quinta-feira, 11 de novembro de 2010
DEUSA SCÂTHACH.
A Deusa Scâthach era conhecida como "a Mulher que semeia o Medo". Deusa cujo reino era a Ilha de Skye (Sombra), onde treinava os jovens nas artes bélicas e na caça.
No entanto, apenas os aprendizes mais decididos sobreviviam à jornada, pois tinham que atravessar uma ponte instável que atirava os iniciados imprestáveis a água.
A perigosa ponte e outras tarefas difíceis e paradoxais eram típicos ao treinamento de Scâthach. As guerreiras-mestre, enviavam seus iniciados em buscas e depois colocavam barreiras em seu caminho. Na maioria das vezes, essas barreiras eram as próprias guerreiras, transformadas em bestas ou guerreiros maléficos.
O herói irlandês Cuchulainn atravessou a ponte de Scâthach com o "salto do salmão": pulou até o meio da ponte e, com um segundo pulo, chegou até a outra extremidade, demonstrando metaforicamente o pulo de fé para ingressar no reino feminino.
Considerações lógicas e racionais devem ser postas de lado. A investida direta, a maioria das vezes, é o caminho mais curto ao mundo do inconsciente. A ajuda de uma mulher é importante, pois ela já nasce treinada nos mistérios femininos, possuindo um elo nato com a noite, a escuridão, o útero e a Grande Mãe. Isso, se não tiver sido rompido pelo sistema de valores patriarcais que despreza esses segredos femininos.
Scâthach ensinou a Cuchulainn as técnicas de guerreiro e também os mistérios do sexo. De acordo com a lenda, ela ofereceu-lhe "a amizade das coxas". Toda a guerreira celta era conhecida como uma furiosa amante erótica, mesmo podendo ser uma temível inimiga.
Segundo as velhas leis celtas irlandesas, era exigido de todo o proprietário de terras que servissem de guerreiro em seu clã e como as mulheres também tinham o privilégio de serem proprietárias de terras, estavam obrigadas a fazerem parte da casta de guerreiros. Algo que era considerado uma honra.
Para os que não tinham posse de terras, era mais difícil obter essa honra. Havia a possibilidade dos pais darem seus filhos e filhas em adoção a um guerreiro(a), porém nem todas as famílias podiam custear tais despesas, pois o treinamento era cobrado. Geralmente os filhos passavam a servir o guerreiro(a), em troca da iniciação à arte da guerra. Outra possibilidade era por méritos próprios, como a condecoração por um feito heróico, ou algo do gênero.
As mulheres foram desvinculadas desse treinamento no ano 697 d. C, aproximadamente, por uma lei irlandesa conhecida como "Cain Adamnain", editada por um bispo chamado Arculf, que depois acabou sendo chamado de São Adamnain.
Júlio César disse que as mulheres guerreiras irlandesas possuíam muita força e em uma batalha contra os celtas, quando elas eram chamadas, havia muita pouca chance de se obter uma vitória.
Todos os guerreiros celtas, homens e mulheres, estavam submetidos a certos códigos de honra, que na Idade Média, ficou conhecido como "Códigos da Cavalaria".
As mulheres guerreiras não só desfrutavam do status da elite guerreira, como também tinham obrigações. Uma das principais era instruir os novos guerreiros. Era costume celta as mulheres ensinar os homens e os homens ensinarem as mulheres.
A iniciação dos guerreiros era composta por três partes: armamento, cognominação e iniciação sexual. Depois de vencidas essas três etapas o guerreiro regressava à Irlanda e era considerado invencível.
Segundo algumas fontes, Scâthach era filha do rei Scythia e foi mãe de dois filhos: Cet e Cuar. Já outra fonte diz que foi mãe de três virgens: Lasair, Inghean Bhuidhe e Uathach.
Cuchulainn foi treinado por Scâthach durante um ano e um dia, período em que teve por amante sua filha Uathach. Ele também teve um filho com Aife, irmã de Scâthach, chamado de "o infortunado Conlai", que mais tarde é morto por Cuchulainn, já que quando o jovem vindo da Ilha das Sombras para visitar Ulster, não se reconheceram e o enfrentamento foi inevitável. Desgraçadamente, o anel de ouro que carregava Conlai o identificou, mas já era tarde demais.
Foi também Scâthach que deu a Cuchulainn o "Gae Bolg", sua lança (ou espada em algumas versões).
MULHERES CELTAS.
Um exército inteiro de romanos, era incapaz de deter um punhado de galeses, quando esses pedissem ajuda a suas mulheres. Elas surgiam convertidas em verdadeiras "fúrias": inchando o peito, relinchando como cavalos selvagens e rangendo os dentes, se atiravam sobre os adversários dando patadas, mordidas e praticando ações tão fulminantes, que todos diziam que elas se convertiam em verdadeiras catapultas. Eram umas lobas que, à céu aberto lutavam raivosamente para proteger sua tribo.
O conceito celta da mulher se diferenciava do que tiveram os gregos e romanos. As funções que desempenhava rompiam padrões, causando impacto e assombro entre os escritores, ou historiadores contemporâneos dos celtas, que deixaram suas impressões escritas. A impressão geral que se obteve da mulher celta de antigamente, foi que ocupou um privilegiado lugar, se compararmos com outras mulheres de outras sociedades da época em que viveu. Sua importante função se desenvolveu em "pé de igualdade" com os homens, tanto de direito, quanto de dever.
As mulheres celtas foram tão boas guerreiras quanto os homens, muito temidas por sua valentia e força, pois não eram vencidas fisicamente com facilidade. Elas sempre os precediam nas lutas, muitas vezes, surgiam nos campos de batalha como verdadeiras feras, que nuas, gritavam, uivavam, insultavam o inimigo com palavras, empunhando lanças e imitando a Deusa Guerreira "Morrigan". Se fosse preciso, mostravam suas nádegas como uma ato de desrespeito ao inimigo, ao puro estilo celta.
A mulher da Velha Irlanda, único lugar que nunca foi visitado pelas legiões romanas, manteve sua independência até o século XII e uns três séculos mais, estava ainda, quase em plano de igualdade com o homem. Ela não foi derrotada em luta pelos romanos, mas sim pelo cristianismo. Podemos dizer, que a mulher celta foi a grande precursora do feminismo moderno.
Antigas lendas falam de mulheres sábias, médicas, legisladoras, druidesas, poetisas, indicando que as mulheres ocuparam essas posições dentro da sociedade. Tampouco eram excluídas do privilégio da educação, pois existem numerosos registros a respeito. Também houve mulheres que governaram e esposas de governantes muito populares, assim como também guerreiras. Podiam ainda, ostentar o mando militar, como foi a caso de Boudicca, a Rainha e Capitã da tribo dos Iceni britânicos, cujas ações bélicas foram consideradas as mais sangrentas realizadas pelos celtas.
Uma mulher divorciada retinha suas propriedades, mais o dote, o qual, no sistema legal Brehon, era requerido tanto do marido como da mulher (consistia usualmente em bois, cavalos, escudo, lanças e espadas). A esposa também podia exigir de um terço à metade da riqueza do marido. O sexo não era encarado em rígidos termos moralistas: uma mulher não era "culpada" de adultério se tivesse relações extraconjugais; uma mulher podia escolher seu marido (a maioria dos povos dessa época, permitia unicamente que o homem escolhesse uma esposa); os casamentos tinham duração de um ano, quando podiam ser renovados se houvesse mútuo consentimento; a homossexualidade masculina era comum e aceita, especialmente entre guerreiros.
Quanto as druidesas, embora muitos autores negam a sua existência é por não terem sido mencionadas por alguns historiadores da época como Júlio César, que nunca chegou até as ilhas, de onde provinham todos os relatos acerca das sacerdotisas. Entretanto, Pomponio Mela faz um relato sobre elas quando acompanhou Adriano até as ilhas britânicas: "havia na alta Caledônia mulheres sacerdotisas chamadas Bandruidh que, igual aos druidas varões estão divididas em três categorias..." e segue detalhando sobre o lugar que ocupavam na sociedade e as funções que exerciam.
As lendas nos narram episódios onde mulheres druidas eram relevantes na história, assim: Gáine como uma chefe druida, Aoife ou Aife, irmã de Deusa Scâthach, que com sua varinha converte em cisnes os filhos de Lyr. A Biróg, outra druidesa, que ajudou Cian a conhecer Eithlinn, feito muito relevante na mitologia celta irlandesa, pois dele nasceria posteriormente Lugh.
Muito embora a mulher celta fosse uma guerreira, ela se preocupava com a aparência. Trançava os cabelos, usava muitos adornos e até pequenos sinos em suas roupas para atrair a atenção do sexo oposto. Forte, mas feminina, pois sabia que era a única do gênero humano que podia dar vida. Sem descendência, não haveria família, nem clã, nem tribo. Com escassa descendência, sua tribo se tornaria menos numerosa, possuindo menos recursos, menos mãos para o cultivo e para guerra.
ARQUÉTIPO DA JORNADA.
Todos nós, homens e mulheres, estamos aqui, porque nos escolheram e nos convocaram para essa jornada heróica que chamamos de vida. E, ainda que, nossa vida esteja repleta de aventuras externas, o nosso principal objetivo é a transformação interna.
Todas as histórias de heróis e heroínas até podem nos inspirar, mas cabe a cada um de nós responder ao seu próprio chamado, ou seja, individualizar-se.
A nossa jornada da vida sempre será uma trama de um grande drama, onde sofreremos vitórias e derrotas nas mãos de demônios e todos os dias uma nova convocação é refeita para combatê-los.
O arquétipo da jornada é a formalização da força vital, ou seja, a ativação e a canalização da libido rumo a maior desenvolvimento. O maior risco que uma pessoa irá jamais encontrar é a sutil sedução do inconsciente, o anseio de permanecer no âmbito do que é conhecido e confortável. Jung descreve da seguinte maneira essa pessoa:
Ele sempre imagina o pior à sua frente e, no entanto, o inimigo que carrega está dentro de si mesmo - no anseio letal pelo abismo, na ânsia de afogar-se na própria fonte......A tendência regressiva tem sofrido a consistente oposição, desde o tempos mais primitivos, da parte dos maiores sistemas psico terapêuticos que conhecemos como as religiões. Estas buscam criar uma dimensão consciente autônoma, levando a humanidade a desmamar e afastar-se do sono de sua puerilidade.
O "anseio letal pelo abismo" de que fala Jung, nada mais é do que a Letargia. O outro, chamado Medo, é natural ao humano frágil que trabalha tão arduamente para garantir uma parcela de segurança e no fim só encontra armadilha em que a força vital se torna estultificada.
Portanto, todos nós, que aqui nos encontramos, estamos obrigados a sofrer, meditar e encarnar nossa experiência do ciclo do eterno retorno da Grande Mãe e, igualmente, a desembaraçar-nos da letargia e do medo, para assim nos tornarmos aquilo que a natureza tão misteriosamente nos oferece.
NEUTRALIZAÇÃO DE DANOS.
Muitos ainda são os fanáticos que parecem obcecados com a injunção bíblica de que não se deve "tolerar que uma Bruxa viva". Eu mesma, já enfrentei e enfrento preconceitos dentro de meu ciclo de amizades, mas nós Bruxas temos o poder de neutralizar nossos inimigos de maneira de que eles não possam nos infligir danos. Se as outras religiões aprendessem, como nós, a combater o mal sem fazer o mal, o nosso mundo já estaria livre guerras, homens-bomba, armas nucleares e tanto derramamento de sangue.
Entrar em alfa visualizando um sete vermelho. Retenha-o por um momento e depois solte-o. Visualize em seguida um seis laranja, depois: um cinco amarelo, um quatro verde, um três azul, um dois índigo e um um lilás.
A seguir, diga mentalmente, com toda a convicção: "Estou em alfa, e tudo o que fizer será correto e para o bem de todos. Assim é!"
Agora com o Terceiro Olho veja a pessoa ou situação que a está ameaçando e comece pintando um enorme "X" branco sobre ela. Diga então:
"Eu neutralizo isso", quando a pessoa e situação estiver totalmente coberta com o X.
Pedir sempre que essa projeção seja feita corretamente e para o bem de todos
ROSANE VOLPATTO.
Bibliografia:
O Poder da Bruxa - Laurie Cabot.
O Medo do Feminino - Erich Neumann.
Consciência Solar, Consciência Lunar - Murray Stein.
O Amor Mágico - Laurie Cabot.
Rastreando os Deuses - James Hollis.
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