quinta-feira, 14 de outubro de 2010
O Deus Cornudo.Seu Chamado.
Ouça as palavras do Deus Cornudo, o Guardião de tudo o que é selvagem e livre, Guardião dos Portais da Morte, cujo chamado todos respondem.
Eu sou o fogo no âmago do teu coração… O anseio da tua alma. Eu sou o Caçador do Conhecimento e o Peregrino da Sagrada Busca. Eu, Aquele que se levanta na sombra da luz, sou Aquele a quem tu chamas Morte. Eu, o Consorte e Companheiro Daquela a quem nós adoramos, Eu te chamo.
Dêem ouvidos quando eu chamo, meu amados, venham à mim e aprendam os segredos da morte e da paz. Eu sou o milho na época da colheita e o fruto da árvore. Eu sou Aquele que te conduz ao teu lar. Açoite e Chama, Lâmina e Sangue, estes são para ti as minhas dádivas.
Chama-me no selvagem da floresta e no desolado do topo da montanha e busca-me no Fulgor Sombrio. Eu, Aquele que tem sido chamado de Pan, Herne, Osíris e Hades, falo a ti nesta busca. Venha, dance e cante; venha, viva e sorria. Pois eis que esta é a minha adoração.
Vós sois meus filhos e Eu sou o vosso Pai. Nas céleres asas da noite, Eu sou Aquele que o deita aos pés da Mãe, para que tu renasças e retornes mais uma vez. Tu, que pensas em me buscar saiba que Eu sou o vento indomável, a fúria da tempestade e da paixão da sua Alma. Busca-me com orgulho e humildade, mas de preferência com amor e veemência. Pois este é meu caminho e Eu não amo o fraco e o pusilânime. Ouça o meu chamado nas longas noites Inverno e nós permaneceremos juntos guardando a Sua Terra enquanto Ela dorme.Janet Thompson.
Deus das Sombras.O seu Chamado.
Ouça você as palavras do Senhor das Sombras, Aquele que desde os tempos antigos é chamado entre os homens de Anúbis, Hades, Arawyn, Plutão, Charon, Herne, Gwyn ap Nudd e muitos outros nomes:
Eu sou a Sombra do dia claro; Eu sou o que lembra da mortalidade no auge da vida. Eu sou o véu sem fim da Noite onde a Deusa Estelar dança. Eu sou a Morte que PRECISA existir para que a vida continue. Pois eis que a Vida é Imortal e o que é vivo deve morrer.
Eu sou a Força que protege, que impõe limites; Eu sou o Poder que diz: Não, e nada mais, e basta. Eu sou o que não pode ser dito e Eu sou o que ri na beira da Morte.
Venha comigo para a aconchegante e envolvente escuridão; sinta meus afagos nas mãos, na boca, no corpo daquele que você ama e seja transformado.
Reúnam-se em noites sem lua e falem em línguas desconhecidas; a Grande Mãe e Eu vamos escutá-los. Cante para nós, gritem e o poder será seu para exercê-lo.
Sopre-Me um beijo quando o céu estiver negro e Eu sorrirei. Mas não haverá um outro beijo em troca, com toda a certeza! Meu beijo é o último para toda a carne mortal.
Christopher Hatton.
Wicca.A Tradição Ibérica.
A História Mística não é exclusiva de ninguém. Mas a nossa História exige um pouco mais de quem a ela se dedica. A Tradição Ibérica surge, apenas porque existe divindades próprias. O ritual ensinado por algumas anciãs ou pela mitologia popular criou um forma própria de comunicar com os Mistérios. Iniciatória como Iniciática implica os Mistérios e a palavra mistério, advém de mito. De mito fez-se loggia ou "narrativa", o que por vezes existirem pessoas desconhecerem este facto. A Tradição Ibérica que o Coventículo estuda, tende a recuperar o que se pensa ter perdido o significado primordial através das narrativas encobertas, alegorias, dos Mistérios Sagrados, sobretudo na Terrae de Ophiussa (Terra das Serpentes). Lusitânia, terra dos Iniciados, dos Mistérios, da transmissão esotérica, tem por princípio o seguinte: Nenhum conhecimento é válido se não pode ser compartilhado.
É o culto aos Deuses destas terras, tradição antiga mas renovada sem contudo fugir aos conceitos e preceitos do antigamente. Os nossos ancestrais adoravam os seus Deuses, com cultos diferenciados entre tribos e regiões e amavam e respeitavam os lugares e espíritos da natureza, colhiam e caçavam com bravura e respeito. Como todos os esclarecidos, o aspecto ritualístico, é desconhecido, por estas práticas não serem passadas a escrito, mas oralmente. A base dos nossos rituais tem a ver, sobretudo, como a forma de estar e de comunicar com essas entidades. Não nos podemos esquecer o passado, que a Península Ibérica, foi palco de influências de vários povos: os Fenícios, Cartagineses, Suevos, Visigodos e Celtas e Celtiberos.
Ninguém possui o conhecimento, depois desses séculos, tal como o praticavam, embora existam gentes que guardaram tais segredos, sem que estes mesmos tenham sofrido grandes influências de outras tradições mágicas: não por preservação mas pela sua melhoria e elevação espiritual transmitindo-os de família para familiar ou de Mestre para Iniciado, só assim, entrará no mundo fascinante e poderoso da feitiçaria da Tradição Ibérica.
Interpretar a forma de civilização, carregada pelos povos Celta, para a Península Ibérica é, de certa maneira, interpretar muito a alma portuguesa.
No seu orgulho guerreiro, o Celta fazia de cada 'acampamento' ou de cada 'alto' uma pátria móvel; quando tinha condições para se fixar erguia, pedra sobre pedra numa arquitectura de sobrevivência e segundo estratégias puramente sócio-militares o seu castro em locais altos e de difícil acesso. Cada castro simbolizava a pátria céltica, tanto que a sua estrutura urbana continha a parte estritamente familiar dos clãs, as redes de retenção e de distribuição de água, os locais para assembleia e os locais de adoração solar, sempre no âmbito de uma dimensão matriarcal, porque à patriarcal cabia a defesa e o suporte do quotidiano castrejo.
Os povos Ibéricos eram, na realidade vários povos, também foram os árabes, como foram os lígures e como o foram os lusitanos. Embora haja uma continuidade genuína e pura que surge dos lusitanos, com características muito particulares, que levaram, apesar das várias incursões, de se manter a sua civilização cultural e a sua raça.
Claro, que entre beberam, de algum modo, as várias influências, como as dos fenícios (a partir do Séc. X aC) e dos gregos (a partir do Séc. VII aC), por isso, quando a Civilização Celta atinge a região, já existiam vestígios de celticidade i.e., segundo os profundos estudos do pesquisador e historiador francês Antoine Fabre D'Olivet (em particular no seu livro 'História Filosófia Do Gênero Humano'), também perseguido pelo Vaticano e por Bonaparte, o povo Fenício, não era mais do que uma das facções da Civilização Celta, facção essa que deu origem, numa cisão social memorável, às amazonas (há-mâs-ohne: as sem macho) hoje, arqueologicamente reveladas e que não pertencem ao 'reino da fantasia' (e dando razão às certezas históricas já anteriormente apontadas por D'Olivet).
A este registro, ao qual, Martins Sarmento não teve acesso demonstra que a digressão céltica formou vários povos a partir dos clãs dissidentes, penetrou a Ásia e o Egito, e quando chegou em massa à Península Ibérica entrou pela região do Algarve (e vindos do Norte da África e da Espanha) com os Cinetes, por Lisboa com os Cempsos, pela Estremadura (e vindos da Espanha) com os Sepes, por Coimbra e Viseu (e vindos da Espanha) com os Pernix Lucis e pelo norte (Galiza, na Espanha; Braga, Barcelos, Guimarães, Chaves e região do rio Douro, em Portugal) com os Draganes. Uma horda que dominou e aculturou os povos que ali já viviam no Séc. VI ANE. Uma outra facção dos Celtas, os Cartagineses, chegou à região no Séc. II ANE já com o Império Romano fazendo soar as trompetas em algumas abordagens de salteio.
Poucos séculos depois, já na era actual, chegaram os Vândalos, Alanos e Suevos (409 DNE), os Visigodos (415 DNE) e, cerca de trezentos anos depois, novamente os Árabes (710 DNE). Assim, quando se fala de período pré-céltico ibérico temos de o localizar entre os Sécs X e VI DNE, uma vez que aqueles clãs que aqui se instalaram em 600 DNE constituíram, o que designamos por Celtiberos, e é deles que se fala quando observamos, por exemplo, a arquitectura sócio-militar nos castros (citânias) de Briteiros e de Sabroso (Guimarães) ou de Loureiro (Pontevedra) ou Santa Tecla (La Guardia). O formidável e íntimo (porque ousadamente pessoal) trabalho de Martins Sarmento, pôs a descoberto as raízes sociais que deram origem a Portugal e cuja força telúrica ajudou, na verdade, o príncipe D. Afonso Henriques a tornar-se o primeiro rei português a partir, exactamente, de Guimarães!
E não se pode esquecer, quando se percorre o piso granítico das vilas castrejas, que os Celtiberos só foram trucidados pelo Império Romano depois que este dominou Cartago, entre 193 e 72 e penetrou nos domínios ibéricos derrotando chefes históricos como Viriato e como Sertório (este, aliás, um antigo general romano). Mesmo assim, depois de anos e anos de sangrentas batalhas. Com a romanização, chegou depois cristianização e em ambos os casos de domínio imperial nunca a essência céltica de viver olhando o mundo deixou de existir, tanto que o calendário litúrgico cristão assentou bases, propositadamente, nas festas pagãs e tomou até os festejos do equinócio de inverno (a modra necta = noite mãe) para si chamando-lhe natal!
Há um traço alquímico que une todos os povos.
Como Ibéricos, especialmente os Lusitanos, possuímos uma tradição Ancestral, na qual muitas das práticas exteriores, por exemplo, o culto dos adoradores, muito comum na nossa etnografia, foi absorvida pela religião católica. Surge mais tarde em épocas festivas tais como o Entrudo, Pascoela e Natal são datas aproximadas das festas, que foram palco de adoração aos nossos Deuses.
A adoração e a Ritualística aos Deuses Peninsulares pode ser inserida na Arte Antiga, hoje comummente chamada Tradicionalista e claro, muito anterior à Wicca de Gardner e de outros precursores. Aliás, é sabido que G. Gardner (nos anos 50) transforma a Feitiçaria, numa nova religião e baptizou-a de Wicca, criando um modelo ritual, que tem servido de padrão a todos os coventículos e solitários.
A explicação de Gerald Gardner para estas influências baseia-se na constatação de que durante a sua iniciação ao grupo de bruxaria do "Horsa Coven", os materiais eram bastante fragmentários e se viu na necessidade de os reestruturar segundos as necessidades e a idiossincrasia cognitiva do homem moderno. A Wicca nasceu desta fusão criadora. Não se pode utilizar a expressão Wicca para as práticas de bruxaria anteriores à reforma de Gardner, aliás completamente saturadas pelo cristianismo, nem para as adaptações que dela se irão fazer sobretudo nos EUA em função de critérios redutores e de programas políticos com os do feminismo e da ecologia.
O espírito religioso dos romanos nas várias regiões conquistas, davam nomes em comparação com as suas divindades. Aconteceu com a nossa Deusa Atégina que após a romanização, virou Próserpina, nome deveras conhecido na mitologia romana mas que muito antes de Roma instalar-se já os povos locais a conheciam, como a sua lenda da descida da Deusa aos mundos interiores. E cinco séculos antes de Roma, haviam já chegado os Gregos e Fenícios e posteriormente Cartagineses que não nos forçaram a Religiões impostas, mas foram bastantes influentes na passagem de segredos e mistérios aos Sábios tribais dos Santuários primitivos já existentes na Península.
A nossa Tradição tem uma ancestralidade reconhecida num vasto Panteão autóctone como confirmam os variadíssimos vestígios históricos, que cada vez mais surgirão à luz dos homens.
Não nos poderíamos alhear também da importância trazida pelas culturas Fenícia, Cretense, Egípcia e Grega e cuja cultura resplandecente causou assombro e respeito aos povos nativos do litoral com os cultos de Baal Merkart, Isís e de Tanith de Cartago cultuada na Nazaré.
Não é fácil o acesso aos Coventículos ou Conciliábulos (expressão portuguesa usada pelas nossas bruxas, em vez de Covens) actualmente únicos redutos detentores destes velhos segredos e cultos continuam livres de conceitos dogmáticos religosos. Os Coventículos mantêm-se fechados, sem dúvida.
Contudo, toda a Tradição Ibérica procura neste momento seguir os caminhos do neo-paganismo e a aberura começa a ser uma realidade. É preciso ter em conta que a Antiga Religião existe há mais de 22 mil anos, embora como não se pretende expandir-se como a Igreja católica -- ou como qualquer seita dogmática -- que só tem 2 mil anos de existência. O medo que uma tradição de muitos séculos se dissolva em conceitos modernistas é descabido. Um princípio geral e unânime e aceito na Wicca Lusitana, Tradição Ibérica, é a seguinte:
Não convertemos ninguém, por isso, de certeza que nenhum de vós encontrará ninguém a convidá-lo para se juntar a um coventículo, sem que primeiro dê provas do seu caminho espiritual. Mantêm um sistema de comunicação muito próprio entre si, conhecem quem é quem na tradição, mesmo que a distância nos separe não estamos separados, sabemos logo à partida quem são os impostores e também aqueles que têm valor.
Contudo, membros de Coventículos não se afastam de conviver com outros e de movimentar-se no meio pagão, adorando as Divindades em cada Festival pagão, com o devido respeito e com a crença de que cada Divindade tem um papel importante na vida dos homens e no meio.
O Panteão Lusitano Ibérico é profusamente rico e tribal. Os nossos Deuses existem nas antigas regiões da Bética, da Lusitânia e da Calaecia, e entre várias Divindades, cultua-se:
Endovélico o Deus Curador e do mundo subterrâneo;
Atégina A Deusa Mãe;
Trebaruna A Guerreira e Protectora;
Bônconcios O Guerreiro;
Tongoenabiagus O Fertilizador;
Tanira A deusa das Artes;
Nabica A Ninfa das Florestas;
Aernus O senhor dos ventos do Norte;
Brigantés a Deusa guerreira.
Sobre Brigantés.
Esta divindade é resultante da influência dos povos do norte da Europa nas terras da Ibéria A qual não têm nada a ver com Briga ou Brigit dos celtas.
Nós, feiticeiros Ibéricos seguimos os actuais calendários usados na Wicca, embora haja calendários vivos que a própria Tradição nos ditou através dos tempos. Na Nossa Tradição há Celebrações anuais básicas, O nascimento, O crescimento, O Apogeu e O Rito aos Idos aonde visitamos o Rio do Esquecimento, para cultuar os nossos antepassados idos.
A tradicional estátua do Guerreiro Lusitano, erecto com um escudo (redondela defensiva) adiante, que se aprende na Histografia oficial, como sendo um convencional soldado da Lusitânia, ou até mesmo Viriato, na realidade é a configuração simbólica do Deus Solar Endovélico, cuja redondela tão só designa o círculo do Sol.
Na Tradição Ibérica o culto é dirigido, tal como na Wicca, a uma Deusa e a um Deus mas, também, cada Divindade pode ser adorada individualmente.F.P.Wikepédia.
Magos Negros.E o Sabá.
O Sabá (do hebraico shabbath, que significa sétimo dia) ou Aquelarre foi a prática mais sensacional e conhecida da Idade Média. Era o encontro dos bruxos com os demônios.
Sabá, nome vindo de Sabásio, segunda denominação de Baco (deus do vinho e do prazer), constitui o elo entre o velho rito pagão dos bruxos e o ritual anticristão, no qual Satanás é divinizado e adorado com ritos e cerimônias cristãs pervertidas.
A realidade do Sabá enquanto reunião ritual é indiscutível. Que tenha sido realizado na França, na Alemanha, na Itália, na noite de São Martinho ou de Santa Valpúrgia, que o Bode Negro (Bode de Mendes) tenha o nome de Mestre Leonardo ou Belzebu, o Sabá foi celebrado durante toda a Idade Média.
Contudo, o Sabá ficou sendo conhecido como tal somente a partir de 1510, quando Bernard de Como e Bartolommeo Spina o denunciaram explicitamente entre os crimes contra a Igreja.
O Sabá, no princípio, era uma reunião de subversivos, cujas teses e ideologias conflitavam com as da Igreja. Era uma revolta dos servos, dos camponeses contra o Deus do padre e do senhor.
Era celebrado, geralmente, no campo perto de algum bosque ou de um lago. Raras vezes durante o dia. O pequeno Sabá desenrolava-se duas vezes por semana e o grande Sabá quatro vezes por ano, nas mudanças de estações.
O Chefe dos Bruxos dirigia a cerimônia. Antes do festim orgíaco, realizava-se uma complexa série de ritos mágicos, que se completavam com a renúncia pública ao batismo cristão e com o juramento de obediência a Satanás, pisando a cruz de Cristo, como ato simbólico de repulsa.
O Sabá continuava a tradição orgiástica da antiguidade pagã. Contudo, enquanto os ritos sexuais da Antiguidade estavam destinados a representar a fertilidade da natureza e não tinham um fim em si mesmos, as orgias medievais constituíram, na realidade, válvulas de escape para a satisfação de desejos carnais frustrados ou reprimidos por exagerados e severíssimos conceitos religiosos da época, parte do aparato repressivo que congregava o Estado Monárquico e a Igreja.
Aliás, a liberdade de expressão sempre esteve vinculada à liberdade sexual. Onde se reprime a liberdade de expressão também se reprime a liberdade sexual.
Nos Sabás, os participantes podiam dar vazão aos seus instintos. Por outro lado, eles eram respeitados e temidos por seus vizinhos, o que, na opressão e monotonia medievais, lhes dava dignidade e sensação de serem livres.
Ninguém naquela época podia imaginar que uma personalidade psicopática, frustrada, fosse arriscar-se a ser morta em um momento de fama. Era comum, nas comarcas medievais, a existência de velhas mulheres melancólicas, que viviam solitariamente afastadas do resto da comunidade, em miseráveis choupanas, no mais profundo dos bosques.
Quando se espalhou a crença no culto demoníaco, qualquer tragédia, que assolasse a aldeia, era imediatamente atribuída a essas pessoas, no geral antipáticas e anti-sociais.
Por sua vez, as velhas senhoras, convertidas em adoradoras do diabo, achavam interessante reconhecer suas relações sexuais com Satanás, o que lhes permitia realizar, em fantasia, seus desejos reprimidos. Além disso, esse relacionamento satânico as fazia, transitoriamente, temidas pelo povo e até mesmo invejadas por muitos.
Acrescentam-se a ignorância dos fenômenos histéricos, as sugestões, as alucinações e, principalmente, fatos estranhos e inexplicáveis, assustadores e fantásticos, que só encontraram explicação em nosso século com a Parapsicologia, ensaiada pela Metapsíquica do século passado.
A Telepatia (emissão do pensamento através de ondas não identificadas; desconhece-se o emissor e o receptor biológico e sua localização na mente; sabe-se ter relação com as ondas cerebrais emitidas: ondas altas, quando em vigília, e ondas betas, quando em transição da vigília para o sono) e a Telergia (energia física exteriorizada do corpo humano por mecanismos e origem ainda não determinados e de um controle pessoal para execução do fenômeno parcialmente involuntário. Foi medida em laboratórios científicos, e pode produzir ruídos, luzes, combustão; quando condensada forma o ectoplasma, podendo moldar figuras simples e tênues) ainda não eram conhecidas.
Muitos indivíduos eram doentes, com a conduta alterada, outros simples alucinados, que imaginavam cenas fantásticas produzidas por drogas químicas, que conhecemos hoje os efeitos. Para irem aos Sabás, esses indivíduos lambuzavam-se ou ingeriam uma mistura composta de beladona, meimendro, estramônio, mandrágora, nepenta, acóbito, cicuta, ópio e cantáridas, o que lhes favorecia as proezas eróticas.
A pomada “satânica” era introduzida no corpo por meio de violentas fricções sobre a pele, através da qual as substâncias narcóticas se misturavam com a corrente sangüínea, e assim produziam fantasias eróticas e lhes dava a sensação semelhante à do vôo no espaço.
Sabe-se hoje que o pão de centeio era consumido em grande quantidade na Idade Média. Um parasita deste cereal, o esporão, possui um alcalóide, que em determinadas doses é mortal e em quantidades menores provoca alucinações: a ergotina, que cria, ao longo do tempo, nos indivíduos um dom de segunda visão, assim como uma mediunidade que explica a freqüência de fenômenos paranormais naquele período histórico.
A planta mais usada nos Sabás era a mandrágora. Esta planta possui uma substância venenosa, a escopolamina, que ministrada em doses muito pequenas produz um efeito paralisante do sistema nervoso central e gera alucinações do tipo mágico, juntamente com uma perda progressiva de
Hoje, já não se pratica o Sabá, mas uma parte de seu cerimonial permaneceu em certos círculos satanistas. A Missa Negra é um exemplo disso.
A Missa Negra é a Missa Católica deturpada com o propósito de aviltar a imagem de Deus.
Na Missa Negra, o missal católico é lido de trás para diante em latim ou, com maior freqüência, com certas partes excluídas, e com substituição de palavras, tais como “Satanás” em lugar de “Deus” e “mal” em lugar de “bem”. O altar tanto pode ser uma mulher nua ou um caixão de defunto, e todos os acessórios religiosos, incluindo a câmara do ritual, são de cor negra. Os sacerdotes usam mantos negros com capuz. Com freqüência é feita uma substituição do vinho consagrado por esperma, sangue menstrual ou urina humana. A hóstia é geralmente um sacramento sagrado que foi roubado de alguma igreja, mas muitas vezes é feita com alguma substância estranha, tal como fezes secas, sangue, cinzas de animais, e pode ser tanto ingerida como esfregada no rosto dos presentes.
O valor desses materiais sacramentais está em serem produtos corporais, que são opostos aos espíritos e, como tal, são agradáveis a Satanás, que é uma divindade carnal.
A mulher reina na Missa Negra porque ela é quem possui o poder de receber a vontade demoníaca. O centro do rito é efetivamente constituído por uma mulher nua estendida sobre o altar, desempenhando o seu corpo essa função: a posição por vezes indicada – pernas afastadas, de forma a mostrar o sexo (os sacrum, a boca sagrada) – é a mesma que se encontra representada por várias antigas divindades femininas mediterrâneas.
Através da Missa Negra pode-se agir sobre o cotidiano dos homens, enviando as forças do medo e da destruição, como fazem, atualmente, as seitas luciferinas.
Estas seitas, independentemente das suas diferenças ritualistas, esperam a vinda de Lúcifer, o Portador da Luz, na era de Aquário (a Idade de Cristal). Algumas delas chegaram ao ponto de se infiltrar em grupos políticos extremistas com a intenção de provocarem uma subversão oculta. João Ribeiro. O Que é Magia.
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