contos sol e lua

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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Bardo,ovates e druidas.


"Entre as pessoas Gálicas, generalizadamente, existem três tipos de homens que possuem uma honra excepcional: os Bardos, os Vates e os Druidas. Os Bardos são cantores e poetas, os Vates* são divinadores e filósofos naturais; enquantos os Druidas, em adição à filosofia natural, estudam também a filosofia moral. "
Strabo Geographica, escrito no final do primeiro século Antes de Cristo.

Os Druidas se organizavam em três grupos distintos. Cada grupo tinha uma função e tarefas a serem cumpridas, incluindo um treinamento e specífico. Para nossa sorte, os textos clássicos possuem infomações suficiente que nos permitem ter uma idéia da natureza de cada um desses grupos e, uma vez feito isso, estes níveis foram considerados de extrema relevância no treinamento de Druidismo contemporâneo.
*Vate é uma variação clássica para o termo Ovate Bardos.
"E existiam entre eles compositores de versos, que eram chamados Bardos; eles cantavam acompanhados de intrumentos similares à lira."
Histórias de Diodorus Siculus 8 a.C.
Os bardos eram os mantenedores da tradição, a memória da tribo. Eles era os representantes do que era sagrado no mundo. Eles representavam o primeiro nível de treinamento do aprendizado Druidico. Nós não devemos deduzir erroneamente que os Bardos estavam em posição inferior. Existiam muitos níveis e muitos bardos habilidosos tinham também o conhecimento do Vate e do Druida.
O treinamento bárdico era intenso e durava muitos anos. Existiam variações curriculares entre a Escócia, Irlanda e Gales. Na Irlanda o treinamento durava aproximadamente 12 anos. Durante este período eles aprendiam também gramática, mais de 300 histórias, o Alfabeto Ogham,l ições de filosofia, 95 fábulas, 100 poemas, invocações proféticas, estilos e formas poéticas específicas. Desta maneira eles podiam se tornar doutores em Poesia durante os últimos 3 anos de seus estudos,
podendo receber o `Gold Branch', que representava o grau máximo Bárdico.

O Hear the voice of the Bard
Who present, past and future sees
Whose ears have heard the holy Word
That walked among the ancient trees...
-William Blake, first Song of Experience

(Ouça a Voz do Bardo
Cujo presente, passado e futuro pode ver
Cujos ouvidos escutaram a Palavra sagrada
e Que andou entre as antigas árvores…
-Willian Blake, primeiro Som da Experiência)

Sabendo um pouco mais sobre os bardos e como eles eram treinados,p odemos nos perguntar que relevância o trabalho bárdico tem hoje em dia.
Não é nenhuma coincidência o estudo druídico iniciar-se com os nível b árdico. Sua importância ainda é a mesma de milhares de anos atrás, pois é a fundação para nossas vidas, nosso caráter e nossa espiritualidade. Uma dica para entender porque este grau é tãoi mportante reside na compreensão histórica do trabalho bárdico com
registros e com Ispiração. Uma das razões primárias do homem estar,c ada dia mais, tendo a sensação de alienação é porque ele mesmo cortou sua ligação com o mundo natural e suas raízes ancestrais (seu passado). A prática do druidismo ajuda a `curar' esta alienação, fazendo com que possamos nos reconectar com nosso passado e com o mundo natural. No grau bárdico, nós nos abrimos para o poder restaurador do entendimento da natureza. Nós permitimos que a Madala do Ano Óctuplo com seus oito festivais do ciclo sazonal se instale em nosso ser. Trabalhar com registros significa trabalhar com a hereditariedade, linhagem, mitologia e histórias da tribo. Trabalhar com a Inspiração significa nos abrirmos para nossa criatividade
interior.
O grupo de conhecimentos bárdicos não é somente um corpo de conhecimento que um dia nós tivemos e hoje tentamos recuperar, mas sim a espiritualidade expressada de maneira artistica.
No nível bárdico descobrimos o que significa viver na terra com a habilidade de ser criativo. Mesmo sendo o primeiro grau do estudo druídico, é nele que atingimos o `coração' do druidismo, que é o desenvolvimento dos poderes de geração, como trabalhos artisticos de música, poesia e arte em várias formas. No nível de Ovate e Druida .
são relacionados os mesmo poderes, mas para geração de cura e amor, idéias e luz. No conhecimento Bárdico a força e habilidade da palavra torna-se a magia Druidica: entendendo a força criativa do som, a palavra utilizada gera sementes de luz que ecoam através da criação.Ovates

"À você sozinho é dado o conhecimento da cerdade sobre os Deuses e Deidade do céu… O bosque mais interior é o seu corpo. E é você que Diz que as sombras da morte não seguem o silêncio das terras de Erebus e os Halls de entrada de Plutão, porém, você diz que o mesmo espírito tem um novo corpo em outro lugar, e que a morte, se o que
você canta é verdade, é apenas um ponto no meio de uma longa vida"
Lucan Pharsalia cerca de 60 d.C.

Lucan, na frase acima, está se dirigindo aos druidas em geral, mas
esta frase em particular abre o estudo do grau Ovate, já que o Ovate
era o responsável por entender os mistérios da morte e do
renascimento, divinando o futuro, conversando com os ancestrais,
viajando às profundezas para trazer o conselho aos que ainda vivem
sobre a terra. Se os bardos são shamans pois abrem a porta do poder
da palavra, então o Ovate merece ainda mais o termo Shaman, pois eles
abrem as portas do tempo.
O Ovate é o mestre da profecia e divinação necessária, ele traz a re-
orientação do tempo. Ele traz pensamentos iluminados. O crença na
ciclicidade da vida é fundamental. Em comun com o Hinus e Budistas,
os Druidas acreditam na reencarnação. Nunca houve duvida sobre esta
crença, pois ela foi confirmada várias vezes em textos classicos.
César, em De Bello Gállico diz "A doutrina cardinal que ele buscavam
era ensinar que a alma não morre, mas após a morte ela passa de um
para outro; e essa crença faz com que eles não temam a morte, e sim à
deêm valor". Diodorus diz " a alma dos homens é imortal, e após um
certo número de anos eles vivem uma segunda vida, quando a alma passa
para outro corpo".
Agora nós podemos entender como os Ovates são capazes de realizar
viagens no tempo. A realidade dos ancestrais não é uma realidade de
pessoas que mortas e que já se foram, é uma sabedoria ancestral
repositória da tribo- uma realidade em que eles vivem enquanto
esperam para a reencanarção, onde o Ovate pode procurar conselhos e
inspiração da tribo. E o que isso nos fala do trabalho do Ovate?
Primeiramente ele nos diz que os ancestais existem, e podem prover
ajuda. Em segundo lugar, esta realidade existe e o tempo lá é
transcedental. É para esta realidade que os Shamans viajam e trazem
do passado imagens do futuro.
Esta é a conexão do Ovate com o Outro Mundo, com a morte, o que o faz
o oficial do rito de Samhuinn- a festa aos que partiram, em 31 de
outubro. Mas apenas a mente ingênua vê a morte com aspecto mórbido,
pois na realidade, o Ovate trabalha com a vida. Trabalhando com o
processo de morte e regeneração, os Ovates estudam em particular o
conhecimento das Árvores, herbalismo e cura. O mundo vegetal é um
grand eprofessor sobre a morte e reanscimento, do sacrifício e
transmitação, e é supremo professor dos mistérios do tempo, com suas
raízes no invisível ( o passado) e suas folhas e frutos muitas vezes
fora de nosso alcance ( nas alturas).
A Arte da cura é realizada através da aplicação da lei natural, é
onde o coração, mente e espírito se afinam com a natureza. São também
utilizados remédios naturais- com plantas, os quatro elementos,
poderes lunares, solares e estelares estudados no graus de Ovate. O
Ovate aprende que é apenas deixando ir, e não segurando, que nós
realmente aprendemos o que estamos buscando.

Druidas.

"Sempre quando os combatentes se confrontavam, esparadas rangiam e
lanças brilhavam, esses homens vinham entre as armadas, e os
combatentes os observavam como alguém vendo uma besta. Pois mesmo
entre os mais barbaros e selvagens existe sabedoria, e Marte
envorgonha-se diante das Musas"
Diodoris Sivulus cerca de 8 a.C.

O motivo pelo qual nós tendemos a visualizar o Druida como um velho,
talvez seja porque, sabemos que para que ele chegasse no grau
Druidico ele tenha estudado muito primeiro para ser bardo, depois
mais alguns anos no grau de Ovate, e mais aproximadamente 19 anos
para o grau druídico, segundo Cesar.
Se o bardo era o poeta e músico , o preservador da cultura, o
inspirador, e o Ovate era o doutor, detetive, divinador, o que era o
druida? Suas funções eram simplementes de conselheiros do rei,
juízes, professores, e eram a autoridade em cerimônias. Nós tendemos
a pensar no druida como uma espécie de sacerdote, mas sobre esse
ponto de vista, não se tem evidências. Textos classicos nunca se
referem aos druidas como sacerdotes, mas sim como uma espécie de
filósofos. No inicio eles pareciam confusos por saberem que os
druidas presidiam cermônias, mas se nós entendemos que o Druidismo é
uma religião natural, da terra e do sol, ou seja, o oposto ao
Cristianismo ou Islam, podemos ver que os druidas nao agem como
mediadores entre os Deuses e os homens, mas sim como diretores
ritualisticos ou shamans que guiam os ritos.F.P.Wikepédia

OS OLHOS DE QUEM VÊ.


Um dia, um pai de família rica, grande empresário, levou seu filho para viajar até um lugarejo com o firme propósito de mostrar o quanto as pessoas podem ser pobres.

O objetivo era convencer o filho da necessidade de valorizar os bens materiais que possuía, o status, o prestígio social; o pai queria desde cedo passar esses valores para seu herdeiro.

Eles ficaram um dia e uma noite numa pequena casa de taipa, de um morador da fazenda de seu primo...
Quando retornavam da viagem, o pai perguntou ao filho:
- E aí filhão, como foi à viagem para você?
- Muito boa papai.

- Você viu a diferença entre viver na riqueza e viver na pobreza?
- Sim pai! – Retrucou o filho, pensativamente.
- E o que você aprendeu com tudo o que viu naquele lugar tão pobre?
O menino respondeu:
- É pai, eu vi que nós temos só um cachorro em casa, e eles têm quatro.

Nós temos uma piscina que alcança metade do jardim, e eles têm m riacho que não tem fim.
Nós temos uma varanda coberta e iluminada com lâmpadas fluorescentes e eles têm as estrelas e a lua no céu.
Nosso quintal vai até o portão de entrada e eles têm uma floresta inteirinha.

Nós temos alguns canários numa gaiola e eles têm todas as aves que a natureza pode oferecer-lhes, soltas!
O filho suspirou e continuou:
- E além do mais papai, observei que eles oram antes de qualquer refeição, enquanto nós sentamos à mesa e falamos de negócios, dólar, eventos sociais, daí comemos, empurramos o prato e pronto!
No quarto onde fui dormir com o Tonho, passei vergonha, pois não sabia sequer orar, enquanto ele se ajoelhou e agradeceu a Deus por tudo, inclusive a nossa visita na casa deles.
Lá em casa, vamos para o quarto, deitamos, assistimos TV e dormimos.

Outra coisa papai, eu dormi na rede do Tonho e ele dormiu no chão, pois não havia rede para cada um de nós.
Na nossa casa colocamos a Maristela, nossa empregada, para dormir naquele quarto onde guardamos entulho, apesar de termos camas macias e cheirosas sobrando.
Conforme o garoto falava, o pai ficava estupefado, sem graça e envergonhado.

O filho na sua sábia ingenuidade e o seu brilhante desabafo abraçou o pai e ainda acrescentou:
- Obrigado papai, por ter me mostrado o quanto somos pobres!

MORAL DA HISTÓRIA:
Não é o que você tem, o que você faz ou onde está, que irá determinar sua felicidade; mas o que você pensa sobre isto.
Tudo o que você tem, depende da maneira que você olha, da maneira que você valoriza.
Se você tem amor e sobrevive nesta vida com dignidade tem atitudes positivas e partilha com benevolência suas coisas, então... Você tem tudo.[D.A]