The Four Winds, qualquer sacerdote não passa de um "zelador de mitos," enquanto que o xamã penetra nas regiões mais profundas do Outro Mundo e retorna com novos mitos em criação. Ele então os preserva, como os xamãs fazem desde tempos imemoriais.
O grande mitógrafo Joseph Campbell disse, em mais de uma oportunidade, que ele cria que uma mitologia para a nossa era não só era necessária, como estava em formação, apesar de não saber precisar que forma ela teria. Creio que esta pode muito bem ser o mito xamânico, e que, ao resgatar as lendas e os ensinamentos da tradição celta, estaremos começando a construir nossa própria parte nesse mito. O xamanismo atende tão bem às necessidades do mundo justamente por ter como base um conjunto comum de percepções, e porque ele se relaciona de modo preciso com o mundo em que vivemos.
Se assim é, o que nós, Xamãs Celtas, podemos fazer para acrescentar nossas próprias vozes a esta estória em evolução? Devemos aprender algumas das histórias maravilhosas encontradas na ancestral literatura celta. As antigas lendas eram outrora narradas nos salões dos reis celtas. Ao trabalhar com elas, você se aproximará dos espíritos do povo celta, e de seus poetas-xamãs e contadores de estórias. Elas não são inacessíveis, como alguns podem imaginar, e representam o melhor meio de se conectar à tradição das terras celtas. Quando encontrar uma lenda que possua elementos xamânicos (ou que lhe seja interessante), tente memorizá-la.
Isto não é tão difícil quanto se pode imaginar. Não se trata de repetir as mesmas palavras todas as vezes, mas de conhecer os componentes da estória e o modo como eles se encaixam. Depois que compreender isto, você poderá contar as estórias a quem desejar ouvi- las - e certamente todos gostam de uma boa estória!
Com o tempo, você se verá pronto para começar a contar uma outra estória - a sua própria. Toda a sua vida é uma estória, e há muito a se aprender quando, de tempos em tempos, revemos nossas vidas. Tente relatar alguns pequenos episódios em voz alta para você mesmo, como se estivesse repetindo uma anedota num círculo de amigos, à mesa de jantar. Desta vez, porém, não omita nada, como pode se ver tentado a fazer em outras circunstâncias, e procure conscientemente pelos padrões ocultos que formam todas as nossas vidas. Busque as referências importantes a características suas das quais você não se dá conta. Você se surpreenderá com a natureza reveladora das coisas de que você "se lembrará."
Deixei um dos ensinamentos mais importantes praticamente para o fim: como recontar a sua própria estória. Os celtas amavam lendas, e possuíam uma classe profissional, os bardos e seanachies, cuja tarefa era memorizar centenas de estórias. Muitas destas se perderam para sempre, apesar de conhecermos os nomes de algumas. Mais importante do que isso, porém, é aprender a contar sua lenda em todos os dias de sua vida. Qual é a sua estória? Que tipo de pessoa ela faz de você? Você é um guerreiro, um curandeiro, um músico, um viajante? Estes são apenas alguns dos papéis que você pode desempenhar - talvez diversos durante sua vida. Você deve perguntar a si mesmo em que tipo de lenda você vive, e então poderá começar a contá-la, a princípio somente para você, talvez. Você pode escrevê-la, e lê-la novamente após algumas semanas. Veja, então, se consegue identificar os padrões que se ocultam sob a superfície.
O ato de contar estórias é uma forma de ensino usada desde os primórdios dos tempos. As parábolas de Cristo e dos monges celtas eram estórias que nos ensinavam a viver. Entre os nativos da América do Norte, os Aborígenes da Austrália e os cantores Sami da Lapônia, por exemplo, existem repertórios virtualmente infinitos de lendas que narram a recriação e a perpetuação do sagrado, e a relação das pessoas com este último. As antigas estórias e canções tradicionais recitadas pelos bardos celtas visavam a, simultaneamente, entreter e instruir. As estórias e lendas dos celtas nos falam do Outro Mundo, deste mundo, de nós mesmos. Convém aprender ao menos algumas de cor; não importa se as palavras não são sempre as mesmas, desde que os elementos da estória estejam firmemente enraizados em você. Assim, você poderá contá-las a qualquer um que deseje ouvi-las, e você poderá se surpreender com a quantidade de pessoas interessadas. Tente contá-las a seus filhos; venho contando estórias mágicas a meu filho desde que ele era crescido o bastante para compreender minhas palavras. Por vezes, ele as entende melhor do que eu!
Assim, ouça as antigas estórias, e você verá o quanto aprenderá. Muitos dos antigos ensinamentos estão contidos nessas lendas, apenas aguardando para serem retirados e praticados. Depois de um certo tempo, você verá que novas estórias surgirão a você, talvez contendo elementos das antigas lendas que se revelam de outras formas. Escreva- as, e tente decorá-las. Se você é capaz de memorizá-las sem precisar escrever, tanto melhor, pois assim elas serão realmente uma parte de você.Wikepédia.

Mito de Prometeu e Epimeteu.


Era uma vez um tempo em que os deuses já existiam, mas os mortais, ainda não. Quando chega o tempo marcado pelo destino para o seu nascimento, os deuses então modelam as criaturas no interior da Terra, com uma mistura de terra, fogo e de todas as substâncias que se podem combinar com o fogo e com a terra.
No momento de trazer as criaturas à luz, os deuses ordenaram a Prometeu e seu irmão gêmeo Epimeteu, que distribuíssem adequadamente entre as criaturas, todas as qualidades as quais devessem ser providas.
Epimeteu pediu então a Prometeu, que lhe deixasse o cuidado de fazer ele mesmo a distribuição. Quando terminado, Prometeu faria a inspeção da obra realizada. Dada a permissão, Epimeteu começou a trabalhar. Nessa distribuição, Epimeteu dá a alguns a velocidade, a força a outros, de forma que o fraco seria ágil e rápido para compensar sua debilidade, e o lento assim, seria forte para que pudesse se defender. A alguns ele concede armas, e para outros cuja natureza é desarmada, inventa alguma outra qualidade para que pudesse garantir a sua salvação. Faz enfim a distribuição, de forma que as raças possam não desaparecer.
Depois de as ter premunido adequadamente contra as destruições recíprocas, ocupou-se então Epimeteu de defendê-las contra as intempéries que vem de Zeus, revestindo as criaturas com pelos espessos ou peles grossas, abrigos contra o frio, e também abrigos contra o calor. Calçou uns com cascos, outros com couros maciços, e assim por diante. Providenciou alimentação distinta para todos: ervas para uns, raízes para outros, etc. A alguns atribuiu como alimento a carne de outros. A esses deu uma descendência pouco numerosa, e suas vítimas receberam como compensação, uma grande fecundidade, como salvação da sua espécie.
Epimeteu, que tinha uma sabedoria imperfeita, já tinha esgotado, sem perceber, todas as qualidades com os animais, esquecendo-se de reservar alguma coisa para prover o homem. Então, chega Prometeu para examinar o trabalho, e viu as outras raças equipadas e o homem nu, sem calçados, sem coberturas e sem armas. E tinha chegado o dia marcado pelo Destino, em que era preciso que o homem saísse da terra e viesse para a luz.
Diante dessa dificuldade, Prometeu não sabia que meio de salvação poderia encontrar para o homem. Decidiu então roubar de Héfesto a habilidade com o fogo, e de Atena a inteligência, para então dá-los aos homens como forma de defender a sua vida.
Foi assim que o homem recebeu a posse das artes úteis à vida, mas não foi agraciado com a política, pois essa pertencia a Zeus, o deus supremo.
Prometeu não ousou voltar ao Olimpo para tentar colher a política junto ao poderoso rei dos deuses. Mesmo assim Prometeu foi descoberto e acusado de roubo, sendo condenado a ficar eternamente amarrado em cima de um penhasco, onde um abutre comeria o seu fígado durante o dia, e durante a noite ele se regeneraria, repetindo-se dia após dia, num castigo eterno.
O homem, portanto, era a única parte da criação que possuía uma parte divina, e por isso foi o único dos animais a honrar os deuses, construindo altares e templos para eles, e a fazer oferendas e sacrifícios em sua honra.
Devido à inteligência que fora roubada de Atena, o homem desenvolveu uma linguagem com palavras articuladas, aprendeu a construir habitações, as roupas, os calçados, a cultivar a terra, etc.
Mas não havia nenhuma cidade, vivendo os homens dispersos, de forma que eram presas fáceis para os animais mais fortes. Sua inteligência era ineficaz na guerra, pois não possuíam a arte da política, da qual a guerra e parte.
Procuraram então se reunir em cidades, para que pudessem se proteger, mas uma vez juntos, os homens lesavam-se mutuamente, pois não possuíam a arte da política, fazendo com que se dispersassem ou morressem.
Zeus, temeroso por nossa espécie ameaçada de extinção, e com isso perderia-se os altares e as oferendas, ordenou a Hermes, o mensageiro divino, a distribuir a todos os homens indistintamente, a justiça e o pudor.
A justiça para que se faça as leis, e o pudor para que as leis sejam respeitadas. Zeus ordenou ainda que todo aquele que não fosse capaz de compartilhar do pudor e da justiça, deveria ser eliminado da sociedade, pois seria um flagelo a ela. Nascia a política.Wikepédia.