domingo, 30 de dezembro de 2012
O Castelo Dos Destinos Cruzados.
Quando você me disse que não era nada
Daquilo que a gente sempre imaginou
Um vento frio soprou, uma janela bateu
Na noite escura da alma
Quando você me olhou daquele jeito
Que só você olhava
Um passarinho voou baixinho
Deixou prá trás tudo que acreditava
Quando as paredes e o teto cairam
Eu pensei que era o final
Mas era só o começo de um problema
Só um pesadelo normal
Lembra de mim, você me enlouquece
A cabeça diz que é besteira
Mas o coração não esquece
No castelo dos destinos que se cruzam no tempo
Ninguém liga se já foi ou se ainda pode ser
Uma criança que nasceu em 62
Uma mulher que eu conheci em 43
Os dias passam lentamente prá quem pensa nos dias
Semanas e semanas só pensando em você
O tempo pinga lento, dentro do meu talismã
Nas estrelas de centauro, hoje é o ontem do amanhã
Lembra de mim...
No castelo dos destinos cruzados
O viajante que chegou pode ser você
Eu fiz de tudo que eu pude para te esquecer
A morte vive aqui do lado só que a gente não vê
Uma pessoa que ficou perdida
Uma pessoa que caiu do céu
Uma pessoa que você já conhecia
Muito antes de nascer e que você perdeu.
Engenheiros do Hawaii.
A NOITE NEGRA DA ALMA.
Trata-se de um termo há muito usado pelos místicos para denotar certo estado emocional e psicológico, assim como para indicar um período de testes por que todo mortal passa alguma vez em sua vida. Essa Noite Negra da Alma é caracterizada por uma série de fracassos; o indivíduo experimenta muitas frustrações. Qualquer coisa que o indivíduo se propõe a fazer parece carregada de incertezas e obstáculos. Não importa o quanto ele tente ou que conhecimentos aplique, o indivíduo se sente amarrado. Quando prestes a se concretizarem, as oportunidades parecem escapar de suas mãos. Coisas com as quais ele muito contava, não se realizam. Seus planos tornam-se estáticos e não se concretizam. Nenhuma circunstância lhe oferece solução ou encorajamento quanto ao futuro. Este período é repleto de desapontamento, desânimo e depressão.
Durante esse período, o indivíduo sente-se fortemente tentado a abandonar seus mais acalentados ideais e esperanças, tornando-se extremamente pessimista. O maior perigo, contudo, é sua tendência de abandonar todas aquelas coisas às quais atribuía grande valor e importância na vida. Ele pode achar que é inútil continuar seus estudos místicos, suas atividades culturais e sua afiliação a entidades filantrópicas. Caso ceda a essas tentações, estará realmente perdido. De acordo com a tradição mística, este é o período em que a fibra da personalidade-alma é testada. Suas verdadeiras convicções, sua força de vontade e seu merecimento de maior iluminação são colocados à prova. Se o indivíduo sucumbe a essas condições, embora a frustração e o desespero possam diminuir, ele não conhecerá o júbilo da verdadeira conquista na vida. Daí por diante, sua existência poderá ser medíocre e ele não experimentará verdadeira paz interior.
Não se trata de algum tipo de punição imposta ao indivíduo. Como evidenciam os ensinamentos místicos, não é uma condição cármica. É, isto sim, uma espécie de adaptação que o indivíduo deve fazer dentro de si mesmo para evoluir a um nível mais elevado de consciência. É uma espécie de desafio, uma espécie de exigência de que a pessoa recorra à introspecção e promova uma reavaliação de seus ideais e objetivos na vida. Uma exigência de que a pessoa abandone interesses superficiais e se decida sobre o modo em que deve utilizar sua vida. Não significa que o indivíduo deva abandonar seu trabalho ou meio de vida, mas, que ele deve reestruturar sua vida futura. A Noite Negra o faz perguntar-se sobre quais as contribuições que ele pode fazer à humanidade. Faz com que ele descubra seus pontos fracos e fortes.
Se a pessoa fizer esta auto-análise durante a Noite Negra ao invés de apenas lutar contra suas frustrações, toda a situação mudará para melhor. Ela passa a ter domínio sobre acontecimentos que concluiu serem meritórios. Mais cedo ou mais tarde, então, advém a condição que há muito os místicos chamam de Áureo Alvorecer. Subitamente, parece haver uma transformação: a pessoa torna-se efervescente de entusiasmo. Há um influxo de idéias estimulantes e construtivas que ela sente poder converter em benefícios para sua vida. Todo o novo curso de sua existência é promissor. Em contraste com as condições anteriores, sua nova vida é verdadeiramente áurea no alvorecer de um novo período. Acima de tudo, há a iluminação, o discernimento aguçado, a compreensão de si mesmo e de situações que antes não compreendia.
Aqueles que não têm conhecimento deste fenômeno mas que no entanto perseveram e superam a Noite Negra da Alma, tomam-se algo confusos pelo que lhes parece uma transformação inexplicável em seus afazeres e obrigações. Particularmente estranho lhes parece o que acreditam ser alguma energia ou combinação de circunstâncias externas que produziu a mudança. Eles não percebem que a transformação ocorreu em sua própria natureza psíquica como resultado de seus pensamentos e vontade.
Quando é que começa a Noite Negra da Alma? Em que idade ou período da vida ela ocorre? Podemos responder que normalmente ela se sucede ao fim de um dos ciclos de sete anos, como 35, 42, 49, 56, 63... anos de idade. Ela ocorre com mais freqüência no fim do ciclo dos 42 ou 49 anos, e muito raramente aos 63 ou além.
Quanto tempo ela dura? Em verdade ninguém pode responder esta pergunta pois sua duração é individual. Depende de como a pessoa tenha vivido; de seus pensamentos e ações. Contudo, enfatizamos uma vez mais: A Noite Negra não advém como punição pelo que a pessoa possa ter feito no passado, mas, sim como um teste do merecimento de penetrar no Áureo Alvorecer. Talvez quanto mais circunspecto seja o indivíduo, quanto mais sincero ele seja na busca de realizar nobres ideais, tanto mais cedo sua determinação e seu verdadeiro caráter serão postos a prova pela Noite Negra da Alma.
Por quanto tempo tem a pessoa de suportar essa experiência? Isto também varia de acordo com o indivíduo. Se ele resiste, se não sucumbe à tentação de abandonar seus hábitos, prática e costumes meritórios, a Noite logo termina. Se, porém, ele sucumbe, entrega-se à estagnação profunda e abandona seu melhor modo de vida, então a Noite pode continuar em diferentes intensidades pelo resto de sua vida.
Deve-se compreender, repetimos, que esta não é uma experiência ou fenômeno que ocorre somente para os estudantes de misticismo. Aliás, ela não guarda relação direta com o tema do misticismo, exceto pelo fato de ser um fenômeno natural, psicológico e cósmico. Os místicos o explicam; os outros, não. Os psicólogos, por exemplo, dirão que se trata de um estado emocional, uma depressão temporária, um estado de ânimo que inibe o pensamento e a ação da pessoa, o que explica os fracassos e as frustrações. Eles procurarão encontrar algum pensamento, alguma repressão subconsciente para explicar tal estado. Como dissemos, a Noite Negra ocorre na vida de todo mundo, independentemente de a pessoa conhecer ou não algo de misticismo. É bem provável que você tenha conhecido alguma pessoa que passou por esse período. As coisas para tal pessoa pareciam redundar em fracassos, a despeito de quanto esforço ela fizesse. Então, algum tempo depois, essa pessoa tomou-se bem sucedida, feliz, parecendo ter outra personalidade.
Entretanto, o indivíduo, por sua própria negligência, pode acarretar condições semelhantes às da Noite Negra. Uma pessoa preguiçosa, indolente, descuidada, indiferente e sem senso prático acarretará muitos fracassos à sua própria vida. Ela pode lastimar-se de sua sina a outros, e, se conhecer algo a respeito, poderá mesmo dizer que está passando pela Noite Negra. Mas saberá que a falha está em seu próprio interior.
A diferença entre esta pessoa e o indivíduo que está realmente passando pela Noite Negra está em que o último, pelo menos a princípio, sinceramente procurará enfrentar cada situação e aplicar seu conhecimento até que chegue a compreender que está bloqueado por algo maior que sua própria capacidade. A pessoa indolente, porém, sempre sabe que é indolente, quer isto admita ou não. A pessoa negligente sempre sabe que negligenciou o que deveria ter realizado. A pessoa descuidada que é assim por hábito, sabe que não vai muito longe e que comete muitos erros.Ralph M. Lewis.
Das Doutrinas Secretas de Jesus.
Jesus logo achou necessário desenvolver seu trabalho de maneira dual.
Seria necessário continuar as reuniões abertas, as demonstrações públicas de milagres nas margens das estradas, na presença das multidões.
Mas também seria necessário reunir-se, em ocasiões variadas de cada mês, com Seus sinceros e honestos colaboradores, que ele havia escolhido nos últimos meses para levar adiante Sua grande obra.
Nisso Jesus percebeu que a experiência de avatares e líderes anteriores era de grande valor, e os antigos registos indicam que Ele não se desviou muito dos métodos que esses líderes haviam utilizado, no que se referia aos detalhes do reconhecimento físico e mundano.
Evidentemente, havia dois tipos de homens e mulheres que eram admitidos a Suas escolas secretas ou a Seus locais secretos de reunião.
O primeiro grupo consistia de pessoas que estavam sinceramente interessadas em conhecer os factos, mas que deliberadamente tomavam esses factos com certa restrição e exigiam sinais e demonstrações de tempos a tempos.
Essas pessoas tornaram-se estudantes sinceros no que concerne ao desejo de dominar os princípios dessas demonstrações, já que esse domínio lhes permitiria curar os doentes, fazer andar os aleijados e dar visão aos cegos, como Jesus havia feito, mas não estavam ansiosas para seguir Seus preceitos espirituais e modificar o curso de sua vida pessoal de modo que pudessem alcançar o estado ideal que Jesus defendia como o objectivo maior de Sua missão.
A outra classe aceitava com sincera fé todas as grandes verdades postuladas por Jesus e pouco ou nada se importava com demonstrações contínuas de Seu poder, encontrando na virtude de uma vida mais aprimorada toda a recompensa que desejava.
Essas duas facções de Seu grupo fizeram Jesus ir a extremos para lhes transmitir a importância da obra que tinha de realizar e que Ele sabia que deveria ser continuada por Seus seguidores no futuro.
Não foi fácil o trabalho que Jesus teve para organizar a instituição ou escola que Ele visualizava, e temos várias provas de que Ele se retirou para a solidão ou para o silêncio muitas vezes, para chorar, orar e pedir a Deus que Lhe desse orientação especial.
Os pecados do mundo não O entristeciam tanto quanto a indiferença e falta de sinceridade dos que eram verdadeiramente dignos de se tornar Seus grandes discípulos, mas que ainda se apegavam aos prazeres do mundo e não se podiam dar total e completamente ao novo movimento.
Entretanto, percebemos que com o passar do tempo Ele reuniu cento e vinte seguidores e estudantes para formar Sua sociedade secreta.
Houve alguns que Ele teve de deixar de parte, no círculo exterior de membros, pois representavam os buscadores insinceros ou superficiais da verdade.
Hoje em dia temos o mesmo tipo de pessoas indo de um lado para o outro para ouvir palavras de sabedoria de grandes pregadores e oradores, comprando livros e manuscritos, sempre procurando, conforme elas mesmas dizem, as grandes verdades da vida.
Mas no santuário de seu coração, nas horas silenciosas de meditação e auto-análise, elas classificam as verdades recebidas e as analisam à luz de suas próprias crenças anteriores, especialmente à luz de suas crenças e convicções mais convenientes.
Criam uma filosofia, um código de vida, um credo próprio que é uma mistura de suas próprias crenças anteriores e daquelas que acharam mais convenientes e passíveis de aceitação, provindas de mentes e corações alheios.
Essas pessoas jamais descobrem ou compreendem real e interiormente as grandes verdades que estão buscando.
Encerram sua vida ainda convictas de que o grande mestre que poderia lhes ter revelado todas as verdades que elas poderiam aceitar e que lhes seriam inequivocamente provadas não apareceu, e que em algum lugar esse grande mestre devia existir, enquanto elas buscavam aqui e ali, passando diariamente pelo portal do templo que tanto esperavam encontrar.
Para evitar que os indignos e aqueles que se encontravam no círculo exterior de membros participassem das instruções secretas e revelações divinas que Deus prometera a Jesus que seriam dadas a Seus discípulos, nada mais natural que Jesus decidisse que Ele e Seus cento e vinte discípulos qualificados se reunissem secretamente, mediante um sinal ou palavra de passe com que se identificassem.
Lançar pérolas aos porcos sempre foi um método seguro não só de perder a maior parte delas, mas de fazer com que os porcos e outras criaturas não valorizem o que lhes é oferecido.
Há uma tendência na natureza humana de valorizar as coisas pela dificuldade para obtê-las ou alcançá-las.
Aquilo que é oferecido gratuitamente só vale o esforço de pegar.
Pensar que Jesus desconhecia esse princípio fundamental do pensamento humano é subestimar Seu maravilhoso conhecimento da psicologia humana.
Tudo que Jesus oferecia ao público e aos seus discípulos era mantido nas alturas, colocado numa posição difícil de alcançar.
A própria Salvação, aquilo que o Homem mais desejava e que Jesus oferecia tão liberalmente, exigia sacrifícios e esforços.
Embora muitos pensassem que o Caminho para a Salvação indicado por Jesus parecia simples demais, comparado com a complicação das exigências ritualísticas das outras religiões contemporâneas, tanto os pobres quanto os ricos logo verificaram que o método cristão era o mais difícil de todos, e aqueles que efectivamente desejavam a purificação, o desabrochar e a elevação espiritual que lhes era oferecida, passaram a lutar por isso simplesmente porque as dificuldades aparentemente intransponíveis faziam a recompensa parecer extremamente valiosa.
Jesus precisava de líderes para levar avante sua missão e sabia que esses homens teriam de ser entusiastas e atribuir um alto valor à confiança que Ele oferecia.
Foi por isso que Ele utilizou muitos métodos, especialmente o antigo sistema de escolher discípulos particulares, secretos, que seriam eficientemente treinados e enviados como verdadeiros representantes de Seu divino plano e objectivo.
Harvey Spencer Lewis.
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