sexta-feira, 7 de maio de 2010

A morte.


Segue-me enquanto durmo,
em meus pensamentos não sai nunca,
mais por que não me presenteia com sua presença,
tão esperada por mim ser mortal.
Será o fim quando te encontrar?
O Fim de tudo que sei?
De todo o sofrimento?
Da angustia que sempre passei?
Ou será um começo?
O começo de tudo em outro lugar, outro mundo?
Talvez apenas um nada, o pó e a desistencia.
A Morte.
Que não sai da minha mente.
Me faz pensar e ser incoerente.
Sentir me só
mesmo em um mundo cheio de gente.
Me faz temer o que além da vida é paz,
me faz querer saber
e me cria duvidas demais.
Ser isolado e pensar no além.
Para que essa vida
se tem tanto densdem.
Tente ver o mal que eu sou.
Ando pelo mundo em trajes de mortal,
o pior dos demonios.
O monstro que se parece exatemente como
todo mundo.
Todo aquele que morre na dor sentirá os efeitos, morbidos e catastróficos do medo
sentirá a morte,
sentirá o seu deus sangrando e chorando,
sentirá seus inimigos sorrindo,
sentirá seus filhos sucumbindo,
sentirá o batismo negro de sua alma,
sentirá o prefácio do que é maldito do que é estranho,
não existe lugar, não existe esperança
não existe lares, não existe lembranças
você está morto.
Sentirá as flores batendo em seu caixão.
Ouvirá seus amigos pedindo perdão.
Ouvirá uma uma confissão, ouvirá um pedido.
Ouvirá uma desclupa,ouvirá a tudo
menos, o seu coração que já está podre
fétido e putrificado em pecado,
suicidio desesperado, arrependimento imediato.
Dor, carência, fome, solidão.
Bem vinda ao meu mundo, sinta minha paixão.
Sinta meu calor, sinta minha emoção.
Sinta os seus anos morrerem.
Sinta os seus medos nascerem.
Sinta meu amor frio e morbido.
Doente e sólido, minha doce garota.
Morrerás por mim.
Sendo que sou sua morte.
Sua vida, seu forte, seu fim.
Em sua vida eu te chamo.
E por todas as incertezas e desiluzões.
Eu te amo.
De olhos bem aberto.
Algo me excita, tanto quando um sentimento.
É minha vida que chega ao fim.
A Morte é inevitável.
Não á temo.
Apenas à espero.[D.A]

O Homem é um Animal Irracional.


1. O homem é um animal irracional, exactamente como os outros. A única diferença é que os outros são animais irracionais simples, o homem é um animal irracional complexo. É esta a conclusão que nos leva a psicologia científica, no seu estado actual de desenvolvimento. O subconsciente, inconsciente, é que dirige e impera, no homem como no animal. A consciência, a razão, o raciocínio são meros espelhos. O homem tem apenas um espelho mais polido que os animais que lhe são inferiores.
2. Sendo assim, toda a vida social procede de irracionalismos vários, sendo absolutamente impossível (excepto no cérebro dos loucos e dos idiotas) a ideia de uma sociedade racionalmente organizada, ou justiceiramente organizada, ou, até, bem organizada.
3. A única coisa superior que o homem pode conseguir é um disfarce do instinto, ou seja o domínio do instinto por meio de instinto reputado superior. Esse instinto é o instinto estético. Toda a verdadeira política e toda a verdadeira vida social superior é uma simples questão de senso estético, ou de bom gosto.
4. A humanidade, ou qualquer nação, divide-se em três classes sociais verdadeiras: os criadores de arte; os apreciadores de arte; e a plebe. As épocas maiores da humanidade são aquelas em que sobressaem os criadores de arte, mas não se sabe como se realizam essas épocas, porque ninguém sabe como se produzem homens de génio.
5. Toda a vida e história da humanidade é uma coisa, no fundo, inteiramente fútil, não se percebe para que há, e só se percebe que tem que haver.
6. A plebe só pode compreender a civilização material. Julgar que ter automóvel é ser feliz é o sinal distintivo do plebeu.
O homem não sabe mais que os outros animais; sabe menos. Eles sabem o que precisam saber. Nós não.
Fernando Pessoa.