sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

A Deusa que é três.


Rosane Volpatto.
"A chave da deusa tríplice abre muitas portas que dão acesso às camadas mais profundas do nosso ser".
A concepção da deusa representada em três formas, a deusa tríplice, ocorrem em muitas lendas dos velhos ancestrais celtas e estão presentes também na crença de muitos grupos pagãos. A mitologia grega, concebia a deusa tríplice manifestada em Ártemis (que encerra a Lua), em Selene (Lua Cheia) e Hécate (Lua Minguante). Na verdade, os antigos gregos nos fornecem a maior fonte de consulta sobre as deusas.
AIrlanda, representava a deusa tríplice como Anu, que era virginal, Badb, a mãe, e Macha, a anciã. No sul da França, Anu era conhecida como a "Brilhante". Era patrona da fertilidade, do fogo, da poesia e da medicina. Mas como toda a luz também produz sombra, era também conhecida a Anu-negra que devorava os homens. No País de Gales, as três (deusa tríplice) estão representadas por Blodeuwedd, a donzela, Arianrhod, a mãe e Cerridwen, a crone.
Toma-se consciência de que os fatos da mitologia, totalmente desacreditados pela ciência materialista, estão sendo hoje em dia restabelecidos como fatos do inconsciente, ou seja, da psique. Até onde o cristianismo foi introduzido, o culto da deusa tríplice foi assimilado. Podemos perfeitamente visualizá-la nas lendas das três Marias. Na Irlanda, as três Brigidas são aceitas pela Igreja católica e seus santuários são considerados milagrosos.
O caráter tríplice da deusa é muito importante. Não se trata de uma mera multiplicação sob três aspectos, mas sim a deusa se revelando em três níveis e nos três domínios do mundo e da humanidade. Assim, como o homem também é tríplice tendo corpo, alma e e espírito. As três facetas da deusa costumam ser vistas como correspondentes a esses planos de microcosmo do ser humano. O macrocosmo apresenta-se igualmente tríplice: consiste no céu (o reino uranio), na superfície da Terra (e, por vezes, no Mar) e nas profundezas da Terra (o Mundo Inferior ctônico). Algumas deusas tríplices se ligam a estes três reinos. Do mesmo modo, o reino do tempo têm dimensões: Passado, Presente e Futuro. Algumas das deusas, correspondem de maneira tríplice, a divisão do tempo. Segundo a Sra. Harrison, na Grécia antiga, o mês era dividido em três períodos de dez dias cada, correspondendo a três fases da lua e simbolizadas por Hécate-triforme. Este arranjo precedeu a divisão do tempo em quatro períodos ou semana.
O mais importante aspecto tríplice da deusa é a sua manifestação como: Virgem, Mãe e Anciã. Como Virgem ela é o amanhecer, o nascimento, a primavera, o começo de uma nova estação de crescimento, o encerar da Lua. Ela é encantamento, sedução e florescimento. No País de Gales, esta deusa toma o nome de Blodeuwedd, a Deusa da Primavera. Os brotos das flores a representam. Na Irlanda é virginal em Anu (e também Dana) representando o florescimento da fertilidade, o calor do pleno verão. Outras sociedades também possuíram sua Deusa Virginal, como a Diana dos romanos.
Como Mãe, a deusa representa a Lua Cheia, sua representação máxima é Gaia, a Mãe-Terra, deusa de toda a vida. Somente através dela, tudo nasce, as sementes germinam e produzem as colheitas da estação. Ela é a mãe frutuosa, a deusa das estrelas e da roda de prata das estrelas. Na lenda Galesa, esta deusa-mãe é Arianrhod, a mãe de Llew (Lugh irlandês).
Como anciã, representa o inverno, a sabedoria, a morte e a reencarnação. Representa ainda, a fase final da menstruação (menopausa) e a Lua Minguante. Na lenda galesa ela é Cerridwen, símbolo da porca branca, guardiã do caldeirão da transformação. Na Irlanda ela é Morrigan, representando o céu e os pássaros que se banqueteiam com os corpos mortos. Ela é a deusa da batalha e da morte.
Há entretanto, outras maneiras de abordar o caráter tríplice de uma deusa. Ela representa também um arquétipo que se reflete no interior de nossa alma. Este caráter tríplice pode ser percebido em muitas facetas da vida e torna a deusa tríplice uma figura que podemos nos identificar facilmente.
A deusa tríplice vive no lado ativo da psique feminina e toda mulher deve aprender a identificar suas facetas, para depois trabalhar com ela. Perceber como ela se manifesta em nosso interior é importante para evitar que este espaço seja inundado por uma destas facetas, anulando por completo a nossa vontade e impedindo-nos de exercer o nosso direito de livre escolha.
A triplicidade da deusa pode ser percebida em muitas facetas da vida. Se lhe concedermos a oportunidade para se manifestar como figura mítica, ela poderá inspirar a nossa alma, assim como nutrir, sustentar e transformar o cerne do nosso ser.

A DEUSA- DONZELA OU DEUSA- VIRGEM.

A Donzela representa a juventude, a vida em flor, se traduz em uma mulher inocente, mas também sedutora que reconhece o seu poder sexual. Ela retrata o nosso modo irreverente, sendo considerada a "virgem". A palavra virgem no sentido primitivo, significava "não casada", ou seja, aquela que não tem marido, portanto, o termo "virgem", usado em relação às deusas antigas, não tinha o significado atual. Podia, portanto, ser usado perfeitamente para uma mulher que já tivesse tido experiência sexual e podia até, ser aplicado a uma prostituta.
A deusa-virgem é aquele aspecto da mulher que não foi afetado pelas espectativas sociais e culturais, determinadas pelo sexo masculino. O aspecto da deusa virgem é uma pura essência de quem é mulher e daquilo que ela valoriza. Ele permanece imaculado e não contaminado, porque ela não o revela, pois o mantém sagrado e secreto, ou porque o expressa sem modificação para refutar os padrões masculinos.
Conforme descreve Esther Harding em seu livro "Os Mistérios da Mulher" que: "a mulher que é virgem, uma-em-si-mesma, faz o que ela faz não por causa de nenhum desejo de obter poder sobre o outro, nem para atrair seu interesse ou amor, mas porque o que faz é verdadeiro. Suas ações podem, de fato, ser não convencionais. Pode dizer não, quando seria mais fácil, mais adaptado, convencionalmente falando, dizer sim. Mas como virgem ela não é influenciada por considerações que fazem com que a mulher não-virgem, casada ou não, se acomoda e se adapta à conveniência".
As deusas-donzelas são freqüentemente associadas as flores e devem ser invocadas nas magias do amor, da beleza, do sexo e dos recomeços.
Exemplo delas: Nimue, Perséfone, Blodeuwedd, Brigid, Bhoidheoch.
Tempo: Alvorecer, o passado.
Estação: Primavera.
A DEUSA- MÃE
Em todas as épocas, os homens têm concebido uma Grande-Mãe que zela pela humanidade lá do céu ou do lugar dos deuses. Este conceito é encontrado em todas as religiões e mitologia. Essas grandes mães que dominam as idéias de diferentes povos, em todos os tempos, espaços e culturas, tem similaridades surpreendentes. A única explicação possível para justificar tal acontecimento é que todos estes mitos representam uma realidade psicológica, que foi percebida como uma imagem surgida do inconsciente e projetada para o mundo exterior, tomando a forma de um ser divino. Como Jung já nos esclareceu, as deusas são princípios dotados de forças que funcionam separadamente da vontade consciente do homem e cuja ordem ele deve curvar-se.
A Mãe é a mulher madura, no pico de seus poderes. Ela é a provedora da vida. É a madona que balança e acaricia seu bebê, mas também é a leoa que caça para se alimentar e lutará até a morte para proteger seus filhotes. As deusas-mães são associadas aos grãos. Invoque as deusas-mães para a fertilidade, para melhorar seus relacionamentos, para nutrição e tudo o que for questão familiar.
São elas: Ísis, Deméter, Ishtar, Ceres, Danu, Anahita, Asherah, Sheng-Mu, Hathor, Lakshmi.
Estação: Verão.
Tempo: Meio-dia, Crepúsculo, o Presente.
A DEUSA- ANCIÃ.
É a deusa-anciã é a avó benevolente, que você pode contar para receber aquele conselho prudente. Ela é a mulher sábia que é mais poderosa que a mãe. Para a anciã não existem segredos, pois em função da sua idade, acumulou experiências, transformando-as em sabedoria. Ela é a pessoa idosa que já viu tudo e passou por isso com seu espírito não abafado e com o temperamento moderado pela experiência. Ela é o arquétipo da centralização interior, o ponto de equilíbrio que permite à mulher permanecer firme no meio da confusão, desordem ou afobação do dia-a-dia. O seu tema básico é a premonição.
As deusas-anciãs são associadas com os moinhos e os cemitérios. Invoque esta deusa para a sabedoria, experiência, términos de relacionamentos.
Estação: Outono, Inverno.
Tempo: Meia-noite, o Futuro.
As Deusas: Annis, Oya, Skuld, Baba Yaga, Greina, Hel, Sedna, Toci, Maman Brigitte.

Hostes infernais.


Vinde espírito guerreiro!
Conceba-me o poder místico lunar...
A fúria de uma espada forjada
Nas fornalhas ardentes infernais

Para a chegada da hora
Das grandes batalhas
Com ódio e desejo
Todos os ancestrais inimigos
Invocando as hastes infernais
De BAAL APOLLON e AZARADEL
Sob o circulo da lua

Pois virão noites de ira
A vingança dos mortos nas fogueiras
O triunfo dos ancestrais mitos
E ódio para empalar os vis dogmáticos

Batalhem hostes infernais!
Trazei a vingança e gloria dos espíritos!
A terra torna se vermelha
Sob o olhar da lua...

Vinde espíritos guerreiros!
Tragam a supremacia lunar...
Eu serei uma espada enfurecia
Das fornalhas ardentes que jamais
Se extinguem!Hecate

Anjo caido.

Queda e maldição
Vida nas sombras
O medo de homens e deuses
A duvida em todos os corações

Inspira-nos
Desejos obscuros
Acenda a chama em nos
Anjo solitário da escuridão
Sombras da criação

O fogo do incompreendido poder
Desafia primitivos poder
Negra luz que brilha
Prece proibida da noite

Inspira-nos
Desejos obscuros
Acenda a chama em nos
Anjo solitário da escuridão
Sombra da criação

Voe...
Aos limites infinitos
Quebre os grilhões
Existentes
Mostre a esquerda face
MALAK GAWEN
Luz e trevas-a sabedoria final

A branca lua que bilha
O vento frio que sopra
Traz a triste presença
Daqueles que tem um discreto brilho
Um pálido brilho...
Agora cantos sombrios ecoam
Ressoam nem nossos espíritos
E o universo saúda
Forças opostas
Começa a sinistra dança de espectrais formas
Que flamejemos...
Ardentes desejos inspiram

Eu vejo a negra manifestação...
Eu sinto a chama dentro de mim...
Hecate.

Ao reino de BENNA.


Levante se das sombras
Demônios da impetuosidade
Leve me a BENNA
Dos sangrentos sacrifícios
Antes do levantar do sol

Morte,desejo e sangue!
Profanos ritos dos mistérios da dor!

Despertem os instintos!
O saber de sangue humano
Noctívagos voadores
SCRIBOI dos antigos...

A magia do dos desconhecidos
Enfeitiça minha alma
O fogo ritualismo revela
O lamento gélido dos mortos
Ecoando na noite fria

Despertem os institutos
O diabolus em meu oculto ser
Eleva a criatura do reino de BENNA
O príncipe das sombras

Cai a forte chuva
Sopram os ventos malignos
Evocando o sangrento liquido
A luz sinistra radia
A noturna marcha fúnebre
Marca se o ritual de sangue
Sob a benção de RECATE!Hecate.

Hino à lua.


Esta é a perola da noite
Símbolo de nossa solidão
Principio de melancólica energia
Majestade de obscuras emoções

Hoje eu ti adorarei
Me unirei a bruxos e demônios
Entregarei meu corpo e espírito
Ao frio beijo de teus lábios

Fogueira!
Anunciam heresias!
Ao som!
Das danças noturnas!
Ritual...
Na floresta
Reina a senhora dos eternos mistérios!

Ouça o canto de lobos louvando-te!
Pálida deusa de encantos!Hecate.