contos sol e lua

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quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

A Simbologia da Serpente.


Desde os tempos mais remotos, a serpente desempenha um papel fundamental em todas as culturas. Associada, antes de tudo, à fonte original da vida, guarda em si grandes paradoxos, podendo significar a luz ou as trevas, o bem ou o mal, a sabedoria ou a paixão cega, a vida ou a morte.
Por Paulo Urban.
Entre os símbolos primordiais, a serpente é aquele que mais fortemente encerra toda uma complexidade de arquétipos. Presente em todas as culturas, sua imagem mitológica assume sempre um papel fundamental, associada que está, antes de tudo, à essência primordial da natureza, à fonte original de vida, ao princípio organizador do caos, anterior à própria Criação.
A serpente guarda em si intrigantes paradoxos: se por um lado exprime uma ameaça (já que de seu veneno pode sobrevir a morte), por outro, resume no processo de renovação de sua pele todo o intrincado mistério da vida, que se atualiza em movimento rejuvenescente.
Diferentes cultos e cerimônias ritualísticas reverenciam esse réptil sorrateiro, atribuindo-lhe as mais díspares qualidades. As serpentes podem estar associadas a cultos solares ou lunares; a sociedades matriarcais ou patriarcais (quando assumem valores masculinos ou femininos); podem significar a luz ou as trevas; a vida ou a morte; o bem e o mal; a sabedoria ou seu oposto, a paixão cega; representar o falo (por seu corpo assemelhar-se ao bastão) ou mesmo a vulva (conforme se lhe parecem as escamas que a recobrem, bem como o formato de sua goela quando esta se abre para devorar sua presa). Tanto quanto as energias yin e yang expressam no taoísmo as polaridades negativa e positiva que estão por detrás de toda manifestação da natureza, os ofídios, miticamente, ocultam em si a síntese dessa dicotomia universal.
Biblioteca Nacional de Paris
Oroboro: alusão ao processo dinâmico e transformador da vida.
Uma das figuras mais intrigantes do simbolismo alquímico, presente milenarmente em diversas culturas, é a da cobra (ou dragão) que morde o próprio rabo e opera, num movimento circular e contínuo, todo o processo dinâmico e transformador da vida. “Meu fim é meu começo”, diz a cobra nesse ato mágico de devorar-se e cuspir-se, a representar a unidade indiferenciada da vida e seu caráter divino implícito na perfeição do círculo. À serpente devorando a própria cauda, os alquimistas chamaram oroboro. Tal palavra não consta da maioria dos dicionários e, em alguns livros da Grande Obra, aparece grafada como ouroboros, principalmente na língua inglesa.
Outras fontes, menos comumente, escrevem-na uróboro. Particularmente, prefiro o termo oroboro, visto não ter sido nunca tão oportuno em nossa língua nomearmos um símbolo cuja singularidade é a de não ter começo nem fim, por meio de palavra tão especial, que pode ser lida de trás para a frente sem prejuízo sequer de sua pronúncia, transmitindo a idéia de algo que se expressa ciclicamente.
Etimologicamente, o termo tem curiosa explicação: óros, em grego, significa “termo, limite”, podendo ser também “meta, regra ou definição”; borós se traduz por boca, ou voracidade. Oroboro, então, representa aquilo que se delimita ou se atinge pela boca, e também aquilo que se define por sua própria função. Órobos, em grego, ainda significa “planta”, mais especificamente a alfarroba (fruto da alfarrobeira), uma vagem de polpa doce e nutritiva indicada no tratamento das doenças inflamatórias digestivas. O dicionário Aurélio traz para órobo o significado de “cola”, palavra que, além de se referir a outro tipo de árvore (a Cola acuminata), também pode significar “cauda”, conforme certos regionalismos do Brasil. O mesmo termo é igualmente encontrado na língua espanhola a designar o rabo dos animais. Para orobó (só muda o acento), o Aurélio reserva o sinônimo coleira, em nova referência à aromática árvore acima citada, cujas sementes guardam extrato lenhoso de propriedades estimulantes, semelhantes à cafeína. Coincidentemente, coleira é o nome dado ao colar que cinge o pescoço dos animais, e o oroboro lembra sua forma. Além disso, nossas vísceras intestinais assemelham-se à serpente enrolada, e o aparelho digestivo como um todo (se tomado da boca ao ânus) bem desenha a serpente aprumada, prestes a dar seu bote, a devorar sua presa.R.Planeta.

***Místérios.?***


SERPENTE.
De 21/10 a 20/11 – A Lua do tempo frio
A Serpente é misteriosa e intuitiva, o símbolo da transformação. Pessoas Serpente desejam satisfação e florescem com elogios. Elas precisam de grande disciplina e força de vontade para controlar sua natureza difícil. A Serpente é misteriosa e reservada. Sabe ocultar seus sentimentos debaixo de uma atitude fria. É adaptável, decidida e imaginativa. Extraordinariamente sensível, a Serpente pode sofrer em silêncio e espera o momento propício para devolver os golpes com sua mordedura fatal. No plano positivo, é ativa e imaginativa, e muito carinhosa quando se sente querida de verdade. No amor, é intensa, com muitos sentimentos ocultos e às vezes algo retorcidos. Sexualmente interessada por experiências limite, nunca é indiferente ao seu parceiro.
Aá-se bem com Lobo e Pica-Pau
Deve cultivar: Determinação, adaptabilidade e criatividade
Deve evitar: Egoísmo, arrogância e ciúmes
Planta: Espinheira santa
Mineral: Ametista
Cor: Violeta
Direção: Oeste
Medicina da Serpente: O talento para adaptar-se às mudanças e atravessar com êxito as fases de transição.Aisha Jalilah.

***C***


CORUJA.
De 21/11 a 20/12 – A lua da neve
Corujas são muito observadoras e silenciosas. Pessoas coruja são inteligentes, bem articuladas e discretas. Seu olho para os detalhes faz delas perfeccionistas. A Coruja necessita de liberdade de expressão. É vivaz e presta muita atenção aos detalhes. Curiosa e adaptável, tende a abarcar mais do que pode. É valente e decidida, e sabe ser versátil. Sua natureza é sincera e estudiosa, e pode ser muito compreensiva, ainda que às vezes lhe falte tato. No amor, adora a aventura e é atraído por pessoas exóticas. Precisa variedade e intensidade de sentimentos, mas, acima de tudo, alguém com quem possa conversar e compartilhar seus múltiplos interesses intelectuais.
Dá-se bem com Falcão e Salmão
Deve cultivar: Concentração, otimismo e entusiasmo vital
Deve evitar: Auto-indulgência e exagero
Planta: Visco
Mineral: Obsidiana
Cor: Dourado
Direção: Noroeste
Medicina da Coruja: É o poder de discernir as coisas em momentos de incerteza e levar uma vida coerente, com planos a longo prazo.
Medicina do Pica-pau: A aptidão para estabelecer um ritmo regular na vida e a tenacidade para proteger quem se ama.Aisha Jalilah

***Enigma .J***


FALCÃO VERMELHO.
De 21/03 a 20/04 - A Lua das Árvores em botão
O Falcão é um mensageiro dos insights. Adaptáveis e abertas, as pessoas Falcão gostam de liderar, e podem ser impulsivas de vez em quando. Querem estabelecer a individualidade ao mesmo tempo em que são aceitos pelo grupo. O Falcão é ativo, esforçado e impetuoso. Possui uma grande iniciativa, mas pode tomar decisões precipitadas, das quais logo se arrepende. Com muita vivacidade, o Falcão sabe ser extrovertido e audaz. Entusiasma-se com as novas experiências, mas tem dificuldade para perseverar nas tarefas. É pioneiro, aventureiro e afável. Sua missão na vida é guiar os outros. No amor, é rápido, fogoso, e muito apaixonado. Acende-se com facilidade e quer conseguir o que deseja a todo o custo.
Dá-se bem com Salmão e Coruja
Deve cultivar: Paciência, persistência, compaixão.
Deve evitar: Vaidade, orgulho e intolerância.
Planta: Dente-de-leão
Mineral: Opala
Cor: Verde amarelado
Direção: Nordeste
Medicina do Falcão: O poder da observação penetrante e da capacidade de agir com decisão e energia.Aisha Jalilah.

Todas as Idades da Vida.


Do nascimento à velhice, cada fase da vida tem lições importantes a nos ensinar. Aprender a assimilá-las com sabedoria nos ajudará a compor uma existência mais harmoniosa para a nossa alma imortal.
Por Carlos Cardoso Aveline.
Não pergunte qual é a idade mais importante da sua vida. A idade mais importante é a que você tem agora. O momento mais decisivo é este preciso instante. O dia mais pleno é o dia de hoje – e isso tem sido assim desde sempre.
O instante presente contém em si os resultados de todos os aspectos do passado e as sementes de todos os momentos futuros. O passado e o futuro são infinitos, mas são influenciados pelo que ocorre agora.
Embora os fatos do passado não sejam alterados, o modo como eles são percebidos é sempre diferente, à medida que vivemos novas situações. Um estado de espírito otimista mostrará um passado feliz. Um sentimento de raiva atrairá lembranças de rancores e conflitos. O ponto de vista da sabedoria mostra que tudo o que passou traz lições, e que freqüentemente os nossos sofrimentos foram mais produtivos do que os momentos agradáveis. Além disso, o mesmo e velho passado nos dá lições diferentes a cada instante. À medida que enfrentamos desafios inéditos, enxergamos significados novos em acontecimentos distantes no tempo.
Assim, o passado não é infinito apenas no sentido cronológico. Há um número ilimitado de pontos de vista a partir do qual podemos olhar para ele, e o mesmo ocorre em relação ao futuro. Para a alma imortal, uma vida é uma obra de arte, e ela pode ser bem realizada desde o início até o seu final. Do nascimento à velhice, uma vida passa por fases muito diferentes, mas, internamente, ela forma uma unidade. Cada faixa etária tem uma relação viva com todas as outras. Se tenho 80 anos, posso me reconhecer como continuação do garoto de 8 anos que fui. Se sou um adolescente de 17, possuo em mim o material que florescerá no futuro cidadão experiente de 70 anos. Assim, seja qual for minha idade, ela contém as heranças das idades anteriores e também as sementes que germinarão, ou não, no futuro. O livre-arbítrio me permite eliminar pela força da compreensão as sementes negativas herdadas do passado, enquanto faço germinar pelo poder da sabedoria as sementes positivas. Na verdade, portanto, todas as minhas idades estão presentes em cada momento da minha vida. Posso dialogar com os meus “eus” de idades prévias, e também com os “eus” de idades futuras.
Pureza infantil: resultado dos longos anos em que a alma se refaz, no plano espiritual, entre uma e outra encarnação.
A vida é um mistério fascinante. Nossa existência pessoal é como uma casca de noz que navega durante 80 ou cem anos pela onda de vida de um planeta situado na periferia de uma galáxia menor. Essa galáxia, por sua vez, navega em um mar eterno e infinito, para o qual um período de 15 bilhões de anos é pouca coisa.
Embora a vida da nossa casca de noz pessoal seja passageira, a nossa alma imortal pode reencarnar e receber como instrumentos de navegação novas cascas de nozes no futuro, até atingir a perfeição humana. Naturalmente, não nos lembramos das vidas anteriores. A lei universal estabelece que – salvo exceções – nenhuma casca física recorda, com sua mente cerebral ou seus cinco sentidos, as experiên-cias da casca anterior. Afinal, não é o corpo físico nem o eu inferior que reencarna, mas a alma imortal. Só ela tem direito a navegar no oceano do tempo eterno e do espaço infinito. A alternativa que nos resta é elevar nossa consciência até ela. Só então compreenderemos de fato a vida.
A criação do mundo repete-se, em pequena escala, cada vez que uma criança é concebida. Assim como a vida do planeta começou no mar, a vida de cada um de nós começa no líquido amniótico do corpo da mãe. O feto refaz em miniatura as etapas da vida na Terra. A criança nasce como um animal indefeso, depois rasteja como um réptil e, mais tarde, faz brincadeiras que recordam inconscientemente etapas anteriores da história humana. Nossa alma imortal se aproxima do nosso corpo infantil aos poucos. A criança traz ao mundo uma pureza que é resultado – segundo a filosofia esotérica – do longo banho abençoado que foi a passagem da alma pelo devachan, o “local divino”, o período de descanso espiritual entre uma encarnação e outra. O devachan dura normalmente de mil a quatro mil anos.Revista Planeta.

Todas as Idades da Vida - continuação.

O final da adolescência marca as primeiras atitudes importantes da vida, como a entrada no mercado de trabalho.
Do ponto de vista interno, uma vida humana se divide em períodos setenários. A ciência informa que, a cada sete anos, se renovam completamente as células do nosso corpo. O carma pessoal também se reorganiza nesse prazo. Assim, as diferentes fases da vida têm suas próprias lições. Embora a vida de cada um seja um processo único, há algumas tendências gerais, válidas para todos, que facilitam a nossa compreensão da vida como uma obra de arte:
De 0 a 7 anos – Aprendemos aqui a lidar com o mundo físico. Entramos para a escola e passamos pela alfabetização. A casca psicológica do eu, feita de hábitos e tendências, começa a se consolidar, mas ainda permanece aberta a muitas influências. Daí a necessidade de proteção, de estabilidade e de estímulos positivos que despertem nela a autoconfiança e a percepção do seu próprio potencial para o bem.
Nesta etapa também é muito freqüente que tenhamos percepções fundamentais sobre a meta da nossa vida. Então surge a “lenda pessoal”, cuja base, na verdade, é a experiência acumulada de vidas anteriores. O escritor gaúcho Érico Veríssimo confessou, na idade madura, que o rumo da sua vida foi determinado por decisões internas que tomou quando tinha 4 ou 5 anos de idade.
Em qualquer etapa da vida, podemos recuperar e reforçar a visão da nossa intenção original, percebida na infância. A criança que fomos estará presente em nosso mundo psicológico enquanto vivermos. É recomendável verificar, de tempos em tempos, se somos leais ao propósito glorioso que ela definiu para nossa existência.
Dos 7 aos 14 anos – Nossa identificação com o mundo externo cresce e somos envolvidos por uma malha fina de exigências sociais. O período culmina com a entrada na adolescência e o começo de uma grande transição física e emocional em direção à vida adulta. A alma imortal já não fala com tanta facilidade como antes com a casca externa, que agora está preocupada em navegar em um mar agitado de deveres e de emoções.
É um dever dos adultos dar estabilidade emocional e estímulos positivos a cada criança. Porém, algumas almas nascem em situações tempestuosas. A poetisa brasileira Cecília Meireles, por exemplo, perdeu os pais antes dos 4 anos de idade. Para evitar mais perdas, ela fugiu do que é transitório e dedicou sua vida a assuntos imortais, usando a literatura como refúgio e como instrumento.
Dos 14 aos 21 anos – A maioridade é alcançada. Ocorrem agora as primeiras paixões, o primeiro emprego – o primeiro desemprego – e, muitas vezes, o casamento e filhos. Também há almas que embarcam em sonhos mais amplos e aventuras impessoais como um ideal revolucionário, a decisão de viajar pelo mundo, uma busca mística ou a atividade literária. É nessa etapa que a pessoa faz suas revoluções pessoais e se projeta para o futuro. É claro que nem sempre há uma grande dose de acerto em tais tentativas. Mas, havendo boa intenção, os equívocos não serão muito graves. Mais tarde virá a sabedoria da experiência.
Dos 21 aos 28 anos – Um poderoso impulso profissional desponta. A pessoa se estabelece e contrai compromissos que podem durar pelo resto da vida. Do ponto de vista astrológico, há um evento decisivo entre 27 e 29 anos. O planeta Saturno completa uma volta no mapa astral e passa novamente pelo local do céu em que estava no momento em que a pessoa nasceu.

Todas as Idades da Vida - continuação.

Saturno é o mestre do tempo, do carma, dos limites e das estruturas. Sua lenta passagem pelas casas do nosso mapa astrológico define os grandes temas das diversas fases da nossa existência. A primeira volta de Saturno causa uma avaliação geral das ações feitas até o momento e, muitas vezes, há mudanças radicais na vida. É como se a pessoa encontrasse seu rumo e seu destino. O que houver de falso ou ilusório cai como um castelo de cartas, porque Saturno exige situações bem definidas. Gautama Buda descobriu aos 29 anos a existência do sofrimento e da morte. Ele abandonou imediatamente o mundo e se refugiou na meditação.
Dos 28 aos 35 anos – O rumo geral afigura-se claro e a alma elimina grande parte das distrações que a faziam perder tempo. Surgem possibilidades ilimitadas e se abre a fase das grandes realizações, mas não faltam obstáculos e crises. Além disso, ainda não há a paciência que a idade madura nos traz. O Novo Testamento conta que Jesus morreu aos 33 anos.
Dos 35 aos 42 anos – O indivíduo percebe os limites do seu corpo e sente os primeiros efeitos do envelhecimento físico. Ele ainda pode ter muitos anos de vida ativa, mas para isso terá de manter hábitos pessoais que fortaleçam a saúde. A chamada “crise dos 40 anos” força-o a colocar a sabedoria acima da força. Ele identifica com mais clareza o que pode e o que não pode realizar. Reduz suas ambições externas, aprende a atuar seletivamente e aproveita melhor as oportunidades. É mais realista e tem mais capacidade de concentração. O êxito, profissional e social, se amplia.
Mais experiente, dos 49 aos 56 anos o homem está no auge da sua capacidade de trabalho.
Dos 42 aos 49 anos – A transição para a meia-idade é concluída. Acentua-se a necessidade de usar mais talento para compensar a perda da vitalidade física. As emoções negativas, que nunca foram recomendáveis, agora já não podem ser toleradas porque passam a ter efeitos diretos sobre a saúde. Há um sentido maior de urgência no viver. Ainda se tem saúde, ainda se pode recomeçar a vida, mas não há mais tempo a perder. O final dessa fase traz uma grande tranqüilidade a algumas pessoas, quando percebem que já cumpriram certos deveres básicos na vida. Essa percepção afasta o medo e dá tranqüilidade para viver o futuro. Em muitos casos, os filhos foram criados e a situação econômica está consolidada. A alma se volta para aproveitar melhor a vida. Ama mais profundamente, dá menos atenção a formalidades e vai direto ao que interessa. Pela posição de Saturno em trânsito, a partir dos 47 anos e até os 54 há um período de novo ânimo e grande poder de iniciativa e realização. É quase uma segunda adolescência, e os temas da juventude que ainda não foram bem resolvidos podem ser retomados agora em um esforço profundo de compensação.
Dos 49 aos 56 anos – A alma já tem uma grande quantidade de experiência de vida e ainda está no auge da capacidade de trabalho. Embora seu corpo físico continue envelhecendo e requeira cautela crescente no seu manejo, a verdade é que a capacidade de trabalho intelectual está no ponto mais alto. Ao mesmo tempo, é cada dia mais importante cortar formas de desperdício da energia vital e adequar a alimentação e outros hábitos pessoais para que haja menos desgaste da saúde. É aconselhável ler, escutar música, meditar, refletir sobre a vida e participar de trabalhos voluntários.
A volta à simplicidade preparará uma velhice feliz, fator importante para que a vida após a morte e as próximas vidas sejam mais agradáveis. Os anos da velhice podem ser mais dourados que os da juventude, e poucos velhos gostariam, de fato, de voltar à situação de 20 anos atrás, porque sentem que a sabedoria e a experiência adquiridas são o seu bem mais precioso.

Todas as Idades da Vida .


Modesto Wielewicki
Na velhice, a existência deve ser mais dedicada aos estados contemplativos.
Dos 56 aos 63 anos – Ingressamos aqui na idade madura. Os efeitos da segunda volta de Saturno se dão entre os 56 e 59 anos, trazendo novas possibilidades de grandes transformações. Há um exame cármico geral e rigoroso e uma severa avaliação dos rumos da vida. É possível que ocorram tempestades e mudanças estruturais. Se não houver necessidade de grandes guinadas no rumo da vida, a renovação será interior e a alma avançará produtivamente para a longa reta final do envelhecimento. Do ponto de vista prático, as recomendações mais cruciais a partir de agora são:
* Evitar dívidas e outras situações econômicas complicadas.
• Manter atividades produtivas, seja profissionalmente ou como voluntário.
• Desarmar os conflitos emocionais e os rancores em cada relacionamento pessoal e profissional.
• Manter uma atitude jovem e viver cada momento aproveitando o que ele traz de bom.
• Dedicar uma boa parte do dia a pensar nas coisas eternas e infinitas.
• Caminhar diariamente meditando, junto à natureza ou em local tranqüilo.
• Manter o humor leve, apreciar a beleza do céu e sorrir para a vida.
Esses itens são recomendáveis para qualquer tempo. Agora, no entanto, eles ganham uma importância decisiva. Quando nosso corpo é velho e frágil, é indispensável ter sabedoria interior e juventude de espírito. Mas há uma dificuldade. Quanto mais idade temos, mais difícil é fazer mudanças. Por isso, é aconselhável aproveitar as fases da vida em que ainda somos bastante maleáveis para educar a nós próprios e criar hábitos que levem a uma existência fisicamente longa e emo- cionalmente feliz.
De 63 a 70, de 70 a 77 e de 77 a 84 anos – As tendências anteriores ficam mais acentuadas. Já não são épocas propícias para inovações desnecessárias. Mas uma vida profissional ativa é perfeitamente possível até os 80 anos. Viver intensamente o presente é fundamental, mas fique longe de conflitos. A vida deve ser dedicada cada vez mais aos estados contemplativos. Os assuntos humanos de curto prazo precisam ser tratados com moderação, reconhecendo-se que são coisas de importância passageira. A prioridade é a ampliação dos horizontes e a compreensão das verdades eternas. Já podemos admirar os resultados da nossa vida. E ainda podemos ampliar o trabalho realizado, aumentando nossa capacidade de amar e de fazer o bem. Estamos livres de amarras: podemos viver cada dia com intensidade. Assim, avançamos harmoniosamente até além dos 100 anos de idade. E quando largarmos definitivamente o nosso velho corpo, iremos para o longo e glorioso período de descanso entre duas vidas, que a filosofia esotérica chama de devachan. E ali teremos uma existência abençoada até que o ciclo do renascimento comece outra vez e os nossos futuros pais se conheçam.
Reprodução
Franklin: consciência da natureza cíclica da vida universal.
Consciente da natureza cíclica da vida universal, o bem-humorado pensador e líder político Benjamin Franklin escreveu o seguinte epitáfio para si mesmo, quando pressentiu a chegada da morte:
"O corpo de Benjamin Franklin, impressor, assim como a capa de um velho livro, com seu conteúdo gasto e já sem títulos dourados, aqui jaz como alimento para os vermes. Mas o trabalho não estará perdido, pois ele, acredito, reaparecerá mais uma vez, numa edição nova e mais elegante, revista e corrigida pelo Autor.” (As Escolas de Mistérios, de Clara Codd, Ed. Teosófica, Brasília. Ver p. 112.)
A vida é infinita, e só as formas são passageiras. Temos todos os elementos para construir com eficácia a grande obra de arte que é nossa existência atual. Não há conhecimento mais importante do que essa ciência de viver. A concepção realista da vida como um conjunto que tem início, meio e fim nos permite atuar com mais sabedoria nas situações específicas. Assim, fica mais fácil transformar cada dia da vida em uma pequena obra de arte. A nossa felicidade é ainda maior quando sabemos que na natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma, e a cada final corresponde, sempre, um novo começo.Revista Planeta.