contos sol e lua

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sábado, 9 de março de 2019

NOÉ E SUA ADMIRÁVEL ARCA.

Todas as passagens da Bíblia têm muitas interpretações, pois ela foi escrita como a chave de todas as coisas e não meramente como explanação de um único mistério. Por exemplo, quando estudamos a parte que fala da história de Noé e Sua Arca, estamos lidando com uma alegoria duodécupla. Muitos mistérios da Bíblia não foram ainda compreendidos pelos mais adiantados estudantes, e não o serão totalmente até que a mente humana atinja proporções cósmicas. A Bíblia é um livro secreto e continuará secreto até que o próprio homem, pela purificação de seus corpos e o equilíbrio de sua mente, tenha fornecido à espada de seu espírito o poder de cortar o Nó Górgio e, para isso, o Irmão Leigo precisa despender anos e talvez vidas tentando desatá-lo. A verdadeira obra oculta não é secreta; ninguém está proibido de estudar e dominar as leis da Natureza, mas, até termos nos preparado pelo serviço e pelo altruísmo, seremos incapazes de compreender a grandeza, a pureza e a justiça do Plano Universal. A Bíblia é um livro secreto pela mesma razão que o estudante nada pode ver além do mundo físico ou nos livros sagrados até que tenha desenvolvido olhos internos para ver e apreciar as realidades ocultas.Ingersoll foi perfeitamente correto quando disse: "Um Deus honrado é a mais nobre obra do homem", pois, enquanto Deus for imutável segundo o conceito que d'Ele fazemos, Ele será para nós limitado pelos nossos próprios ideais, e os mistérios em Seus livros sagrados estarão velados aos olhos daquele que só vê com a visão física. Retornemos ao livro do Gênesis, que contém a história da Arca e o Dilúvio, e leiamos os capítulos sexto, sétimo, oitavo e nono. Alguns pontos ficarão mais claros se o estudante ler esses capítulos antes de continuar a leitura deste artigo. Primeiro consideremos o Dilúvio. Em todas as religiões do mundo encontramos referência a ele e todas concordam com a época aproximada em que ele ocorreu. O estudante de religiões comparadas certamente irá se lembrar da grande inundação que submetgiu o que restava do continente Atlante cerca de nove mil anos antes de Cristo. Todas as inundações anteriores cobriram apenas uma parte da terra, e o pesquisador é forçado a procurar em outro lugar pela Grande Inundação ou Olvido de que se fala na Bíblia. Encontramos que a antiga palavra usada para inundação não significa necessariamente água, mas sim olvido ou esquecimento. Uma das grandes leis da Natureza é a da peridiocidade, em outras palavras, a lei de ação e repouso. Sabemos ser necessário ao homem dormir todas as noites para se refazer de seus grandes gastos de energia durante o dia. Sabemos que cada doação tem que ser balanceada por um recebimento. É o mesmo com o universo como é com o homem. Chega a ocasião em que o mundo precisa descansar após cada grande dia de manifestação. A isso se chama a Noite dos Deuses. Nessa oportunidade, todos os planetas e sóis retornam ao todo universal. Podemos observar esse processo acontecendo nas grandes nebulosas no céu. É então que Deus, o Criador, cessa de manifestar-se por um período de tempo antes de tornar a enviar globos nos quais deve se processar o desenvolvimento do homem. É quando Noé, representando o Deus de nosso Sistema Solar, e seus três filhos, representam a tríplice trindade, o Pai, o Filho e o Espírito Santo, flutuam sobre o Olvido, carregando com eles todos os embriões de todas as coisas criadas que foram recolhidas para o Infinito. Quando os mundos são manifestos novamente, esses seres são levados para os globos com cujas vibrações estejam afinados. O processo é o mesmo que é usado para o Ego, que contém em si todos os átomos sementes dos corpos inferiores. O Ego e a substância espiritual que o reveste constituem a Arca; os três filhos de Noé são os átomos sementes dos corpos inferiores e as esposas são os pólos negativos desses átomos. Noé é a mente. A Arca com os átomos sementes flutua na matéria mental antes da descida novamente dos átomos na matéria por meio do renascimento. Nas histórias maçônicas, acha-se mencionado um cabo reboque que liga a Arca com a terra. Isto o estudante conhece como sendo o cordão prateado que liga o espírito ao corpo. Sabemos que o espírito não pode morrer. Os animais que são guiados para dentro da Arca representam a vida de todos os reinos que foi retirada para dentro de Deus e lá permanece até que planos de consciência sejam desenvolvidos para que a vida neles se manifeste. Então, a história da Arca é a história do Ego construindo os corpos que, quando completados, vão dar a ele consciência em todos os planos da Natureza. Os três filhos de Noé, como já foi dito, são os três corpos inferiores. Para que o homem funcione em qualquer plano da natureza, ele precisa ter um corpo sintonizado com aquele plano. A perda de consciência significa que o veículo que sintoniza o espírito com aquele plano foi retirado. Desde que os três corpos inferiores tenham sido construídos, o Ego sempre tem um veículo de expressão e nunca perde consciência em nenhum plano da natureza. Os animais da Arca representam assim os vários poderes do homem que são levados com ele vida após vida, na arca viva do próprio ser. A única janela na Arca representa o olho espiritual através do qual o homem superior contempla os corpos abaixo dele. Quando o mundo ( os corpos ) novamente entra no ser, a Arca vai repousar no topo do Monte Ararat. Isto é a cabeça do homem ou o lugar alto no corpo. Lá, no seio frontal, o Ego se assenta e as forças dele, descendo outra vez, habitam o corpo. Quando a pomba, o mensageiro, traz o raminho de acácia de volta para o homem superior, então ele sabe que os corpos inferiores retornariam à vida, e que será possível descer da Arca e com eles trabalhar. Isto mostra que os altos ideais e as forças animais transmutadas podem novamente ir a todos os lugares da Terra e prosseguir com seu trabalho. A primeira coisa que Noé fez quando saiu da Arca foi construir um altar para o Senhor e, sobre esse altar ele construiu uma fogueira, e sobre esse altar ele fez sacrifícios a Deus. Cada um de nós que seguir seus passos terá de fazer o mesmo. O altar que ele construiu para Deus foi seu próprio corpo purificado e, diante Dele, ele e todos os seus filhos fizeram reverência. O fogo sobre o altar foi o fogo espiritual interno aceso por Noé por meio de seus atos e pensamentos. O sacrifício por ele feito sobre o altar foi o das paixões e emoções inferiores de sua vida. Então, o arco-íris apareceu no céu e a promessa foi feita pelo Todo poderoso a Noé que, por todo o tempo que o arco lá permanecesse, jamais haveria outra inundação. Essa é uma alegoria admirável, especialmente quando nos lembramos que o arco-íris é feito das três cores primárias: o azul do espírito, o amarelo da mente e o vermelho do corpo. Estas são as cores da tríplice trindade do homem: o pai, o Filho e o Espírito Santo. Assim que estes três princípios estejam equilibrados no homem, formando em suas combinações todas as demais cores, nunca mais haverá outro Olvido. Enquanto o coração, a mente e o corpo estão unidos, tudo vai bem. Mas, se apenas uma dessas cores desaparecer, a escuridão envolverá o Ego em cujo templo foi cometido o erro. O tríplice caminho que leva a Deus é entretanto apenas um. Se nós amamos com todo nosso sere permitimos que a nossa mente e o nosso corpo sigam sem uso, estamos tirando o nosso arco-íris do céu. Se sabemos todas as coisas e não temos amor, nada conquistamos. Se temos conhecimento e amor, mas nos descuidamos das ações de nossas mãos e corpos no trabalho diário, nada conquistamos. Nesse arco-íris, vemos o tríplice cordão prateado que, quando se parte, o corpo está morto. A morte é o resultado da cristalização, quando o corpo torna-se por demais pesado para ser carregado pelo espírito . Então ele é descartado e um outro é adquirido. É o mesmo com os pensamentos e emoções. Eles podem ser elevados e etéreos, embora sempre práticos. Se eles não o são, o arco-íris se quebra e o olvido, provocado pela discórdia e as incertezas, envolve o Ego e torna o caminho da vida muito mais difícil do que deveria ser. A Analogia é a chave que abre muitos segredos. Nos mundos e nos indivíduos, a Natureza age da mesma maneira. Assim como é com os menores, assim é com os maiores. Se desejamos ser aqueles que se elevam acima das inundações do olvido e desejamos flutuar sobre o caos na Arca de nossas próprias almas, será necessário para nós construirmos esta arca como a natureza constrói a grande Arca Cósmica, isto é, pela elevação da consciência e o aperfeiçoamento dos sempre mais elevados veículos de expressão. Isto é feito vivendo-se diariamente a vida de serviço , reflexão e amor, cada um destes na mesma medida e, sempre, com o único ideal de manter aceso o fogo do altar de Deus. - Manly Palmer Hall.. - Traduzido da revista "Rays from the Rose Cross", edição de maio-junho de 1988,traduzido pela Irmã Probacionista Laís da Gama Rosa Costa.

O MUNDO DO PENSAMENTO.......

INTRODUÇÃO...... O Mundo do Pensamento, à semelhança do Mundo Físico, está dividido em duas partes, a Região do Pensamento Concreto e a Região do Pensamento Abstrato. A Região do Pensamento Concreto está subdividida em quatro outras regiões e a do pensamento Abstrato em três. Dito de forma resumida, a Região do Pensamento Concreto proporciona a matéria mental em que são envolvidas as idéias geradas na Região do Pensamento Abstrato. A Região do Pensamento Abstrato é o mundo das Idéias Abstratas ou Idéias Germinais, de onde procedem todas as formas materiais, não só as físicas, como as que têm vida e emoções. A Região do Pensamento Abstrato ou Terceiro Céu é o que Max Heindel denomina de “Caos”, no CONCEITO, quando trata dos globos obscuros que são nossa morada durante as Noites Cósmicas entre Períodos e Revoluções. O Terceiro Céu é o mais denso desses globos obscuros. A Região do Pensamento Abstrato é o plano onde se encontra o Ego, ou seja, o Espírito Virginal envolvido em sua triplicidade espiritual. Não chega a ser o lar do Ego, porque o Ego tem pouca consciência nessa região e nela permanece por pouco tempo, antes de empreender sua descida para o renascimento. Entretanto, é nessa sutil substância que, como Egos, funcionamos, substância essa que, como nos diz o CONCEITO, “especializamos dentro da periferia de nossa aura individual”. Em vigília, conforme já comentamos em uma palestra anterior, é dessa região que examinamos as impressões produzidas pelo mundo exterior sobre o corpo vital através dos sentidos, bem como as emoções geradas por essas impressões em nosso corpo de desejos e isso tudo refletido pela mente. As conclusões tiradas pelo Ego são as idéias geradas na Região do Pensamento Abstrato. Pelo poder da Vontade, essas idéias são projetadas através da mente e estas, revestindo-se de matéria mental da região do Pensamento Concreto, criam as formas de pensamento. Em palestra anterior, já mostramos como essas formas de pensamento levam à ação, envolvendo o corpo de desejos. Uma visão esquemática das sete regiões do Mundo do Pensamento pode ser obtida a partir do diagrama 2 do CONCEITO. A região mais densa, a Região Continental, contém os arquétipos das formas físicas de qualquer reino, formadas a partir das idéias germinais concebidas na sétima região do Mundo do Pensamento, que contém as idéias germinais da forma mineral, vegetal, animal e humana. De forma análoga, a segunda região, a Oceânica, contém os arquétipos da vida universal, formadas a partir das idéias germinais concebidas na sexta região, que contém as idéias germinais da vida vegetal, animal e humana. Finalmente, a terceira região, a Região Aérea, contém os arquétipos das emoções e desejos, formados a partir das idéias germinais concebidas na quinta região, que contém as idéias germinais das emoções animais e humanas. A mente, ou o elo mental, pertence especificamente à quarta região do Mundo do Pensamento, a Região das Forças Arquetípicas, sendo o ponto focal do reflexo dos mundos espirituais sobre os mundos materiais. A mente é uma das forças arquetípicas que trabalham nessa quarta região. A Região das Forças Arquetípicas é o plano através do qual funcionam as Hierarquias Criadoras, incluindo a própria humanidade. Essas Hierarquias, em número de doze, estão correlacionadas às doze constelações do Zodíaco, conforme está indicado nos diagramas 9 e 14 do CONCEITO, o que iremos analisar em palestra vindoura. As Forças Arquetípicas criam os arquétipos para as regiões inferiores, porque todas as coisas que existem no universo são formas de pensamento cristalizadas. É na quinta região do Mundo do Pensamento que se encontra o Ego humano. Como já dissemos, o Ego não está plenamente consciente na região em que habita, mas, na presente Época de desenvolvimento, a Época Ária, o Espírito Humano está em desenvolvimento adicional, por ser a Época Ária a quinta época de desenvolvimento da Quarta Revolução do Período Terrestre. Em todo o quinto estágio de desenvolvimento de nosso processo evolutivo, há atividades relacionadas ao desenvolvimento do Espírito Humano, assim como em cada primeiro estágio há atividades relacionadas ao corpo denso, o segundo ao corpo vital, o terceiro ao corpo de desejos e o quarto á mente. O sexto e o sétimo estágio estão relacionados ao Espírito de Vida e ao Espírito Divino, respectivamente. O SEGUNDO CÉU. O Ego Humano no Segundo Céu. Depois de passar sua existência post-mortem no Primeiro Céu, o Ego Humano penetra no Segundo Céu, ou seja, na Região do Pensamento Concreto. Está envolto apenas no corpo mental da vida anterior e os três átomos semente dos outros veículos abandonados. Ao abandonar o corpo de desejos, o Ego está consciente, mas tudo parece desvanecer-se. Ele passa por uma grande paz, nenhuma de suas faculdades está viva, mas ele tem consciência de sua existência. O CONCEITO nos diz que a ciência oculta chama esse estado de o Grande Silêncio. Está em seu lar, onde irá residir por séculos e, ao despertar, ouve a música das esferas, pois essa região é a região do som, como o Mundo de Desejos é o mundo da cor. Há um grande trabalho a ser realizado no Segundo Céu. Ali são assimilados os frutos da última vida dos Egos na Terra e preparado o ambiente para uma nova existência. Os frutos do passado devem ser trabalhados e expandidos para o próximo campo de atividades dos Egos que irão compartilhar esse ambiente. Assim, os habitantes do mundo celeste trabalham sobre os modelos da Terra que se encontram na Região do Pensamento Concreto. Alteram a forma física da Terra e promovem as mudanças graduais de seu aspecto. Assim é formado o ambiente em que novas experiências poderão ser obtidas, adequado às necessidades evolutivas de todos os que irão ali renascer. O mundo é, portanto, exatamente aquilo que nós próprios, individual e coletivamente, preparamos. O trabalho dos seres humanos no Segundo Céu não está restrito apenas à preparação do ambiente futuro. Também estão ativamente ocupados em construir corpos que sejam a melhor forma de expressão para os Egos. São ajudados nesse trabalho por Hierarquias Superiores. Assim, os artistas, os matemáticos, os músicos e outros profissionais são ajudados, por essas Hierarquias, na construção de corpos que permitam a expressão de seus talentos e habilidades. Assim, resumindo, o ser humano aprende a construir seus veículos no Mundo Celeste e a usá-los no Mundo Físico. Os Senhores da Mente. Os Senhores da Mente são a hierarquia dominante na Região do Pensamento Concreto e são correlacionados à constelação de Sagitário. Eles foram a humanidade do obscuro Período de Saturno, quando nosso Sistema Solar existia na Região do Pensamento Concreto como um globo de matéria mental, no qual estávamos incrustados, cada um com sua chispa divina individual. Os Senhores da Mente trabalharam sobre esse globo de matéria mental do mesmo modo que nós agora trabalhamos sobre os minerais atuais, estabelecendo um vinculo que continuará a existir nos Períodos vindouros. Vínculo semelhante foi estabelecido entre os Senhores da Mente e a humanidade atual, ensejando que, no Período Terrestre, essa Hierarquia, tendo alcançado seu estado criador, pudesse dar ao ser humano a mente germinal que irradiaram de seus próprios corpos. Isso ocorreu na última parte da Época Lemúrica, para os precursores e na Época Atlante, para a maioria da humanidade. Em seu livro, “Os Mistérios Rosacruzes”, Max Heindel menciona que o Apóstolo Paulo considerava os Senhores da Mente como maus e nos exortava a resistir a eles. Max Heindel, por meio de uma metáfora, nos explica o significado dessa exortação. Na metáfora, Max Heindel associa a Hierarquia de Sagitário a construtores de órgãos, capazes de produzir a música mais sublime e a nossa humanidade aos músicos que estão habilitados a tocar esse órgão. Se os construtores dos órgãos decidem interferir no trabalho do intérprete então essa interferência deve ser resistida, por ser indevida. Essa interferência dos Senhores da Mente chega até nós como sutis influências, que podem levar ao materialismo e ao separatismo, em função das circunstâncias que envolveram nosso processo evolutivo. Na Época Lemúrica, conforme nos diz o CONCEITO, os Senhores da Mente tomaram a seu cargo as partes superiores do corpo de desejos e da mente germinal, impregnando-as do sentimento da personalidade separada, sem a qual não poderíamos existir como seres separados, como hoje somos constituídos e como nos reconhecemos. Como a consciência dos seres humanos desceu prematuramente para o Mundo Físico, por influência dos Anjos Lucíferes, ocorreu uma aliança entre o corpo de desejos e a mente nascente, ainda em seu estágio mineral. A conseqüência foi que a humanidade mergulhou mais que se havia previsto na materialidade. Essa foi a origem da “falsa Luz” e do “falso Ego”, que tanto contribuíram para os problemas da humanidade e que tornaram necessário um processo de regeneração para o qual Cristo, a verdadeira Luz, estabeleceu as bases, com o seu Sacrifício. Os Senhores de Mercúrio foram chamados para ajudar nesse processo antes do que se havia planejado e se encarregaram da mente inferior ou concreta, estabelecendo os nove Mistérios Menores, para que o intelecto pudesse ser liberado do domínio do corpo de desejos e converter-se em instrumento do Espírito. O processo de liberação da mente é tratado em uma das parábolas de Cristo, descrita no Evangelho de João, Cap. 8. Os escribas e fariseus trouxeram à presença de Cristo uma mulher surpreendida em adultério dizendo que, segundo a lei de Moisés, ela deveria ser apedrejada. Esse incidente é suposto ter ocorrido no Templo, ou seja, em nosso corpo. Os escribas e fariseus representam estágios da mente e a mulher o coração. Os atributos mentais promovem um julgamento severo do fato, pois vêem somente a letra da lei. Mas Cristo vê somente com os olhos do Amor e se recusa a ouvir as coisas ditas pelos escribas e fariseus. Isto significa que a Consciência Crística, quando está vivificada, não quer saber dos pensamentos maus e os trata com indiferença, que é a forma adequada para combatê-los. Cristo percebeu que praticamente todo o mal se origina da mente, simbolizado pelo fato de os escribas e fariseus estarem tão interessados em criticar aquela mulher. Por conseguinte, quando escreveu no chão que “aquele que estiver sem pecado, seja o primeiro que lhe atire a pedra”, nenhum dos escribas ou fariseus foi capaz de fazê-lo. Nessa passagem simbólica somos ensinados que, se a mente estiver limpa, não condenará o coração. Cristo diz ao final, vá e não peques mais. O coração não pecará mais se estiver sob a influência Crística, mas o Cristo não pode reger o ser humano até que a mente esteja purificada. O papel da mente como instrumento do Espírito é também enfatizado, se forma simbólica, no Evangelho de Mateus, Cap. 3, quando fala de João Batista pregando no deserto da Judéia, dizendo :”Arrependei-vos, porque está próximo o Reino dos Céus... preparai o caminho do Senhor, endireitai suas veredas”. João Batista representa a iluminação mental. Por isso é dito que ele veio primeiro, para que pudéssemos ter algum entendimento sobre o processo de regeneração que permitirá ao Espírito usar a mente como seu instrumento. Precisamos despertar por meio de nossas faculdades mentais, antes de levantarmos a Força Crística em nós. A mente iluminada, João, prega às várias faculdades do corpo não regenerado, o “deserto”, para vivificá-las para o Espírito. João diz que devemos preparar o caminho do Senhor, ou seja, o caminho que a Força Crística deve tomar e endireitar as veredas. Devemos purificar nossos corpos adequadamente e então dirigir a Força da Vida para cima, no caminho da regeneração. O TERCEIRO CÉU. O Ego Humano no Terceiro Céu. Ao entrar no Terceiro Céu, que é Região do Pensamento Abstrato, o Espírito já assimilou os frutos de sua vida passada em seus átomos semente e já trabalhou na modificação do ambiente da Terra onde atuará, em sua vida futura, com os irmãos que o destino coletivo colocou juntos. Nessa região ele se fortalece para a próxima descida nos mundos mais densos. Com os desejos de novas experiências, ele é levado a contemplar o panorama da vida futura, que contém apenas os acontecimentos principais, aos quais não poderá se furtar, em razão da lei de Causa e Efeito. A exceção desses acontecimentos, o Espírito continua dono de seu livre arbítrio para tomar suas decisões. A preparação para o renascimento e o nascimento dos veículos que formam nossa personalidade serão objeto de nossa próxima palestra. O Espírito Santo. O Espírito Santo ou Jeová é o líder dos Anjos, que foram a humanidade do Período Lunar. Jeová é o terceiro aspecto da Trindade que reside no Sol, mas é considerado o regente da Lua porque do Sol trabalha com os planetas que possuem luas. A reprodução biológica ou a geração é governada pelas forças lunares Como a Lua de nosso planeta foi formada na Época Lemúrica, Jeová começou seu trabalho com a geração humana nessa Época. O Espírito Santo funciona na Região do Pensamento Abstrato, ou Terceiro Céu, onde habita também o Espírito Humano. Analogamente, o Mundo do Espírito de Vida é o campo de atuação do Cristo Cósmico, o mais alto Iniciado entre os Arcanjos, e o Mundo do Espírito Divino é o campo de atuação do Pai, o líder dos Senhores da Mente. O diagrama 14 do CONCEITO mostra os veículos que esses três Seres sublimes possuíam, nos albores do Período Terrestre, três estágios mais avançados do que as respectivas ondas de vida dos Anjos, Arcanjos e Senhores da Mente. O Espírito Santo é o autor de todas as religiões de raça, cuja tutela ficou a cargo de Arcanjos que auxiliam o Espírito Santo nessa tarefa. O Espírito Santo, mesmo sendo um grande Ser Cósmico, não é Deus mesmo. Mas é comum reverenciá-Lo como o Terceiro Aspecto de Deus, tendo em vista que Ele tem seu veículo superior no Mundo de Deus, como nos mostra o Diagrama 14 do CONCEITO. O mesmo se aplica a Cristo e ao Pai, também reverenciados como o segundo e o primeiro aspectos da Divindade, por terem dois e três veículos superiores, respectivamente, no Mundo de Deus, o que é mostrado também no diagrama 14 do CONCEITO. Os Senhores da Forma. Na Região do Pensamento Abstrato ou Terceiro Céu do Esoterismo Cristão habitam também os Senhores da Forma, a Hierarquia de Escorpião. Essa é uma das doze Hierarquias que formam o Zodíaco natural. As doze Hierarquias são os Seres Criadores a que se refere o Gênese, quando diz “Façamos o ser humano à nossa imagem e semelhança”. Coletivamente, influenciam o ser humano dos pés à cabeça, através da regência de seus respectivos signos sobre o corpo humano. No Período Terrestre, a Hierarquia de Escorpião já havia evoluído o suficiente para se fazer responsável pelo trabalho desenvolvido no Período Terrestre, em que o lado da forma e da matéria é o dominante. Deve ser observado que a sétima região do Mundo do Pensamento, no Terceiro Céu, é a Região que contém a idéia germinal da forma dos quatro reinos que vivem presentemente na Terra. A Sétima Região é a que se reflete na primeira região do Mundo do Pensamento, a Região Continental, onde estão os arquétipos da forma física de todos os reinos. Os Senhores da Forma são a Hierarquia mais ativa do Período Terrestre e trabalharam no desenvolvimento dos veículos da humanidade na primeira parte desse Período. Quando houve a recapitulação do Período de Saturno na primeira revolução do Período Terrestre, os Senhores da Forma trabalharam sobre o sistema nervoso simpático herdado do Período Lunar com o objetivo de dividir esse sistema em duas partes. Assim o sistema nervoso voluntário com o cérebro frontal pôde ser criado, como uma preparação para receber o gérmen da mente dado pelos Senhores da Mente. Como já foi mencionado, o gérmen do cérebro foi dado pelos Senhores da Forma e construído a partir da divisão das forças criadoras, metade das quais foi dirigida para cima com esse objetivo. Daí a necessidade da divisão em sexos, trabalho realizado sob a regência dos Senhores da Forma, de Escorpião. Os Senhores da Forma trabalharam com todos os veículos germinais da humanidade nas três primeiras revoluções do Período Terrestre, pois estavam também encarregados do desenvolvimento dos três átomos sementes do triplo corpo, de desejos, vital e denso do ser humano, assim como da evolução do Espírito Humano. A influência de Escorpião foi grande na primeira metade do Período Terrestre, junto com a do planeta Marte, daí ser essa primeira metade do período chamada de metade marciana. Na segunda metade do atual período a influência dominante será de Mercúrio e dos Senhores da Sabedoria, a Hierarquia de Virgem. Daí a segunda metade do período ser chamada de metade mercuriana. Concluindo, podemos dizer que a Hierarquia de Escorpião não só é responsável pela evolução no Período Terrestre, como também corresponde ao signo da regeneração, cujo processo é primordial para que a humanidade retorne do desvio ao qual foi levada pelos Anjos Lucíferes, não obstante as conquistas realizadas pelo homem durante essa fase de sua evolução. Conceito Rosacruz do Cosmos, de Max Heindel.....